Texto Qm sou eu

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SOU ANIMADOR CULTURAL

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sou animador cultural do Estado do Rio de Janeiro. Muitos colegas têm vergonha de anunciar publicamente sua função, mas esse nunca foi meu caso. Em meu entender, o governo do estado é que tem de sentir vergonha do descaso com que trata profissionais da cultura e da cidadania que atuam na educação. O governo sonega os nossos direitos naturais e adquiridos em quase três décadas de atuação nas escolas públicas estaduais, e nos anula dentro do sistema. É um descaso que passa pela remuneração extremamente defasada, uma constante ameaça de nossa extinção e a falta de recursos básicos, mínimos, para o desenvolvimento de projetos e ações nas unidades de lotação.
Temos uma história bonita. Cheia de realizações culturais e de cidadania dentro e fora dos ambientes formais de trabalho. São testemunhas os alunos, pais de alunos, professores e demais funcionários. Também são testemunhas as estações de metrô e os arcos da Lapa. Os festejos tradicionais do interior do estado e milhares de outros espaços, ambientes e manifestações. A Secretaria Estadual de Educação sempre contou conosco para deixar sua marca - digo; nossa marca - nos eventos de massa, como diariamente nas escolas, promovendo arte; cultura; cidadania entre os alunos.
Parece que agora, tudo o que o governo do estado quer é que apaguemos a luz e saiamos em silêncio, para não comprometê-lo politicamente. Muitos de nós fizeram isso, vencidos pelo cansaço, mas como tantos outros insistem em ficar - como é meu caso -, sonhando com a volta dos velhos tempos, são muitas as armadilhas oficiais - via setor jurídico - para forjar ilegalidade à nossa existência e nos expulsar de uma vez por todas.
Já não há no sistema, um setor que responda por nós. Não temos mais coordenador regional nem articuladores. Nenhum recurso chega de qualquer canto, para desenvolvermos projetos, e parece até que as direções escolares são orientadas a dificultar nossos trabalho, não oferecendo as mínimas condições materiais, e nos deixando sem endereço dentro das unidades escolares, uma vez que, na maioria dos casos, tiraram nossas salas de planejamento e nos puseram para rodar pelos prédios, sem direção nem destino. Não temos acesso a quase nada, incluindo computador e internet, e querem sempre que atuemos como animadores de festinhas pontuais ou ensaiadores de alunos para seus professores, quando esses promovem pequenas comemorações em sala de aula.
Enfim, sãos várias as tentativas de tirar nossa identidade, anular ou desqualificar nosso trabalho e acabar com o sentido de nossa presença no sistema e nas escolas. Ainda bem que alguns de nós mantiveram a autoestima, insistiram até aqui e sabem perfeitamente o porquê do que fazem e do que não conseguem fazer em suas escolas e comunidades. Se depender de mim, por exemplo, esse "osso" não será enterrado, porque acredito em tempos melhores, e repito: sou animador cultural. Nasci para ser animador cultural, e sonhava com isso desde menino, quando nem existia animador cultural.
Até entendo a razão da vergonha que alguns colegas têm de se anunciar com tais, mas em minha opinião, o governo do estado é que tem de sentir vergonha dessa vergonha que ele causa.

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TITANIC

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Aos distantes distância; não sou caçador;
quem quiser que se anule na própria vitrine,
seu andor, sua névoa, caverna de luxo,
solidão em letreiro de apurada estirpe...
Vão em paz no silêncio do conflito interno,
ergam bem as narinas, trasladem o ar,
pois voar não é próprio de quem se rendeu
ao inferno do céu da soberba e da imagem...
Seletivos, seletos, filtrados em bloco;
solidões que se pescam; tristezas douradas,
dou adeus a seus nadas alheios ao mundo...
Pros dispersos a Pérsia; libero meu mar
e num gesto, num click, um descuido certeiro,
meu olhar derradeiro pro seu Titanic...

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IMORALISTA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sou do tipo indecente,
que não quer ser imoral.
Nem perder a decência.
Ou do tipo imoral,
que não quer ser indecente...
nem perder a moral...
ou ser amoral...
Não sonho ter a indecência
de moralizar o mundo,
sendo assim como sou...
humano em essência.
Deixo longe de mim
a moralidade inglória
de ser o mural,
o moral
e a moral da história.

