Textos de Allan Kardec

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O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza. Se ele interroga sua consciência sobre os atos realizados, ele se pergunta se não violou essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem nada a se lamentar dele, enfim, se ele fez a outrem tudo aquilo que queria que os outros lhe fizessem.

Correm os homens por alcançar os bens terrestres, como se os houvessem de guardar para sempre. Aqui,porém, todas as ilusões se somem. Cedo se apercebem eles de que apenas apanharam uma sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os únicos que lhe podem facultar acesso a esta.
Compadecei-vos dos que não guardaram o reino dos céus; ajudai-vos com as vossas preces por quanto a prece aproxima do Altíssimo o homem; é o traço de união entre o céu e a Terra: não o esqueçais.

A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres.

O homem de bem

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo. Brasília: FEB, 2013.

Afabilidade e doçura!

A benevolência para com o semelhante, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são as formas da sua manifestação, entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências; a educação e a vivência do mundo pode dar o verniz dessas qualidades, quantas há cuja fingida bondade nada mais é do que uma máscara para o exterior, uma roupagem, cuja aparência bem talhada e calculada disfarça as deformidades escondidas! O mundo está repleto de pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são mansas nas condição de nada lhes machucar, mas que mordem a menor contrariedade; cuja língua dourada quando falam face a face, se transforma em dardo envenenado, quando estão por de trás.

O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as consequências morais que decorrem dessas relações.

Pode-se defini-lo assim:

O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.

Amor, Egoísmo, Orgulho e Ódio

Quando viemos ao mundo, aprendemos que devemos amar uns aos outros.
Viemos para amar nossos pais, nossos irmãos, nossos próximos
e até mesmo aqueles que nos querem e nos desejam o mal, ou seja, amar até mesmo os nossos inimigos.

A partir do nosso crescimento aprendemos que devemos perdoar principalmente,
a quem nos ofende, a quem nos julga, nos defama.
Aprendemos que devemos ajudar aqueles que nescessitam da nossa ajuda

E que além de amar devemos respeitar, ousar ser sincero.
Usar de honestidade e que não devemos ser orgulhosos e,
egoístas. mas na verdade, nunca seguimos, pois fazemos tudo
ao contrário, os nossos dez mandamentos que aprendemos são eles

1 - julgar, sem ter a certeza, julgar apenas pelo que ouviu.
2 - matar, por pouca coisa, por mulher, por dinheiro ou por drogas
3 - roubar, até mesmo aquele que considera seu amigo, seu irmão e seus pais
4 - desejar a mulher de teu próximo mesmo quando ele está próximo
5 - cometer adultério, pois um só nao satisfaz tem que ser muitos(as)
6 - tomar em vão o nome do Senhor teu Deus (a maioria usa e faz juramentos falsos)
7 - prestar falso testemunho contra o teu próximo, para conseguir o que é dele.
8 - não honrar pai e mãe, se puder matá-los melhor ainda
9 - desejar a casa do teu próximo, desejar tudo que seja dele
10 - não perdoar, não amar, não ajudar o teu próximo, pois é cada um para si, não santificar aos sábados pois tem que trabalhar, temos que aumentar nosso dinheiro, nossa riqueza.
O que fizemos com nossos mandamentos, nunca seguimos, jogamos ele no lixo da nossa arrogancia, do nosso orgulho, do nosso egoísmo, do nosso ódio, da nossa sede de vinganca.

Haverá maiores tormentos do que aqueles causados pela inveja e pelos ciúmes? O sucesso de seus rivais lhes causam vertigens, seu único interesse é o de menosprezar os outros e cuja cobica envenena suas vidas. E é sem razão que se aponta o fato de não se lembrar das suas vidas anteriores como a um obstáculo para que delas possa tirar experiências que nelas vivemos poderia em alguns casos nos humilhar muito, ou ainda excitar nosso orgulho e ocasionaria invitavéis pertubações.

Se relacionados com a mesma pessoa a fim de reparar o mal que os tenha feito, se reconhecessemos nelas que a odiamos talvez nosso ódio se revelasse outra vez, e sempre nos sentiríamos humilhados diante daqueles que nos ofendeu.

As contrariedades da vida são de duas origens bem diferentes.
Quantos homens caem por causa de sua propia culpa? Quantos são vitimas do seu desleixo, imprevidência, orgulho e ambiçao? Quantas pessoas arruinadas pela desordem, desânimo, má conduta ou por não limitarem seus desejos?

