Textos de Amizade Antologia Poetica

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Vitrine D'Alma
Sinopse


Vitrine D'AIma é uma literatura poética em que minha alma navega pelo tempo e às vezes, para em alguma estação…em que podemos sentir-nos como a primavera sob o perfume das flores e o colorido das cores, como verão sob o sol esplêndido e o calor mais intenso, outono como doces frutos em que as folhas caem e se acaso inverno, às vezes, tais como o gélido frio em tudo se transforma em memórias, os quais estampamos na mente e tudo pode se transformar em poesia para podermos sentir novamente, estações,universos, coisas e pessoas, porque sem sentimento, nada existe.

Este livro é a essência da beleza e da sensibilidade da autora nos aspectos mais sutis e por hora contempla, crítica, sugere mudanças.

A poesia é moderna, uma vez que ela em seus sonetos preserva a forma, contudo, abre mão da rigidez dos decassílabos perfeitos, pois para ela a poesia tem que fluir livremente, porque onde a poesia fluir haverá beleza, liberdade, amor e tudo o mais que um poema pode oferecer.

O livro é repleto de beleza, inspiração e musicalidade em que os poemas podem ser cantados, daí a autora se traduz como compositora de versos musicais, talvez em sua singela interpretação, quisesse transmitir não somente a poesia.



Maria Lu T.S.Nishimura

Poeira poética do doloroso amar



Eu achava
que entraria em sintonia com o amor.
Você seria a melodia
da minha poesia empoeirada.
Mas ela vai ficar guardada.
De.novo.



Já que você
será o ritmo
para os ouvidos dela.

E eu desconfiei...
te ver amar.
Me enganei
imaginando ver
o seu amar em mim.

Me dói.
Uma dor familiar.
Uma história velha,
com protagonista novo.

Me dói o coração:
falhar no amar
mais uma vez.

Meu apetite pela poesia da vida
é insaciável...


minh'alma é gulosa da essência
poética do viver...


trago nas memórias do meu ser lírico
um pergaminho ancestral
bordado de palavras e versos ...


e nesse manuscrito eterno
há dores que florescem
e saudades que se eternizam...


há silêncios que falam mais
do que a voz das palavras...


e esperanças acesas que sobrevivem
mesmo sob os escombros do tempo...


Sou herdeira de vozes antigas
ecoando em mim
como rios subterrâneos
alimentando cada sede
e cada fome de poesia...


Meu apetite pela poesia
da vida é insaciável...


minh’alma é gulosa
da essência poética do viver...


trago nas memórias do meu ser lírico
um pergaminho ancestral
bordado de palavras e versos...


nesse pergaminho secreto
repousam tardes douradas
de infâncias guardadas
no coração das flores e das cores...


sussurros de rios que nunca se calaram
e o voo livre das borboletas e das gaivotas
que ainda dançam em meus olhar...


cada lembrança é uma pétala
que o tempo não desfez...


cada verso é um sopro
que me devolve a eternidade
dos momentos...


sou feita de silêncios luminosos
de auroras que se abrem dentro de mim...


e em cada nascer do dia
reencontro a poesia
que me alimenta de ternura
das carícias da saudade...


Minh'alma é poesia da vida
de todas as minhas memórias ...
✍©️@MiriamDaCosta

Incisões de uma Alma Poética


O tempo
e o vento
levam tudo...


Nunca
as palavras
germinadas,
entalhadas
na alma...


O tempo devora,
o vento dispersa,
tudo se vai...


Tudo,
menos as palavras
que sangraram da alma,
gravadas em silêncio,
como cicatrizes
que não cedem
à erosão dos dias...


O tempo passa,
o vento leva...


Mas ficam,
no âmago,
as palavras
que um dia floresceram
em terreno de dor e beleza,
raízes sutis
que o esquecimento
não alcança...
✍©️@MiriamDaCosta

Noite bastante acolhedora, a minha mente poética em constante atividade, trazendo a tua presença para os meus pensamentos, deixando esta ocasião ainda mais enriquecida pelo poder do teu charme, que aguça a minha imaginação intensa, numa expressiva criatividade

Um sorriso verdadeiro, cheio de vida, que ilumina como as estrelas, detalhes atraentes, primorosos, uma desenvoltura atrevida, emocionante e uma certa doçura, olhos que refletem a tua grande intensidade e uma dose sensata de loucura, essência da poeticidade

Imagino que até o teu perfume é provocante, passando as mãos pelas tuas curvas e que muito suave é a tua pele, mas é evidente que concordamos que somente a superficialidade não é o bastante e sim apenas uma parte de uma interação sincera e muito fascinante.

