Texto Pai do Mario Quintana

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Me chamo José
Me chamo José
José daqui, José de lá
José de qualquer canto
José de qualquer mar.
José de minas
José de Drummond
José da Bahia
José do Ceará.
Me chamo José
Por não ser doutor
Sou apenas José
José lavrador.
Mesmo sendo José
Arranjei um amor
Que se chama Maria
Maria fulor.
Meu pai é José
Assim como eu sou
José de arimateia
Carregou o senhor.
Me disse que é santo
Todo homem José
Que veste o manto
O manto da fé.
Aqui nesta terra
De tanto José
Deus nunca se esquece
Do povo que é.
José de Abreu
José Xavier
José das medalhas
Maria José.

Inserida por EvandoCarmo

Eis o que penso sobre a arrogância do homem em qualquer campo de ação.

Quando a insanidade e a estupidez engana a criatura e ela e torna maior que seu criador. Muitos homens se tonam arrogantes, se acham poderosos pelo sucesso material, outros por conquistas intelectuais, esquecem suas origens físicas e metafísicas, ignoram a verdade suprema, a de que tudo que há nos mundos sensíveis e insensíveis ao homem está sob o domínio de Deus.

Devemos buscar diariamente ser uma luz no mundo, para guiar nossos pares, que como nós andam cambaleantes nas trevas das nossas imperfeições, e não um abismo de arrogância e estupidez mundanas.

Inserida por EvandoCarmo

O homem cria a partir de alguma essência material, mesmo sendo parte desta mesma natureza involuntária. Uma criação artística e poética brota das emoções sensitivas, sobretudo da memoria afetiva, que produz nossa inteligência emocional. Contudo, como seres imperfeitos, nossa obra nunca se conclui.
Erra, portanto, Fernando Pessoas, quando diz que só há conclusão na morte, este pensamento é de fato materialista, não condiz com a evolução espiritual poética da humanidade. Desta forma percebe-se que estão sempre a criar a partir da criação de outrem, logo concluímos, talvez erroneamente que não temos direito à autoria daquilo que imaginamos dar a luz

Inserida por EvandoCarmo

Minha poesia (uma epígrafe)

Faço uma poesia incomum
para alguns poetas contemporâneos
Emil de Castro, sobre o Cadafalso
disse que há momentos lapidares
também tradução perfeita do poeta,
que está madura a minha poesia
todavia, segundo ele, ela, a poesia
não deve ser apenas conceitual.

Me acredito mais pensador que poeta lírico
meu mundo não é empírico
me expresso, sobretudo de dentro para fora
não preciso olhar a natureza para escrever
sou esta mesma natureza, a humana
cheia de contradições e abismos.

Para quem escrevo? Para que tem ouvidos
para algo novo, não faço cócegas nos ouvidos
nem tampouco quero amenizar o que há de caos
e de subterrâneo na alma humana.

Sou o que sou e não há razão premeditada
no que faço da minha agonia existencial
meu minuto de lucidez, entrego todo ao criar
ao fazer, se por ventura distraio alguém, muito bem
mas não tenho esta intenção propriamente dita...

Inserida por EvandoCarmo

Aos olhos dos homens que não sabem do meu universo, concluem estes senhores debilmente, que não consigo terminar o que começo.

É que toda rotina e gestos repetidos me enfadam. Por isso me tornei escritor, neste contexto criativo, posso com um ponto final, por fim em um projeto, seja este um conto, um romance ou um verso.

Todavia nunca termino meus trabalhos textuais com ponto final, prefiro sempre uma breve interrogação. Sou um escritor medíocre ou um gênio preso nas grades do anonimato?

evandocarmo.com

Inserida por EvandoCarmo

O mar que um dia ao teu lado conheci
o mar que contigo descobri, não existe mais
durante as minhas insônias, nos meus sonhos
leve, escutava, como música de Bach,
seus suspiros tristes ao esbarrar no cais.

O mar em que um dia bebemos a seiva da eternidade
hoje não nos satisfaz, o mar que antes era calma
descanso e paz, assim como teu, não existe mais.

Inserida por EvandoCarmo

O mar das ilusões


O mar não pode secar
assim acreditam os mortais
sendo sua experiência permanente
na efêmera visão dos temporais
morre o homem, como morrem assim os animais.

E o mar não se abala, continua impávido, soberbo e soberano, sobre-humano, atemporal.

É o mar nossa idéia de refúgio
é do mar que sugamos o doce e o sal.

Foi do mar que saiu a vida andando, é para o mar que um dia nós voltamos.

