Texto sobre Medo de Mario Quintana
AMAR SEM POSSUIR
Ninguém merece ser sozinho...
O seu coração sabe disso, porque certamente já experimentou o amargo sabor da solidão. É no encontro com o outro que o eu se afirma e se constrói existencialmente. O outro é o espelho onde o eu se solidifica, se preenche, se encontra e se fortalece para ser o que é. O processo contrário também é verdadeiro, pois nem sempre as pessoas se encontram a partir desta responsabilidade que deveria perpassar as relações humanas.
Você, em sua pouca idade, vive um dos momentos mais belos da vida. Você está experimentando o ponto alto dos relacionamentos humanos, porque a juventude nos possibilita ensaiar o futuro no exercício do presente. Já me explico. Tudo o que você vive hoje será muito importante e determinante para a sua forma de ser amanhã.
Neste momento da vida, você tem a possibilidade de estabelecer vínculos muito diversificados. Família, amigos, grupos de objetivos diversos, namorados e namoradas. Principalmente esses últimos, que não são poucos. Namora-se muito nos dias de hoje, porque as relações humanas estão cada vez mais instáveis e, por isso, menos duradouras.
Parece que o amor eterno está em crise.
Tem calma
Tem calma contigo mesmo e olha onde vais,
Espera um minuto, pensa no que farás
No meio da tormenta é duro de navegar,
E outra má decisão te pode caro custar.
Nem todo mal momento te faz fracassar,
Se alguém não te aceita só te fará pensar.
Que a vida está cheia de coisas a enfrentar,
Ainda assim há beleza é preciso andar
Segue adiante, sem olhar atrás,
Vive cada dia e nada mais.
E o que vier tu vencerás
Só Tu tens a chave, abres ou fecharás
Tem calma tua vida é um jogo de verdade
E aos outros não culpe por tua mediocridade
Se alguém tem falhado é bom sempre lembrar
Que também tu tens falhas basta de chorar.
Tu és precioso, acredite ou não,
Mas o amor que é amor sempre causará dor.
E como ouro, pelo fogo vais que passar
Purificar-lo todo e o melhor de ti forjar
Ainda que chores, tu vencerás
Só aquele que perde sabe também ganhar.
Mas tem calma...
Acordar
Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rocio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.
Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.
Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne,
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom,
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste,
Seja
A mulher que chora baixinho
Entre o ruído da multidão em vivas...
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
Cheio de individualidade para quem repara...
O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
Tudo isto tende para o mesmo centro,
Busca encontrar-se e fundir-se
Na minha alma.
Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
Para aumentar com isso a minha personalidade.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.
Dá-me lírios, lírios
E rosas também.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também,
Crisântemos, dálias,
Violetas, e os girassóis
Acima de todas as flores...
Deita-me as mancheias,
Por cima da alma,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Meu coração chora
Na sombra dos parques,
Não tem quem o console
Verdadeiramente,
Exceto a própria sombra dos parques
Entrando-me na alma,
Através do pranto.
Dá-me rosas, rosas,
E llrios também...
Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó.
Minha dor é inútil
Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palác ios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
Por isso, não te importes com o que eu penso,
E muito embora o que eu te peça
Te pareça que não quer dizer nada,
Minha pobre criança tísica,
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também..
"Um cão é a única coisa na terra que o ama mais do que ama a sí mesmo."
( Josh Billings )
"Se você pega um cachorro faminto e o torna próspero, ele não morderá você. Esta é a principal diferença entre um cachorro e um homem."
( Mark Twain )
"Quem me ama, ama também meu cão. "
( São Bernardo )
"Quando late o cão velho, deve-se ir olhar."
( Pereira )
"Os cães são o nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde, é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz."
( Milan Kundera )
"Os cães são melhores que os seres humanos porque eles sabem mas não contam. "
( Emily Dickinson )
"Os cachorros só ladram a quem não conhecem."