Se acontecesse
com os guerreiros
Da minha Pátria,
A poética
que habita em mim
Também estaria
de prontidão,
Porque aonde
se falta liberdade,
A minha poesia
vira missão,
Vestir ou ter vestido
farda nunca
mediu nada,
E jamais servirá
De régua
para medir
a democracia
Que mora no coração,
O quê se mede somente
é o amor que se tem
Por toda a gente
da terra em questão
Assim canto pela libertação.

⁠Luzerna Poética

Linda a qualquer hora
do dia e da noite,
embalada pelo coral
da passarada no Meio Oeste
És minha Luzerna amada
deste solo catarinense.

Minha Luzerna poética,
és filha radiosa que esplende
neste Vale do Rio do Peixe,
e herdeira do Contestado
que mantém o peito apaixonado.

Linda a todo momento
é a minha Luzerna poética
que sempre encontra
abraçar a conciliação,
e faz um paraíso sublime
deste distante rincão.

Linda Luzerna poética
que me leva ao som da fanfarra
e da risada da juventude
ao Trapiche do destino
para caminhar contigo.

Minha Luzerna amada,
na cachoeira Linha Dois Irmãos
tenho a minh'alma lavada,
minha poesia cidade,
habitante poema do coração
e embaladora alegre canção.

Com os cabelos cobertos
de flores e escrevendo
poesia por onde em ti passo,
minha Luzerna adorada,
peço sempre aos franciscanos
que intercedam junto a Deus
para que sejamos abençoados.

⁠Mafra Poética

Mafra da minha História,
minha Mafra poética,
O balançar das araucárias
do meu destino falam
das minhas memórias
que um dia hei de contar,
Nunca deixei de te amar
nesta vida mesmo longe
de ti tendo que caminhar.

Poética Mafra poética,
por tudo o quê fostes,
és e para sempre serás,
Tudo de ti em mim
para sempre sobreviverás.

Mafra poética e amorosa,
quando fecho os olhos
ou vejo uma nectarina,
Recordo que há muita
História a ser contada
nesta Bela e Santa Catarina.

"A morte de Zilda Arns, em plena ação missionária, no Haiti, tem a dimensão trágica e poética do artista que morre em cena. Dedicou toda a sua vida de médica sanitarista à causa dos desvalidos. Sacrificou a perspectiva de uma vida regular e confortável, que sua qualificação profissional lhe permitia, ao nobre ideal de submeter-se ao mandamento cristão de amar ao próximo como a si mesmo.


Raras são as pessoas desse quilate espiritual, capazes de renúncias desse porte. Zilda Arns inclui-se numa seleta galeria de seres humanos integrais, em que figuram personagens como Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce.


São pessoas que melhoram o mundo e seu tempo e impedem que o ser humano descreia de si mesmo. São beneméritas da humanidade, cuja biografia vale por um tratado de direitos humanos.


Fui seu colega no Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e tive o privilégio de com ela conviver. Sua morte desfalca os que travam o bom combate, de que falava São Paulo, e enluta não apenas o Brasil, em que era peça-chave no desenvolvimento de políticas sociais, mas toda a América Latina, a que também estendia o manto de sua generosa ação humanitária".


CEZAR BRITTO


Presidente do Conselho Federal da OAB".

Inserida por danieldouglassl

Tramela poética

Poeta rabisca o que pensa
E não pensa pra rabiscar
Seus rabiscos aas vezes encanta
E outras faz chorar

Poeta é pensador
Que as vezes perde seu teor
Suas rimas as vezes magoam
Dependendo de como soam

E se se retratam nos rabiscos
Como é que eu, poeta, fico?
Pois jamais tive a intenção
De ferir a ninguém no coração

Uma tramela é preciso
Para não mais olvidar
Rabiscar conciso
E a ninguém...magoar

Inserida por Nanevs

Poética vida.

Vida. Significado poético onde
ficção e romance se misturam
em um so drama pelo resto da historia.
Finalmente estou procurando uma ação,
para quem gosta de mistérios, ela aje
de uma forma romântica, com amores
subpostos a te odiar para que
no final você possa descobrir
a quem te ama verdadeiramente.

Para aqueles que gostam de um
romance, ela aje injustamente,
com a mistura de ficção e ação
para manter o seu suspense.
No meio da historia, seus amores
aparecem sem que você perceba
e guarde todos eles na memoria
como os seus melhores amigos.

