Texto Pai do Mario Quintana
Bolha de sabão
Há quem construa um mundo à parte, cria barreiras, ignora o mundo fora do seu círculo protetor, confeciona um Deus a sua imagem e semelhança, o qual, faz todas as suas vontades, seus caprichos, distorce os fatos, tudo que dentro da bolha entrar se transfigura em fatos que lhe agradam. O medo do mundo lá fora é tão grande, acaba não tentando realizar coisa alguma com medo do fracasso, acaba não correndo com medo de cair, acaba não amando com medo do amor acabar, e de tanto medo de viver, acaba apenas existindo, uma hora a bolha estoura e nossos medos serão expostos, àquele que perde o medo de errar, tem muito mais chance de acabar acertando.
Infância
Um fato importante sobre nós é que todos já fomos criança um dia, pode ser que por algum acaso do destino alguém não se torne adulto, mas já nasce na melhor fase de todas, Deus sabe o que faz. Nascemos com uma dependência total dos outros, mas como tudo na vida, isso tem algum sentido. Somos alimentados, cuidados, banhados e acariciados, mesmo que após alguns anos nossa vida não seja feliz, lá no início, na gênese de cada um provamos do doce fruto do amor, a semente foi plantada, cabe às experiências vividas fazerem a semente florescer ou não. A medida que crescemos, vestimos a roupa de adulto, a criança cada vez mais ficará sufocada em meio a tantas obrigações, a criança fica encarcerada, triste, ela sente saudade do amor que lhe foi dado na infância, mas a criança ainda vive envolta nesse turbilhão de responsabilidades, cabe a cada um deixar a criança sair ou não.
Noite
Durante a noite mil coisas passam em minha cabeça, algumas talvez eu nunca faça, outras eu fiz, outras me arrependo de não ter feito, algumas morro de vontade de fazer, mas me falta coragem, algumas simplesmente deixei pra lá. Imaginar que alguma coisa que eu tivesse feito de forma diferente poderia ter mudado totalmente o que sou hoje, me mostra como a vida é uma trama de escolhas e fatos aleatórios que podem mudar totalmente o produto final, me deixa de certa forma encantado...
Sobre a beleza
Somos felizes por viver numa época onde temos a oportunidade de pausar os afazeres diários e apreciar a beleza da vida. A meu ver, a beleza é a manifestação do trabalho da criação divina, seja a beleza de uma música, da natureza, o cheirinho de terra molhada após uma chuva, a beleza de uma amizade sincera, e por que não?! A beleza de um linda mulher. Impedir alguém de apreciar a beleza da vida deveria ser crime espiritual.
O que define as leis da vida é complexo, a busca pelo amanhã e a regressão ao passado, corroem o presente, esse conflito entre momentos torna-se um ciclo vicioso, aquilo que te fez rir, também pode te fazer chorar, o limite entre a tristeza e a felicidade é uma linha tênue, o que seria tudo afinal ?
a não ser uma série de coisas em sua mente, os extremos são coexistentes, a vida é um aprendizado para um algo maior.
O Encanto do Podre
Não é nenhuma novidade que somos encantados pelo lado transgressor da vida, o mal exerce tremendo fascínio sobre nós, pessoas más que fizeram barbaridades nunca são esquecidas, já os bonzinhos nunca tem posição de destaque, seja em filmes, livros ou na vida real. Mulheres adoram o cafajeste, homens admiram as meretrizes, todo bonzinho é chato e toda "errado" exerce um mistério sobre nós. O filho pródigo teve uma vida de luxúria e bebedeira e mesmo assim ganhou o perdão do pai, enquanto o filho trabalhador nunca teve uma festa sequer. Será que é preciso experimentar o mal para valorizar o bem? Não sei, deixo no ar a reflexão.
Raio de Sol
Impossível não notar sua beleza, são muitos os que te desejam, não sou tão ingênuo de pensar que um dia será só minha, seria egoísmo demais pedir isso. Mulheres como você foram feitas para serem admiradas pelos homens e invejada pelas mulheres, você finge não saber que causa tudo isso, com certeza sabe, deve até gostar, mas isso não é pecado de sua parte, coisas bonitas foram feitas para se admirar. Você é como um raio de sol, ilumina todos, mas ninguém te possui, queima os olhos de quem olhar muito tempo para você, sigo admirando de longe, talvez se um dia almejar vôos mais longes, acabe com minhas asas de cera queimadas pelos seus lindos e quentes raios de beleza...
Posso escrever as emoções mais tristes está noite...não caberiam.
Posso, o tanto que baste em ti meu contentamento.
Ouso, dizer o que de mim já fui um dia:
Não cabe. Não suporta. Não basta.
