Textos de Alta Estima
ESTRADA DO REFÚGIO
Lá, num lugar esquecido, quase desconhecido, na Nova Alta Paulista, tem uma cidadezinha chamada Irapuru. Lá, em Irapuru, na zona rural bem mais esquecida, num bairro quase desconhecido tem uma estrada que leva à Primeira Corrente. Lá, na Primeira Corrente tem um cafezal esquecido, quase desconhecido, onde tem um carreador. Você sabe o que é carreador? Lá, nesse carreador, tem um triozinho, esquecido, quase desconhecido... É ali que eu encontro paz. Sem ninguém por perto, só dá pra ouvir a voz de minha própria consciência. Tem belos pássaros, quase esquecidos, quase desconhecidos do povo das grandes cidades. Tem um cheiro de relva, tem um sabor de esperança, tem uma imagem da inteligência de Deus e, incrível... tem goiabeira com goiaba na beira do caminho. Tá certo que é uma goiabeira esquecida, quase desconhecida, mas... ela está lá. Quando passa alguém por mim, alguém assim esquecido, quase desconhecido... nos raros momentos quando isso acontece, certamente essa pessoa vai tirar o chapéu. Sabe... eles usam chapéus de palha... hábito quase esquecido, quase desconhecido das novas gerações. Eu... com meu boné, sinto-me diferente. Só sinto-me igual na hora de cumprimentar. É... na cidade onde eu nasci, chamada Irapuru, todos se cumprimentam. Um dia passei por um rapaz, na estrada de ferro e ele nem olhou pra minha cara. Abaixei a cabeça sorrindo e dizendo sem perceber, que aquele rapaz, que passava naquela estrada de ferro quase esquecida, quase desconhecida... não era de minha terra. Se fosse, saberia onde fica a Primeira Corrente... saberia apreciar os pássaros, saberia o que é carreador, saberia o que é triozinho, saberia usar chapéu de palha, saberia vislumbrar um cafezal e saberia, sobretudo, cumprimentar. É por isso que eu tenho orgulho do povo da minha terra. Por favor, quando eu morrer, eu... esse ser quase esquecido, quase desconhecido... quero ser enterrado em Irapuru... de preferência num túmulo esquecido, quase desconhecido do chão que me viu nascer."
Clamo em voz alta tudo que sinto em meu coração para encontrar a cura para os sentimentos únicos em mim;
Quero me achar do lugar de onde me assisto para me acertar e mudar o meu semblante;
Adoro contemplar os sentimentos verdadeiros para entender e encher-me de esperança e renovar-me;
Estou sentindo me perder ou me apagar dessa história, mas assisto minhas pelejas no meu silêncio;
Tal e qual o mar, podemos classificar esta semana que está terminando como
agitada, maré alta, ventos fortes.
Mas valeu a pena!!!!
Passou-e a tempestade e veio a bonança, para amenizar a nossa tão esperada SEXTA-FEIRA.
Que tenhamos um sexta de mar calmo, de água límpidas e brisas suaves.
O quadro vivo
Eu gosto de olhar pela janela do quarto.
A janela alta do meu prédio
e olhar.
Ofusco-me nas luzes horizontescas
pitorescas da noite sublime,
distantes e borradas de rímel.
A agonia começa no cômodo
de cunho pensante.
As luzes lá da frente não se apagam
aqui as paredes se esfriam
cada vez mais
cada vez mais necrosadas.
O olhar alcança a floresta tempesteira por raios,
logo atrás dos borrões nos postes,
da torre da igreja crucificada,
dos borrões amarelos ambulantes,
os da ida e vinda
os da volta e partida.
Alguns piscam, outros param,
muitos voltam
(Esqueceram as chaves de casa, a camisinha, o próprio aniversário)
Os pneus queimam o asfalto,
sinto cheiro amargo,
deve ser a torradeira avisando que o sol apareceu
e que eu esqueci de dormir,
deve ser de manhã, o sino vai tocar
e eu permaneço olhando pela minha janela
com meus olhos pintados por lápis preto,
ambos em volta preenchidos pela cor viva
o negro.
Durmo sem saber que horas são,
não sei, porque ainda não dormi.
Espumas ao longe
Vem a vela dos barcos balançando....
Paro a pensar.
O mar de mare alta
Maresia e ressaca.
Quanto mais o mar bate forte,
Mais eu ligo de ti amar.
Quanto mais o mar saracoteia
mas eu penso em voce.
Marujos ao mar, rede cheia de peixes.
Fartura.
Seis da manha...velas atracando.
E eu, sentindo aquele cheiro de mar alvoraçado
Me pergunto>
Onde estara o meu amor?
Os peixes me olham de dentro das redes....
Parecem assustados....
E eu digo > Nessa vida tem encanto pra tudo!
Ate pra os peixes amordaçados nas redes do pescador.
Pra eles, existe começo, meio e nunca o fim...
Eles saem de seus cantos azuis
Mas nunca perdem o viço.