E aqueles que preferem drama,
sua vida estara repleta de fases,
que continuam a fazer de seus
lazeres um inferno, e de suas distrações
uma dor de cabeça. Mas, o seu
romance estara do lado certo, no momento
certo, no lugar certo do jeito perfeito,
sabendo que de qualquer forma,
a vida sempre acabara em poesia.

Vida. Significado poético onde
ficção e romance se misturam
em um so drama pelo resto da historia.

Inserida por tinhoowsantana

Por uma educação poética
Em seu poema "Belo Belo", publicado na obra Lira dos cinqüent'anos, o poeta Manuel Bandeira dispara: "Não quero amar,/Não quero ser amado./Não quero combater,/Não quero ser soldado/. - Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples/. Por meio do discurso dessa autoridade incontestável da seara das letras, impregnado de uma sabedoria que a maioria de nós busca alcançar, nos sentimos propensos a refletir sobre a grandeza existente nas coisas singelas e a forma como elas conduzem nossos corações e mentes para o caminho do que é realmente importante à existência humana. Possibilitar essa visão apurada da vida é contribuir para o entendimento de que a felicidade é composta pelas ações e sensações presentes nas coisas mais corriqueiras. Esse aprendizado deve ser, ou pelo menos deveria, um dos objetivos primeiros da educação. Nas disciplinas do currículo regular, na abordagem dos temas transversais, nas numerosas atividades que devem configurar o ano letivo das escolas - semanas culturais, gincanas, passeios, comemorações cívicas -, é necessário que os educadores propiciem aos seus aprendizes a consciência do que é o bem, o bom e o belo. Até porque essa tríade, capaz de dotar o espírito e a mente humana do viço e da energia essenciais à edificação de ideais nobres, cria um círculo virtuoso fundamental à convivência social pacífica, ao desenvolvimento do caráter ético e ao fortalecimento de valores como: honestidade, lealdade, respeito, civilidade, fraternidade, solidariedade e senso de justiça. Essas e tantas outras percepções e virtudes provêm do aprendizado adquirido na família e também das influências recebidas pelo meio. É aí que entra o papel da escola e o trabalho sensível dos educadores. Mestres são também maestros. Regentes cuja missão é ensinar aos músicos/aprendizes a ler as partituras da vida equilibrando razão e emoção, competência técnica e amor. Para isso, há que se despertar os educandos para o singelo, para a verdade e para a beleza essencial de todas as coisas. Em seus versos irretocáveis, Manuel Bandeira sintetiza parte dos conceitos filosóficos descritos por Platão a respeito do belo, tanto em seu texto Fedro, quanto em República. No primeiro, o filósofo nos diz: " (...) na beleza e no amor que ela suscita, o homem encontra o ponto de partida para a recordação ou a contemplação das substâncias ideais". Já em sua República, Platão compara o bem ao Sol, que dá aos objetos não apenas a possibilidade de serem vistos, como também a de serem gerados, de crescerem e de nutrir-se. O pensamento filosófico e a poesia não oferecem mapas ou guias para a felicidade. Muito melhor do que isso, apontam caminhos para que possamos ter o prazer de encontrá-la pelos nossos próprios esforços. Assim deve ocorrer também com a educação, cujo compromisso maior precisa ser o de proporcionar escolhas, opções de rota, além de fornecer aos seres em formação os instrumentos básicos para as suas jornadas pessoais. Mestres e aprendizes têm de compartilhar a fascinante aventura da troca e da descoberta, de modo que, juntos, ampliem a capacidade de olhar as paisagens da vida com os olhos de ver... Carlos Drummond de Andrade - outro mestre sagrado da poesia - já falava sobre isso em seu belíssimo poema "A flor e a náusea", do livro A rosa do povo: "Uma flor nasceu na rua!/(...)Uma flor ainda desbotada/ilude a polícia, rompe o asfalto./Façam completo silêncio, paralisem os negócios,/garanto que uma flor nasceu./(...)É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio/." Essa visão privilegiada dos poeta, dos grandes visionários e filósofos tem de estar no cerne das propostas educacionais. Seja nas instituições de ensino superior, seja nas escolas da rede pública ou privada, nos colégios da periferia, quiosques, cabanas e ocas em que a educação transcende as carências de infra-estrutura física e material e se dá por meio do altruísmo de milhares de mestres que habitam os mais variados rincões do País.... É preciso utilizar uma pedagogia que revele o bom, o bem e o belo em sua essência primeva. No ensaio "Inquietudes na poesia de Drummond", do livro Vários Escritos, o professor Antonio Candido discorre sobre o que chama de "função redentora da poesia". É esse o alerta e o norte necessário à educação de excelência. No dia-a-dia da sala de aula, no vaivém do processo ensino-aprendizagem, no ritmo alucinante da busca pelo saber, é necessário encontrar um tempo para ler, reler e resgatar, enfim, os dizeres dos grandes filósofos e poetas, de modo que possamos nos educar e educar aos demais para olhar o asfalto e, ainda assim, poder enxergar a flor.


