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Jogo

Eu posso desvendar seus segredos, descobrir seus medos e relevar seus defeitos, mas, por favor, não me peça para te deixar livre. Isso eu não consigo. Não sei mais como entrar em seus sonhos e fazer parte deles e isso me machuca e me corrói... Seu coração de alguma maneira bate dentro de mim e é o que tem me mantido vivo nos últimos anos. Eu não sei o que mudou entre a gente, mas estou disposto a desmontar nosso quebra-cabeça. Talvez tenhamos trocado as peças de lugar. É, deve ter sido isso... Mas você sabe, você sempre soube... A outra parte do meu jogo só você tem, só você.

Teus olhos

Quero desvendar os mistérios dos teus olhos
Descobrir o que existir atrás do castanho preto fascinante e de cada piscada.
Teus olhos...
Ler todos os sinais, olhares. Olhares esses que insistem em dizer, mostrar e de e de algum modo fingi esconder.
Teus olhos...
Esse mistério que me fascina, encanta
Desperta-me os mesmo mistérios que existir nos meus olhos amarelo
Teus olhos...
Deixa eu desvendar os segredos que teus olhos teimam em esconder
Deixa eu descobrir os mistérios de tua alma, através dos teus olhos
E em seguida mostra-me o que existe em teu coração
Por que os mistérios do teu coração Meu Amor só você poderá me mostrar...

Teus olhos...
Redondos feito duas jabuti gabas
Negros feito á noite sem Lua
Brilhantes como as estrelas no céu.

Teus olhos...
Um olhar marcante como o vento sobre as árvores na noite
Um olhar seguro feito abraço de pai
Um olhar aconchegaste feito abraço de mãe
Um olhar melancólico como uma saudade que só se consome com a presença de alguém
Um olhar inluminoso feito o sol a nacer
Um olhar racional como trabalhar é necessário ( rssss)
Um olhar amigo : estarei sempre do teu lado
Um olhar romântico: também sinto saudade de ti. ( lembra-se? rsss)

Teus olhos...È:
Ternura
Silêncio
Saudade
Ausência
Presença
Distancia
Amor
Amizade
Complicidade
Companherismo
Afeto
Andr.
Agora por ultimo te mando o meu olhar de saudade... *-;* rss

AOS QUE NÃO LEMBRARAM
(28/01/2008)

É triste descobrir quem não se importa conosco.
É desconfortante se deparar com tanta indiferença.
Vocês foram escolhidos por mim a dedo como amigos
E vocês não julgaram a minha consideração por vocês importante.
Àqueles que tiveram os seus motivos,
A mágoa é substituída por compreensão,
Mas àqueles que se mostraram indiferentes,
Minha sincera repulsa.
Não exigo que todos me amem
E que façam tudo por mim.
Mas, num único dia do ano,
Eu espero a demonstração particular de seu afeto
Da forma que se possa fazer.
E, é por isso, que agradeço a Deus,
E a cada um em particular,
Que fez desse dia um pouco mais especial para mim.
E, peço perdão a Deus,
Por cada mágoa nutrida por aqueles que não tiveram a mínima consideração por mim neste dia.
Que Deus abençoe a todos sem medida, mesmo assim...
E que me dê a grandeza de perdoá-los rapidamente.
Aos que não se manifestaram deixo as minhas lágrimas e as minhas tristes palavras de decepção,
Mas também, o agradecimento por me mostrarem as suas verdadeiras considerações por mim.

Depressão

É tocar o fundo do poço

E descobrir que tem mais
Depressão

É fazer os outros rirem

E sorrir

Depois se lembrar 

E chorar
Depressão

É saber que algo está errado

E não conseguir mudar
Depressão

É se sentir sozinho

Com alguém ao seu lado
Depressão

Não é só chorar no escuro

Sabe o que é o melhor?
Desapegar do velho e descobrir o novo, deixar o que te faz mal para trás, tando as pessoas quanto as coisas, bom mesmo da vida é levá-la sendo o mais leve possível...nada de amagoas, tristezas, recentimentos, rancor ou vingança no coração. A melhor forma de mostrar superação é esquecer.Esvazie a memória com as coisas que te fez mal, tire o qu tem de melhor de todas as situações que você passou, lembre sempre da parte boa, quanto a ruim...converta-a e arquive como experiência.

