Texto sobre Tristeza de Mario Quintana
OUVIDOS PARA MÚSICA NOVA
Você que gosta de arte, que é culto,
isso é muito nobre e inteligente,
você que sabe citar Drummond, Vinicius e outros reluzentes.
Saiba que existe MPB além de Caetano e Djavan, Milton
e outros, hoje tão contentes... Há bossa nossa
além de João Gilberto, poesia além de Fernando Pessoa.
Música nova não soa bem em ouvidos velhos,
Nietzsche chancelou este ideia universal.
Eu a uso com bom propósito, pois tenho feito diferente
dou valor ao clássico, acredito na sua imortalidade
mas se você não souber ouvir e admirar o novo,
vai acabar melancólico e depressivo, pois muito do que foi dito
Já não serve para o mundo atual, e sobretudo,
lembre-se, é arte que é viva e mutante,
o ser humano relutante e inconstante, neste vasto fazer arte
para que a nossa espécie humana seja livre...
Passou.
Passou, acalmou, silenciou, sufocou, findou.
Como é belo o marmelo”remédio caseiro” natural mais conhecido como tempo.
Ele vêm , é só deixar que ele vêm.
Não é da noite pro dia, mas ele vêm.
Ele vêm e silencia.
Ele vêm e acalma.
Ele vêm e tranquiliza.
Ele vêm e dissolve.
Ele vêm te amadurece, te fortifica e te torna alguém melhor do que ontem.
Melhor não no sentido de ser bom ou do bem ou para alguém como uma receitinha de bolo clichê.
Melhor no sentido de melhor pra você mesmo, melhor do que você conseguia ser na versão anterior.
Melhor no sentido de visão ampliada e capacidade de se relacionar consigo mesmo em seu mais íntimo e entender com mais profundidade a realidade e as fantasias constantes de viver em sociedade.
Fantasias de viver em grupo e especialmente em dupla.
Fantasias das expectativas doentes e das nossas pseudos certezas que não possam de bolha de sabão e fumaça.
Passou.
É ridículo saber depois que se sabe.
Você não vai entender isso agora, mas entenderá no dia que um vulcão estiver em erupção na raiz das suas emoções afetivas e o tempo passar, quando ele passar você vai sorrir da sua desgraça emocional passada e vai pensar; Que bobagem, como eu me abalei tanto por tão pouco ?
Os afetos são uma espécie de confusão mental absurda que desorganizam a corrente sanguínea.
Não vou fazer pouco caso agora que passou.
Precisamos ficar dementes as vezes para tentar sentir algo que seja de alguma
Maneira inspirador.
Mas na real, depois que passa é só poeira, fumaça, pó e fantasia.
Passou.
Amém e até a próxima sensação absurda ou não, tanto faz.
É tudo muito infantil e pequeno.
É tudo sem lógica e irracional.
É bicho com bicho.
É pele com pele.
É gozo com gozo.
É dependência química humana, tipo uma droga/entorpecente natural.
É dependência intelectual.
É o destaque na multidão.
É bom, é raro, é gostoso, é único mas é muito tosco.
A paixão é uma aberrarão da natureza, meio instinto, meio cliques aprendidos.
Meio bom meio péssimo.
Meio que trás vida meio que trás morte.
Se não viver isso tu está mórbido e cinza.
Se viver demais tu perde a vitalidade.
Eita trenzinho complexo é ser Homosapiens.
Quem mandou querer misturar evolução natural com evolução artificial.
As ferramentas complexas de caça, a civilização e a agricultura sao o fatores determinante para estarmos no topo da cadeia alimentar.
Acordarmos e pensamos que o
Mundo sempre foi assim.
Acordamos e está tudo lá disponível, todo aprendizado dos filmes românticos e o B A BAAA de como as coisas tem que funcionar.
Nos esquecemos que semana passada éramos apenas primatas vivendo na savana africana.
É louco ser um ser humano moderno.
Talvez piore.
Mas valeu, afinal, Tudo passa, tudo passará. Passou.
Tiago Szymel 29/11/2019
Obs: Texto rascunho não corrigido ortograficamente.