Publicado na Folha de S. Paulo

Inserida por fraseschalita

Não,amor. Não.
Porque não há coisa mais poética do que a dor e o sofrimento [ e o poeta que é poeta sabe disso e sabe o o porquê]
Não há poesia mais bela a fossa versada – ver a dor em versos ajuda a entendê-la e até a superá-la .
E a poesia, para sobreviver, precisa da morte do poeta.
A rima se completa, a metáfora fica cheia de graça, e o leitor que se apaixona pela poesia, nem imagina que um dia aquilo foi a tua morte – em metáfora ou não – e por fim apenas sorri.

Inserida por LonelyAngel

Conversa Moderna e poética
Cary diz:
*isso ae, na vida estamos sempre atuando
nayra diz:
*opa!!!ehhehehe
Cary diz:
*um dia somos fortes, outro dia fracos
nayra diz:
*outros dias fracos...outros tbm...ahuhauha..e de vez em quando fortes...mas nao dá nada nao...
Cary diz:
*pois é nem sempre é fácil fazer comédia
*o trágico sem tem mais platéia !
nayra diz:
*pois é...o trágico é melhor em monólogo!
Cary diz:
*e nem sempre contracenamos com os mesmo atores...
nayra diz:
*hhehehe...essa é a melhor parte
*ou pior
Cary diz:
*pq sempre há um palco diferente para ambos...
nayra diz:
*que bonito..ehhee
Cary diz:
*as cortinas sempre se fecham...
*e alguns batem palmas outros vão embora sem entender a mensagem
*o importante é a sua atuação e o que você aprendeu dela, ou seja é a vida... fim

Inserida por cary29

ATEMPORALIDADE POÉTICA

Me perguntam sobre os sentimentos versificados
“São sentimentos do passado?”
“São sentimentos do presente?”
Sim para as duas indagações
E mais…
São sentimentos do futuro e de um tempo ausente

Mas não somente sobre o tempo me inquirem
Querem saber a pessoa do tempo
“Para quem escreve?”
Escrevo para alguém do presente
Que anda de mãos dadas com alguém do passado
E abana a outro alguém do futuro
Escrevo apenas para meu inconsciente

Minha escrita é perdida no tempo
Alcança todos e não pertence a nenhum
Versos anacrônicos que perambulam pelas dimensões
Carregam o que senti, sinto e sentirei
Vagam randomicamente pelo espaço
Cujo destino nem eu mesmo sei
Ébrios vagabundos eternamente errantes
Que não apressam seus passos desconsertantes

Meus rabiscos são impessoais
Os sujeitos são anônimos
Escondidos por detrás da cortina das letras
Expurgam um simples sentir
Não um ser que se brinca de fingir
Mas, sim, também são pessoais
Porque dedico a alguém de agora
E junto dedico a alguém de outrora

Não tentem despir minhas palavras
Nem campear um simples significado
Só aproveitem este texto desordenado
Não talhem um nome e um tempo na poesia
Pois mesmo os versos agora dedicados
Carregam muitos nomes futuros
Carregam muitos nomes passados

Inserida por ricardopasqual

Poética

Alma derramando
Gota a gota
Letra a letra
Vou montando palavras
Vou montando meu verso
Derramando sementes
Vogais e consoantes
Faço meu poema
Teço todas as letras
Entendo sentimentos
Entendo sensações
Palavras em metáforas
Preenchem espaço vazio
Ao final de cada frase
Ar entre parênteses

Inserida por iristerrasborges

O SENTIDO DA ALMA POÉTICA
(14.10.2018)

Não há momento mais preciso
Que envolve o poeta profundamente,
E o deixa entrar em um mundo místico,
Revelando todo o sentido da sua alma..

Do que a inspiração a chegar
No silêncio do mar a cercar
A sua consciência, e a trazer ideias,
Nascendo com toda inocência.

Inserida por ricardo_oliveira_1

Vestígios de uma carta poética
Não, não tentes me usar,

Pois não sou brinquedo.

Não, não tentes me manipular,

Pois não sou manipulável.