Me dói amargamente;
Descobrir que não confia em mim;
Quer saber o que eu sinto, sem nem eu mesmo poder saber;
Quer tentar me decifrar, sem nem deixar eu me encriptar;
Faz perguntas que me abalam;
Parece não se importar mais com a alma;
Talvez só queira estar certa...
E talvez realmente esteja...

Se eu não der um passo à frente e teimar viver o passado, nunca vou descobrir se as cores que projetei, para o meu futuro, fazem parte do Arco-Íris.
Se o meu futuro será promissor.
Se o jardim da minha felicidade se manterá florido, com flores que nascem na estação certa, flores que desabrocham em plena Primavera.

Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar. Calhamaços de páginas em branco à espera de uma história que se parecesse comigo. Não quero perceber que, embora desejasse grande, amei pequeno.
Foto: Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar. Calhamaços de páginas em branco à espera de uma história que se parecesse comigo. Não quero perceber que, embora desejasse grande, amei pequeno.

Aperta o meu coração, uma vontade de dizer sem saber se o outro quer ouvir: cuida de você, você pode, você é capaz, não fica aí nesse lugar. Vontade de dizer, compassiva, com empatia, porque eu muitas vezes também fiquei esperando. Até começar a entender que, depois que a gente cresce, a proteção amorosa, o suporte, a delicadeza, precisam começar na nossa relação com nós mesmos… Uma benção receber amor. Mas quando a gente dói, a gente precisa saber formas de cuidar da própria dor com o jeito carinhoso com que gostaríamos de ser cuidados pelos outros, com a delicadeza com que cuidamos de outras pessoas. A gente precisa se ter, antes de tudo. O beijo precisa começar em nós. — com Shirley São Paulo e Ana Cabral.

“Mas eu desejo, profundamente, que Deus também ouça as preces que lhe dirijo quando eu não consigo elaborar prece alguma.” — com Shirley São Paulo e Rosana Soares.
Foto: “Mas eu desejo, profundamente, que Deus também ouça as preces que lhe dirijo quando eu não consigo elaborar prece alguma.”

“A fé é um exercício pra vida inteira. Muitas e muitas vezes, eu me distancio incrivelmente dela, achando que posso resolver tudo sozinha. Não é raro nessas ocasiões, na verdade é bastante comum, eu me atrapalhar toda num turbilhão de emoções que me drenam a energia e o sorriso. Mas, toda vez que consigo acessá-la, de novo, tudo se modifica e se amplia na minha paisagem interna. (…) Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: “Tomara que as nossas vontades coincidam”. Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que for, com certeza será o melhor, mesmo que algumas vezes, de cara, eu não consiga entender.”

Tinha um jeito singular de fechar os olhos quando experimentava emoção bonita, coisa de segundos e coisa imensa. Era como se os olhos quisessem segurar a lindeza do instante um bocadinho, o suficiente para levá-lo até o lugar onde o seu sab...Ver mais — com Ana Cabral.
Foto: Tinha um jeito singular de fechar os olhos quando experimentava emoção bonita, coisa de segundos e coisa imensa. Era como se os olhos quisessem segurar a lindeza do instante um bocadinho, o suficiente para levá-lo até o lugar onde o seu sabor nunca mais poderia ser perdido. Eu via, olhos do coração abertos, e nunca mais perdi de vista o sabor desse detalhe. Porque quem ama vê miudezas com olhar suficiente pra nunca mais se perderem.