OBRA-PRIMA
Todo mundo é uma casa.
Onde já se viu entrar em alguma
e sair deixando a porta entreaberta?
Todo mundo é uma casa.
Você não deveria quebrar uma
achando que a cidade encoberta.
Todo mundo é uma casa.
Você não deveria bagunçar
e colocar a culpa em quem
desarrumou a sua.
Todo mundo é uma casa!
Você não deveria pregar um quadro novo
se tem dívidas lá fora
ou algo que o torne: falcatrua.
Todo mundo é uma casa.
Por isso nunca é simples
essa coisa de ir embora.
Fica sua digital na porta,
fica o que todos vão saber na rua,
fica um rastro seu que mora.
Todo mundo é uma casa.
Não se pode reformar um pedaço
e querer voltar atrás
exatamente igual.
Todo mundo é uma casa.
Casa sente a diferença
se o açúcar for posto
no lugar do sal.
Ela é uma casa.
Se você não trancou direito,
nem sinto muito se um ladrão
adentrar.
Se você quebra a parede,
é pelo buraco que a luz vai entrar.
Eu sou uma casa.
Eu sou minha casa.
Eu ganho uma nova sala
toda vez que outra casa
vem me visitar.
Fico melhor quando quebram um cômodo...
isso é só espaço pr’outro maior chegar.
Todo mundo é uma casa.
E se você tenta destruir as colunas
é sim em cima de você que ela deve desmoronar.
Porque do que outra casa está criando por causa da sua
é preciso também cuidar.
Se você colocou uma ponte entre as duas
era óbvio que se uma desfaz,
a outra vai balançar.
E se a mesa de canto quebrou,
fica um vazio ou uma oportunidade.
Depende de como vai enxergar.
Todo mundo é uma casa.
É preciso criar expectativas, sim.
Nenhuma revista séria vai inspirar decoração duvidosa
– e sem expectativas não há criações reais.
Todo mundo é uma casa.
É preciso esperar que o sofá confortável da propaganda
funcione para o minuto de paz.
Expectativa é diferente de ilusão.
Ilusão é coisa que a casa cria sozinha.
É o barulho que ninguém explica,
é o que pensa da vizinha.
Mas você não deveria colocar um tapete na porta
se ninguém pode colocar os pés nele.
Se fulano vive estacionando lá o carro,
quando empatar uma garagem, vão reclamar é dele.
Entende? É sempre óbvio quando se está
gerando expectativas no outro.
Não entender é como não ver
que sem rede, janela não está segura.
É tão simples perceber quando está sujo.
Sujeira guardada, inclusive, aparece como mofo:
na casa, na fatura.
Todo mundo é uma casa!
Todo objeto posto gera uma ação.
Tudo gera alguma espera,
casa vive a (des)esperar.
Coloque um prato na mesa,
vão usar pro pão.
Não existe isso de calma para o que está parado.
Parado largado está.
Tudo o que você coloca ali, precisa e vai ter uma utilidade…
seja para outra visita usar ou para te assombrar mais tarde.
Todo mundo é uma (c)a-sa!
Bate asa é pra cá. Bate asa pra ficar.
Você não pode julgar a decoração dela
e não pode querer assim que ela te deixe entrar
se não viu as reformas anteriores.
Toda casa é mal-assombrada
pelos visitantes, pelos que já morreram ali
e pelos moradores.
Todo mundo é uma casa.
A construção é constante,
mas para reformar é preciso
gastar tudo o que desgastava.
Todo mundo é uma
ca
sa.
Queda é o que dá.
O resto tira ou faz perceber o que já estava.
Se não sabe se entra ou sai,
bata a porta de vez com força
ou o vento vai chegando pra bater.
A cada demora para ficar na casa,
os arredores vão levando ela de você.
Todo mundo é uma casa.
E se eu preciso ficar te lembrando disso
e de não sujar os seus pés na rua
– porque aí eles sujam também aqui dentro –,
vejo logo que cê é só ponte
pra reformar algo do centro.
Que ótimo, vejo logo que você não merece
conhecer o andar de cima...