Eu sou seu pior pesadelo nesses dias de calmaria e treva.

Eu sou sua Deusa encontrada em um corpo de menina.

Eu sou sua excitação mais gostosa.

Não, não tentes me convencer de que sou um melhor, a verdade é que sou como a lua cheia de fases e você é o oposto de tudo aquilo já vi.

Não, não tentes brincar com o resto do meu coração e depois sair fora.

Eu sei é muito tentador brincar comigo,

Porém talvez seja impenetrável...

Não irei mais me afogar na minha própria solidão, estou te deixando não por egoísmo ou por não te amar, a verdade é que ainda amo-te profundamente por essa razão estou a te deixar. Espero que um dia entenda, assim como entendi o que fez comigo nesses últimos anos.

Adeus.

Inserida por brenda_lima

Controvérsias

Te escrevo esta lírica crítica poética
Como um tolo devaneio desta minha mente
Antes tão inerte, agora inquieta
Redijo substantivos e vocábulos
Tão mornos e oblíquos
Afim de encontrar acalento
À esta minha vida, morna e incerta.

De amantes a inimigos
Malditos escravos
De devaneios antigos
De estranhas aversões
Nossos nocivos estragos

Eu queria a calmaria
Do encontro das marés
Queria a melodia
Orvalhada dos ouropéis
Queria não ser tão estático
E poder não sentir
Essa minha dor
Mas não sei se queria
O privilégio de chamar-te de amor

No ápice de minha saudade
Houve um lapso temporal de desespero
Em que sem pudor ou medo,
Infligi a mim, uma dor de total desmantelo
Queimei-me a pele
Por não suportar o queimor que me aquecia por dentro
Meus epitélios pareciam desgrudar da derme
E seu nome não me saía da cabeça
A tu, eu perdi a sanidade.

Nem mesmo todo o tempo que passamos na estrada
Bastaria a compensar as horas que perdi delirando por ti
Queria não ter essa intensidade exacerbada
Mas das rosas que você me deu,
Sou a estragada.

Desvencilhei-me das lembranças tuas
Mas tua foto ainda está em minha cabeceira
Ainda sinto teu cheiro em pessoas alheias
Em minhas andadas rotineiras

Queria ter lembranças como as suas
Boas e puras
Mas nas minhas,
Só fomos dois inconsequentes
Cambaleando sob a linha tênue à margem da razão e da loucura

Beijei bocas das quais não lembro o gosto
Pousei em corpos estranhos, conhecidos e em tantos outros
Mas sempre foi você,
O fogo que me torna imune aos sopros

Estou numa bolha de inércia prestes a ser estourada
Meu mundo rosa tem coloração acinzentada
És parte fundamental desse caos instaurado em mim
E sem você, eu me resguardado
Nada mais vai ser cem por cento
Nada tem a beleza extraordinamente quântica
Linda, leve
Como teu sorriso e teus cabelos ao vento

Minha energia lasciva destruiu teu carro
E a minha sanidade,
Me trouxe os debates existenciais sobre a beleza da ida
Mas se eu não fosse azarada,
Não conheceria quem me ensinou a fórmula de resolução
Ou da destruição de minha vida

Toda a incompreendida chama que juravas ter
Era brasa molhada, fogo de palha
E agora, cobrança de saudade
Que só sobrou pra mim
Junto à esse romantismo ultrapassado
À imensidão de lirismo incompreendido
Você me trouxe de volta à monótona realidade.

Com a dor de ser o que sou,
Acabou.

Acabaram os vocábulos
Todos os numerados fósforos foram queimados
E apagaram
Só restou a fumaça
E a dor reconfortante de quem os segurou até o final.
Serei sua
Enquanto meus versos inconformados e desajustados
Insistirem em ser seus.

Thaylla Ferreira Cavalcante

Inserida por ThayllaCavalcante

Gênese Poética

Cada poema de um escritor é como um filho que foi gestado com carinho em seu sagrado ventre poético. Às vezes, o processo de gestação é demorado, outras vezes não. Quase sempre o parto é natural e sem nenhuma dor. No instante do nascimento, se cria um vínculo emocional eterno entre o poema e o seu autor. Vínculo este que nem o tempo desfaz. Depois de parir, a escolha do nome é um dos momentos mais emocionantes, seguido do registro em seu nome. Como toda mãe zelosa, um escritor não admite que toque em seus filhos. Se quiser arrumar briga com ele, pelas próximas dez encarnações, basta tocar em um fio de cabelo do seu filho. Então, não tente tomar para si um poema dele.

Inserida por ednafrigato