Me transborda Maria!
Queira em ti meu encanto
Pouse leve e só, como a ave triste na fazenda,
Preso em contentamento do agora.
Pois de mim memórias tive,
Como que nunca fui um dia
Então, para sempre em ti e em mim seja eterno
O amor de nossos dias
Te amo Maria Eduarda
Sem palavra desgraçada
Eu sou acolhedor da antiguidade, sim digo te esta verdade
Ainda peço tudo à deus: é que falo com os passarinhos
Dou banho nas flores murchas e missa aos meus demónios
Ainda rezo poesias aos deuses impoluto que cagam na sanita dos poetas.
Pode parecer estranho, tenho medo do amor e cheiro das flores
É que já colhi tantas coisas murchas nas antiguidade
Até desdenhei dos casais, Romeu e Julieta e outras concubinas turbinadas
Eu prefiro ser uma novidade fora deste novo é que tenho saudades de te
Tem sido difícil de falar a palavra desgraçada
A não ser o que ele poderá chamar
Oh, desamor
Tens toda a razão
“Eu sou estranho sim, eu sou útil quando estou sozinho”
Penso em te, sozinho, eu te desejo sozinho
Sozinho, provavelmente descobrirei que te amo desgraçadamente
Em silencio em palavra mutante que apodrece
É que é difícil aceitar essa tua falta em constante apoderamento.
Não esperas pedidos de desculpas da minha parte
É que tenho medo de contemplar na tua paz
Me mergulhei no pessimismo dos escritores
Tenho visto e descrito momentos de horrores
Sobretudo pensar em te perder a frente do vazio dos teus lábios e rosto.
É mais um dos meus piores pesadelos que vivo e em dose forte
Porque eu sou humano e sofro, sim sofro sem pensar que é por te.
Já há tantas estações que dormimos longe um do outro
E a minha ânsia tresanda como um esgoto tapado
Ou uma boca que fermenta beijos ou rosas murchas
Provavelmente terei de te dizer que triunfaste,
Venceste corajosamente no desafio do teu próprio
Desvios cardíacos, não importaste com o bom-be-ador de sangue
Ao ganhar o meu próprio coração conservador que não fala eu "te amo"
Que vale o amanhã ao teu lado
Se o dia tem que ouvir a palavra magica, e um eu "te amo" com efeito rouco
Nos dias que estará contido, quero soar tão pouco,
"anciã de mindigância".
Sabes uma coisa?
Vou morrer.
Vou morrer, pela ausência dos teus beijos,
Estou a morrer porque sei que não me amas, porque sei que nunca vais ligar,
Estou a morrer porque finges que não existo, passei a ser invisível.
No entanto parece que ainda sinto o nosso primeiro beijo,
Quando ganhei coragem naquela noite fria e tomei a iniciativa.
Ainda me lembro do frio que senti na barriga, parecia uma criança a beijar pela primeira vez.
Ainda me lembro quando ia ter contigo e esperava á porta de tua casa com uma hora de antecedência, porque não conseguia esconder a ansiedade, mas tu nunca soubeste.
As coisas que tu não sabes, não sabes que ainda choro, choro por não te ter, choro por outro te ter, choro por não me quereres, e choro por não saber.
Nunca soubeste que te desejei da primeira vez que te vi, disse para mim que te ia conquistar, não sabia como, mas ia. Só pedi a deus que estivesses no meu destino porque queria que as coisas dessem certas, deus não me ouviu, que tolo fui em acreditar em divindades
Sinto falta de comermos Sushi no mesmo restaurante de sempre, sinto falta do sabor dos teus lábios, ainda hoje parece que por vezes os sinto na minha boca e passo a língua a umedece-los na esperança de sentir o sabor, o sabor da tua boca.mas já não sinto. Em vez disso estão rugosos e sem vida, tal como o meu coração, sem vida, partido.
Sempre senti que não era teu, nunca fui, nunca me quiseste, ainda hoje não consigo raciocinar esse ponto, tiveste-me e não me quiseste, nunca me quiseste, então porque me aceitaste?
Foste embora de um dia para o outro e eu simplesmente deixei de existir, fiquei só e sem ti, eras tudo para mim, foste a minha maior conquista, preencheste-me com todos os teus defeitos.
Sorrio...
És feliz, és feliz sem mim, finalmente és feliz e eu sorrio, porque te amo.
Sabes, fiquei mais frio, acho que nunca mais vou amar como te amei a ti, olho para as pedras da calçada e faz sentido como encaixam umas nas outras, apesar de todas as imperfeições, encaixam, uma lascadela aqui, outra ali, e acabaram por encaixar, engraçado. Pensei que um dia pudêssemos ser assim, porque nada na vida é perfeito, eu não sou e tu não és, e pensei que os nossos defeitos fossem encaixar uns nos outros,tal e qual as pedras da calçada.