Vamos logo, se apresse,
porque minha casa está em obra
-prima.
Não quero me enquadrar aos padrões da sociedade
Quero e preciso ser quem sou
Não gosto de tudo que vocês gostam
Não quero tudo que vocês querem
Me livrem do peso da superficialidade
Permitam-me viver exercendo a arte de ser
Quero amar e ser amado
viver sem ser submetido a algo ou alguém
Não quero "quer que" fazer algo
Nos livrem do peso da superficialidade
da eterna obrigatoriedade
O teatro itinerante.
A vida é como um teatro itinerante, ao acordarmos as cortinas se abrem e a partir desse momento o espetáculo se inicia. O nosso lar é o palco, e a platéia representa todos os nossos desafios, alguns são maiores e outros nem tanto. A cada respirar uma nota é exalada, vivencie esse momento tão especial e único, vista-se com o mais belo sorriso e demonstre o quão forte você é, apresente a vida o Artista que à em você e por menos faça todos os dias o melhor espetáculo!
Minha maior vingança
é que tudo o que
me irrita no outro,
aperfeiçôo em mim.
Se você me rasga, vou dar
curativos a outros
e a você, só o fim.
Tudo o que eu queria
que fosse diferente,
revoluciono em como sou.
Mando embora o que machuca,
mas machuco de volta somente
virando cada vez mais o oposto
do que me sufocou.
E sufoco nem sempre
é sobre gente que aperta:
às vezes é sobre gente
que não soube segurar.
É seguindo em frente
que a lição foi dada,
é melhorando para quem chegar.
A solidão
Ela chama os que sabe dos teus nomes
te grita mas não te envergonha
Ela nunca te acompanha
o passo dela não te abandona
Não finge que é de verdade
Não brinca com o que você sonha
Não multiplica o que te divide
Não subtrai o que você soma
Não te afoga quando te inunda
com nadas
Não nada no que te afunda
nem some
Quando calamos toneladas de verbos para não entrar em polêmicas desnecessárias é porque vemos com clareza, que, infelizmente a maioria não tem entendimento de texto.
Mal leem algo e já opinam, se arvoram em analistas de algo que nem assimilaram.Querem mesmo é ter razão, mas felizmente numa poesia autoral e verdadeira nada pode ser mudado. O poeta é rima, é criador e criatura e tem licença poética para cumprir sua missão. Tão boa ela é, faz mergulhar em nuvens ou voar sem asas sobre abismos, faz colher as miríades e iluminar seu próprio caminho !
Mesmo que siga só, tropeçando em vírgulas e adjetivos, ele segue. Foi escolhido pela arte, não a escolheu, é um pupilo que respira e expira a poética, noite e dia.
A VIAGEM AO SUB
Eu me sinto tão sozinho. Sinto-me só por não ter ninguém para que eu veja, me sinto só porque não tem ninguém que me entenda, me sinto só porque não tenha ninguém que ame, me sinto só por mudanças sobrenaturais comigo. Desde começo me sinto diferente, me sinto de um jeito que ninguém é capaz de explicar, vi vir coisas que jamais conseguirei explicar. A partir do momento que você muda o jeito todo o "JOGO" muda e as coisas mudam, o que difere o joio do trigo, não é quem você tem que enfrentar. Mais sim o que você fará para começá-lo. Quanta coisa eu fiz para não acontecer isso, quanta coisa, estava eu vivendo a vida sem saber como até que você apareceu falou que eu não teria chance que sua vida já estava comprada, E eu sem saber não acreditei, passou um tempo e você me perseguia, já agora não parava de me perseguir, não parava, conhecia uma alma gêmea que pedia socorro antes mesmo de conhecê-la-la. Ela me falava o que ela viva e eu sabia tudo o que ela viveu, ela falava o que ela sentia , e eu sabia cada sentimento que ela tinha, comecei a lutar por ela e por mim foi querer descobrir quem fez isso com os mesmos, fui querer começar a "JOGAR" e sem saber comecei. Depois disso comecei a surtar, pois não sabia o que era o que estava acontecendo e perguntei: _porque eu entrei nesse jogo? _porque eu estou nesse jogo? _o que eu ganharei com isso? _esse jogo irá acaba quando? Essas perguntas que ficavam em meu subconsciente, jamais saíram de lá, entrei em súbito moral onde o pior inimigo era eu mesmo, fui a vários lugares procurar respostas, mais só achava mais perguntas; voltei-me a encontrar com ela. Ela