Sem o mar não há sonho ou metafísica, é o mar nossa grande eternidade.

Inserida por EvandoCarmo

Quem diz saber de tudo.

Diz a filosofia
por pura ironia e modéstia
" ninguém sabe tudo."

Diz a poesia, " Quem precisa
saber de um tudo que é um nada?"

Embriagado com a sua
Ante metafísica Nietzsche diz:
" Quantas verdades suporta a tua alma? "

Há momentos em que a presunção de poetas, de filósofo e de homens de várias formações e ofícios, diz saber de tudo, momento este em que o ser se contenta com o que possui. Pois tem a alma e o ventre cheio de ilusão.

Inserida por EvandoCarmo

O fim do mito

Em vão tentamos construir
com o verbo aflito,
um deus, um mito
a paz sem conflito.


No silêncio do espírito
se esconde uma verdade
aquilo que intelecto apaga
não se escreve mais.

Assim se vai a calma
quando vem na alma
os temporais...

se dissolve o mundo
e fé no homem
tudo vira sombra
que se desmorona
com a luz do entendimento.

Inserida por EvandoCarmo

Então o verbo se fez carne
e a carne se fez homem
e o homem se fez poeta
e poeta se fez Deus
e Deus se fez musa
e a musa era mulher
e se chamou Ariadne
Ariadne foi morar no labirinto
para onde conduziu o poeta
de olhos vendados
e poeta habitou sozinho
entre anjos e demônios
com a palavra eternidade.

Inserida por EvandoCarmo

O cortejo de João

Seguia uma multidão em rua larga
um cortejo de um defunto comum,
um homem conhecido e respeitado
na cidade.
Era o João, que morrera de dor
nas tripas.
João era uma alma boa, pessoa
prestativa e generosa.
João nunca se negara a ajudar seus
vizinhos, fossem eles gente boa
ou homens emprestáveis.
João não teve filhos nem esposa
e por toda vida vivera sozinho.
João cultiva a terra, onde plantava
seu sustento e o de quem lhe
batesse à porta.
João, certa noite, comeu seu jantar
e em seguida, depois de pitar o seu cachimbo,
fora dormir de barriga cheia e alma leve.
Durante a madrugada João sentiu fortes dores
no ventre, mas João era sozinho, na rua onde
morava ninguém escutou seus gritos por socorro.
João só foi encontrado dias depois, quando
vizinho lhe bateu à porta para lhe pedir açúcar
para adoçar seu café matinal.
O cortejo de João seguia na rua larga
em profundo silêncio, ninguém lhe cantava
ladainhas fúnebres,
nem cânticos de vitória.

Inserida por EvandoCarmo

Al nacer nos encontramos con el vacío , caímos en el abismo gravedad , ante la inutilidad de un proyecto condenado al fracaso , sin embargo, nos vemos obligados a creer que necesitamos para vivir.

Nuestra primera estímulos para el nihilismo es el azote de un médico o una partera tribal, que nos obliga a luchar por las lágrimas ... Este es el grito , nuestra protesta colosal contra la naturaleza y la locura de Dios ...

Antes de nada, es nuestra desesperación , el poeta y la poesía de amor platónico Muse , el creyente la metafísica humillantes .

Inserida por EvandoCarmo

Una rosa para sus pensamientos,
la distancia del alma es abismal
a pesar de que
Presentamos aquí, no hay
... El cuerpo sin el espíritu ... sin el dulce
sin la sal.
Entonces me gustaría tener flores a mi seputamento? ¿No sería begonias u orquídeas. Para mí sería suficiente con que usted me toma adiós.
Para el poeta reír como llorar
y el poeta hace caso omiso de la muerte
abraza la desgracia como
si abrazas a un hermano.

Inserida por EvandoCarmo

Há uma imensa diferença entre quem pensa e escreve, e entre quem copia textos e pensamentos alheios, sem dar crédito ao autor.

Eu, quando escrevo algo sobre a conduta dos homens, geralmente faço de modo universal, sem apontar minha pena para quem quer que seja, desta forma ninguém poderá me acusar de plágio leviano, nem dizer que estou a enviar recado para algum desafeto. Isto deve ser pelo fato de que, escrever tem sido meu ofício, e continuará sendo enquanto eu respirar.

Escrevo porque preciso me sentir vivo e capaz de contribuir com meu pensamento e análise sobre muito temas, contudo, não posso ter opinião sobre isto o aquilo, pois sempre incorrerei no risco extremo de ser injusto, pela complexidade dos assuntos em voga.