( Heráclito )
"O melhor amigo do homem é outro cachorro."
( Luis Felipe Algell de Lama )
"O cão é um cavalheiro, eu espero ir para o céu deles, não para o dos homens. "
( Mark Twain )
"O cachorro de estimação suspeita que o Universo inteiro planeja tomar seu lugar. "
( Rabindranath Tagore )
"Ninguém pode se queixar da falta de um amigo, podendo ter um cão."
( Marquês de Maricá )
"Não é o tamanho do cachorro na luta, mas o tamanho da luta no cachorro."
( Archie Griffin )
"Existe três cachorros perigosos: a ingratidão, a soberba e a inveja. Quando mordem deixam uma ferida profunda."
( Martinho Lutero )
"É preferível ceder o caminho a um cão, a ser mordido por ele, pois mesmo matando o cachorro a dentada não ficaria curada."
( Abraham Lincoln )
"É melhor ter um cachorro amigo do que um amigo cachorro."
( Fabricio Bravim Melotti )
"Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações. "
( Sigmund Freud )
— Juro! Deixe ver os olhos, Capitu.
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas.
O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos.
Haver com eles um relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.
Não existir mais reis nem regências.
Uma certa liberdade com a luxúria convém.
De repente
De repente você abre os olhos e vê um novo mundo, você percebe melhor as pessoas e suas intenções, vê com mais clareza quem é admirável e quem é hipócrita, quem merece o seu prezar e quem deve ser ignorado.
De repente tudo fica mais simples, você reconhece aquilo que deve ficar longe de seu coração e aquilo que deve ficar junto dele, de repente você pede desculpas com mais facilidade e reconhece seus erros mesmo que ninguém valorize o seu aprendizado, porque a opinião alheia perdeu a importância para você.
De repente você acorda mais forte, mais convicto, sega as lágrimas e segue adiante, em busca do que deseja. De repente o inconveniente não lhe fere mais e você passa a supervalorizar o excelente, não o ruim.
Você, simplesmente, não se preocupa mais, vive, faz a sua parte e espera os resultados de seus atos sem expectativas ilusórias. Você passa a pensar mais antes de agir e não perde tempo pensando nos efeitos de suas ações, afinal você aprendeu que é o plantio que determina o futuro, não a colheita.
De repente as pessoas ao seu redor mudam, seus relacionamentos mudam, de repente nada lhe faz estagnar ou perder tempo, tudo se torna válido e interessante. Pois então, de repente você percebe que não foi a vida ou o mundo que mudaram, foi você mesmo e, apesar dos pesares, toda dor valeu a pena, porque você se tornou uma pessoa muito melhor do que a que foi outrora, quando achava que o mundo deveria mudar e não você mesmo.
Amor se cultiva, cativa, aprende.
Amor é quando há uma reciprocidade de sentimentos; É quando se assume pra todo mundo um relacionamento sem medo de ser feliz, com a certeza que mesmo que não seja para sempre, vai ser sempre quem você vai amar quem está contigo, é não ter vergonha do outro.
Amar é estar seguro mesmo inseguro, e pensar e fazer com que pequenos problemas não possam destruir um grande sentimento, e problemas maiores podem ser superados juntos.
O amor verdadeiro não deixa que o relacionamento a dois se torne a três ou mais, tudo porque, quando se ama, a gente se doa e só tem olhos pra cuidar de si e da outra pessoa.
Quando se ama verdadeiramente a fidelidade mesmo com a insegurança está acima de tudo, afinal de contas não faz sentindo sustentar um relacionamento a dois se quer estar só com está pessoa.
Se você maltratar um bom coração vai achar quem maltrate o seu e ai sim você cai na real e não vai nem precisar pensar o porque está vivendo isso.
Uma história de amor pode transforma-se em uma ilusão, mas um amor verdadeiro será sempre mais que uma linda história, será tudo que sempre sonhamos em ter... é a felicidade projetada por Deus.