dizia coisas que eu já sabia a resposta porem, eu não sabia a minha resposta, eu não sabia. Quanto tempo procurando isso? E quanto tempo que não foi perdido, pois não passou nenhum segundo, não passou nenhum minuto. Tive muitos problemas até então, pois nada que pedia e fazia aos mesmos não davam certo, como é uma alusão isso que passa na minha cabeça! Como é impressionante como ando sem usar o tempo, como eu uso o tempo sem andar. Contraditório pensar que eu tenho que acabar com isso, mas não consigo; falei com muitas pessoas; todas me deram mais pergunta; então o único jeito era acabar com isso tentei-me matar, muitas vezes, sem sucesso. Tentei-me chamar quem não devia. Sem sucesso. Até que bem na minha frente estava quem tanto procurei, não era DEUS antes fosse não era o inimigo ainda bem que não era também, era eu meu subconsciente que eu nunca usei, nele estava toda a vivencia solitária, todavia passei toda minha vida procurando e perguntando. O Cerco foi se fechando e eu sem ter respostas ainda, muitas coisas me atracaram para não vencer, muitas coisas tentaram me coagir para acabar logo com isso, mais eu não desistir. Fui-me ao subsolo do mundo enquanto dormia, lá era um lugar cru, vazio, e contraditório para mim que não sabia jogar esse jogo. Mais dessa vez não fui atrás de respostas, fui para lutar seja com quem for seguir-me e comecei avistar um clarão nessa imensidão escuridão. cheguei mais próximo possível até que não conseguir ficar mais parado e voe-me até o fim inumerável. Parei-me sem saber onde estava e comecei escutar ruídos, comecei a sentir que o jogo começava ali naquele momento, mesmo sabendo que não seria fácil, não desistir e continue até o final. O Pior que demorou tempo para algo acontecer e nada acontecia, fica inquieto e tentei-me sair daquela inércia, até que aconteceu outra explosão de claridão bem em minha frente. Voltei-me a meu lugar e comecei, lá encontrei uma " Coisa" que jamais escrevendo conseguiria descrever, preparado insiguramente perguntei: _estou nesse jogo e ele começa agora? _não sei por que estou nesse jogo, mas que ele comece agora! _estou preparado para ela! Fui andando bem vagarosamente em frente até que atracaram meu subconsciente e viram tudo o que havia acontecido comigo, e após isso ter ocorrido, acordei-me fui demasiadamente para o computador onde comecei a escrever tudo isso que estou apresentando. Posterior a isso me fui ao espelho eu vir todas minhas costas cortadas, vi a marca de uma guerra que nem comecei, vi o quanto isso não vale a pena estugar; eu falo que temos que vencer essa guerra pôr ninguém me escuta, falo que quando há a possibilidade, vença-o Pois não sabemos quando haverá a segunda chance, não sabemos nem se podemos ter-la. Eu não vou desistir mesmo me sentindo tão sozinho, eu vou até o final, pode acontecer tudo de novo, pode eu me machucar e me cortar por inteiro, mais quem eu tiver o propósito de salvar eu salvarei... Venha até meus braços, venha comigo eu te imploro venha agora.
não quero parecer ingrata
ou rancorosa ou cega
para as coisas boas
da vida
mas é inevitável olhar para
o topo da montanha e se
perguntar por que ainda
estou tão longe
por que todos os passos que
já dei não me levaram para
mais longe
porque parece que todos estão
indo mais rápido e chegando cada
vez mais perto do topo enquanto
eu estou dando passos de
tartaruga ao mesmo tempo em que
sonho com a parte mais alta da montanha
o que estou fazendo de errado?
como os outros chegam às suas
decisões e escolhas que os
impulsionam para o alto enquanto
eu mal consigo vencer
o dia de hoje sem chorar
me sinto parando no tempo
na caminhada
na vida
na jornada que antes
eu tanto amava
na jornada que antes era
o meu grande motivo de acordar
todos os dias e correr atrás
alguma coisa se perdeu
alguma coisa se apagou
estou procurando há um bom tempo
e ainda não encontrei
e ainda não sei como fazer
a luz voltar
Quem me dera se os azares da vida tivessem o cheiro do seu casaco preto. Os abraços não são desconfortáveis quando cabe o nosso mundo dentro. As cores são mais vivas quando o amor pincela o cinza.