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⁠CAMINHOS DE SONHAR

Demétrio Sena - Magé

Sou avesso às linguagens do chicote;
a minh'alma não cabe numa cela;
será trote a notícia da prisão
dos meus olhos, desejos e procuras...
Já no ventre os meus voos eram livres,
não nasci pra reinados e doutrinas,
minhas crinas rejeitam as tesouras
ou as teses; as falas imutáveis...
Dou adeus a princípios que me castrem,
não se alastrem por todas as vertentes
ou não possam voltar até do fim...
O meu ser saiba estar, desconstruir,
sem ruir os caminhos de sonhar
que a verdade não tem que ter padrão...

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⁠SOBRE O SER HUMANO

Demétrio Sena - Magé

Tenho a pretensão de achar que sou um conhecedor do ser humano. Posso estar enganado, mas acho que achar me faz bem. É providencial; me blinda contra muitos espantos, frustrações, expectativas e até rancores. Se não é crime ou ato nojento, vil, profundamente anti-etico, tudo no ser humano é compreensível; perfeitamente passível de relevar a curto, médio e longo prazos.
Foi assim que mantive amizades preciosas com pessoas que aprontaram feio comigo, até mais de uma vez. Pessoas essas, que pouco tempo depois me surpreenderiam com gestos lindos e demonstrações naturais seguidas, de honestidade; sensibilidade; bom caráter. Compensaram em larga escala o meu convívio com elas, de formas enriquecedoras não para meu bolso nem meu ego, mas para o meu senso de humanidade.
Relevei mentiras. Injustiças. Arroubos agressivos... distorções, calotes financeiros, intrigas, palavras e compromissos não cumpridos e outras falhas de quem a minha intuição fez preservar. Não tornar inimigo. Não condenar como criminoso nem vilão em alguma escala. Simplesmente olhar como ser humano igual a mim, que também tenho minha carteira de erros. Muitos erros. Alguns graves.

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⁠TÉCNICAS DE LUTA EMOCIONAL

Demétrio Sena - Magé

Descobri há poucos anos, que sou capaz de suportar pelo menos uma hora dos insultos de uma pessoa. E por escrito, pelo menos umas quatro laudas de bombardeio. Isso vai depender da minha leitura do grau de carência, desequilíbrio emocional, fragilidade ou, em última instância, do grau de periculosidade que tal pessoa demonstre.
A periculosidade que meço nunca está na força física, no poder socioeconômico nem na "brabeza" do indivíduo. Está na sua fragilidade assim confessada, involuntariamente, pela carência e o desequilíbrio. Alguém assim representa um perigo para si mesmo e, em decorrência, para nós. Imagine uma criatura enfartar porque você a deixou ainda mais estressada. Ou você agredir fisicamente alguém mais frágil, que não está cabendo em si... a tal ponto que já nem é responsável pelos próprios atos. Os exemplos variam e se diversificam. Deixo a cargo de sua imaginação.
Depois de mais ou menos uma hora ou quatro laudas, minha valentia é me retirar. Se logo após isso, precisar me defender física, policial ou judicialmente, serei sempre técnico, pela questão que faço de saber o quanto fiz para que ninguém chegasse às vias de fato comigo. Quem quiser arrumar um problema sério para mim, terá que recorrer à calúnia... Sem provas.

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DUENDE

Demétrio Sena - Magé

Quero mais horizonte na mira dos olhos,
pra sentir que não sou amarrado por muros,
que não vivo de juros nem de correções
entre contas que faça para ter mais bens ...
E não quero acordar sob sons de metais
ou dormir agitado e com horas precárias,
nem saber que os pardais da cidade são caixas
que registram delitos e calculam multas...
Só preciso do vento sobre a pele nua,
sob a lua em destaque ou à sombra do sol
se filtrando nas folhas que murmuram sonhos...
Tenho tais ambições que ninguém apreende,
sou duende que paira na vida real
e se perde feliz onde acha sossego...