E viram contos.
O mar me enfeitiça, sou mordida pelas ondas.
O meu amor nao esta nas redes...Nem na pescaria...
Mas, o meu amor reside, em qualquer espuma.
Seja branca ou sacudida.
La esta o meu amor.
Por que eu sei....eu sei...
Que o que o mar traça
Nao escapa, nem da dor....
Nem do desamor.
O que o mar traça....O mar desvenda.
Pés Quebrados
Eu tive que quebrar o pé para reaprender a andar.
Caminhando em alta velocidade, me vi sem
Caminhando tranquilamente, um filme passa pela minha cabeça...
Em poucos segundos tudo despenca.
Você pisa firme, mas cai...
Tudo gira...
Falta de firmeza, de apoio...
O que fazer?
Levantar...
E depois?
Já não consegue colocar os pés no chão...
Além disso uma dor muito forte.
Tempo de reflexão.
Tempo de parar tudo o que julgava importante.
Momento de olhar para nós e consertar tudo.
Jogar fora tudo o que é inútil...
Não quero que me aches bonita nem feia, nem alta ou baixa, silenciosa ou brejeira.
Só desejo que olhes meus olhos e perceba neles este longo caminho, trilhado com coragem, mesmo quando com medo e solidão.
E que nesse olhar compreendas que este é o coração, que por amor, estou entregando a ti...
Vivo dias de Bolsa de Valores, uma hora em alta, outras em baixa. Nossas vidas podem ser comparadas como uma cascata, se um quesito não está indo bem, incoscientemente as outras áreas de nossas vidas, serão afetadas.
Continuo seguindo a vida, pois o tempo não pára... mas a sensação de seguir a vida, continua como se a mesma estivese em pausa, aguardando o novo começo prometido pelo Senhor.
Tem certas coisas que eu tenho medo de escrever.
De escrever e de falar em voz alta.
Porque tenho medo de minhas próprias dúvidas.
E de minhas convicções abaladas.
Tenho medo de perder as certezas que um dia tive...
E de ver meus principios fazerem eco na escuridão.
De perder o chão. ...
Porque no exato momento em que me deito, as dúvidas preechem minha falta de sono.
E me fazem doer a cabeça.
E pedir ao relógio que pare.
Ao mundo que silencie.
E à vida que espere: porque a menina, agora, está perdida...
Bom é tomar banho de chuva; Andar descalça; ouvir música alta, cantando inglês desafinada, alto e sem saber; ser romântica e assumir, mas não aquele romantismo que cega e emburrece, não dependendo sentimentalmente dos outros; Como todos, ter problemas, mas rir deles e dos seus próprios defeitos e gafes; Apreciar um bom livro para aprender intelectualmente, mas não desaprender jamais a ser feliz com as pequenas coisas, só porque sabe-se que conhecimento, que é uma grande coisa, é bom. O que adianta ser inteligente e não saber ser feliz? Dá para ser tranquilamente os dois, um sábio sério e um bobo feliz; Errar, como qualquer ser humano, mas tirar proveito dos erros, aprendendo e evoluindo com eles e principalmente com o erro alheio; Lamber a tampa do Iogurte; Balançar alto na rede ou baixinho de olho fechado; Receber e dar cafuné; Mergulhar na praia; Renovar-se com abraço de filho; Chorar quando se sentir triste, mas continuar a seguir sorrindo logo depois; Fazer dieta, mas não dispensar um belo de um sorvete; Andar de bicicletinha velha pelas ruas só para sentir o vento na face e relaxar; Lembrar do ontem para tirar lições, mas não se lamentar, afinal, já passou. Imaginar o amanhã para ter visão de futuro, mas não se iludir em cima do que não conhece. Mas, acima de tudo, viver o hoje, que é onde está focada a nossa vida, mantendo o pé no chão e com toda responsabilidade; Bom é ser amiga mesmo e não admitir falsidades ou injustiça, oferecendo o ombro se necessário e puxando a orelha se tão necessário quanto, enfim...
Ser feliz é procurar viver da melhor forma possível sempre e entender a cada dia que podemos sim alcançar essa felicidade, apesar das batalhas do dia a dia e embora às vezes nos peguemos um pouco desanimados. A vida é assim mesmo, cheia de altos e baixos; E nada nessa vida é por acaso: Os baixos que servem exatamente para entendermos e darmos sempre valor aos altos e nos tornar fortes; E os altos que sempre nos darão motivos para superar esses baixos, porque a Felicidade que neles existe nos faz ter esse estalo, de pensar: ‘Vamos lá!’.
O que seria essa Felicidade?