Me coloco sempre no centro da neutralidade, não é porque penso e escrevo que tenha o direito de ofender àqueles que possuem suas opiniões formadas sobre as coisas ou sobre pessoas.

É bom nunca esquecermos, talvez da única verdade absoluta que existe: Quem têm certeza, não raro, são pessoas questionáveis e perigosas, propensas a cometer equívocos e injustiças. Também são elas que gostam de se apropriar das ideias de outros e de publicar, como fossem decretos morais.

Inserida por EvandoCarmo

Saudade

há um abismo
insondável
onde buscamos
a poesia...
para alguns
poetas ele tem nome
simples, como morte
desespero, angustia
e solidão...
mas para mim
ele sempre se revela
em hora improvável
seu nome é sempre
único, inconstante
invariável...
saudade...
do que não tive
do que não fiz,
do que não fui
não de amores
não de desejos
insaciáveis
não de corpos
não de bocas
nem de beijos...
apenas saudade
inconstante
invariável..
... o que é saudade?
saudade em mim é poesia
é dor que não varia
nem se explica
nem se acalma
é luz é treva
é minha própria alma
em desespero
em transe metafísico.

Inserida por EvandoCarmo

A poesia que faço hoje,
agora, não tem dia
nem memória.
É semente do futuro
são flores do presente
e espinhos do passado.
São lágrimas incontidas
e rastros apagados
caminhos percorridos
destinos desviados.
A poesia que ora faço
me impõe uma rotina diária
uma obrigação noturna
um regozijo, um enfado.
A poesia que faço hoje,
agora, não tem dia
nem memória
não me concede honra
nem desonra
nenhum lucro
nenhum prejuízo
apenas lucidez
... fôlego e vida.

Inserida por EvandoCarmo

Prisioneiros da esperança
Sou, como todo homem,
prisioneiro, prisioneiro
de uma esperança
de uma ilusão persistente
de um querer permanente
de um sonhar consciente
de que no amanhã
logo ali, depois que noite se for
.... virá a liberdade
Quem acredita em liberdade?
quem se abraça com esperança?
são sempre os mesmos
os desesperados
os prisioneiros
os injustiçados
os cegos
os mudos
os surdos
os aleijados
...as mulheres,
as crianças
e os poetas.

Inserida por EvandoCarmo

Construam o mundo com palavras

Importante se fazer casa
pois nela mora o homem físico
serve de abrigo contra o sol e a chuva,
e de aconchego para as crianças.

Mas quanto se a fazer livros
neles moram o espírito da humanidade
os segredos dos homens do futuro
e dos deuses do passado
a esperança de se fazer,
no futuro, um mundo melhor.

Casas podem ser derrubadas
as ideias nunca, uma vez soltas no ar
não voltam mais às suas origens
criam raízes, dão frutos.

Casas mudam um cenário rural e agreste
mudam uma cidade e até um país, mudam aldeias.
Livros mudam o mundo, mudam os homens
fortalece o espírito abatido, libertam as almas.

Inserida por EvandoCarmo

Do pressuposto lógico
de que tudo que existe foi criado,
penso que não há grande enigma
para o surgimento do universo.
Alguma força nuclear movimentou
as substâncias do caos,
que por sua vez se locomoveram em espiral,
daí surgiu o átomo e o mundo físico
átomos se dividiram e formaram
o primeiro verbo. Criar.
Contudo, faltava a criatura que deu impulso ao vento:
"Deus" criação magnífica que nos explica quase tudo

Inserida por EvandoCarmo

A porta aberta

A porta se abriu, de repente
tudo se revelou, o mundo se expôs
aos olhos do homem,
que se encontrava preso.
Quebraram-se os grilhões
as marravas, removeram
a venda dos seus olhos.
Mas o homem não tinha pernas
nem braços para abraçar o mundo
foi lhe dito que poderia ir, estava livre,
enfim cumprira sua pena.
Mas o homem continuou mudo
não disse palavra. Por dias e noites
ficou espantado com o tamanho do mundo
e com a liberdade da porta aberta em sua frente.
Até que seu carcereiro lhe disse:
Vaz embora ou ficarás aí até morreres de fome e de sede?
O homem tentou respondeu, mas não teve fôlego nem voz.
Então, com olhar triste de profundo desânimo
olhou para suas amaras, vendas e grilhões
e, apontando-os, fez um sinal de que preferia a prisão
pois havia perdido o intersere pela liberdade.

Inserida por EvandoCarmo