Texto Pontos Autor Luis Fernando Verissimo
Cá estamos nós presos como algoz,
Estenavio nos transporta sem parar,
Aproveito o belo dia, o sol brilhante e o mar,
Penso no que fizemos ó Deus para merecer,
Todo tempo marinheiros chicoteiam até doer e doer.
Derrepente cobrem os céus nuvens que pingam, e depois de horas diante do sol escaldante meus pés firmam,
Ah, como aproveito para agradecer,
Logo satanás roendo os dentes envia a nós
Homens turbulentos, cheios de maldade,
Arrancam da gente sangue, arrancam sem piedade.
Eu no navio vendo sangue por todo o chão,
De cabeça baixa observo os asquerosos
Gabando-se de aproveitar de nossa mulheres;
Cá estamos novamente vendo os sanguinários,
Apanhamos por causa de sua sede,
Esse de riqueza que jorra pela boca,
Mostra a eles ó Deus nosso valor! Mostre a eles! Todos os dias essas correntes, às noites o mar nos mostra seu furor, que horror!
De nada valendo? A quem pertencemos?
Salva-nos Senhor dos oprimidos,
Salva-nos do grande leviatã,
Estamos caminhando pela prancha,
Não sei quais serão minhas últimas palavras,
Estamos acorrentados com bolas de ferro,
Com tudo se eu afundar com mágoas,
Estarei acorrentado com as correntes do inferno, e aos únicos que merecem não desejo mal, não desejo à ninguém meu final,
Liberdade! Liberdade! Liberdade!
Saiba! Afundou nas profundezas com liberdade,
Não mais escravo, afinal negro.
Filosofia de Vida
Minha Sintonia com José Martí
“Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro: três entes os quais cada ser humano carece implementar no decorrer da vida”. José Martí
Iluminado sublime, espiritual o castellano cubano José Martí, ante enaltecimento do legado, ante seu objetivo à impressa e variada testada citação: “Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro: três entes os quais cada ser humano carece implementar no decorrer da vida”. Avaliando propósitos de vida que erroneamente vivenciamos a tocante, referente chamou-me à atenção, que de jeito algum se trata de afixar uma árvore em meu quintal ou jardim deixando-a pra lá, ter filho deixar pra outro cuidar, ter a possibilidade, chance de um livro editar. Pensando no compromisso com descendentes*
*Plantando***a boa semente
"Excluindo o arremesso da semente favorável, logicamente impossível ou seja, improvável, inexistirá a posteridade, procedência, de nossos esforços, seja qual for, deleitosos, apetitosos ou não sejam os frutos com um auxílio convicto e acessível empenho, é o aspecto pelo qual podemos originar o impacto fundamentado, autêntico numa pessoa, no sentido de uma entrega maior, fé no que vivenciamos, o simples envolvimento à causa se a semente efetivamente, deveras estiver lá, naturalmente a mensagem criará raízes sólidas, fixa em seus corações, auferindo almas e nosso parecer enxertado neles, no sucesso, lance nossos progênie, descendentes"
Descendência*
Além disso, ademais o gênero humano que quer deixar uma história edificante no livro de sua vida, um valioso legado digno de orgulho, exemplo para familiares, filhos e outrem, tem que ter discernimento, convicção que excluindo o ideal, o propósito, objetivo de vida, vivendo levianamente, tudo torna irrealizável e desta forma o estrago a catástrofe é total. O proveitoso é nos unificarmos em rastrear o que efetivamente é relevante, em nossas vidas. Que todos sirvam de lição em nossa avaliação, no negativo procurar algo como lição, um tapete para passar por cima enquanto o positivo, categórico em análise, seja avaliado para desta forma termos decência, delicadeza de oferecer um livro de ouro em mãos.
*
Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não consegurás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele(...)
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que, no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Esquece. Não vou atrás de ninguém. Não mais. Hoje eu acordei e pensei que seria melhor não, eu não quero me apegar em ninguém, não quero precisar de ninguém. Quero seguir livre, entende? mesmo que isso me faça falta, alguém pra me prender um pouquinho. Vou me esquivar de todo sentimento bom que eu venha a sentir, não levar nada a sério mesmo. Ficar perto, abraçar de vez em quando, sentir saudade, gostar um pouquinho. Mas amar não, amar nunca, amar não serve pra mim. Prefiro assim!
Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.
Levanta dessa cama garota. Anda! Sei que está doendo, mas levanta. Coloca uma roupa. Passa a maquiagem. Arruma esse cabelo. Ajeita a armadura. Segura o coração. Sai por aquela porta. Enfrenta o vento. Sorri pro sol. Segura o coração. Olha pra ele. Passa reto. Não caia. Não caia. Engole o choro. Finge de morta quando ele falar com você. Seja fria. Continue andando. Enfrente seus problemas de cara. Reaja. Vai. Está pensando que é só você que sofre? Está enganada. Anda menina. Para de ser infantil. A culpa não é de ninguém… Se apaixonou agora segura. Anda. Seja forte. Seja feliz. Seja uma mulher.
Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver.
Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas.
Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. Mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.
Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé - não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. (...) Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. (...) Sinto uma dor enorme de não ser dois e não poder assim um ter partido, outro ter ficado com todas aquelas pessoas.