Quem me dera fosse um tempo atrás, eu teria a coragem de sussurrar a música que fala de azar ao pé do teu ouvido. Quem me dera, e por isso, eu vou arder por dentro, sabe lá se de vontade ou amargo arrependimento.
E se por acaso, alguém citar o teu nome em qualquer ambiente, deixo o meu sorriso fluir naturalmente. Você é um acaso que me faz bem. E você sabe disso. Azar de quem não entende. Azar que, por um acaso planejado, é o meu abrigo preferido.
@pd_hud
"Uso obrigatório de máscara" dizem as placas
Mas já usamos máscaras há muito tempo!
A máscara física fez cair muitas máscaras sociais
O mais irônico é pensar o quanto é difícil usar a máscara de pano e o quanto é fácil usar máscaras sociais
A máscara obrigatória hoje derrubou muitas máscaras opcionais
Se tornou insustentável suportá-las
Ela nos obriga a olhar nos olhos do outro, pois é só isso que podemos ver no rosto do outro.
Se são os olhos "as janelas da alma"
A máscara física nos obriga a espiar as janelas alheias
Olhar para a alma do outro, a uma certa distância, é claro!
Talvez, não seja tão ruim assim poder olhar para o que não enxergávamos: a alma do próximo
A máscara física tornou os mais belos rostos irreconhecíveis
E invisibilidade urbana deixou de ser "privilégio" de mendigos ou prestadores de serviços essenciais que nunca foram valorizados
Escondeu os sorrisos e deixou à vista as lágrimas que escorrem das janelas da alma
A máscara não é de ferro, mas precisamos ser de ferro para suportar a máscara de pano
Sonhamos com o dia em que seremos "desmascarados"
Libertos das máscaras de pano
E será escolha individual libertar-se das máscaras sociais
Queime, queime, rosa bendita
Não és mais bem-vinda em meu jardim
Não deixe sementes, nem raiz
E acabe com esse sentimento dentro de mim
Quando recebi vossas sementes,
As recebi de bom grado,
Mas agora que já nascestes,
Me arrependo desse trato
Sua cor é linda e vibrante como sangue.
Sangue meu que eu plantei,
Vi crescer pétalas lindas e gigantes,
Do amor intenso que plantei
Mesmo deslumbrado com tua beleza,
Não ignorei os espinhos afiados,
Mas mesmo cortando e podando-a,
Eles se espalharam por todo lado
Então queime, queime, rosa maldita
E depois suma por favor.
Meu jardim precisa de descanso,
Dessa droga de amor
Era por volta das 22, eu , estava no carro com minha prima. Nós estávamos voltando de um passeio que havia sido muito bom e divertido. O celular dela começou a tocar, rapidamente ela apertou o botão vermelho, assim , rejeitando a ligação. Após isso um certo silêncio se instalou dentro do carro. Ouvi minha prima suspirar , um daqueles suspiros pesados.
E então ela disse : - sobre o que eu falei no bar, mais cedo. Não conte a ninguém.
Naquele momento quem suspirou foi eu. Sempre vi minha prima de um modo diferente. Em minha cabeça a mesma sempre foi uma pessoa madura, seria, fria de certo modo e um tanto impassível. Mas ao lembrar das coisas que ela havia dito no bar tive uma mudança em minha visão.
Mas não fora só isso. Percebi, que na realidade nos parecemos mais do que sabíamos. Percebi que nos entendíamos muito mais do que pensávamos.