Pode ser aquela Felicidade ligeira, feita de pequenos, doces e bons momentos, de detalhes que vão desde uma conversa agradável do lado das pessoas que amamos (é um privilégio, nem todos tem quem ama do lado); A banho de chuva (chuva é coisa de Deus); A andar descalça (temos duas pernas saudáveis); A ouvir música alto, cantando inglês sem saber e desafinada (porque é a nossa trilha sonora e porque temos todas as razões do mundo para expressar o quanto viver é bom, aproveitando o hoje, que se não fosse tão divino não se chamava ‘presente’ e é de Deus); A ser uma romântica assumida (o amor sempre será o melhor dos sentimentos para se sentir e demonstrar e sempre valerá a pena, porque aproveitamos o que foi bom e aprendemos com o que não foi tão bom assim); A rir dos problemas (eles sempre vão existir, temos é que manter a Fé e conviver com eles tentando revolvê-los com ajuda de Quem é Maior que eles e com Fé e boa saúde, o resto é fácil); A ler um bom livro (ler engrandece, mas não esquecer de sorrir da seriedade faz toda a diferença. Tem gente que confunde ser inteligente com ser chato); A aprender com os próprios e os erros alheios (todo mundo erra e somos eternos aprendizes); A andar de bicicleta sentindo o vento na face (esse mesmo ar está em nossos pulmões); A tomar sorvete (sorvete é quase como a gente, tem defeito e qualidade: Faz a gente feliz e engorda. A diferença é que o defeito do sorvete tem jeito fácil, uma hora de caminhada. Escolha seu sabor preferido); A abraço de filho (quando achamos que somos de aço, o estresse é como criptonita. Abraço de filho nos deixa fortes); A chorar às vezes, mas sorrir sempre (quem disse que chorar é fraqueza? Faz bem. Nos prepara e nos deixa fortes. Fraqueza é quando só se chora); A sermos amigos sempre (amizade sincera sempre nos tornará pessoas melhores, tanto quando oferecemos quanto quando recebemos), e também...
...Aquela Felicidade não menos importante, que é uma constante, que não é uma felicidade ligeira e feita de pequenos momentos mas que sempre será um grande detalhe das nossas vidas, que mais parece um clichê mas que nada mais é que a mais pura verdade, aquela Felicidade que nos acompanha e motiva realmente, porque nós e os nossos temos Fé, Vida, Saúde, uma geladeira cheia, um teto sobre as cabeças, roupas limpas, um trabalho digno, amigos, acreditamos em Deus, porque temos tantos prazeres verdadeiros para o nosso bem e alegria, porque temos orgulho do nosso caráter, porque em um mundo onde vemos tanta coisa ruim, constatamos na nossa vida e família, tanta coisa boa, que só nos dá motivos para seguir em frente de cabeça erguida e sem reclamar e dando sempre graças a Ele.
Eu quero é que todos sejam felizes da maneira que bem entenderem, desde que não prejudiquem a ninguém, entendendo que não devemos ter vergonha de buscar ser felizes, mas de não ter caráter, que somos quem somos, mas somos especialmente o que fazemos para melhorar quem somos e que felicidade nada tem a ver com futilidade. Coisas grandes são até importantes, mas são os detalhes, as coisas pequenas que são essenciais e que valem realmente a pena.
FAVORECE
Ela me ofuscou com seus faróis em luz alta
E eu coladamente passei ao lado dela.
Mas nenhum grito de amor,
Se não eu já ficava
Ainda hoje estava com os meus olhos de choro.
Olhando a lua, pensando nela,
Vendo as estrelas, querendo ela,
E ela um jato lançando fumaça em mim.
Ela me confundiu com um pássaro qualquer
Que dorme cedo e voa a hora que bem quer,
Mas nenhum gemido de amor,
Se não eu tinha ido,
E até agora estava, seu, comprometido
Bem recaído, por esse amor tão delicado,
Cortando chuvas me enrolado em toalhas,
Vendo, mexendo a minha vida num varal.
Acostumei-me a não ser visto de perto
E me constrange o olhar, quanto mais belo.
E o dela pega na memória,
A maltratar de amor assim.
Ainda agora eu pensei nela e veio à flora
Umas tonturas, um desejo de entregar
O que possuo, o que vou ganhar
A vida tem sido bem louca em me amar.
É visto que as maiorias dos profissionais da educação não estão aptos para lidar com alunos com altas habilidades, bem como alunos participativos, que, realizam diversas perguntas e expõem seus conhecimentos em sala de aula. O professor, inclusive, pode tratar como hiperativo o aluno que realiza diversas perguntas e trata como aluno exemplar, aquele que não realiza nenhuma pergunta e não socializa com os demais alunos em sala.
É visto que, os professores são profissionais que devem se capacitar constantemente, porém muitos profissionais estão á 20, 30 anos em sala de aula sem atualização freqüente, já que, possuem “conhecimento e domínio de sala”, porém não se atualiza nas formas de avaliação de dificuldades e facilidades de aprendizagem, então o profissional procede de maneira errônea com esses alunos
O conto da mulher.
