Textos de Chico Chavier sobre o Amor
Noite de pós chuva as nuvens caminha sobre os telhados como carroceis de cavalos brancos...
O clima de frio em ascensão os pedaços das sombras arrastadas um zumbido crescente que se intensifica não há nada lá movendo nas teias da solidão criamos saudade em lembranças que já se foram os nos olhos ver o brilho do passado através uma lagrima ou de varias...
Ela passou aqui tão rápido ousou me usar nem feriu á solidão tão entranha como razies nas veias eu já desolado queria um "eu te amo" mais o ventos assopra o tempo de asas ligeiras...
E os ventos, sempre eles, levando no sopro fino as promessas que ninguém sustenta…
A noite respira devagar, ferida, como se cada estrela fosse um soluço preso no céu.
Caminho entre restos de silêncios rasgados os passos ecoam como se anunciassem um destino que não muda.
A lua, pálida e distante, abre fendas de luz nas poças ainda frescas da chuva onde meu rosto se desfaz em reflexos partidos.
E no embalo das lembranças, a saudade mastiga o peito com dentes de bruma, recorda o toque que nunca voltou,
a voz que se perdeu no labirinto das horas.
Ela sombra breve atravessou meu mundo como um cometa cansado, queimou pouco, brilhou menos, e ainda assim deixou rastro demais.
Fiquei com o gosto amargo do quase, do que não foi dito,
do “eu te amo” abortado antes de nascer…
E o vento, tão cruel quanto sábio, recolhe cada palavra que tentei salvar, joga tudo no abismo do tempo
e segue, indiferente, com suas asas ligeiras carregando o pouco que restou de nós.
E quando o silêncio repousa pesado demais, parece que até as paredes respiram comigo, num lamento lento, quase humano,
como se a casa inteira sentisse tua ausência.
As sombras se dobram nos cantos, fazem gestos estranhos,
arrastam memórias como correntes antigas.
E eu, nessa vigília sem nome, procuro no escuro algum vestígio teu
um cheiro, um eco, um pedaço de riso esquecido entre as frestas do tempo.
Mas tudo foge tudo evapora tudo se esvai como vapor frio
saindo da boca de quem deseja e não tem.
A madrugada, cúmplice amarga, pinta no céu cicatrizes de açafrão e cinza
E eu sigo, solitário, colhendo restos de sonhos
como quem recolhe folhas mortas de um outono que nunca termina.
Teus passos ainda soam na minha lembrança, tão leves que ferem,
tão rápidos que machucam
E o coração esse velho sobrevivente
bate torto, lento, como relógio cansado que insiste em continuar dizendo ao mundo que ainda há luz em algum canto.
Mas o vento, eterno mensageiro dos perdidos que espalha minhas esperas pelo ar como papéis de poemas rasgados de uma história inacabada
Eu morreria
Eu viveria
Eu, eu, eu...
Mas não é sobre mim,
é sobre você com sua indubitável certeza.
Sobre o quanto você quer que não seja eu.
A verdade é que quem ama demasiado, e sente-se enormemente feliz, na mesma dosagem se vê infeliz quando tudo se rompe.
Porque do ponto inicial nao existe equilíbrio...
Ja que o estado 0 migra direto ao 10 tanto pra felicidade quanto pra melancólia.
Leia-se (alegria)10_____0____10(melancolia)
Não ha 1,2,3...
Pois quem ama efusivamente sofre efusivamente no mesmo tamanho que ama.
A corrida de sofrer 10 todos os dias, morro 10 todos os dias.
Até quando não restar 0 (zero)
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMPO – A trilogia do Viver
O inesperado pode roubar-nos o presente; as mudanças, desviar-nos completamente do futuro; mas o PASSADO jamais nos é tirado, por onde quer que sigamos e até o último momento.
A relevância do FUTURO não consiste em vê-lo concretizado ou não, mas em emprestar sabor ao presente e converter-nos em molas propulsoras para buscá-lo neste exato e mais recente amanhecer.