Intimidade é quando a vida da gente relaxa diante de outra vida e respira macio. Não há porque se defender de coisa alguma nem porque se esforçar para o que quer que seja. O coração pode espalhar os seus brinquedos. Cantar a música que cada instante compõe. Bordar cada encontro com as linhas do seu próprio novelo. Contar as paisagens que vê enquanto cria o caminho. Andar descalço, sem medo de ferir os pés.

⁠#TÃO #ASSIM...

Um olhar tão profundo...
Querendo descobrir o mundo...
Um sorriso..
Uma atenção...
Alguém para alegrar...
O coração...
Na tristeza que vê...
Tanto a esconder...
Na luz que incendeia...
Torvelinho em cadeia...
Não consegue manter...
O sustento que deseja...
Tem medo que vejam...
A sua pena...
Foge e disfarça...
A sua graça...
Espelho da alma...
Ah quem dera...
Nesse olhar me entregar...
Me perder...
Me encontrar...
Diria eu...
Com alegria...
Que assim seria...
Tão feliz...
Em lhe amar...
Todos os meus dias...

Sandro Paschoal Nogueira

Um dia pretendo deixar-me descobrir,
Encobrir meus medos, e
Conhecer o que esta em mim sedento para florir.

Não quero olhar pra trás, pra frente, enxergar um terreno baldio, que eu não soube cultivar.

O jardineiro do meu ser grita que uma semente encontrou., e o adubo é permitir-me envolver neste amor.

Deixo florir ou deixo ir, a beleza que senti nos olhos de quem me encantou?

Eu quero, na verdade, eu quero que ela leia meus textos, tente me descobrir, não mais tentar me encobrir nas paginas em branco do território do agrado alheio.

Quero sentir seu corpo, teu cheiro. Mergulhar no seu olhar, sentir teu suor transpirar.

Ouvir suas risadas, bela morena do corpo estrelado,
Sentir seu corpo e ter na minha mente mais do que o seu sorriso eternizado.

Ah , triste seria encobrir - me de
descobrir ou permitir me apaixonar. Quem sabe pela primeira vez amar?

Ah que triste seria sentir e recuar, abominável decisão de sentir com o cerebro e pensar com o coração.

E é quando a gente começa descobrir o dom da fé que as coisas começam a se encaixar em seus devidos
lugares. Quando você começa descobrir parte da sua missão e parte das energias que te cercam.
Tudo é uma questão de lógica, está tudo sempre muito nítido, nós que custamos a enxergar.
Isso se chama evolução e acreditar que tudo sempre pode progredir, esperar sempre o melhor...
, que isso que você está vivendo agora, amanhã será menos que hoje. E que constantemente você está
evoluindo, se enchendo de luz, paz e compreensão.
O dom da fé é incrível, com ele descobrimos uma força que desconhecíamos estar dentro. Bem lá no
fundinho sabe?!
Esperar o melhor é receber o melhor.
Mas para descobrirmos isso é necessário estarmos em contato profundo com nosso eu-interior. E isso
exige momentos de reflexão de você com você mesmo. Exige renúncias. Não é fácil encontrar o caminho,
mas quando você o encontra tudo fica mais claro e aí vem aquela luz que irradia onde quer que você esteja.
Resgatando seu dom!... E enfim te dando os caminhos certos a serem seguidos.
Inacredtitável. Explendido. Excelente. Magnífico. Surpreendente.
Agradeça! Sempre.

Desalmada

Eu só quero que você me beije.
Que você me toque até descobrir a minha alma.
Deixe-a encontrar a sua por alguns instantes.
Acaricie-a.
Afague-a.
Faça-me flutuar, gemer, gritar, sorrir.
Faça meu corpo tremer.
Abrace-me.
Sinta meu coração descompassado, minha respiração acelerada, minha pele suada, mas devolva-me a alma.
Ela não pertence sequer a mim mesma!
Feche a porta.
Siga em frente.
E tente não sofrer.