Observava a distância, digo uns dez ou doze metros, uma mulher alta, pele clara, corpo não muito esguio e sim ocupado nos lugares certos por quantidades certas de carnes. Esta mulher apoiava-se em uma árvore frondosa que fazia muita sombra, ela desajeitada e muito delicada, tentava de maneira insistente colocar no seu pé, o esquerdo me lembro bem, a sua sandália que havia se soltado, talvez pelo excesso de pequenas folhas e galhos que forravam o chão debaixo da árvore, talvez ela tenha se atrapalhado quando se dirigia para algum lugar.
Apesar da distância eu não a quis perdê-la de vista, pois a cena ficava cada vez mais interessante, não sei por que não fui cavalheiro e ofereci ajuda, talvez por gostar do que estava vendo, ela vestia um vestido simples de corte comum, de cor clara e estampas um pouco mais escuras, conforme ela lutava com a tira da sandália seu cabelo meio preso e meio solto caía pelo seu perfeitamente delineado rosto, aquele cabelo tinha sido preso de forma de que quem o prendeu não se preocupava com a beleza que não tinha, pois se conformava com a que tinha. E o seu vestido, sim este eu devo falar que com o seu corpo inclinado para frente e sua mão preocupada hora com a tira hora com o cabelo, nem notava que a alça caía, mostrava mais daquilo que já estava exposto, ombros fortes e lindos, mostrava também parte da sua intimidade, que certamente cuidava sempre para esconder, a cena tornava-se cada vez mais maravilhosa, era muita sensualidade exibida sem querer.
O corpo: como citei antes, não esguio, mas forte, não torto, mas equilibrado, estava sustentado por alguns segundos, ou minutos, sei lá, por tornozelos fortes e eretos e nem um pouco trêmulos. Trêmulo estava eu, observando de longe tanta beleza. Resolvi me aproximar, de forma calma para não desmanchar tudo aquilo. Aproximando-me, ela levantou os olhos, não se mostrou surpresa, pois sabia que não estava ameaçada, de perto observei que os pelos que cobriam o seu braço estavam eriçados, culpa do vento que chicoteava as plantas envolta, ele carregava o ar frio que habitava as sombras das árvores, aquelas que os galhos deitavam até o chão, onde encontravam folhas, galhos e pequenas plantas.
Lembro-me que falei algo, mas não lembro o que disse, lembro do sorriso, do cabelo, da sandália e do vestido, aquele que caía e mostrava mais daquela mulher, lembro da árvore, da sombra e do que senti.
Lembro que foi um sonho maravilhoso que vivi
Lembro da personagem que neste sonho eu conheci, e não quero esquecer.
, 24 de Novembro de 2010 – 01h23min.
SONETO DA SOLIDÃO
Acordei na alta noite
Era uma noite de luar;
A lua estava cor de prata
E as estrelas a brilhar.
Eu senti a tua falta,
Perguntei então pra lua:
Onde estarias esta hora,
Pois era grande a falta tua.
A lua não disse nada,
As estrelas também não.
Fui dormir angustiado,
Ao lado da solidão.
Com o coração apertado
E a alma despedaçada.
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Alta madrugada
Se eu pudesse, te ligava agora...
Se você pudesse, sei que me atenderia...
Uma saudade desesperadora tomou conta de mim e não consigo nem dormir. Tudo que penso é em você...
Estranho... Normal...
Se eu pudesse garota, pegava o carro e dirigia até onde você está!
Pararia no seu portão e te chamaria. Ia te ver olhar da sacada quem era.
Ainda acho que você me atenderia.
Sei lá! Talvez eu apenas ligaria.
Você me atenderia?
A evolução da nossa vida é feita num formato de onda e esta tem a sua fase baixa e alta. Conosco não é diferente, muitas vezes passamos por situações adversas, difíceis e até complicadas, É neste momento que estamos atravessando a parte de baixa da onda, porém, é importante termos a consciência de que rapidamente ela vai subir e tudo mudará, pois não nascemos apenas para sofrer e sermos infelizes.Todos nós passamos pelas duas fases, independente de classe social, raça ou cor. Até os miseráveis que aparentam ser infelizes, tem seus momentos de felicidades, da mesma forma, os ricos e famosos tem seus momentos de melancolia, pois a onda sobe e desce pra todos. Então, quando estiveres triste e cabisbaixo, saibam que neste momento,vocês estão na onda de baixo, mas tenham certeza de que ela vai subir, as coisas vão melhorar e a felicidade voltará a reinar. E assim, seguirá o ciclo da vida, distribuídos em momentos de alegrias e tristezas. tornando-nos cada vez mais fortes.
