Textos curto de Tristeza
Existencialismo
Às vezes ocorre assim como um vento,
questões do ser na essência,
as antigas e ainda não esclarecidas
questões sobre a existência.
Existimos por sermos matéria e alma?
Somos por sermos evolução animal?
A alma traz consigo conhecimento imortal,
enquanto o ser matéria, desejos e ensejos,
tristezas e alegrias não transcendentais.
E desse jeito, afinal, no final,
refletimos uma imagem estagnada,
olhando para o céu sem entender nada.
Me vejo afogando no fracasso das minhas decisões
A cada segundo mais fundo
A cada instante mais perto do fim,
Não há solução.
Odeio-me por estar perdido aqui
Amo o vazio, o silêncio e solidão que "aqui" há...
Minhas palavras já nem fazem mais sentido
Apenas escrevo o que sinto,
E por isso é tão ilógico.
Traição.
Apesar de tudo — as mentiras, a astúcia, a dor —, quando alguém tem, além do seu amor, sua confiança, e retribui com a chave da decepção, essa pessoa, por quem você enfrentaria o inferno e o subjugaria, transforma sua maior alegria na maior tristeza. É fato: se traiu, é porque nunca amou.
E se eu partir? Será que todo esse esforço terá valido a pena?
A luta por algum espaço no mundo, a vontade de querer deixar uma marca de ter um legado.
O medo de ser esquecido me faz entrar em depressão, e se me esforçar de mais e ser lembrado como um idiota?
"Viver para morrer. A vida valerá a pena depois da morte!"
Naquele momento, minha alma chorou, ela gritou, pediu socorro, ela queria fugir de mim. E eu não sabia o que fazer, ela se debateu sob a minha pele tentando sair, eu senti ela implorar, e eu chorei.
Então eu vi o sangue escorrer do meu corpo e foi quando eu vi que um pedacinho pequeno dela se foi também, mas não o suficiente. Foram um, dois, vários, ela partia a cada gota, a cada vermelho tocado ao chão. E eu vi liberdade, pois sabia que de pouco em pouco ela ia, partiria, e não sobraria nada além de um corpo vazio, e um coração sem cor. Espero o momento até então.
SENTIMENTOS
Jaz o ouro do pó da terra, onde as palavras não podem expressar sentimentos. Jaz da água tanto sentimento que palavras são poucas para nós dois. Jaz o medo do amor; medo do final feliz; medo de gritar ao mundo, aquilo que sempre quis. Se eu julgo os teus olhares, encontro-me no paraíso, se jaz aqui o vento inquieto, amarei-te eternamente, sendo com ou sem teto.
Sabes, eu só mesmo queria
Poder ver te naquele crítico dia
Saber, poder, dar te um beijo
Esse, que é meu mais intenso desejo.
Nada dura para sempre, seria
A chama ardente que tanto ardia,
Que tanto causara regalo como dor
Esta peça, nunca reminescente de outro amor.
Eu, com esta amarga sabedoria
Sou algo a que toda a gente se oporia
Porque não há outro que nesta hora
Possa viver como eu no mundo lá fora.
Continuo aqui, na ferrovia,
A passar a ferro algo que ninguém queria,
Nem neste nem noutro qualquer mundo,
Continuo aqui, sempre, surdo e mudo.
Por onde passa a mudança
Tudo no mundo muda
Seja tamanho ou altura
As vezes muda comprimento
Então, muda espessura.
Há quem mude por prazer
Também se muda por tristeza
E há quem muda na dúvida
Ainda, os mudam com certeza.
Tem quem muda por vantagens
Ademais, quem muda de graça
Os que acham difícil mudar
Até de lado da rua ou da praça!
Mudança inicia ao nascer
Sai do silêncio ao choro
Depois abre os olhos e ver
Solta a língua diz desaforo.
Chuva, aquela que cai lá fora, transborda nas folhas, alagam as caules
Ela também cai aqui dentro, goteja no rosto, inundam as vestes, retratam as marcas
O volume não dita a beleza, a tragédia, o que mostra é a gente, e dentro da gente, o sol não se põe, só chove, só molha, aqui chove, enchente.
Copo de Vidro
Quando um copo de vidro é quebrado,
você pode tentar colar seus cacos.
Mas este copo se tornará frágil,
e ele quebrará de novo e de novo.
Não importa quantas vezes você cole,
serão caquinhos cada vez menores,
nunca será um todo novamente.
Serão apenas caquinhos desconexos,
que você tenta e tenta conectar.
Não importa o quanto você se apegou,
ele não será mais aquele copo.
Sendo assim, termine de quebrá-lo,
quebre em pedacinhos menores ainda.
O transforme em areia novamente,
e deixe-o ser levado pelo vento.