Nascer, crescer, amadurecer
Trabalhar, dormir, acordar
Despertar, descobrir, sonhar
Tentar, persistir.

Brigar, suar, batalhar
Nunca desistir, sem trilhar
Correr, parar, olhar
Chegar lá, brilhar !

Tropeçar, balançar
Cair, e levantar
Esse é o "r" que nos faz movimentar.

Tudo para que no fim
Em um só lugar, sejamos levados de lá
E nosso corpo ficar.

Eu queria poder evitar suas lágrimas...
E descobrir as verdades...
Que você não vê
Mesmo de olhos abertos
Se eu pudesse impedir a tristeza
E revelar as respostas
Que estão em você
Desfrutaria do seu sorriso
Mais uma vez
Eu queria plantar
Esperança no seu caminho
Ate que você se reconheça
E reafirme a nobreza
Que há na certeza
Escondida na parte
Mais bonita da duvida
Eu queria te proteger
Das dores que virão
E fugir com seu coração
Pra cuidar e remover
As angustias transformando-as
Em pureza...como antes
Para que mais tarde
Você mais forte
Com o sangue limpo
Ande pelas veias
Mais felizes da sua alma.

Minha sensação hoje é a de que a tecnologia da modernidade nos trouxe uns óculos monocromáticos e só enxergamos o que está na superfície, o que vem fácil. Sinto-me às vezes no meio de uma legião formada pela alegria instantânea e felicidade fútil. Não se pode perder nada. Aqui onde queremos estar, não há estresse, sacrifícios ou perdas.

Inserida por editorafaces

Intimidade

As pessoas vivem toda a sua vida a acreditar no que os outros dizem, dependentes dos outros. É por isso que têm tanto medo da opinião dos outros. Se eles pensam que você é mau, torna-se mau. Se o condenam, começa a condenar-se. Se dizem que é pecador, começa a sentir-se culpado. E, como depende da opinião deles, é obrigado a conformar-se constantemente com as suas opiniões; senão eles mudarão de opinião. Ora isso cria uma escravidão, uma escravidão muito subtil. Se quiser ser considerado bom, digno, belo, inteligente, tem de fazer concessões, tem de se comprometer continuamente com as pessoas de quem depende.

E levanta-se um outro problema. Como há muitas pessoas, elas estão sempre a alimentar a sua mente com diferentes tipos de opiniões — opiniões conflituosas, ainda por cima. Uma opinião a contradizer outra opinião — daí que exista uma grande confusão dentro de si. Uma pessoa diz que você é muito inteligente, outra pessoa diz-lhe que é estúpido. Como decidir? Então fica dividido. Fica com dúvidas sobre si próprio, sobre quem é... uma ondulação. E a complexidade é muito grande, porque há milhares de pessoas à sua volta.

Você está em contato com muitas pessoas e cada uma delas mete a sua ideia na sua mente. E ninguém o conhece — nem você mesmo se conhece —, pelo que toda essa coleção se amontoa dentro de si. É uma situação de enlouquecer. Tem muitas vozes dentro de si. Sempre que se pergunta quem é, surgem muitas respostas.
Algumas dessas respostas serão da sua mãe, outras serão do seu pai, outras ainda do professor, e assim por diante e assim sucessivamente, e é impossível decidir qual delas é a resposta certa. Como decidir? Qual o critério? É aqui que o homem se perde. Chama-se a isto ignorância de si próprio.

Mas como depende dos outros, tem medo de entrar na solidão — porque no momento em que começar a entrar na solidão começará a ter muito medo de se perder. Em primeiro lugar, você não se tem a si próprio, mas, qualquer que seja o eu que criou a partir da opinião dos outros, tem de o deixar para trás. Daí que seja muito assustador interiorizar-se. Quanto mais fundo for, menos saberá quem é. É por isso que quando procura conhecer-se realmente a si próprio, antes de o conseguir terá de abandonar todas as ideias que tem sobre o seu eu. Haverá um hiato, haverá uma espécie de coisa nenhuma. Tornar-se-á uma não-entidade. Sentir-se-á completamente perdido, porque tudo o que conhece deixará de ser relevante e aquilo que é relevante ainda não conhece.