Autor: Toinho Matias
Constitui para mim uma honra e uma alegria falar diante desta Câmara Alta, diante do Parlamento da minha Pátria alemã, que se reúne aqui em representação do povo, eleita democraticamente para trabalhar pelo bem da República Federal da Alemanha. Quero agradecer ao Senhor Presidente do Bundestag o convite que me fez para pronunciar este discurso, e também as amáveis palavras de boas-vindas e de apreço com que me acolheu. Neste momento, dirijo-me a vós, prezados Senhores e Senhoras, certamente também como concidadão que se sente ligado por toda a vida às suas origens e acompanha solidariamente as vicissitudes da Pátria alemã. Mas, o convite para pronunciar este discurso foi-me dirigido a mim como Papa, como Bispo de Roma, que carrega a responsabilidade suprema da Igreja Católica. Deste modo, vós reconheceis o papel que compete à Santa Sé como parceira no seio da Comunidade dos Povos e dos Estados. Na base desta minha responsabilidade internacional, quero propor-vos algumas considerações sobre os fundamentos do Estado liberal de direito.
Seja-me permitido começar as minhas reflexões sobre os fundamentos do direito com uma pequena narrativa tirada da Sagrada Escritura. Conta-se, no Primeiro Livro dos Reis, que Deus concedeu ao jovem rei Salomão fazer um pedido por ocasião da sua entronização. Que irá pedir o jovem soberano neste momento tão importante: sucesso, riqueza, uma vida longa, a eliminação dos inimigos? Não pede nada disso; mas sim: «Concede ao teu servo um coração dócil, para saber administrar a justiça ao teu povo e discernir o bem do mal» (1 Re 3, 9). Com esta narração, a Bíblia quer indicar-nos o que deve, em última análise, ser importante para um político. O seu critério último e a motivação para o seu trabalho como político não devem ser o sucesso e menos ainda o lucro material. A política deve ser um compromisso em prol da justiça e, assim, criar as condições de fundo para a paz. Naturalmente um político procurará o sucesso, sem o qual não poderia jamais ter a possibilidade de uma ação política efetiva; mas o sucesso deve estar subordinado ao critério da justiça, à vontade de atuar o direito e á inteligência do direito. É que o sucesso pode se tornar também um aliciamento, abrindo assim a estrada à falsificação do direito, à destruição da justiça. «Se se põe á parte o direito, em que se distingue então o Estado de uma grande banda de salteadores?» – sentenciou uma vez Santo Agostinho (Decivitate Dei IV, 4, 1). Nós, alemães, sabemos pela nossa experiência, que estas palavras não são um fútil espantalho. Experimentamos a separação entre o poder e o direito, o poder colocar-se contra o direito, o seu espezinhar o direito, de tal modo que o Estado se tornara o instrumento para a destruição do direito: tornara-se uma banda de salteadores muito bem organizada, que podia ameaçar o mundo inteiro e impelí-lo até à beira do precipício. Servir o direito e combater o domínio da injustiça é e permanece a tarefa fundamental do político. Num momento histórico em que o homem adquire um poder até agora impensável, esta tarefa torna-se particularmente urgente. O homem é capaz de destruir o mundo. Pode manipular a si mesmo. Pode, por assim dizer, criar seres humanos e excluir outros seres humanos de serem homens. Como reconhecemos o que é justo? Como podemos distinguir entre o bem e o mal, entre o verdadeiro direito e o direito apenas aparente? O pedido de Salomão permanece a questão decisiva perante a qual se encontram também hoje o homem político e a política.
Grande parte da matéria que se deve regular juridicamente, pode ter por critério suficiente o da maioria. Mas é evidente que, nas questões fundamentais do direito em que está em jogo a dignidade do homem e da humanidade, o princípio maioritário não basta: no processo de formação do direito, cada pessoa que tem responsabilidade deve ela mesma procurar os critérios da própria orientação. No século III, o grande teólogo Orígenes justificou assim a resistência dos cristãos a certos ordenamentos jurídicos em vigor: «Se alguém se encontrasse no povo de Scizia que tem leis irreligiosas e fosse obrigado a viver no meio deles, (…) estes agiriam, sem dúvida, de modo muito razoável se, em nome da lei da verdade que precisamente no povo da Scizia é ilegalidade, formassem juntamente com outros, que tenham a mesma opinião, associações mesmo contra o ordenamento em vigor» [Contra Celsum GCSOrig. 428 (Koetschau); cf. A. Fürst, «Monotheismus und Monarchie. ZumZusammenhang von Heil und Herrschaft in der Antike», inTheol.Phil. 81(2006) 321-338; a citação está na página 336; cf. também J. Ratzinger, DieEinheit der Nationem, Eine Vision der Kirchenväter (Salzburg-München1971) 60].
Com base nesta convicção, os combatentes da resistência agiram contra o regime nazista e contra outros regimes totalitários, prestando assim um serviço ao direito e à humanidade inteira. Para estas pessoas era evidente e de modo incontestável que, na realidade, o direito vigente era injustiça. Mas, nas decisões de um político democrático, a pergunta sobre o que corresponda agora à lei da verdade, o que seja verdadeiramente justo e possa tornar-se lei não é igualmente evidente. Hoje, de fato, não é de per si evidente aquilo que seja justo e possa tornar-se direito vigente relativamente às questões antropológicas fundamentais. À questão de saber como se possa reconhecer aquilo que verdadeiramente é justo e, deste modo, servir a justiça na legislação, nunca foi fácil encontrar resposta e hoje, na abundância dos nossos conhecimentos e das nossas capacidades, uma tal questão tornou-se ainda muito mais difícil.