...há situações que constituem a nossa prova aflitiva e áspera, mas redentora e santificante.
Perdoemos as pedras da vida pelo ouro de experiência e de luz que nos oferecem.
E, sobretudo, armemo-nos de coragem para o trabalho, porque é na dor do presente que corrigimos as lutas de ontem, acendendo abençoada luz para o nosso grande porvir.
AMOR,
Amar ontem , amar hoje, amar amanhã, ou simplesmente não amar!
Difícil ter a certeza de que se é correspondido, ou não, medo de errar, se decepcionar, ou magoar outro alguém, por depois ter a certeza de que realmente não o amava, e sempre se perguntar: é verdade a hipótese de só se amar uma vez na vida? Amar é como um único coração dividido em duas partes, cada uma com sua personalidade, e forma de entender o amor, que passam um bom tempo a procura da sua metade, e quando se encontram , descobrem o verdadeiro significado de amar.
Nos preocupamos em saber se é a pessoa certa ou errada,e tudo gira em torno de uma única pergunta, será mesmo amor ? não se deve ter medo de amar, se entregar, de dizer eu te amo, porém sabendo que o EU TE AMO, tem significado, não é como um bom dia, mais como saber se é realmente amor? PRESENÇA, FALTA, fizemos questão de sempre querer estar perto, de ligar quando sentir saudade, de dar um abraço bem forte quando passam algum tempo sem se ver, de não imaginar sua vida sem aquela pessoa, e o mais difícil saber seu real valor quando perdê-la. Você chora, sente saudade, porém isso não é o bastante para trazê-la de volta.
Aquele que você respeita, cuida, demonstra carinho, que briga se for preciso, mais minutos depois já estão se falando..; o que jamais enxugará sua lágrima, porém nunca deixando-a cair, a verdadeira razão é te mostrar o que é felicidade. Independente de tudo vendo seus avanços e tropeços que a vida te ensina,estando sempre ao seu lado, e lá no final vendo todos os seus sonhos se realizem.
Mesmo assim amar é muito complicado ou será que a gente que complica? Já refletia Drummond: Ah o amor ... um não sei o que, que nasce não sei onde, vem não sei como e dói não sei porque...
Não sei sentir, não sei ser humano,
Não sei conviver de dentro da alma triste, com os homens,
Meus irmãos na terra.
Não sei ser útil, mesmo sentindo ser prático, cotidiano, nítido.
Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo.
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco, não sei qual, e eu sofri.
Eu vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos.
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda gente.
Mas para toda gente isso foi normal e instintivo.
Para mim sempre foi a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.
Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto demais ou de menos.
Seja como for a vida, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cotar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar pulos, de ficar no chão,
De sair para fora de todas as casas, de todas as lógicas, de todas as sacadas
E ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos.
Nota: Techo do poema "A Passagem das Horas"
Para mim você vai ser sempre a melhor amiga. E nada nem ninguém vai mudar isso. É com você que todas as vezes que estou triste, fico feliz em um piscar de olhos. Me vejo sorrindo e esqueço de todos os meus problemas. Quando estou em conflito, você sempre vem com um incomparável conselho e consigo dar a volta por cima.
Amizade assim não é fácil de se encontrar. Agradeço por ter você comigo. Obrigada por tudo. Por você dou minha própria vida, minha irmã. Muito obrigada por estar sempre ao meu lado.
Obrigada pelo que faz por mim, por me aconselhar e discutir sobre os meus erros, por sempre me desejar o melhor, por me colocar no melhor caminho.
Obrigada por me fazer sempre correr atrás dos meus sonhos, por estar em minha vida por todo esse tempo, que eu espero que dure para sempre.
Obrigada por acompanhar meus passos, por me mostrar o que é certo e errado, por ser assim como você é.
Enfim, obrigada por fazer de mim o que sou hoje!