E nisso que encontro a ironia. Nunca na vida eu iria imaginar que eu e ela passamos por uma situação extremamente parecida. Mas mais ainda, eu jamais seria capaz de imaginar que a maneira com a qual ela lida com a tal situação e a maneira com que ela se sente em relação a situação eram iguais às minhas.
Naquele carro, aprendi então uma grande lição: Nunca podemos julgar os outros. Pois nem sempre sabemos o que se passa com eles.
Então foi naquela noite.
Algumas poucas palavras, talvez com duplo sentido, talvez pura ilusão própria, e uma tiragem de fotos com rostos juntos. Apenas essas únicas coisas foram capazes de apertar completamente meu peito, como uma faca atravessando meu coração, e alonjando-se por tempo indeterminado. O rosto que um dia eu toquei, os lábios que permiti tocarem os meus...
Então, após um longo momento entre sonho e irrealidade, qualquer pensamento que poderia ser caloroso em meu coração e qualquer tipo de sentimento de afeto caíram completamente por terra.
Foi assim que eu percebi que a vida adulta me sorria amargamente, e abria amplamente suas portas para mim.
Eu senti um misto confuso entre completo desprezo e descrença, traição e desalento, inconformidade e ódio. Com tudo isso, cheguei à conclusão que não poderia desejar a felicidade desse alguém sem ao menos desejar que sentisse a mesma dor, e meus pensamentos de moralidade cristã me incriminaram quanto a isso. Percebi ao fim, que imaturidade e maturidade são palavras muito confusas e difíceis. Ao mesmo tempo, não poderia definitivamente dar tudo como superado sem antes desejar um pouco de sofrimento alheio, e muito menos sem permitir que a raiva tomasse o meu coração e muito menos sem antes chorar como uma trouxa, e passar algumas horas inúteis pensando sobre o acontecimento, de certa forma inútil.
Se isso tudo significa um ritual de passagem para a vida adulta...
Então isso tudo é uma verdadeira merda.
Torne-se imortal!
Como pesa uma página em branco, mas ou é falta de conhecimento ou falta de vontade ou falta de coragem mesmo. Ninguém é uma página em branco e escrever é um exercício fundamental para organizar ideias, uma forma de revelar conteúdos e de mostrar sua individualidade. Gosto de ler os compositores, os poetas e o que as pessoas escrevem, porque na verdade aprendemos com todos. A literatura não é mais que algo muito pessoal, uma forma definitiva de se expressar, pois identificará você para sempre e mesmo após essa vida! A maneira de ver, compreender e revelar o que só existe na sua forma de entender o mundo. Por isso não abra mão da sua liberdade de pensamento e de se comunicar (pela escrita) sempre...
Rodrigo Furlan
Sei lá, é que agora é diferente... Mesmo cheia de incertezas e à frente de portas entreabertas, estou tão contente. Não me pergunte o porquê, eu não saberei lhe responder. Também não pergunte sobre o meu eu, você não compreenderá.
Eu simplesmente respiro profundamente olhando no espelho. E neste intervalo entre inspirar e expirar, tenho plena certeza que estou melhor assim. Vazia não da alma, mas sim de você, de sua insignificância.
A HORA CERTA
Foi ali, Seu Moço. Que cansei de relutar. Naquela esquina ele abraçou todas as minhas dores estomacais e fez com que eu reparasse que nunca deixei de acreditar no bom da vida. E foi ali, Seu Moço, naquele outro canto, ó, que eu cometi a tolice de dizer que não era a hora certa. Juntei minhas fobias não causadas por ele, minhas cicatrizes, sustos e assombros pretéritos, formei uma imensurável bola de horrores na garganta e na coragem e, simplesmente, joguei tudo pelos ares, escorando na minha desculpa sincera de que achava não estar em uma fase propícia para algo maior.