Como se reconhece o que é justo? Na história, os ordenamentos jurídicos foram quase sempre religiosamente motivados: com base numa referência à Divindade, decide-se aquilo que é justo entre os homens. Ao contrário doutras grandes religiões, o cristianismo nunca impôs ao Estado e à sociedade um direito revelado, nunca impôs um ordenamento jurídico derivado duma revelação. Mas apelou para a natureza e a razão como verdadeiras fontes do direito; apelou para a harmonia entre razão objetiva e subjetiva, mas uma harmonia que pressupõe serem as duas esferas fundadas na Razão criadora de Deus. Deste modo, os teólogos cristãos associaram-se a um movimento filosófico e jurídico que estava formado já desde o século II (a.C.). De fato, na primeira metade do século II pré-cristão, deu-se um encontro entre o direito natural social, desenvolvido pelos filósofos estóicos, e autorizados mestres do direito romano [cf. W.Waldstein, Ins Herz geschrieben. Das Naturrecht als Fundament einermenschlichen Gesellschaft(Augsburg 2010) 11ss; 31-61]. Neste contato nasceu a cultura jurídica ocidental, que foi, e é ainda agora, de importância decisiva para a cultura jurídica da humanidade. Desta ligação pré-cristã entre direito e filosofia parte o caminho que leva, através da Idade Média cristã, ao desenvolvimento jurídico do Iluminismo até à Declaração dos Direitos Humanos e depois à nossa Lei Fundamental alemã, pela qual o nosso povo reconheceu, em 1949, «os direitos invioláveis e inalienáveis do homem como fundamento de toda a comunidade humana, da paz e da justiça no mundo».
Foi decisivo para o desenvolvimento do direito e o progresso da humanidade que os teólogos cristãos tivessem tomado posição contra o direito religioso, requerido pela fé nas divindades, e se tivessem colocado da parte da filosofia, reconhecendo como fonte jurídica válida para todos a razão e a natureza na sua correlação. Esta opção realizara-a já São Paulo, quando afirma na Carta aos Romanos: «Quando os gentios que não têm a Lei [a Torah de Israel], por natureza agem segundo a Lei, eles (…) são lei para si próprios. Esses mostram que o que a Lei manda praticar está escrito nos seus corações, como resulta do testemunho da sua consciência»(Rm 2, 14-15). Aqui aparecem os dois conceitos fundamentais de natureza e de consciência, sendo aqui a «consciência» o mesmo que o «coração dócil» de Salomão, a razão aberta à linguagem do ser. Deste modo se até à época do Iluminismo, da Declaração dos Direitos Humanos depois da II Guerra Mundial e até à formação da nossa Lei Fundamental, a questão acerca dos fundamentos da legislação parecia esclarecida, no último meio século verificou-se uma dramática mudança da situação. Hoje considera-se a idéia do direito natural uma doutrina católica bastante singular, sobre a qual não valeria a pena discutir fora do âmbito católico, de tal modo que quase se tem vergonha mesmo só de mencionar o termo. Queria brevemente indicar como se veio a criar esta situação. Antes de mais nada é fundamental a tese segundo a qual haveria entre o ser e o dever ser um abismo intransponível: do ser não poderia derivar um dever, porque se trataria de dois âmbitos absolutamente diversos. A base de tal opinião é a concepção positivista, quase geralmente adotada hoje, de natureza. Se se considera a natureza – no dizer de Hans Kelsen – «um agregado de dados objetivos, unidos uns aos outros como causas e efeitos», então realmente dela não pode derivar qualquer indicação que seja de algum modo de carácter ético (Waldstein, op. cit., 15-21). Uma concepção positivista de natureza, que compreende a natureza de modo puramente funcional, tal como a conhecem as ciências naturais, não pode criar qualquer ponte para a ética e o direito, mas suscitar de novo respostas apenas funcionais. Entretanto o mesmo vale para a razão numa visão positivista, que é considerada por muitos como a única visão científica. Segundo ela, o que não é verificável ou falsificável não entra no âmbito da razão em sentido estrito. Por isso, a ética e a religião devem ser atribuídas ao âmbito subjetivo, caindo fora do âmbito da razão no sentido estrito do termo. Onde vigora o domínio exclusivo da razão positivista – e tal é, em grande parte, o caso da nossa consciência pública –, as fontes clássicas de conhecimento da ética e do direito são postas fora de jogo. Esta é uma situação dramática que interessa a todos e sobre a qual é necessário um debate público; convidar urgentemente para ele é uma intenção essencial deste discurso.