Quantas uniões infelizes, fruto do interesse e da vaidade e nas quais o coração não serviu para nada! Quantos desentendimentos e desastrosas disputas se evitariam com pouco mais de calma e com menos melindres! Quantas doencas e enfermidades resultam da imprudência e excesso de toda ordem!

Quantos pais são infelizes por causa dos filhos, por não combaterem neles desde pequenino as manisfestacões de suas más tendências! Por indiferença e comodismo, deixaram desenvolver neles os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade que ressecam o coração, e depois mais tarde, ao colherem o que semearam, espantam-se e aflingem-se com a falta de respeito e a ingratidão deles.

E ao serem feridos no coração pelas contrariedades da vida e as decepçôes da vida interroguem friamente suas conciências. Que busquem primeiro a origem dos males que os afligem e sintam-se na maioria das vezes, não podem dizer: se eu tivesse feito isso ou deixado de fazer tal coisa, não estaria nessa situação.

A quem culpar então, por todas essas aflicões, senão a nós mesmos?
Deste modo somos na maioria dos casos os autores dos nossos próprios infortúnios, mas ao invés de reconhecermos, achamos mais conveniente e menos humilhante para a nossa vaidade acusar a sorte, a providência, o azar, nossa má estrela, quando na verdade nossa má estrela é a nossa negligência.

Nem sempre podemos confiar nas aparências a educação e a vivência do mundo podem dar o verniz dessas qualidades.
Quantas há cuja fingida bondade nada mais é do que uma máscara para o exterior, uma roupagem, cuja aparência bem talhada e calculada disfaça as deformidades escondidas! O mundo está repleto de pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são mansas sobre as condiçao de nada nos machucar, mas...
que mordem à menor contrariedade, cuja língua dourada, quando falam face a face, se transforma em dardo envenenado, quando estão por detrás.
São pessoas benignas por fora e que tiranos, domésticos, fazem sua família e seus subordinados sofrer com o peso de seu orgulho e de sua tirania, querendo compensar assim o constrangimento a que submetem fora de casa, querem pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes. Sua vaidade alegra-se por poder dizer; "Aqui eu mando e sou obedecido"; sem se lembrar de que poderiam acrescentar com mais razão; "E sou detestado".

"As pessoas viciosas são aquelas que vulgarmente ama mais o corpo do que a alma. O amor está por toda a natureza e nos convida a exercitar nossa inteligência. 'E encontrado até mesmo nos movimentos dos astros. 'E o amor que enfeita a natureza com seus ricos tapetes ele se enfeita e fixa sua morada onde encontra flores e perfumes
'E ainda o amor que dá a paz a todos nós, acalma ao mar o silêncio os ventos e o descanso a dor".

Na lei do amor Deus quis que os seres se unissem não só pelos laços da carne mas também sim pelos lacos da alma! Afim de que as feições mútuas fossem dois ao invés de um, mas na maioria das vezes esse sentimento é rompido, o que se procura não é satisfação do coracão e, sim, a do orgulho a ambição e da vaidade.
E que o juramento que se pronuncia nos pés do altar se torna má falsidade então surgem as uniões infelizes.

Algumas vezes a experiência vem um pouco tarde, quando a vida já está perturbada e foi desperdiçada, as forças desgastadas e o mal já não tem mais remédio.
Todos os homens, desde a infância, fazem mais o mal do que o bem e a sabedoria está em não pensares que sabes o que não sabes.
Isso se dirige aos que criticam as coisas que muitas vezes desconhecem.

Para mim, um homem é um homem, isto apenas! Meço seu valor por seus atos, por seus sentimentos, nunca por sua posição social. Pertença ele às mais altas camadas da sociedade, se age mal, se é egoísta e negligente de sua dignidade, é, a meus olhos, inferior ao trabalhador que procede corretamente, e eu aperto mais cordialmente a mão de um homem humilde, cujo coração estou a ouvir, do que a de um potentado cujo peito emudeceu. A primeira me aquece, a segunda me enregela.

Não é preciso retribuir o mal com o mal; o homem deve aceitar com humildade tudo o que tende a rebaixar-lhe o orgulho; é mais glorioso para si ser ferido do que ferir, suportar pacientemente uma injustiça, do que ele próprio cometer uma; vale mais ser enganado do que enganador, ser arruinado do que arruinar os outros.