O PRESENTE só faz sentido como resultado direto de toda uma história que construímos para chegar até ele, e atinge seu ponto máximo quando cada partícula do agora chega plena de prazer no exato momento entre o último que se foi e o primeiro que o seguirá.
O choro vem silenciosamente como a água de um pequeno riacho caminha sobre as pedras, o peso de cada gota é o peso de cada lembrança, momentos bons e felizes que não voltam mais.
O preço da culpa e o peso de se entregar tanto.
A saudade que bate é como uma marreta, que faz o coração entrar em uma tempestade imparável, aquele fio se cortando e ver tudo aquilo e não poder fazer nada, é oque faz pensar que não tem mais volta.
Escrevi uma carta ao tempo sobre você.
Espero a resposta sentado na calçada,
perguntando onde está você.
Que o tempo não demore muito,
pois te amo e sou apaixonado por ti,
mesmo sem ainda te conhecer.
Tempo, tempo, tempo…
não te atrases,
traz para mim aquela mulher
que tanto espero.
Outro dia, enquanto meditava sobre os acontecimentos da vida, compreendi que tudo o que se planta é o que, inevitavelmente, se colhe.
Se alguém semeou ódio, rancor, inveja, ignorância ou blasfêmia; se humilhou, enganou, tirou vantagem ou zombou do próximo — pode ter certeza: a colheita virá.
E quando ela chegar, não reclame dos frutos, pois serão exatamente iguais às sementes que você plantou.
A vida é justa — cada gesto retorna no tempo certo, como resposta do universo àquilo que um dia oferecemos.
Jamais desejaria que você enfrentasse a escolha que um dia recaiu sobre mim.
Não espero que compreenda os caminhos tortuosos que me levaram até ela, nem carrego a pretensão de pedir seu perdão.
Algumas decisões, por mais inevitáveis que pareçam, têm o poder de despedaçar o que antes era belo — como um quadro rasgado por dentro, deixando apenas o silêncio como testemunha e cicatrizes como lembrança.
E mesmo que o tempo tente costurar os retalhos, há marcas que permanecem, não por rancor, mas por memória.
Você insiste em me agradar,
dizendo sobre mim coisas tão bonitas,
como se eu fosse algum farol perfeito
iluminando todos os teus dias.
Mas não sou tudo de bom que você fala —
sou feito de falhas, de medos, de cicatrizes
que o tempo não apagou.
Ainda assim, quando você me olha,
parece enxergar além do que eu sou,
como se visse em mim um alguém
que eu mesmo não encontro.
E é nesse teu jeito de me ver
que descubro o amor:
não por me tornar perfeito,
mas por ser aceito exatamente assim,
imperfeito e teu...
Ser o que não se é
é caminhar sobre espelhos partidos,
onde cada fragmento distorce o ego
e afasta o passo da própria essência.
A vida não adianta nem atrasa
quando se veste de ilusões:
apenas pesa —
vira um fardo de dias nublados,
um silêncio que rói devagar
por dentro da alma.
O espírito desconhece duplicidades;
não carrega duas faces
nem divide seus destinos.
Ele é inteiro, indivisível,
feito de uma única verdade,
e só floresce quando abandona a mentira.
Viver é despir-se das máscaras,
permitir que a luz da autenticidade
rompa as sombras que nos cercam.
Porque somente na verdade
a alma repousa em paz,
e o coração finalmente respira.
O acaso
Caneta, papel, café e uma vela acesa sobre a mesa,
depois da explosão sobraram alguns estilhaços, pedaços de você estão espalhados entre as linhas,
a uma voz que já não ouso ouvir, não por medo mas por saber os efeitos colaterais da colisão causada,
os desejos não podem sufocar as esperanças, não podem ser mais fortes do que a sabedoria encontrada no silêncio,
atravessar um iceberg com a tocha acesa não foi um feito, foi uma versão do meu futuro encarando a realidade sem desistir,
e caso aconteça o acaso de eu encontrar um novo amor por um acaso, estarei vibrante na mesma órbita de enfrentamento dos olhares e sentimentos.
Vivem te avaliando geralmente:não é sobre você, é sobre o que você carrega!
Não suportam ver alguém permanecer firme mesmo ferido.