As pessoas mudam... sim, acredito que as pessoas podem mudar. Eu mesma mudei em relação a acreditar que as pessoas mudam... então, estou aqui a falar com conhecimento de causa.

Eu acreditava piamente na impossibilidade de as pessoas mudarem e agora acredito que tudo é possível no que diz respeito às pessoas. Eu acreditava que todo ser humano é de um jeito... e, conforme o tempo passa... e a vida vai se fazendo vida na vida de cada um, cada ser humano ia ficando mesmo mais parecido consigo mesmo... sim mais igual a si mesmo... e não diferente de si mesmo. Hoje acredito que se alguém é de um jeito - errado, torto, estragado, quebrado, desarrumado, desqualificado - e decide querer mudar... esse alguém consegue mudar

Ninguém precisa ficar quebrado pra sempre. E, agora, escrevendo sobre isso, me dou conta da grande bobagem em que eu acreditava: que o tempo passa e as pessoas vão se tornando cada vez mais elas... me dou conta da minha incoerrência: eu acredito totalmente (um pleonasmo intencional aí, blz?) que Jesus pode mudar a vida de uma pessoa - afinal Ele mudou a minha... então estou a falar com conhecimento de causa -, e ficava defendendo que uma pessoa não muda... apenas se torna mais parecida com ela mesma.

Muita repetição de palavras... muita repetição da mesma ideia... estou eu aqui querendo convencer você de que as pessoas podem mudar? Talvez.... ou talvez esteja apenas tentando convencer a mim mesma de que eu mudei...

pensando aqui com meus botões: isso de convencer a si próprio é meio difícil. Formar uma opinião não é algo fácil... é preciso esforço mental enormíssimo para formar uma opinião... colocar tijolinho sobre tijolinho e construir uma convicção forte leva tempo e esforço, e mudar a forma de pensar é mais - é como mudar pedras enormíssimas de lugar, pedras que estão a atravancar nossa lucidez e tirar do lugar o que não faz a pensar preconceituosamente, indevidamente erradamente. Antes disso até, acho que é necessário humildade pra admitir que se está errado - e poucos somos humildades, você há de comigo concordar..

Antes que este post se torne extenso demais... vou parar... mas não sem antes lhe falar o seguinte: você sabe do jeito que é, você sabe o que faz de errado (e se não sabe, peça a Deus pra lhe mostrar), você sabe que titudes suas estão a lhe incomodar, você sabe se o céu vai ganhar...

... se não sabe nada disso, está na hora de mudar seu jeito de essa sua vida levar... chega de travesseiro, lençol e lágrimas... chega de tudo azul não estar...

Você pode mudar... graças a Deus, você pode mudar... vai precisar de um forcinha aí, of course, mas o importante é que em outra vida, na outra vida, você vai estar... e mesmo nesta vida tudo pode mudar se você de uma vez por todas deixar por Jesus se encontrar.

"Eis que bato à porta...' quase O ouço a gritar.... você vai se fazer de surdo? não vai mesmo mudar? ai...aiaiai...aiai.

POEMA

A minha vida é o mar o abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita

Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará

Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento

A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto

Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento

E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Desconhecido

Nota: Trecho de "Há momentos", texto de autoria desconhecida, muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Clarice Lispector.