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⁠VERSOS ANTI-NARCISO

Demétrio Sena - Magé

O amor a mim mesmo não comete arroubo,
não sou louco por mim como ditam os coachs
nem há roubo do chão aos meus pés embebidos
da quimera na qual não precise de alguém...
Todo mundo é um mundo que me faz completo,
mesmo quando alguém frustra uma expectativa,
um afeto estendido em qualquer atitude
ou olhar que os meus olhos consigam fluir...
Meu amor não é tralha que se atice fora
na lixeira do espelho do meu próprio ego;
falo grego a quem fala desse amor tão fútil...
Nunca tive loucura pelo meu umbigo,
paixão cega por tudo que me diz respeito;
se me caso comigo é pra não ser feliz...
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⁠TREM DO TEMPO

Demétrio Sena - Magé

Sou do tempo em que a primavera tinha multicores... a chuva, sempre à tardinha, refrescava os dias de verão... havia sempre uma brisa no outono... e o inverno era frio. Agradavelmente frio. Venho de quando o trem do tempo nunca parava na estação errada.
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⁠PECADO

Demétrio Sena - Magé

Sou pra quem o pecado é sobre os outros;
é pecado se alguém ao meu redor
sentir dor, sofrer dano e tiver medo,
for castrado e tangido por meus atos...
Ou também oprimir, não der saída,
tiver peso de algema e de aguilhão,
um arpão que não deixe alguém voar
com a vida sem rédea e sentinela...
O pecado evolui, se torna crime,
se meu ato é tirano, impõe assombros,
põe escombros nas costas doutro alguém...
Destilar preconceito e julgamento;
ser eterno instrumento inquisitório;
há um grave pecado em quem é santo...
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⁠TODAS AS BÍBLIAS

Demétrio Sena - Magé

Sou um crente fiel à verdade sem dono;
ao amor sem padrão; que nos faça felizes;
tenho fé no meu sono sem peso e remorsos
que me punam por sonhos ao longo do dia...
Eis a minha oração; pra não termos que orar;
louvo ter liberdade pra não ter louvor;
o meu templo é morar onde as asas da mente
achem todo esse amor que não mora nos templos...
Leio todas as bíblias da vida e do mundo
lá no fundo dos olhos e das bibliotecas;
das nascentes, das matas e seus habitantes...
Eis a minha oferenda; meu dízimo leve
que se atreve a não ser pros colonos da fé;
sou um crente fiel às mensagens do tempo...
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FEITO PESSOA

Demétrio Sena - Magé

Ando mais fingidor que o poeta que sou;
que a pessoa, o Pessoa, que todo poeta
sobre a face tão sonsa do chão em que piso
como quem se completa no próprio vazio...
Finjo crer que não fingem que sou invisível,
que deixei de contar nos espaços de afetos,
me tornei muito crível, fiquei muito à mão,
feito insetos que agora não podem voar...
A pessoa, os anseios que habitam meus ares
não encontram mais pares, mas finjo que sim
e não deixo saberem o quanto não mais...
O Pessoa que atua na minha ribalta,
sente falta infinita daquelas pessoas
que fingiam em mim, no meu eu, meu olhar...
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⁠PELO QUE SOU

Demétrio Sena - Magé

Os disparos maciços dessas mensagens natalinas e de ano findo, que muitas vezes nos atingem (afinal são maciços), não desmancham possíveis anos inteiros de frieza, indiferença, separatismo, julgamento e preconceito. Especialmente se tudo isso é causado pela religiosidade predominante no país, que, da boca para fora prega o amor incondicional, como deveria mesmo ser. O livro sagrado que, supostamente rege tais fiéis, é utilizado apenas nos fragmentos de textos que lhes dão destaque tão favorável quanto fácil.

Asseguro que as mensagens pessoais diretas, os estilhaços dos disparos maciços e declarações ou gestos pessoais dos que me tratam com afeto sincero, de janeiro a janeiro, recebo com carinho e gratidão. Não pelo momento específico, mas pela convivência diária ou pontual que me mostra quem é quem, não importa o dia de qual mês. Sobre meus silêncios e o recolhimento em fim de ano - quando posso -, peço a todos que me perdoem pelo agora; pelo que não estou... e continuem me aceitando pelo sempre... pelo que sou.
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RETICÊNCIA SOLO

Demétrio Sena - Magé

Deixarei que aparências me façam culpado
no que sou, no que não, no que dispensa culpa;
do passado, de agora, o que virá depois,
pois assim faço atalho em minha via-crúcis...
Não encontro coragem pra ter a razão
que não tenho, que tenho, que ninguém teria,
porque meu coração não terá menos dor
onde a minha ferida é nunca mais te ver...
Ser vilão, meio herói, tanto faz para mim,
se no fim desta saga só tem solidão
e serei condenado, mesmo absolvido...
Teu adeus me faz réu que dispensa inocência;
reticência sozinha que dá ponto e nó
no roteiro que a vida entregou ao destino...
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(PIN)GENTES