Não entendem a tua entrega a Deus, então tentam te reduzir.
Julgam porque não conseguem discernir.
Isso aconteceu com Jesus: “E espiavam-no, se o curaria no sábado, para o acusarem” (Marcos 3:2). Viu? Eles também ficaram vigiando Jesus, esperando um erro. Se fizeram isso com o Filho de Deus, imagina com você? Essa guerra não é natural, é espiritual.
Guarde seu coração.
Eu queria saber
Por que é que eu insisto em me perguntar
Sobre coisas que não tem resposta
É como morrer mil vezes
Enquanto se vive uma vida
Que nem chega a ser assim ...
Tão longa
O mundo esconde o valor das coisas
Enquanto a vida vai vendendo
O que não vale quase nada
Até que um dia
Vem o tempo e nos desvenda
A esses e a tantos segredos
Carregados de mais perguntas
Somos cegos
Seguindo os caminhos traçados
Guiados pelas vozes de lobos vorazes
Que a bem da verdade sempre foram
Muito mais cegos do que nós
Não percebem, não sabem
Que aquilo a que se busca
Não se pode alcançar
É como um raio de luz colorido
Caindo do Sol pela manhã
E o azul do Céu, que desaparece
No momento em que a gente o toca
Felicidade, uma ilusão
O brilho da Estrela deixou de estar lá
E a vida não é como se pensa
Durante a guerra sempre os rios congelam
E os seus invernos são mais frios
Parece que foi sempre assim
A vida nos nega um sorriso
Justamente nos momentos
Em que tudo que mais se precisava
Era de um sorriso, simplesmente
Eu queria ter palavras
Pra explicar que não tenho respostas
Tem dias que o que mais desejo
É saber a verdade das verdades
Mas a única palavra que me vem
Me causa o querer e a vontade
de não querer saber mais nada.
Edson Ricardo Paiva.
Há dias em que o peso do mundo parece repousar sobre os nossos ombros. Nesses momentos de escuridão e desânimo, quando cada passo parece exigir uma força sobre-humana, é a sua coragem que se destaca. Ela não é um grito, mas um sussurro constante que se recusa a ser silenciado.
Sua resiliência atua como um farol, uma luz que brilha intensamente o suficiente para penetrar a névoa da dificuldade. Ela ilumina não apenas o próximo passo, mas todo o caminho à frente, lembrando-nos que o cansaço é temporário, mas o espírito é indomável.
Em um mundo que muitas vezes tenta nos diminuir, essa luz interior é a prova viva da nossa capacidade de superação. Por mais que tudo pareça pesado, sua coragem ilumina o caminho, mostrando que a força para seguir em frente já reside em você.
A responsabilidade afetiva é como caminhar sobre uma ponte feita de palavras e silêncios. Cada gesto, cada promessa, cada ausência, constrói ou destrói o caminho que o outro percorre até nós. Não temos o poder de controlar o que nasce no coração alheio, mas temos o dever de não incendiar esse terreno com descuido.
Há quem transforme a própria dor em narrativa, quem se agarre ao vitimismo como se fosse abrigo. E nesse instante, a responsabilidade afetiva encontra seu limite: não é possível carregar nos ombros o peso das distorções que o outro escolhe alimentar. Podemos ser claros, honestos, transparentes — mas não podemos impedir que alguém se sabote, que crie labirintos internos onde nossas palavras se perdem.
Responsabilidade afetiva não é submissão, não é culpa, não é prisão. É consciência. É dizer “eu não posso te dar isso” sem crueldade, é não alimentar ilusões que sabemos não florescerão. É cuidar para que o outro não se torne apenas reflexo de nossas carências, mas presença viva e respeitada.
E quando o outro insiste em se colocar como vítima, mesmo diante da clareza, é preciso lembrar: cada um é guardião das próprias feridas. Podemos oferecer cuidado, mas não podemos curar o que o outro insiste em abrir. Podemos estender a mão, mas não podemos obrigar ninguém a sair do abismo que construiu para si.