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A Falência do Prazer e do Amor
Terceiro Tema

I

Beber a vida num trago, e nesse trago
Todas as sensações que a vida dá
Em todas as suas formas [...]
.....................................................................
Dantes eu queria
Embeber-me nas árvores, nas flores,
Sonhar nas rochas, mares, solidões.
Hoje não, fujo dessa idéia louca:
Tudo o que me aproxima do mistério
Confrange-me de horror. Quero hoje apenas
Sensações, muitas, muitas sensações,
De tudo, de todos neste mundo — humanas,
Não outras de delírios panteístas
Mas sim perpétuos choques de prazer
Mudando sempre,
Guardando forte a personalidade
Para sintetizá-las num sentir.
Quero
Afogar em bulício, em luz, em vozes,
— Tumultuárias [cousas] usuais —
o sentimento da desolação
Que me enche e me avassala.
Folgaria
De encher num dia, [...] num trago,
A medida dos vícios, inda mesmo
Que fosse condenado eternamente —
Loucura! — ao tal inferno,
A um inferno real.

II

Alegres camponeses, raparigas alegres e ditosas,
Como me amarga n'alma essa alegria!
.....................................................................
Nem em criança, ser predestinado,
Alegre eu era assim; no meu brincar,
Nas minhas ilusões da infância, eu punha
O mal da minha predestinação.
.....................................................................
Acabemos com esta vida assim!
Acabemos! o modo pouco importa!
Sofrer mais já não posso. Pois verei —
Eu, Fausto — aqueles que não sentem bem
Toda a extensão da felicidade,
Gozá-la?
.....................................................................
Ferve a revolta em mim
Contra a causa da vida que me fez
Qual sou. E morrerei e deixarei
Neste inundo isto apenas: uma vida
Só prazer e só gozo, só amor,
Só inconsciência em estéril pensamento
E desprezo [...]

Mas eu como entrarei naquela vida?
Eu não nasci para ela.

III

Melodia vaga
Para ti se eleva
E, chorando, leva
O teu coração,
Já de dor exausto,
E sonhando o afaga.
Os teus olhos, Fausto,
Não mais chorarão.

IV

Já não tenho alma. Dei-a à luz e ao ruído,
Só sinto um vácuo imenso onde alma tive...
Sou qualquer cousa de exterior apenas,
Consciente apenas de já nada ser...
Pertenço à estúrdia e à crápula da noite
Sou só delas, encontro-me disperso
Por cada grito bêbedo, por cada
Tom da luz no amplo bojo das botelhas.
Participo da névoa luminosa
Da orgia e da mentira do prazer.
E uma febre e um vácuo que há em mim
Confessa-me já morto... Palpo, em torno
Da minha alma, os fragmentos do meu ser
Com o hábito imortal de perscrutar-me.

V

Perdido
No labirinto de mim mesmo, já
Não sei qual o caminho que me leva
Dele à realidade humana e clara
Cheia de luz [...] alegremente
Mas com profunda pesadez em mim
Esta alegria, esta felicidade,
Que odeio e que me fere [...]
.....................................................................
Sinto como um insulto esta alegria
— Toda a alegria. Quase que sinto
Que rir, é rir — não de mim, mas, talvez,
Do meu ser.

VI

Toda a alegria me gela, me faz ódio.
Toda a tristeza alheia me aborrece,
Absorto eu na minha, maior muito Que outras
[...]
.....................................................................
Sinto em mim que a minha alma não tolera
Que seja alguém do que ela mais feliz;
O riso insulta-me, por existir;
Que eu sinto que não quero que alguém ria
Enquanto eu não puder. Se acaso tento
Sentir, querer, só quero incoerências
De indefinida aspiração imensa,
Que mesmo no seu sonho é desmedida ...

VII

tua inconsciência alegre é uma ofensa
para mim. O seu riso esbofeteia-me!
Tua alegria cospe-me na cara!
Oh, com que ódio carnal e espiritual
escarro sobre o que na alma humana
Fria festas e danças e cantigas...
....................................................................
Com que alegria minha, cairia
Um raio entre eles! Com que pronto
Criaria torturas para eles
Só por rirem a vida em minha cara
E atirarem à minha face pálida
O seu gozo em viver, a poeira — que arda
Em meus olhos — dos seus momentos ocos
De infância adulta e tudo na alegria!
.....................................................................
Ó ódio, alegra-me tu sequer!
Faze-me ver a Morte. roendo a todos,
Põe-me ria vista os vermes trabalhando
Aqueles corpos! [...]