Foi numa quinta-feira cinzenta que ele surgiu com sua paciência de Jó, e, apesar de ter sido inesperado, foi simples, nada parecido com os romances que assistia e anotava na minha libido. Mas foi mais mágico do que todas as histórias que vivi, até mais do que aquelas que causaram textos até hoje. Porque foi real, sabe, Seu Moço? Foi de uma segurança imensa. E assim fui aprendendo que o fascínio do amor não está apenas nos grandiosos acontecimentos, mas sim, nos detalhes que ele permite enxergar, na leveza da leitura. Se não está dando tranquilidade o suficiente para granjear as vírgulas mínimas e incríveis que estão passando, é porque não é amor. Não tem como algo que depende assim da amizade, surgir das turbulências.
Não senti e nem sei se sinto que é a hora certa, não sinto que estou curada dos últimos socos que levei no tórax e nem que posso entregar todos os pontos enquanto ele ainda está na porta, mas cansei de querer encontrar gente que presta na hora exata. Já joguei janela afora outros que pareciam ser dignos, apenas porque a minha fase não era a mais estou-aguardando-um-casamento. Depois, com ele, fui vendo que é burrice limitar as oportunidades por bloqueios momentâneos. Que é como ter o bom e o ruim e optar pela imprudência do negativo, perdendo o que pode nunca mais encontrar e ficando com o que hora ou outra, vai esvair.
Que insensatez quebrar o inabitual por algo comum! Comum é esta rachadura que prendeu meu pulsar, comum é esta fragmentação que todo mundo recebe, uma vez que seja, dos infortúnios. Comuns são as aversões criadas pelos péssimos rastros dos comuns. Costumeiros são os pés oscilantes e o que fiz naquele canto. E inabitual é o que eu tenho, ou tinha, nessa possibilidade.
Quero dizer para ele que pode entrar, sabe, Seu Moço? Quero que ele saiba disso. Que a hora certa é a gente que faz, que quero que ele me ajude a fazer. Que não é para ele tascar a nossa esperança em um jarro de flores mortas e fincar os pés aqui sabendo que é por tempo contado. Nunca fui de querer ficar em nada tendo ratificação de que teria mesmo um final. Então, se aqui ainda estou, ele deveria saber que é porque nunca dei para trás, nem mesmo um pouquinho. Sim, preciso ainda contar que tem muito turbilhão por vir, mesmo que esta paz imensa que ele me traz continue a grudar nas solas dos nossos sapatos. Porque nunca é fácil. Só que a parte mais rara a gente já tem, que é a naturalidade, aquela sensação gostosa de sentir que está em casa, aquela intensidade rápida e não forçada. Que espero, ao menos, que para ele ainda exista, que em alguma pontinha das suas costas bata em permanência um fio de crença em se mudar para cá.
Eu não vou estar brincando se disser que mudei de ideia, que na verdade, desde o começo meus sentidos apontaram para não ir, para colocar mais papel na impressora. Mas será que ele vai acreditar, Seu Moço? Será que ainda vale a pena dizer? Queria saber se ainda existe aquela mesma vontade e constância dele, entende? Queria gritar que nunca mais vai existir hora certa ou errada, que isso é pura ilusão. Que verdade mesmo é o que faz sentir, e ele fez.
Foi naquela esquina, Seu Moço, bem ali, que soube desde o começo que era ele. E foi naquele canto que estraguei tudo. Ajuda, Seu Moço, essa gente confusa que está escolhendo errado, e a mim. Preciso fazer ele voltar àquela esquina comigo e deixar aquele canto para trás. Porque, Seu Moço, ele precisa saber que se ficar, eu não vou mais.
ADEUS
Será que sei alguma coisa da vida?
Despreocupado com resultados
E dali você sempre foi
o primeiro a sorrir
Escondendo a dor
Da luta contra a solidão e tristeza
De uma pessoa boa
Que mesmo no escuro, enxerga a beleza
Do pouco que sei
é que não foi fácil
te pedem pra ser feliz
para esconder aquela cicatriz
E o que pude fazer pra ajudar
ajudar a lutar
contra a solidão?
nessa vida, o que é a felicidade?