E a Poesia virou Prosa
Nasce mais um dia e morre mais uma noite. Mário acabara de acordar, tomou um café forte se arrumou e saiu para trabalhar. Todo dia pegava o ônibus na mesma hora e no mesmo lugar.
Foi quando sua rotina mudou.O elevador de seu prédio quebrou e ele teve de descer do 15° andar de escadas. Belo atraso de 8 minutos. Tão belo que chegou no ponto e nem viu seu ônibus passar.Teve de esperar outro, por mais 7 minutos. Depois, fez o sinal e subiu. Sentou-se na janela esquerda da segunda fila. Apoiando a cabeça contra o vidro cochilou, mas logo uma freiada brusca seguida de uma forte buzina, o despertou. Olhava ,nesse instante, para calçada onde passeava uma graça feminina com uma calça de lycra. Era uma deusa numa bicicleta. Ficou estarrecido, pasmo e torcia para que o sinal jamais se abrisse. Ela andava devagar, todavia quase não dava mais para acompanhar. Ela já dobrava a esquina e sua visão, discreta.
Não sei como, mas por um momento trocaram um olhar penetrante.Era hora. Pulou do assento e foi atrás do gracioso par de pernas pedalante. Porém ao descer na rua, sua pele ficou crua. O atraso antes despercebido se mostrava doloroso, agora. Ela estava com outro. Então, sentou-se na praia aspirando a maresia e viu ir embora a sua diva sinuosa, da mesma forma que esta poesia virou prosa.
Mario Gadu
2 de novembro às 11:41 ·
Dare è donare senza riserve,senza aspettarsi nulla in cambio,è questo il vero altruismo,il senso dell'umana cristianita'.Ma questo non è da tutti e non è per tutti e,solo un cuore puro e pieno d'amore,puo' essere protagonista di atti così sublimi.
Dar é doar sem reservas, sem esperar nada em troca, é este o verdadeiro altruísmo, o sentido da humana cristandade '. Mas isso não é de todos e não é para todos e, apenas um coração puro e cheio de amor, pode ser protagonista de atos tão sublimes.
Furou-se a bola do destino.
Calaram-se Luigi e Mário.
Aterrissou-se a pandorga em desatino.
Ficaram no quarto os monstros temerários.
O vidro ficou inteiro,
A porta não mais se abriu,
Dias tristes e sem travessuras
Depois que o menino partiu.
A grama dominou os caminhos.
Enferrujou a gaiola,
O vento soprou sozinho,
Sobrou uma mesa na escola.
O sabão não fez mais bolhas,
A tristeza fez a vida em pedaços.
Do coração caíram todas as folhas.
Faltam na alma os infantis beijos e abraços.
No confessionário, chega um sujeito cabisbaixo e diz:
— Padre, o senhor soube que o Mário morreu?
— Que tristeza, filho... Mas o que aconteceu com ele?
— Ele estava dirigindo o seu carro esportivo em direção à minha casa a toda velocidade e, quando ia chegando e tentou parar, os freios falharam e o carro se chocou no poste.
— Mário foi lançado pelo teto solar, voou uns 10 metros e acabou se arrebentando contra a janela do meu quarto, no segundo andar!
— Ave Santíssima, que modo horrível de morrer!
Não padre, ele sobreviveu. E então, no chão do meu quarto, todo arrebentado, sangrando e coberto de vidro, ele tentou se levantar segurando na maçaneta do meu guarda-roupa, que é muito pesado e acabou desabando em cima dele, quebrando vários ossos do seu corpo.
— Pobre Mário! Que morte terrível!
Não padre, isso machucou muito, mas não o matou! Com muito esforço, ele conseguiu sair debaixo do guarda-roupa, engatinhou até a escada, tentou se levantar apoiando-se no corrimão, mas o peso dele quebrou o corrimão e ele desabou por toda a escada, ficando estatelado no chão com um ferro do corrimão fincado em sua barriga...
— Meu Deus... Mas que horror morrer assim!