VIII

Triste horror d'alma, não evoco já
Com grata saudade, tristemente,
Estas recordações da juventude!
Já não sinto saudades, como há pouco
Inda as sentia. Vai-se-me embotando,
Co'a força de pensar, contínuo e árido,
Toda a verdura e flor do pensamento.
Ao recordar agora, apenas sinto,
Como um cansaço só de ter vivido,
Desconsolado e mudo sentimento
De ter deixado atrás parte de mim,
E saudade de não ter saudade,
Saudades dos tempos em que as tinha.
Se a minha infância agora evoco, vejo
— Estranho! — como uma outra criatura
Que me era amiga, numa vaga
Objetivada subjetividade.
Ora a infância me lembra, como um sonho,
Ora a uma distância sem medida
No tempo, desfazendo-me em espanto;
E a sensação que sinto, ao perceber
Que vou passando, já tem mais de horror
Que tristeza [...]
E nada evoca, a não ser o mistério
Que o tempo tem fechado em sua mão.
Mas a dor é maior!

IX

Ó vestidas razões! Dor que é vergonha
E por vergonha de si-própria cala
A si-mesma o seu nexo! Ó vil e baixa
Porca animalidade do animal,
Que se diz metafísica por medo
A saber-se só baixa ...
.....................................................................
Ó horror metafísico de ti!
Sentido pelo instinto, não na mente!
Vil metafísica do horror da carne,
Medo do amor...

Entre o teu corpo e o meu desejo dele
'Stá o abismo de seres consciente;
Pudesse-te eu amar sem que existisses
E possuir-te sem que ali estivesses!

Ah, que hábito recluso de pensar
Tão desterra o animal que ousar não ouso
O que a [besta mais vil] do mundo vil
Obra por maquinismo.

Tanto fechei à chave, aos olhos de outros,
Quanto em mim é instinto, que não sei
Com que gestos ou modos revelar
Um só instinto meu a olhos que olhem ...
.....................................................................
Deus pessoal, deus gente, dos que crêem,
Existe, para que eu te possa odiar!
Quero alguém a quem possa a maldição
Lançar da minha vida que morri,
E não o vácuo só da noite muda
Que me não ouve.

X

O horror metafísico de Outrem!
O pavor de uma consciência alheia
Como um deus a espreitar-me!
Quem me dera
Ser a única [cousa ou] animal
Para não ter olhares sobre mim!

XI

Um corpo humano!
Às vezes eu, olhando o próprio corpo,
Estremecia de terror ao vê-lo
Assim na realidade, tão carnal.

XII

................................................. Sinto horror
À significação que olhos humanos
Contém...
.....................................................................
Sinto preciso
Ocultar o meu íntimo aos olhares
E aos perscrutamentos que olhares mostram;
Não quero que ninguém saiba o que sinto,
Além de que o não posso a alguém dizer...

XIII

Com que gesto de alma
Dou o passo de mim até à posse
Do corpo de outros, horrorosamente
Vivo, consciente, atento a mim, tão ele
Como eu sou eu.

XIV

Não me concebo amando, nem dizendo
A alguém "eu te amo" — sem que me conceba
Com uma outra alma que não é a minha
Toda a expansão e transfusão de vida
Me horroriza, como a avaro a idéia
De gastar e gastar inutilmente —
Inda que no gastar se [extraia] gozo.

XV

Quando se adoram, vividos,
Dois seres juvenis e naturais
Parece que harmonias se derramam
Como perfumes pela terra em flor.