não é dinheiro, nem o luxo
apenas algo vazio
que o inventor não traduziu
Assim como a noite sequestrou
A beleza da cidade
Assim como a vida se fechou
Para quem busca a própria identidade
Do nada que sei
é como você se foi
Até a próxima vez
não será mais só um mês
O AMOR É ELEGANTE
O amor é cuidadoso, altruísta. Cuidado que não se limita apenas nos momentos de uma febre ou dor de cabeça, que não fica ali somente na cama e no sofá, quando a sós. É o zelo que não se resume apenas ao remédio dado na madrugada em que ambos ficaram em claro pela virose de um, ou pelo dia em que ela largou seu trabalho inacabado por conta da tristeza dele ao perder aquele cargo tão importante. É o amparo que não condiz unicamente às situações em que as prioridades mudam pelo outro e esses fatores são, então, contemplados juntos, no seu ninho.
O amor é dedicado em todos os âmbitos. O amor é cuidadoso fora de casa, na fila do mercado quando um ajuda o outro a pagar a conta enquanto ele a elogia para a moça do caixa. Diferente daquele cara, que comenta sorrindo para a mesma senhora sobre o quanto a sua mulher é insuportável e coisa e tal, só para arrancar umas risadinhas da desconhecida e elevar seu ego como quem tem um "irresistível senso de humor".
Quem ama não esquece de amar só porque o outro não está presente, e o amor é ação com postura. Amor mesmo é quando um está no trabalho e o outro em uma reunião informal de pessoas com as quais precisa "fazer média para fechar negócio", e quando nesta reunião alguém comenta algo como "Não acho que fulana vai ter tanto sucesso assim", o fulano, namorado/marido da tal, chega graciosamente, quase esquecendo de instigar o cliente sobre a sua proposta, e vai escancarando uma lista verbal que justifica a capacidade da sua amada para atingir sim um grau elevado de reconhecimento naquilo que faz, convencendo a todos do seu discurso através da vontade de fazê-lo.
Não existem distorções, mentiras e exacerbações para parecer engraçado ou tentar se enturmar com quem está comentando isso e aquilo de ruim sobre quem você deve querer bem. O amor é elegante. Ele faz com que os atos e as palavras sejam cautelosos, principalmente quando em público. Faz com que um pondere a imagem do outro como se fosse a própria. Faz política e propaganda sincera. Causa com que ambos tenham a sutileza e o respeito de não fazer nada que saiba ter o poder de ferir a conduta de quem se ama, vendendo sempre a melhor figura do(a) parceiro(a) e querendo ser o melhor desenho possível, para que combine com o que pinta e borda de bom do seu cônjuge.
O amor é refinado e laborioso. Quem tem um amor, amor mesmo, mal precisa de empresário para sair "vendendo o seu peixe", porque o amor exala admiração, e aquele namorado vai falar tão bem do talento da namorada que vai atrair bons interesses para ela. Ele nunca deixaria passar a chance de meter as caras e com toda a persuasão possível, ir falar com os donos de uma gravadora, se a sua mulher canta.
O amor é a classe de se impor como o assessor de um candidato a presidente em época de eleição. E o tal candidato, é o seu amor. Os segredos daquele laço mantem-se preservados, e não há críticas pelas costas, porque a elegância exige que as partes ruins sejam debatidas no escritório do casal. O amor não só fala bem, como não permite que fale mal, a não ser entre as quatro paredes dos dois referentes, mantendo a arte da conversa para a vida saudável não virar um mar de dissimulações.
Claro que existem os amigos que vão saber de um detalhe ou outro, aqueles confidentes que ganham reais conhecimentos para darem seus conselhos e apoios quando preciso for, mas até quando com eles, existe um certo equilíbrio nas falas, algo que não restringe a admiração, que emite apenas o ângulo preocupado e dedicado de quem diz. Caso contrário, em uma difamação ou indiscrição desnecessária sobre o relacionamento com conhecidos aqui e ali, sem cuidado, sem preservação, na falta da elegância, no abandono do emprego (de ser o assistente, o secretariado do seu par): não está sendo amor, e quando o amor deixa de ser amor em algum momento, ah, meu bem... Nunca foi.
ATENÇÃO: No fim das contas, isso se inclui a todos os tipos de amores. Aos amigos, aos irmãos, aos pais, aos filhos, não só aos casais.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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