"O essencial não é orar muito, mas orar bem. Certas pessoas julgam que todo mérito está na extensão da prece, enquanto fecham os olhos aos seus próprios defeitos. Para elas a prece é uma ocupação, um meio de empregarem o tempo, mas não um estudo de si mesmas."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

A Lei de Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes.

Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas.
Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixarem que se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não se espantem de serem mais tarde pagos com a ingratidão. Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se culpar a si mesmos e podem conservar tranquila a consciência.
À amargura muito natural que então lhes advém da improdutividade de seus esforços, Deus reserva grande e imensa consolação, na certeza de que se trata apenas de um retardamento, que concedido lhes será concluir noutra existência a obra agora começada e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor.

"Em geral se faz uma idéia muito falsa do estado dos Espíritos. Eles não são, como alguns pensam, seres vagos e indefinidos, nem chamas, como fogos-fátuos, nem fantasmas, como nos contos de aparições. São seres semelhantes a nós, possuindo um corpo como o nosso, mas fluídico e invisível em estado normal."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"A caridade é a lei suprema do Cristo: "Amai-vos uns aos outros como irmãos; - amai ao vosso próximo como a vós mesmos; - perdoai aos vossos inimigos; - não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem". Tudo isto se resume na palavra 'caridade'."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Os Espíritos são seres individuais. Têm um invólucro etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, tipo da forma humana. Povoam o espaço e o percorrem com a rapidez do relâmpago. Constituem o mundo invisível."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

Concebe-se que, como princípio geral, a vida social esteja na Natureza. Mas, uma vez que também todos os gostos estão na Natureza, por que será condenável o do insulamento absoluto, desde que cause satisfação ao homem? Satisfação egoísta. Também há homens que experimentam satisfação na embriaguez. Merece-te isso aprovação? Não pode agradar a Deus uma vida pela qual o homem se condena a não ser útil a ninguém. - Item 769

Inserida por espiritaonline

Por que não ensinaram os Espíritos, em todos os tempos, o que ensinam hoje? Não ensinais às crianças o que ensinais aos adultos e não dais ao recém-nascido um alimento que ele não possa digerir. Cada coisa tem seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou adulteraram, mas que podem compreender agora. Com seus ensinos, embora incompletos, prepararam o terreno para receber a semente que vai frutificar. - Item 801

Inserida por espiritaonline

Assim como a Arte Cristã sucedeu a Arte Pagã, transformando-a, a Arte Espírita será o complemento e a transformação da Arte Cristã. O Espiritismo, efetivamente, nos mostra o porvir sob uma luz nova e mais ao nosso alcance. Por ele, a felicidade está mais perto de nós, está ao nosso lado, nos Espíritos que nos cercam e que jamais deixaram de estar em relação conosco.

Allan Kardec
Obras Póstumas

Algumas pessoas contestam os fenômenos espíritas precisamente porque tais fenômenos lhes parecem estar fora da lei comum e porque não logram achar-lhes qualquer explicação. Dai-lhes uma base racional e a dúvida desaparecerá. A explicação, neste século em que ninguém se contenta com palavras, constitui, pois, poderoso motivo de convicção. Daí o vermos, todos os dias, pessoas, que nenhum fato testemunharam, que não observaram uma mesa agitar-se, ou um médium escrever, se tornarem tão convencidas quanto nós, unicamente porque leram e compreenderam. Se houvéssemos de somente acreditar no que vemos com os nossos olhos, a bem pouco se reduziriam as nossas convicções.

Allan Kardec
Livro dos Médiuns

O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado.

Feliz aquele que ama, porque não conhece nem a angústia da alma, nem a miséria do corpo; seus pés são leves e vive como que transportado para fora de si mesmo.
(...)no seu início o homem não tem senão instintos, e aquele, pois, em quem os instintos dominam está mais próximo do ponto de partida que do objetivo. Para avançar em direção ao objetivo, é preciso vencer os instintos em proveito dos sentimentos, quer dizer, aperfeiçoar estes, sufocando os germens latentes da matéria.

Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; eles carregam consigo o progresso, como a bolota encerra o carvalho, e os seres menos avançados são aqueles que, não se despojando senão pouco apouco de sua crisálida, permanecem escravizados aos instintos."