Mas eu, ao conceber-me amando, sinto
Como que um gargalhar hórrido e fundo
Da existência em mim, como ridículo
E desusado no que é natural.

Nunca, senão pensando no amor,
Me sinto tão longínquo e deslocado,
Tão cheio de ódios contra o meu destino. —
De raivas contra a essência do viver.

XVI

Vendo passar amantes
Nem propriamente inveja ou ódio sinto,
Mas um rancor e uma aversão imensos
Ao universo inteiro, por cobri-los.

XVII

O amor causa-me horror; é abandono,
Intimidade...
... Não sei ser inconsciente
E tenho para tudo [...]
A consciência, o pensamento aberto
Tornando-o impossível.

E eu tenho do alto orgulho a timidez
E sinto horror a abrir o ser a alguém,
A confiar n’alguém. Horror eu sinto
A que perscrute alguém, ou levemente
Ou não, quaisquer recantos do meu ser.

Abandonar-me em braços nus e belos
(Inda que deles o amor viesse)
No conceber do todo me horroriza;
Seria violar meu ser profundo,
Aproximar-me muito de outros homens.

Uma nudez qualquer — espírito ou corpo —
Horroriza-me: acostumei-me cedo
Nos despimentos do meu ser
A fixar olhos pudicos, conscientes.
Do mais. Pensar em dizer "amo-te"
E "amo-te" só — só isto, me angustia...

XVIII

[...] eu mesmo
Sinto esse frio coração em mim
Admirado de ser um coração
Tão frio está.

XIX

Seria doce amar, cingir a mim
Um corpo de mulher, mais frio e grave
e feito em tudo, transcendentalmente
O pensamento agrada-me, e confrange-me
Do terror de perto, e [junto]
Em sensação ao meu, um outro corpo.
Gelada mão misteriosa cai
Sobre a imaginação [...]

XX

É isto o amor? Só isto? [...]
.....................................................................
Sinto ânsias, desejos,
Mas não com meu ser todo. Alguma cousa
No íntimo meu, alguma cousa ali
— Fria, pesada, muda — permanece.

[P'ra] isto deixei eu a vida antiga
Que já bem não concebo, parecendo
Vaga já.
Já não sinto a agonia muda e funda
Mas uma, menos funda e dolorosa,
[Bem] mais terrível raiva [...]
De movimentos íntimos, desejos
Que são como rancores.

Um cansaço violento e desmedido
De existir e sentir-me aqui, e um ódio
Nascido disto, vago e horroroso,
A tudo e todos...

XXI

— Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?
.....................................................................
Quando te falo, dói-me que respondas
Ao que te digo e não ao meu amor.
.....................................................................
Ah! não perguntes nada; antes me fala
De tal maneira, que, se eu fora surda,
Te ouvisse todo com o coração.

Se te vejo não sei quem sou: eu amo.
Se me faltas [...]
... Mas tu fazes, amor, por me faltares
Mesmo estando comigo, pois perguntas —
Quando é amar que deves. Se não amas,
Mostra-te indiferente, ou não me queiras,
Mas tu és como nunca ninguém foi,
Pois procuras o amor pra não amar,
E, se me buscas, é como se eu só fosse
Alguém pra te falar de quem tu amas.
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Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.
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E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma 'strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é toda humana.
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Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe...
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Amor, diz qualquer cousa que eu te sinta!
— Compreendo-te tanto que não sinto,
Oh coração exterior ao meu!
Fatalidade, filha do destino
E das leis que há no fundo deste mundo!
Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto
De o sentir...?
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XXII

Pra que te falar? Ninguém me irmana
Os pensamentos na compreensão.
Sou só por ser supremo, e tudo em mim
É maior.

XXIII

Reza por mim! A mais não me enterneço.
Só por mim mesmo sei enternecer-me,
Soba a ilusão de amar e de sentir em que forçadamente me detive.
Reza por mim, por mim! Eis a que chega
A minha tentativa [em] querer amar.