Responsabilidade afetiva é, no fundo, um pacto de humanidade. É reconhecer que sentimentos são rios que correm livres, mas que nossas margens podem guiar ou ferir o fluxo. É saber que não somos donos da emoção alheia, mas somos responsáveis por não lançar pedras que causem tempestades desnecessárias.
E assim seguimos: entre a delicadeza de ser honesto e a firmeza de colocar limites. Entre o desejo de cuidar e a consciência de que não podemos salvar quem não quer ser salvo. Porque amar — ou simplesmente se relacionar — é também aceitar que o outro tem sua própria narrativa, e que nossa responsabilidade termina onde começa a escolha dele de se perder ou se encontrar.
Tatianne Ernesto S. Passes
O LIVRO DOS ESPÍRITOS - QUESTÃO 632.
SOBRE O BEM E O MAL SEGUNDO A LEI NATURAL.
A questão seiscentos e trinta e dois de O Livro dos Espíritos, traduzido por José Herculano Pires, situa-se no âmago da ética espírita, onde a consciência humana é convocada a discernir, com rigor, o bem e o mal. O questionamento é direto: sendo falível, poderia o ser humano enganar-se, atribuindo ao bem aquilo que, em profundidade, é mal?
A resposta dos Espíritos superiores, sintetizada pela remissão ao ensino do Cristo, é lapidar e absoluta: tudo se resume ao critério do que desejaríamos receber. Este princípio, enunciado como medida universal, evita sofismas e protege o espírito contra ilusões morais. O erro humano não se origina na lei, mas na deformação dos desejos e na projecção egoísta das próprias paixões.
A lei natural, conforme elucidada por Kardec em mil oitocentos e cinquenta e sete, é inscrita na consciência. O equívoco ocorre quando o homem, em vez de consultá-la, inclina-se à sombra de seus interesses, perdendo a clareza interior. A ética espírita, entretanto, oferece um método: a diligência reflexiva, o autoexame diário, a comparação entre aquilo que faço e aquilo que gostaria de receber caso estivesse na posição oposta. É um retorno permanente à simplicidade da sentença do Cristo.
A aplicabilidade deste princípio é inalterável. Não depende de época nem de circunstância, pois se funda na reciprocidade moral que estrutura a convivência e regula o progresso espiritual. Toda ação que resiste ao teste da reciprocidade revela-se legítima; toda ação que o reprova denuncia desvio.
"Ter paz consigo mesmo é o alicerce sobre o qual se constrói a resiliência, a força interior que nos permite enfrentar os desafios mais árduos. É o silêncio que precede a tempestade, o refúgio seguro onde podemos nos recolher e recarregar nossas energias. Quando estamos em harmonia com nossos pensamentos, emoções e valores, somos capazes de enfrentar as adversidades com serenidade e determinação.
A paz interior não é a ausência de conflitos ou dificuldades, mas sim a capacidade de lidar com eles de forma saudável e construtiva. É a aceitação de que a vida é um ciclo de altos e baixos, e que cada desafio é uma oportunidade para crescer e aprender.
Quando temos paz consigo mesmo, somos capazes de:
- Enfrentar os medos e inseguranças com coragem e confiança
- Manter a clareza e a objetividade em momentos de crise
- Cultivar a empatia e a compaixão por si mesmo e pelos outros
- Desenvolver a resiliência e a capacidade de se adaptar às mudanças
- Encontrar o propósito e o significado em nossas vidas
Portanto, ter paz consigo mesmo é o princípio fundamental para construir uma vida plena, feliz e realizada. É o ponto de partida para enfrentar os desafios com confiança, coragem e determinação, e para viver uma vida que reflita nossos valores e objetivos mais profundos."