Demétrio Sena - Magé

Há quem sinta saudades do "não sou coveiro";
de governo que manda "passsar a boiada",
quando a própria boiada não sabe que passa
nem percebe o terreiro sob as próprias patas...
Muitos têm nostalgia das "filas dos ossos",
do tirano que "zoa" enquanto o povo morre;
que propõe um veneno pra "santo remédio"
e um porre de farsas pra calar as mentes...
Multidões de capachos da falácia insana,
da versão desumana de governo "brabo",
querem ter novamente o seu "dono e senhor"...
Os que pensam que pisam como são pisados,
querem anos passados de tormenta e caos;
pendurados nos maus é que se sentem bons..
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ARMA BRANCA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Já depois de uma vida não sabes quem sou;
tens um olho em meus olhos, outro no talvez,
quando chego e me dou às tuas atenções
e não conto até três para fechar os olhos...
Vejo quanto esbanjei o meu tempo em afetos;
fui solícito, exposto e desarmei meu ser,
para ser transparente, suave, sem véu
onde os vetos do mundo faziam fumaça...
Lá se vai uma vida e não me gabaritas;
na verdade nem tiras uma nota honrada;
quase nada conheces de minhas questões...
A minh´alma; meu corpo; tudo quanto expunha
para ser o teu livro de leitura franca
se tornou arma branca e me feres de mim...

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CORAÇÃO DE CONDOR

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sou poeta por sonho; não é por ofício;
só assim é possível me manter poeta;
nem o sou por costume, sacerdócio, vício,
muito menos movido a cumprir uma meta...

Não almejo medalha, pois não sou atleta,
como nunca me obrigo a nenhum sacrifício;
faço curvas, desfaço, vou em linha reta,
colho minhas razões numa espécie de hospício...

Cabe neste soneto meu verso de agora,
que depois voa livre, totalmente fora
de medida, engradado, rima, tradição...

Sou harpia, condor, sei traçar meus percursos,
rompo redes de arcádias, grêmios e concursos,
pela força das asas do meu coração...

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SÃ FILOSOFIA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Vi no aço do espelho, que não sou de aço;
no silêncio da noite, que não sou eterno;
disse o terno que a morte não escolhe roupa
e a roupa não cobre minhas indecências...
Vejo a vida com olhos de nudez completa,
como vejo que o tempo é a pele da história,
sua glória está justo em abrigar a alma
da verdade ou do sonho do que ninguém sabe...
Há nas cores do mundo a certeza da treva,
tudo mostra que o nada se reconsolida,
já no meio do todo recomeça o fim...
É assim que detenho as ambições afoitas,
dou à lida os esforços de pessoa sã,
sem as vãs agonias do querer demais...

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AMOR PRÓPRIO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Quando sou situado retorno ao meu canto;
me replanto e renasço inteiramente outro,
para quem me acomoda no ponto passivo
do caixote ou da ostra de minhas entranhas...
Se me sinto freado correspondo ao pé,
mesmo tendo certezas; verdades opostas;
tenho fé no bom senso e meus olhos têm asas
que me levam além do momento e da cena...
Valorizo a palavra, o discurso direto,
quero sempre o contexto sem traços demais,
mas aceito eufemismos; acolho pretextos...
Deixo em paz e não travo batalhas no ego;
se me sinto avisado me colho e recuo;
se não pode ser duo não será duelo...

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MANHÃ

Demétrio Sena, Magé RJ.

De repente alcanço este sossego de saber quem sou. De saber o que faço e me sentir caber em mim. Chega o tempo em que alcanço meus sonhos e durmo para o medo que sempre tive de saber os mistérios do meu próximo passo. Do pouco além de onde piso.
Faço das verdades que agora me assaltam, meus ases num jogo. Minha pilha, minha fogueira, recarga vital. Razão pela qual sei ganhar mais um dia na roleta ou na mesa das noites. É assim que driblo essa enorme fila de assédios da hora sexta ou tardia. Consegui me alcançar na vertigem das horas, e tão somente pouso em meu colo, para me deixar seguir. Navegar na leveza de não ter mais pressa.
O meu fogo é de lenha, mas de lareira em chalé. Minha paz é de quem é, mas ao mesmo tempo se deixa estar. Hoje fecho meus olhos, abro a minh´alma e sinto este cheiro de manhã que rompe as tardes, vence as noites e continua sendo manhã.

Inserida por demetriosena

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