Sorrio...
És feliz, és feliz sem mim, finalmente és feliz e eu sorrio, porque te amo.
Como eu gostava de poder dize-lo ao teu ouvido, fazer uma caricia na tua cara e dizer, AMO-TE! E de seguida olhar-te nos olhos e sorrir...sorrir...apenas porque te amo.
PERDAS E GANHOS
Toda conquista requer uma perda. Para se ter algo que muito se deseja, sempre há que se desistir de outra. Infelizmente é assim. Um novo trabalho pode levar ao afastamento da família. Novos amigos pode tornar distantes os antigos. Um grande amor pode obrigar à renúncia de pequenos prazeres.
Por isso é importante tentar usar a razão mesmo tomado pela emoção. As escolhas que fazemos nos impõe deixar algo ou alguém para trás, e uma vez deixado, talvez nunca mais possamos ter de volta, e mesmo que algo conspire para isso, nada será como antes.
Não há compensações nessas trocas. Não há como deixar algo para trás pensando que alguém o trará de volta, atrelado a outras novas conquistas, numa embalagem para presente, simplesmente porque somos aparentemente iguais, mas intrinsecamente diferentes.
Se tiver que lutar por algum sonho, tenha em mente que o fará pelo simples desejo de ser feliz e de viver intensamente essa nova realidade. Por mais que sejam honestos com você, acima de tudo seja honesto consigo mesmo.
Lembre-se, é melhor entristecer-se por um momento diante da sua verdade, que alegrar-se diante da mentira de muitos e sofrer por uma vida inteira.
Talvez seja esse o grande mistério da vida, nosso maior desafio, chegar ao destino trilhando os melhores caminhos.
Eu sempre vou admirar a verdade de gente assim, de verdade.
MORADA DA DOR
A DOR RESIDE NO CORAÇÃO DE QUEM ABRE A PORTA PARA ELA ENTRAR , A DOR ELA MORA NA VIDA DE NÃO SABE AMAR , A DOR HABITA NA MENTE DE QUEM NÃO SABE PENSAR ,MAIS NOS APREDEMOS A AMAR A PENSAR A DOR TEM QUE SE RETIRAR DONA FELICIDADE COMEÇA A SE MUDAR PARA O SEU DEVIDO LUGAR QUE É O NOSSO CORAÇÃO E A NOSSA MENTE DE ONDE ELA NUNCA DEVERIA TER SAIDO , MAIS NÃO VOU MAIS CHORA DE TRISTEZA PORQUE VOLTEM AMAR.
NOSSO RÉVEILLON
Permita-me lhe escrever, antes que se finde o velho,
uns versos meio tortos para um
novo ano.
O que terei eu a dizer
senão que é tudo tão novo,
e que eu te ano e te ano?!
Não esqueça, por favor,
e não exclua, meu amor,
este velho - que tão logo morrerá em champanhes -
para dar vida a um novo. (Em branco!)
Vamos dar pausa no hoje,
e brindar juntos o novo
que somos nós.
Por que esperar um futuro se ele ainda é nada?
O nosso novo tá aqui,
na Lua,
na calçada.
Nosso Réveillon é todo dia,
e o branco que a gente veste
é por dentro, é nossa festa,
nosso circo,
nossa alegria.
V e m a m o r, n ã o f i q u e n u n c a a s s i m l o n g e . . .
colaemmim!
Fica comigo e faz tardar para sempre este 'amo'
Por que, não minto, é muito.
Este amo, amor, é até o todo,
Por que te ano para sempre
e o nosso sempre é sempre novo!
SORRIA PALHAÇO, SÓ RIA!
Viche Palhaço,
a maquiagem borrou num respingo de lágrima.
Hoje a dor transcendeu o banco do camarim,
O que houve, Palhaço?
Viche Palhaço,
As cores vivas que lhe vestem hoje
desaparecem perante a alma mendiga.
Hoje suas tintas dão-lhe outra cor
Que cor é essa, Palhaço, que dor?
Viche Palhaço,
Você, tão feito de sonhos
Parece imerso no avesso do riso.
Que rio é esse, Palhaço, que não lhe riu?
Viche Palhaço,
Seu nariz vermelho tá torto,
sua tinta desbotada quão folha a secar.
Que cara é essa Palhaço, de noite escura?
Que você tem, Palhaço?
E o que não tem?
Suas lágrimas sangram hoje não só por dentro.
Ê, meu Palhaço, o circo lotado não lhe preenche os vazios.