O conceito positivista de natureza e de razão, a visão positivista do mundo é, no seu conjunto, uma parcela grandiosa do conhecimento humano e da capacidade humana, à qual não devemos de modo algum renunciar. Mas ela mesma no seu conjunto não é uma cultura que corresponda e seja suficiente ao ser humano em toda a sua amplitude. Onde a razão positivista se considera como a única cultura suficiente, relegando todas as outras realidades culturais para o estado de subculturas, aquela diminui o homem, antes, ameaça a sua humanidade. Digo isto pensando precisamente na Europa, onde vastos ambientes procuram reconhecer apenas o positivismo como cultura comum e como fundamento comum para a formação do direito, reduzindo todas as outras convicções e os outros valores da nossa cultura ao estado de uma subcultura. Assim coloca-se a Europa, face às outras culturas do mundo, numa condição de falta de cultura e suscitam-se, ao mesmo tempo, correntes extremistas e radicais. A razão positivista, que se apresenta de modo exclusivista e não é capaz de perceber algo para além do que é funcional, assemelha-se aos edifícios de cimento armados em janelas, nos quais nos damos o clima e a luz por nós mesmos e já não queremos receber estes dois elementos do amplo mundo de Deus. E no entanto não podemos iludir-nos, pois em tal mundo auto construído bebemos em segredo e igualmente nos “recursos” de Deus, que transformamos em produtos nossos. É preciso tornar a abrir as janelas, devemos olhar de novo a vastidão do mundo, o céu e a terra e aprender a usar tudo isto de modo justo.
Mas, como fazê-lo? Como encontramos a entrada justa na vastidão, no conjunto? Como pode a razão reencontrar a sua grandeza sem escorregar no irracional? Como pode a natureza aparecer novamente na sua verdadeira profundidade, nas suas exigências e com as suas indicações? Chamo à memória um processo da história política recente, esperando não ser mal entendido nem suscitar demasiadas polémicas unilaterais. Diria que o aparecimento do movimento ecológico na política alemã a partir dos Anos Setenta, apesar de não ter talvez aberto janelas, todavia foi, e continua a ser, um grito de janela por ar fresco, um grito que não se pode ignorar nem acantonar, porque se vislumbra nele muita irracionalidade. Pessoas jovens deram-se conta de que, nas nossas relações com a natureza, há algo que não está bem; que a matéria não é apenas uma material para nossa feitura, mas a própria terra traz em si a sua dignidade e devemos seguir as suas indicações. É claro que aqui não faço propaganda por um determinado partido político; nada me seria mais alheio do que isso. Quando na nossa relação com a realidade há qualquer coisa que não funciona, então devemos todos refletir seriamente sobre o conjunto e todos somos reenviados à questão acerca dos fundamentos da nossa própria cultura. Seja-me permitido deter-me um momento mais neste ponto. A importância da ecologia é agora indiscutível. Devemos ouvir a linguagem da natureza e responder-lhe coerentemente. Mas quero insistir num ponto que – a meu ver –, hoje como ontem, é descurado: existe também uma ecologia do homem. Também o homem possui uma natureza, que deve respeitar e não pode manipular como lhe apetece. O homem não é apenas uma liberdade que se cria por si própria. O homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza, e a sua vontade é justa quando respeita a natureza e a escuta e quando se aceita a si mesmo por aquilo que é e que não se criou por si mesmo. Assim mesmo, e só assim, é que se realiza a verdadeira liberdade humana.
Voltemos aos conceitos fundamentais de natureza e razão, donde partíramos. O grande teórico do positivismo jurídico, Kelsen, em 1965 – com a idade de 84 anos (consola-me o fato de ver que, aos 84 anos, ainda se é capaz de pensar algo de razoável) –, abandonou o dualismo entre ser e dever ser. Antes, ele tinha dito que as normas só podem derivar da vontade. Consequentemente – acrescenta ele – a natureza só poderia conter em si mesma normas, se uma vontade tivesse colocado nela estas normas. Mas isto – diz ele – pressuporia um Deus criador, cuja vontade se inseriu na natureza. «Discutir sobre a verdade desta fé é absolutamente vão» – observa ele a tal propósito (citado segundo Waldstein, op.cit., 19). Mas sê-lo-á verdadeiramente? – apetece-me perguntar. É verdadeiramente desprovido de sentido refletir se a razão objetiva que se manifesta na natureza não pressuponha uma Razão criadora, um Creator Spiritus?
Aqui deveria vir em nossa ajuda o património cultural da Europa. Foi na base da convicção sobre a existência de um Deus criador que se desenvolveram a idéia dos direitos humanos, a idéia da igualdade de todos os homens perante a lei, o conhecimento da inviolabilidade da dignidade humana em cada pessoa e a consciência da responsabilidade dos homens pelo seu agir. Estes conhecimentos da razão constituem a nossa memória cultural. Ignorá-la ou considerá-la como mero passado seria uma amputação da nossa cultura no seu todo e privá-la-ia da sua integralidade. A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico de Roma. Este tríplice encontro forma a identidade íntima da Europa. Na consciência da responsabilidade do homem diante de Deus e no reconhecimento da dignidade inviolável do homem, de cada homem, este encontro fixou critérios do direito, cuja defesa é nossa tarefa neste momento histórico.
Ao jovem rei Salomão, na hora de assumir o poder, foi concedido formular um seu pedido. Que sucederia se nos fosse concedido a nós, legisladores de hoje, fazer um pedido? O que é que pediríamos? Penso que também hoje, em última análise, nada mais poderíamos desejar que um coração dócil, a capacidade de distinguir o bem do mal e, deste modo, estabelecer um direito verdadeiro, servir a justiça e a paz. Agradeço-vos pela vossa atenção!
Muita gente gosta de afirmar, em voz alta, que faria “qualquer coisa” por amor. Vocês já devem ter ouvido isso. Talvez até tenham dito a frase novelesca. Faz parte da nossa cultura. Outro dia, vi um rapaz dizer em rede nacional de televisão, com a maior naturalidade, que “mataria e morreria” por amor. O autor do exagero devia ter uns 18 anos, talvez menos. Deu vontade de rir, de tanto drama. O jovem Romeu da Tijuca ainda não descobriu que a melhor forma de amor se pratica entre vivos – preferencialmente em liberdade, que não estão na cadeia, presos por assassinato.
Isso não quer dizer que o amor não faça exigências terríveis. Eu mesmo já fiz cafunés de madrugada, cocei costas e apliquei massagens nos pés até ficar com as mãos exaustas. Por amor. Já lavei pias repletas de louça, fiz comidas sofríveis, fui ao mercado no domingo, tirei dinheiro do banco às sete da manhã e levei o lixo para fora vezes sem conta. Por amor. Já viajei ao exterior, dirigi até a praia, dancei até de madrugada e cantei até ficar rouco. Por amor. Alguns dirão que me faço de vítima. A verdade é que, por amor, já tomei vinhos excelentes, já comi em restaurantes caros, já assisti a espetáculos inesquecíveis e já comprei presentes que, só de lembrar, me enchem de alegria – e de uma vaga melancolia financeira.
Se alguém disser que isso tudo é pouco, talvez tenha a cabeça tomada por grandezas. Ou ache, como o Romeu da Tijuca, que amar é coisa de matar ou morrer, verdadeira luta com facas. O grande amor, ao contrário, é feito de miudezas. São gestos cotidianos, olhares cúmplices, uma mão que passa pela nuca e toca os cabelos enquanto a mulher que você ama conversa com outra pessoa. Amor também é feito de desejo, e a cada tanto exige a reafirmação de uma suave encostada - na pia, enquanto ela coa o café – e da barriga que toca o calor da outra barriga.
Esses sinais mostram amor como a temperatura denuncia a febre. Mas não são tudo.
Há também a conversa que atravessa os dias e dá sentido aos fatos da existência. E a lealdade, que permite contar com o outro nas horas sombrias. Ela impede que a gente se sinta sozinho num mundo de multidões solitárias. Não se pode esquecer a sacanagem, claro, sem a qual o amor morre de tédio. E o riso, em cuja ausência a morte se aproxima. No amor, se dizem as palavras mais doces, se dão os abraços mais ternos, se enxugam as lágrimas mais tristes, se grita, se geme. Nele, a gente se comove como o diabo. Em nada disso há heroísmo. Apenas a vida, em seus milagres comuns.
A única real grandeza do amor está em sua imensa vocação de fazer o outro feliz. Um dia depois do outro. Isso exige atenção, desvelo mesmo, e coisas como imaginação, tirocínio, esforço. Às vezes até sacrifício. O outro é tão complexo – tão desgraçadamente parecido conosco – que, às vezes, não sabe o que deseja e o que precisa. Conta conosco para iluminá-lo. Há que estar lá, portanto. Há que tentar entender com o coração e com as mãos, que apertam, seguram, amparam e acariciam.
Se me perguntam o que eu faria por amor – já me perguntaram, de outras formas –, eu responderia, como os portugueses, imenso. Cada vez mais, na verdade. Com calma e determinação, juntos, sem grandiloquência. Assim se lida com as coisas essenciais da vida. O amor, entre todas elas.
DILÚCULO
Luz da manhã
como o ouro da montanha alta,
intocável virgem,
conforto da noite morta...
Sonhos à brisa fresca
beijando a face das flores,
o verde das árvores,
a alma vagante da noite...
Calor do sol
aquecendo os túmulos brancos
e os negros, e os perdidos
na esperança do conforto...
Luz da manhã
como a face dos anjos eternos,
dos sonhos inocentes,
das estradas silenciosas...
Mesmo o meu corpo frio
desconhecido aos céus,
nas promessas eternas do tempo,
elevai as minhas grandezas...
Luz da manhã,
que os teus sorrisos eu não perca
nas horas do dia,
no crepúsculo da vida...
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