Não, padre! Ele não morreu! Ele conseguiu arrancar o pedaço de ferro de sua barriga, engatinhou até a cozinha e tentou se levantar apoiado no fogão, que também não agüentou o seu peso e caiu sobre o pobre coitado... E o pior de tudo é que eu tinha deixado um bolo assando no forno! Ele não agüentou o calor, juntou todas as forças e jogou o forno contra os armários.
— Depois disso ele abriu a geladeira para aliviar as queimaduras com gelo, mas tropeçou e acabou caindo dentro dela, em cima dos comes e bebes, se machucando ainda mais com as prateleiras, e lá ficou, todo ensangüentado...
— Que morte sofrida! Nossa Senhora!
— Não, não! Ele conseguiu sobreviver a isso, padre! Alguns minutos depois ele acordou com muito frio, queimado e com inúmeros ferimentos, viu o telefone na parede e reuniu suas últimas forças para tentar pedir ajuda.
— Apoiou-se na parede tentou alcançá-lo, mas, ao invés do telefone ele pôs a mão na caixa de fusíveis e zap! Dez mil volts passaram por ele, fazendo-o cair duro...
— Ave Maria! Que fim terrível!
Não, padre! Isso não o matou. Ele se levantou e...
— Espere aí, meu filho! Afinal, como foi que ele morreu?
— Padre... Eu dei um tiro nele... Por isso estou aqui...
— Mas meu filho, você ficou maluco? Por que você atirou no pobre coitado do Mário?
— Ah padre, o cara estava destruindo a minha casa
A vida é um jogo de videogame, estilo mario world.
Tem várias fases, com dificuldades, busca pelos dinheiro, busca pelo crescimento, por poder. Algumas vezes temos uns amigos que nos ajuda, outras fases tem CHEFÕES que nos atrapalham e se passarmos por eles, vamos ganhando mais pontos, mais poder, mais força. E é assim, vivemos um video-game criado por Deus.
Um recado para minha Diarista
(Por Mário Pires)
Querida Diarista, sei que és uma excelente profissional e que fazes todas as coisas com carinho e afinco. Afinal, já faz um bom tempo que estamos nessa parceria. Mas hoje eu não vou precisar de ti.
Hoje resolvi fazer minha própria faxina. Limpar os cantos empoeirados, guardar as roupas sujas, dobrar as limpas e arrumar o guarda roupa. Limpar o banheiro, deixar a pia livre de copos e pratos, lavar o quintal e molhar as plantas. Pois hoje, preciso desse dia.
Preciso desse dia exclusivamente para mim. Porque, além de fazer as atividades do lar, que ajudarão a repensar minha vida, vou também ocupar meus pensamentos e contribuir para que eu trabalhe melhor minhas emoções. E, quando estiver passando o pano no chão da casa, retirando toda sujeira que por lá estiver, quero também estar limpando minh’alma das coisas ruins que vivi. Das dores que senti, das decepções que me machucaram, e, principalmente, das lágrimas que derramei pelo caminho, enquanto voltava para casa.
Quero poder sentir o vento mais leve tocando o meu rosto quando encostar na janela, quero me sentir mais leve por estar deixando algumas lembranças do passado, literalmente no passado. Quero me sujar com as minhas fantasias pela última vez, antes de colocá-las na máquina de lavar e, então, pôr um fim nas marcas e no perfume contido nelas. Porque eu preciso usar roupas novas. Porque eu preciso viver.
Enfim, eu te peço, não fiques triste comigo, querida diarista. Mas hoje, eu quero esse dia só para mim.
Até outro dia.
Bom Dia Especial
Bom dia! Hoje compartilho uma linda mensagem inspirada nas palavras de Mário de Andrade, um reflexo de sabedoria e maturidade. Espero que ela toque o seu coração e traga reflexão para o seu dia.
**MINHA ALMA ESTÁ EM BRISA**
Contei meus anos e descobri que o tempo que me resta é menor do que o que já vivi. Como uma criança com um pacote de doces, inicialmente os comi com prazer, mas agora, com poucos restantes, saboreio cada um profundamente.