Ô, meu Palhaço, o riso desgastado lhe parece cansar os músculos da face...
Ah, meu querido Palhaço, quem, por trás da cortina entre palco e real roubou se astral?
Foi o dia? Foi a lua?
Ele hoje é seu. Ela hoje é sua.
Se ajeite Palhaço.
Sorria. Só ria!
Daqui a pouco as cortinas se abre e o show recomeça.
Daqui a pouco a pipoca pulada, as tantas risadas, os pais, os filhos, a rua, chegam todos pra lhe ver.
Pra rir de você,
pra rir com você.
Levanta Palhaço, ainda que a dor lhe aborreça,
a esperança adoeça e angústia lhe pare, não esqueça;
a vida ainda continua.
O POVO
O Povo
O Povo,
cego, surdo, mudo,
nada.
Nada aos lás e cás,
aos gozos e ais,
aos fundos e rasos,
aos menos ou mais.
O Povo,
ópio de si,
glória de outrem,
mora imerso no Mar.
Alheio à praia lotada,
perde a festa, o pulo, a luarada.
- O resto dança.
O Povo nada.
Partiram, os Tiranos,
o Povo.
Deram-lhe anéis quantos fossem os seus braços,
e tiraram-lhe a força, (o abraço)
Tiraram-lhe à força pro “regaço”.
Pobre Povo,
dos Pescadores Tiranos da Praia
Partido no Talher da jogada:
eles tirando muito
e o Povo, Tadinho, virando nada.
...
Lá, mundo de muitos mudos,
Mundo de muitos tudo,
mundo de tantos nada.
Cá, pobres obras paradas,
cofres empobrecidos
e uma hierarquia encravada:
Eles com todo o tudo,
E o povo, contudo, nada.
Se a lua nossa desce o canto no alpendre
eu sobre o som daquela noite triste
escorro em prantos - uma dor que existe -
a melodia que me sai do ventre.
Canto a certeza de só ter em mente
O que nos braços o desejo clama.
Há dor maior que essa, de quem ama,
que emudece o ato que se sente?
DOR DE POETA, DOR DE PALHAÇO
Eu amo ao ponto de me dar ao sim,
de me vestir de ais, de ser o nunca,
o todo, o meio, começo... enfim.
Eu amo ao tanto que não cabe em mim,
Sonho o instante que não chega; junca.
Meço o começo, mas o que tenho é fim.
In Feliz Cidade...
Se ela existe eu mal sei,
certo é que não a vi.
Se for sabor não provei,
se cheiro não cheirei,
se ela existir, não senti.
Onde está a Felicidade?
Mas, quem é essa afinal?
Procurei na cidade,
na prisão, liberdade...
ninguém sabe da tal.
Achei que a visse no mar...
só vi brisa e beleza.
Não sei onde ela está.
Se num circo ou num bar,
n'alegria ou tristeza.
De verdade, me cansei
e desfiz sonhos de outrora.
Se até então não achei,
ou se achá-la eu irei,
o certo é que vou embora.
Vou buscar ao menos o eu
que mal sabe onde está,
quero ao menos o que é meu
estou indo pro breu
quiçá eu me ache por lá.
[ Eu Até esperei ]
O tempo abrir, o sol brilhar,
a tarde chegar, nuvem sorrir.
Relógio correr, pessoa do ônibus descer,
Barco seguir.
Homem correr, Mulher chorar,
Quem não ama, amar... Trem partir.
Senhora andar, criança engatinhar,
Grávida parir.
Coruja voar, cílio pestanejar,
Bebum beber, parede ceder, saliva engolir.
Dorminhoco sonhar, brigão brigar
Ladrão escapar, escola abrir.
Cego enxergar, coração dilacerar
Fé se abalar, perdedor admitir.
Mulambo se limpar, calçado esfrangalhar,
calado: gritar, dor na coluna sentir.
Estrela do mar, cometa passar
Galinha cacarejar, flor... florir.
Corpo padecer, lua aparecer,
Pôr do sol chegar, noite triunfar
... Você não vir.
É sempre bom pensar, analisar e agir com a razão nas decisões, pois muitas ou apenas uma podem mudar completamente sua vida, seja ela para o bem ou para o
mal, boas escolhas requer reflexão e sabedoria, se precisar decidi algo pense bastante no resultado final desta decisão, pois arrependimento só te fará mal!
de profundis amamus
Ontem
às onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própria
Andámos
dez quilómetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto
claro
os porteiros
é da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteiros
Olha
como só tu sabes olhar
a rua os costumes
O Público
o vinco das tuas calças
está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas
nisso
Não faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados maravilhosos únicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso
