Texto quando se quer Terminar com Alguem

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Esquecer e perdoar. É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático. Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta. Quando alguém erra conosco, queremos estar certos. Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham. E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer.

Mas tô me divertindo, ué. Não é isso que mandam a gente fazer? Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, tô só obedecendo todo mundo.

Chorei três horas, depois dormi dois dias. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo, porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total. Até a próxima morte, que qualquer nascimento pressagia.

Caio Fernando Abreu
Ovelhas negras

Eu adoraria acreditar que quando eu morrer, eu vou viver outra vez. Que alguma parte pensante, sensível e memorável de mim continuará. Mas por mais que eu queira acreditar nisso, e apesar de antigas tradições culturais mundiais falarem sobre vida após a morte eu não sei de nada que possa sugerir que isso é mais do que simplesmente pensamento positivo. O mundo é tão primoroso, com tanto amor e profundidade moral que não há razão para nos enganarmos com histórias bonitas para as quais existem poucas evidências boas. Parece muito melhor para mim, em nossa vulnerabilidade olhar a morte nos olhos. E ser grato todos os dia pela breve, mas magnífica oportunidade que a vida nos dá.

Ficar bem nem sempre deixa outras opções. É estranho quando as coisas simplesmente têm de terminar. É o estágio onde todos os sentimentos já evoluíram para um nada. É o nada que você optou para parar de sentir dor. No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se.. Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso.

Quando acordei esta manhã no quarto úmido e escuro, ouvindo o tamborilar da chuva por todos os lados, tive a impressão de que havia sarado. Estava curada das palpitações no coração que me atormentaram nos últimos dois dias, praticamente impedindo que eu lesse, pensasse ou mesmo levasse a mão ao peito. Um pássaro alucinado se debatia lá dentro, preso na gaiola de osso, disposto a rompê-lo e sair, sacudindo meu corpo inteiro a cada tentativa. Senti vontade de golpear meu coração, arrancá-lo para deter aquela pulsação ridícula que parecia querer saltar do meu coração e sair pelo mundo, seguindo seu próprio rumo. Deitada, com a mão entre os seios, alegrei-me por acordar e sentir a batida tranquila, ritmada e quase imperceptível de meu coração em repouso. Levantei-me, esperando a cada momento ser novamente atormentada, mas isso não ocorreu. Desde que acordei estou em paz.

Sylvia Plath
The Journals of Sylvia Plath. Knopf Doubleday Publishing Group, 2013.

Preocupar-se é ocupar-se previamente com algo que ainda não está acontecendo. Assim, quando o acontecimento se der, estaremos sem a suficiente e necessária energia para enfrentá-lo, pois a mesma foi desperdiçada antes do tempo. Em outras palavras: se nossa mente está presa a lembranças do passado ou a ideias do futuro, não estamos vivos, mas adormecidos, pois a vida se passa no presente, no aqui e agora.

Basta um olhar Quando estiver em dificuldade e pensar em desistir OLHE PARA TRÁS e lembre-se dos obstáculos que já superou. Se tropeçar e cair, levante-se... Não fique prostrado, OLHE PARA FRENTE e esqueça o passado. Ao sentir-se orgulhoso por alguma realização pessoal, OLHE PARA DENTRO e sonde suas motivações. Antes que o egoísmo o domine, enquanto seu coração é sensível OLHE PARA OS LADOS e socorra aos que o cercam. Na escalada rumo às altas posições no afã de concretizar seus sonhos, OLHE PARA BAIXO e observe se não está pisando em alguém. Em todos os momentos da vida, seja qual for sua atividade, OLHE PARA CIMA e busque a aprovação de Deus.

E quando seus olhos encontraram os meus, senti um clique, como uma chave destravando um cadeado. Acredite, não sou romântico. Embora já tenha ouvido muito sobre amor à primeira vista, nunca acreditei nisso, e ainda não acredito. Mesmo assim, havia algo ali, real e reconhecível, e eu não conseguia desviar o olhar.

John Tyree
SPARKS, N. Dear John. London: Hachette UK, 2010.

Nota: Frases do personagem do livro "Querido John" de Nicholas Sparks

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Você sabe o que significa um balde de água fria? Eu sei. É mais ou menos quando a gente tem uma coisa bem quente no peito, nas mãos ou na cabeça. Um sonho, talvez. Muitos deles, quem sabe. E você dá Farinha Láctea Nestlé para todos eles, que vão crescendo fortes e sadios e, de repente, não mais que de repente, tudo muda. Aquilo que era quente recebe água gelada. Choque térmico. Em outras palavras, ou melhor, em outras metáforas: o amor (sempre ele) está saudável, com as vacinas em dia, tomando vitaminas e praticando exercícios físicos, ou seja, (em tese) nenhuma grave doença irá pegá-lo de surpresa, afinal, ele não bebe nem fuma, cuida a alimentação e ainda por cima se exercita. Pois um dia, atravessando a rua, o amor é atropelado por um caminhão gigante, que passou no sinal vermelho em alta velocidade, com raiva, ódio, feroz. O amor perde o equilíbrio, o controle, capota várias vezes, se machuca, bate a cabeça, desmaia. Transeuntes chamam ajuda. Ambulância, maca, oxigênio, respiração boca a boca. Uéin, uéin, uéin *barulho da ambulância*. Levam o amor direto para a UTI. E lá ele fica, inconsciente, imóvel, sem receber visitas, tomando morfina na veia: porque tem muita coisa que dói (demais).

Quando estiverem em uma situação difícil, e sentirem que já não podem mais, não desanimem, e estejam seguros, que ainda que as coisas pareçam muito complicadas, não deixem que frustem seus sonhos e não percam nunca... nunca a esperança, e lembrem-se que quando a noite estiver mais escura, é por que já vai sair o sol.

E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.

Haruki Murakami
Kafka à Beira-Mar

Amizade é quando a distância de muitos quilômetros não é capaz de afastar as pessoas que se gostam, é um saber expressar em palavras tudo o que se sente na alma. É poder compartilhar todo sentimento puro do seu coração com quem te aceita, é desejar tudo de melhor a um alguém que faz parte da sua vida, mesmo estando dentro de uma tela. Porque a verdadeira força da amizade transpõe as barreiras de qualquer dificuldade.

Quando você vier haverá o encontro da sua busca com a minha espera. E o seu abraço será a moldura do meu corpo. E a minha boca o pretexto para o seu mais demorado beijo. E a gente vai brincar de se desmaterializar dentro da música, de desatar auroras, de escrever poemas de orvalho... E eu vou inventar uma madrugada eterna pra quando você tiver que ir embora no dia seguinte. E você vai inventar um domingo que vai durar pra sempre porque tenho preguiça das segundas-feiras. E a gente vai rir dessa maldade da demora do tempo pra fazer essa brincadeira de desencontro: quase nos deixou descrentes... A gente vai rir dessa maldade porque o nosso amor será a coisa mais bonitinha do mundo.

Há cinco coisas neste mundo que ninguém pode realizar: primeira, evitar a velhice, quando se está envelhecendo; segunda, evitar a doença, quando o corpo é predisposto à enfermidade; terceira, não morrer quando o corpo deve morrer; quarta, negar a dissolução, quando, de fato, há a dissolução do corpo; quinta, negar a extinção, quando tudo deve extinguir-se.

Buda
A Doutrina de Buda

Todos vamos morrer. Não podemos escolher como ou quando. Mas podemos decidir como iremos viver. Então, faça isso. Decida! Essa é a vida que você quer viver? Essa é a pessoa que quer amar? Esse é o melhor que você pode ser? Você consegue ser mais forte? Mais gentil? Ter mais compaixão? Decida! Inspire. Expire. E decida.

Me desculpe, eu sempre quero falar com você. Sinto muito quando demora muito para responder, eu fico triste. Me desculpe se eu digo coisas que podem te chatear. Me desculpe se eu sair como irritante. Sinto muito se você não quer conversar comigo tanto quanto eu quero falar com você. Me desculpe se eu penso em você muito e muito frequentemente. Me desculpe se eu digo coisas insignificantes. Me desculpe se eu te falar sobre meu drama sem sentido. Me desculpe se eu sair como sendo pegajoso, mas é porque eu gosto de você.

São espetaculares e incríveis. Quando você não sente, o mundo fica opaco e sem cor. (...) As emoções simplesmente são. Nem boas nem ruins, apenas existem. (...) Os paradigmas dão força às percepções e as percepções dão força às emoções. (...) Só porque você acredita firmemente numa coisa não significa que ela seja verdadeira. Disponha-se a reexaminar aquilo em que acredita. Quanto mais você viver na verdade, mais suas emoções irão ajudá-lo a ver com clareza.

A parte mais triste de ser decepcionado é quando o próprio coração decide se tornar frio, e isso não é opcional. Quando você percebe, já não confia em mais ninguém, já não sente mais nada, é como se tivessem injetado metal nas veias e a dor tenha sido tão intensa que os demais sentimentos se tornaram insignificantes.

Quando nos dedicamos, com o coração, à busca do autoconhecimento, é inevitável que chegue um instante em que algumas mentiras que contávamos para nós mesmos passem a não funcionar mais. Os disfarces até então utilizados para fortalecer o nosso autoengano já não nos servem. Inábeis com a paisagem aos poucos revelada, às vezes ainda tentamos nos apegar a alguma coisa que possa encobrir a nossa lucidez, embaraçados que costumamos ser com as novidades, por mais libertadoras que sejam. É em vão. Impossível devolver a linha ao novelo depois que a consciência já teceu novos caminhos. Existem portas que se desmancham após serem atravessadas, como sonhos que se dissolvem ao acordarmos. Não há como retornar ao lugar onde a nossa vida dormia antes de cruzá-las. Da estreiteza à expansão. Da semente à flor. Do casulo às asas, nos ensinam as borboletas.