A VISITA DA MORTE
Às vezes a morte grita nos meus ouvidos, por sorte, já não me assusto mais. Tornou-se comum para mim, gritar, buscando ofuscar o grito do fim. A morte não tem feição! Aparece sempre quando estou sozinho, me oferecendo seu abraço em meio a carência, e por mais doloroso que seja recusar, nunca o aceitei. Vivo nessa torre como Rapunzel, esperando que pelos meus cabelos alguém me salve; a verdade é que há anos aguardo esse momento, mas é difícil encontrar alguém! Eles nunca pensam que quem está em cima precisa de ajuda para descer.
DOR
Se o vento soprar silêncio
E me perguntar o que é a dor
Direi no vão momento
Que é ausência de amor.
Mas, se insistir o que é tristeza
Causa de nos magoar
Direi então é a beleza
De sorrir para não chorar
Que são fagulhas de espinhos
Que penetram minh´alma
É a distância do carinho
Do tudo que fez-se em nada
Posso dizer sentida
Que a dor é pranto que cai
Que é todo o mal que fica
Quando todo bem se vai.
AMOR CEGO
Uma vez disseram-me que o amor é cego, acreditei em parte; outra vez falaram que ele estava cego de amor, e por mais contraditório que isso represente, eu acreditei sem hesitar. Ao contrário do amor, há pessoas que cegam seus próprios olhos, pois assumir que está amando outro alguém, é difícil demais, e quebraria toda ética interna do bom samaritano. Então não, o amor não é cego! Ele é puro, verdadeiro, envolvente! Mas sim, alguns estão cegos de amor.
CICATRIZ
Desde criança sempre gostei das minhas cicatrizes! Nunca lhes olhei com dó ou piedade, pelo contrário, as amei muito. Não amei pela dor que me foi causada, mas por cada história ali contada.
As cicatrizes que agora habitam meu cérebro, trazem consigo a dor, mas também as memórias de dias felizes que nunca se hão de partir. Para cada curativo, lhe dedico o viveram felizes para sempre! Nem sempre juntos, mas felizes sempre.
Oque é a vida?
mar de rosas,
ou mar de sangue
Clichê ou romântico
choro de mágoa,
ou felicidade arrastada.
Talvez por quem ama,
ou outrem sem importância
Essas coisas
Superficiais e insanas
completamente instantânea
como uma sensação
momentânea.
Violão ou viola,
choro da gaita ou da sanfona.
É assim que vivo,
e assim que me assombra.
Talvez o aflorecer mude minha rosa
talvez as pragas sejam
a melhor ESCOLHA.
Acorda
Certamente as cordas não eram para isso,
Pensei em amarrar os punhos da rede,
Quando dei por mim estava amarrada em outro lugar.
Socorro me ajuda, por favor, me ajuda!
Ninguém veio me ajudar.
O brilho dos meus olhos,
Pouco a pouco se esvaindo,
No canto direito do olho, uma lágrima caindo...
Minhas pernas esticadas tentando tocar o chão, meus olhos se fecharam, pensamento a milhão.
O filme de uma vida se passou, o ar que regava meu peito ardeu e, por fim o coração parou. Acabara com a minha dor e enfim, a solidão morreu.
Um ser solitário
Controle seus pensamentos para não se perder
Aja como se estivesse bem para ninguém se preocupar
Coloque um sorriso no rosto para ninguém te questionar
Mas no silêncio solitário
Do quarto escuro e frígido
A morte passa pelos seus olhos
E lágrimas escorrem pelo seu olhar sombrio
De um ser sozinho e depressivo
Que se questiona da vida e seus sentidos
Quando lhe perdi!?
Quando os meus beijos perderam o sabor pra você?
Quando lhe perdi?
Quando os meus toques perderam o encanto?
Quando lhe perdi!?
Quando os seus olhos pararam de brilhar ao olhar nos meus?
Quando lhe perdi?
Quando passou a está tão longe, mesmo tão perto?
Quando lhe perdi!?
Quando a minha chegada passou a não mais valer a pena à sua espera?
Quando lhe perdi?
E a fila andou
A fila andou,
era assim que Fátima dizia,
só que ela estava na fila
e eu não sabia,
um dia, depois de muito sofrimento,
a morte tirou-lhe a vida.
foi embora para sempre
a minha esposa querida.
O que ficou foi tristeza
Amargura e muita dor,
um vazio indescritível
um angustia persistente
do meu amor ausente,
de tudo que fomos nós.
A fila andou, sim senhor
e me deixou de presente
um lar que um dia foi da’ gente
e que agora não tem nome,
vazio e só tem lembranças
de tudo aquilo que fomos.
Quando será a minha vez?
IDAS E VINDAS
De um instante para o outro, todos se foram. Você também se foi, mas diferente dos demais, você sempre volta, e como eu amei as suas voltas. No espaço de repouso da tua ida, entendi que meu peito não desfalece de tamanha carência e pobreza por afeto.
Entre o trânsito acelerado, dei de cara com muitas placas, uma dizia-me "pare", a outra dizia-me "volta". Por muito amei as tuas voltas, mas ensinarem-me que eu não mereço ninguém que volte, mas alguém que permaneça comigo para sempre.