Não quero desperdiçar meu tempo com discussões inúteis e reuniões intermináveis. Quero a essência da vida, cercar-me de pessoas que sabem rir de seus erros, que defendem a dignidade e buscam a verdade e a honestidade.
A vida vale a pena quando valorizamos o essencial. Quero estar ao lado de pessoas que tocam os corações dos outros, que cresceram com os desafios da vida. Estou com pressa para viver intensamente, com a profundidade que só a maturidade pode trazer.
Meu objetivo é chegar ao fim satisfeito e em paz, com meus entes queridos e com minha consciência.
Lembre-se, temos duas vidas: a segunda começa quando percebemos que só temos uma.
Desejo que seu dia seja repleto de momentos significativos e que você aproveite cada instante com profundidade e alegria.
Que Deus, a amizade e o respeito estejam presentes em cada passo do seu caminho.
Um abraço carinhoso!
Mário Loff começou a delinear, na cidade da Praia, o seu percurso académico através da História e do Património. Naturalmente, estes componentes encontram-se unidos e formam um todo praticamente indissociável quando se associam à Cultura. Este poeta Tarrafalense de raiz, alma e coração, é um verdadeiro crente na criação artística enquanto motor do desenvolvimento do património cultural.
Ativo na cena cultural do seu Concelho, sempre procurou contribuir para um ambiente dinâmico, criativo e inovador em todos os domínios das artes. Escreveu dezenas de peças de teatro, dos quais cinco foram encenadas no grupo teatral Komikus de Tarrafal no qual Mário Loff é o seu diretor. Certamente, a prática artística ao mais alto nível passa pelo interesse precoce pelo universo das artes do espetáculo e pela integração em organismos culturais. Por isso, concebeu o projeto “Despertar”, com o intuito de envolver os jovens Tarrafalenses e sensibilizá-los para a cultura. Esta iniciativa também tem o condão de se aproximar de públicos socialmente desfavorecidos, procurando a sua integração, também na componente artística da sociedade.
Professor e formador, de 2004 a 2006 e entre 2014 e 2015, Mário Loff assume como um ato de responsabilidade a divulgação da cultura. Assim, tem levado a cabo a produção da “Rádio Praça” na cidade de Tarrafal de Santiago que, para além do puro entretenimento, procura reforçar a cidadania enquanto promove livros e autores. É notório o incentivo à leitura, numa meritória campanha de informação e sensibilização, que ao promover o acesso às obras do património cultural, Loff procura incutir a qualidade na educação artística.
Entre o pensamento e a expressão, mostra a sua força criativa e perseverança na escrita. Contribuiu, em 2018, no livro de contos infantil “A viagem mais fantástica do mundo” da escritora Natacha Magalhães e para a comemoração do Centenário da sua cidade natal escreveu e ofereceu à sua cidade sete poemas. Participou em várias antologias como, por exemplo, a antologia dos poetas de Tarrafal de Santiago (que em parceria com jovens poetas foi o precursor), a antologia de poesia da língua portuguesa ”Mil Poetas”, a antologia “Palavras da Alma”, foi colaborador do boletim da Altas, onde é membro-fundador da Associação Literária de Tarrafal de Santiago e da qual é o atual presidente.
Em 2017 foi convidado pelo CITCEM e pelo DCTP da Universidade do Porto, no âmbito do Colóquio Internacional “A Glimmer of Freedom. Tarrafal - Silêncios, Resistências e Existências”, para contextualizar o Antigo Campo de Trabalho de Chão Bom e os seus presos políticos através de um poema da sua autoria.
Inquestionavelmente, Mário Loff é um poeta prismático e um ativista cultural que com o seu olhar crítico, centrado na comunidade, envolve e contextualiza os diversificados aspectos da sociedade e da cultura Cabo-verdiana.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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