Crônica sobre a Literatura Portuguesa
Herdaram o mito a poesia e o drama, são todas às experiências da humanidade, que se transformaram em literaturas curriculares ou grandes livros que são difundidos na forma do criacionismo. As experiências da humanidade são materiais da cultura dos povos, por meios descritos ou imaginários. Assim se fez o homem, a memória a fé a crença e as experiências até a morte. A morte leva o homem ao sufoco pelo clarão do fogo ou pela coroa d’água, mas não pelo entendimento. Não existindo a presunção da morte nem a passagem dela existe; o que existe é apenas o imaginário do inicio e fim e o “Meio”. Para a criação da carne existiu um diário imaginário contido em prazeres ilimitados com as experiências contadas em prosas e versos, poesias e dramas. Deus desfila a carne nas entrelinhas do imaginário anseio do homem, do êxtase o diabo, construído pelas circunstâncias naturais dos ciclos das vidas. Como pode o resto de eu compreender o a idade o meio e o fim de tudo! Como pudera eu morrer sem compreender as promessas das liquidações das contas! Como pudera...
Calçadas ao mundo.
Andamos sobre concreto, mas muitas vezes tropeçamos na própria indiferença. Calçadas que deveriam ser caminhos, setornam muros que se erguem sem aviso.
O cadeirante encontra barreiras, o cego tropeça no invisível, o idoso sente o peso do mundo que outros ergueram sem perceber.
Não é só pedra ou cimento, éfalta de olhar, de cuidado, de consciência.
O ego sobe alto, enquanto a empatia fica no chão.
Cada passo é responsabilidade, cada gesto é construção. Não fique esperando só pela prefeitura da sua cidade. Seja você a pessoa que fará a diferença, será que você vai esperar
Seu filho, sua mãe ou alguém que você ama sofrer para fazer a calçada acessível?
Reflexão sobre a necessidade de aprovação
A necessidade de aprovação dos outros é como uma lente que distorce a forma como enxergamos a nós mesmos. Quando cada palavra dita ou cada gesto realizado é medido pelo impacto que terá nos olhos alheios, a vida se torna uma busca incessante por validação externa. Nesse processo, a autenticidade se perde: deixamos de agir conforme nossos valores e passamos a viver em função das expectativas dos outros.
Essa dependência nasce, muitas vezes, da insegurança. O medo de rejeição faz com que a pessoa se agarre ao elogio como se fosse oxigênio. No entanto, quando questionada sobre essa fragilidade, a tendência é negar. A negação funciona como uma defesa: admitir a insegurança seria reconhecer uma vulnerabilidade que parece insuportável. Mas negar não elimina o problema; apenas o oculta.
O paradoxo é que quanto mais buscamos aprovação, menos livres nos tornamos. A vida passa a ser guiada por um roteiro escrito por terceiros, e não pelo próprio coração. A crítica fere, o silêncio incomoda, e o elogio se torna indispensável. É um ciclo que aprisiona.
Romper esse padrão exige coragem. Coragem para aceitar que a insegurança existe, para reconhecer que não é possível agradar a todos, e para compreender que o valor pessoal não depende da opinião externa. A verdadeira liberdade surge quando a pessoa aprende a se validar internamente, a se olhar com compaixão e a aceitar suas imperfeições como parte da jornada.
Tatianne Ernesto S. Passaes
Reflexão sobre a Imaturidade
A imaturidade é um espelho turvo, onde o ego se contempla e se engrandece, mas não enxerga além da própria sombra.
É o grito infantil travestido de adulto, a paciência que nunca floresceu, a empatia que se dissolve como sal na água, o altruísmo congelado em um inverno sem fim.
Ser “mimado” não é apenas receber demais, é não aprender a dar, é não compreender que o mundo pulsa em outros corações, que a vida não se curva ao desejo de um só.
A falta de estrutura, a ausência de mãos que guiem, de vozes que instruam, gera um ser que caminha com pés frágeis, incapaz de sustentar o peso das próprias escolhas.
E assim, nega o outro, nega a realidade, nega a dor que não é sua, como se o universo fosse apenas um brinquedo particular.
Mas a verdade é dura: crescer não é apenas envelhecer, é aprender a suportar o silêncio, a ouvir o que não se quer, a aceitar que o mundo não gira em torno de nós.
A maturidade é o ato de abrir os olhos, de reconhecer que o ego é pequeno, que a vida é vasta, e que só quem se desfaz das correntes da infantilidade pode, enfim, tocar a liberdade de ser humano inteiro.
Tatianne Ernesto S. Passaes