Mais do que querer você de volta, eu me quero de volta, quero a felicidade nos meus olhos mirados em você. Eu quero a gente, eu quero tudo de novo, eu quero as coisas antigas, as primeiras, todas! Me devolve seu sorriso? Parece que eu não te faço mais sorrir, assim eu desespero mesmo. É uma resposta simples pra uma pergunta simples: você vai voltar?
E se perguntassem o que vem a ser o certo, Gabriela olharia com a cabeça torta como a de um cachorro quando parece não compreender o que se passa. O olhar de repente vidrado de quem tem sede de entender as coisas que acontecem ao redor. Ela não sabia amar, talvez. Então mais um amor havia ido embora, mais um amor havia chegado ao fim. Nessa imensa individualidade onde ninguém podia entristecê-la sempre cresciam espinhos. Espinhos para machucar aqueles que a machucavam, então assim não a tocavam. Não tocava porque o medo da mágoa não deixava que lhe tocassem, ou então havia medo porque não haviam tocado fundo o suficiente para que o medo não existisse. Que triste então estava sendo, mas Gabriela parecia acostumada. Acostumada e fria porque depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado. A maquiagem borrada em volta dos olhos tinha sido limpa na noite anterior. Quando Antônio e ela se encontraram; ela parecia inteira. Inteira porque não tinha ficado nada dela para trás. Seus olhos eram de desilusão, de cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. Era mais um fim doído, choroso, arrastado. Fosse o ponto final sua última lágrima de dor, já havia então sido decretado. Decretado num discurso mudo, num adeus em silêncio. Dito através de tudo daquilo que não havia sido falado. Antônio não parecia prestes a dizer nada. Gabriela não diria; se pudesse escolher, teria ficado calada, mas lhe escapou: “Meu coração tá ferido de amar errado. De amar demais, de querer demais, de viver demais. Amar, querer e viver tanto que tudo o mais em volta parece pouco. Seu amor, comparado ao meu, é pouco. Muito pouco. Mas você não vê. Não vê, não enxerga, não sente. Não sente porque não me faz sentir, não enxerga porque não quer. A mulher louca que sempre fui por você, e que mesmo tão cheia de defeitos sempre foi sua. Sempre fui só sua. Sempre quis ser só sua. Sempre te quis só meu. E você, cego de orgulho bobo, surdo de estupidez, nunca notou. Nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua. Você, meu homem, é que não soube cuidar. E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado. Seja feliz.”
Eu gostaria de ir embora para uma cidade qualquer, bem longe daqui, onde ninguém me conhecesse, onde não me tratassem com consideração apenas por eu ser “o filho de fulano” ou “o neto de beltrano”. Onde eu pudesse experimentar por mim mesmo as minhas asas para descobrir, enfim, se elas são realmente fortes como imagino. E se não forem, mesmo que quebrassem ao primeiro vôo, mesmo que após um certo tempo eu voltasse derrotado, ferido, humilhado - mesmo assim restaria o consolo de ter descoberto que valho o que sou.
Mas só muito mais tarde, como um estranho flash-back premonitório, no meio duma noite de possessões incompreensíveis, procurando sem achar uma peça de Charlie Parker pela casa repleta de feitiços ineficientes, recomporia passo a passo aquela véspera de São João em que tinha sido permitido tê-lo inteiramente entre um blues amargo e um poema de vanguarda. Ou um doce blues iluminado e um soneto antigo. De qualquer forma, poderia tê-lo amado muito. E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida – reconheceu, compenetrado. Como uma ideologia, como uma geografia: palmilhar cada vez mais fundo todos os milímetros de outro corpo, e no território conquistado hastear uma bandeira. Como quando, olhando para baixo, a deusa se compadece e verte uma fugidia gota do néctar de sua ânfora sobre nossas cabeças. Mesmo que depois venha o tempo do sal, não do mel.
Para mim, atualmente, companheirismo e lealdade são meio sinônimos de felicidade. Meus amigos são muito fortes e muito profundos, são amigos de fé, para quem eu posso telefonar às cinco da manhã e dizer: olha, estou querendo me matar, o que eu faço? Eles me dão liberdade para isso, não tenho relações rápidas, quer dizer, tenho porque todo mundo tem, mas procuro sempre aprofundar. E isso é felicidade, você poder contar com os outros, se sentir cuidado, protegido.
Aprendi a não contar muito com os outros, fazer tudo sozinha dá mais certo. Tem também aquela dica de não ter medo de mudanças, a de encarar o erro como um caminho para encontrar soluções novas, aquela de ter a cara-de-pau de se testar coisas novas e a humildade para abandoná-los caso não dêem certo.
Acorde, garota! Você é linda, inteligente, tem um ótimo perfume e seus olhos brilham mais que um punhado de purpurina. Por que chora? Perdeu em alguma esquina seu encanto?! Ninguém pode tirar de você seu mais belo sorriso, motivo de idas e vindas saltitantes. Coloque sua música favorita para tocar, respire fundo e faça o que de melhor sabe fazer: ser você.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Trago lágrimas, sorrisos, histórias, abraços... Trago momentos felizes, momentos de decepção. Carrego pessoas, amores e desamores, amigos e inimigos, desafetos, paixões... Não sou um livro aberto, mas também não tão fechado que você não consiga abrir, basta ter jeito, saber tocar as páginas, uma a uma, e descobrirá de que papel é feito cada uma delas.
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