Texto Comecar o dia
Outro dia eu sonhei
Sonhei que não sonhava
E que a vida era verdade
E que eu podia dar bom dia
A tudo que a vida esconde
Mas que ali não se escondia
E dei bom dia à escuridão
A toda escuridão
Que, não à toa, se oculta
A toda ilusão que morria
Era o lado bom da vida boa
Na paz da desilusão
Dei bom dia, não ao tempo passado
Nem ao dia que caminha ao nosso lado
Minha voz dava bom dia ao tempo
Outro tempo
Aquele que voa e se despede
Se despe de nós todo dia
Numa voz calada nos diz
Que ele não se prende a nada
Só flutua
Sonhei com a verdade nua
Que desejava um bom dia
E toda promessa esquecida
E toda palavra que não foi cumprida
Que sempre foi só palavra
Mais nada
Sonhei que a verdade mentia
Dei bom dia à toda solidão advinda
Dei bom dia ao ódio escondido
Dei bom dia ao lado sórdido da vida
E todo silêncio aguardando
Pra deixar de ser silêncio
Penso que só sonhei
Amanheceu
E ainda está tudo do mesmo jeito
Sonhei que hoje era o dia.
Edson Ricardo Paiva.
Fito.
Não me lembro se chovia ou não
Era só mais um dia
Todo aquele, que anda fora do quadrado
Há de lembrar-se assim
Tinha a escada, lá no fim da rua
Um caminho sem volta
Não me lembro se pisei devagarinho ou não
Era só mais uma estrada torta
e tinha outra ao lado
Dessas, que tem muitas, era sempre assim
Sinuosa como a vida
Todo mundo pensa
Em vencer o tempo um dia
Tempo que povoa nossa fantasia
Momento e momento sem conta
Voa ao vento
Coisa boa é ver o tempo flutuando
Que, voando lento
Atento, te desmonta
Nem dá tempo de pensar
Não pense
Pise bem devagarinho a vida.
Confia no tempo, ele espera
Era ainda de manhã, bem cedo
O caminho era sem volta
Segredo, que a palavra vida abrange
Quando é a gente que flutua
Pra um lugar chamado longe
Mesmo perto
O destino põe deserto intransponível ali no meio
Pois domina a arte, essa desconhecida
De partir e repartir o tempo
O lenço, aceno, a despedida
O incompleto e o pleno
O atalho, o orvalho, o sereno, a madrugada
E, volta e meia... a vida alheia
Grasna, a gralha
Queima a ponte, o ninho, a palha
Torna sem retorno esse caminho
Mente descontente:
O morno, o incipiente que povoa a nossa fantasia
Voa ao vento a vida à toa
Flutua até a lua, beija e volta
Noite e meia, olha de longe
Luz do sol, essa que dourava a pele
Toda vez, agora agoura
Lírico empirismo
Limite do que não se vê
Se havia um fito na existência
Era do espírito
A vivência de saber ser leve
É hora de aprender, se apresse
A beleza da vida, em resumo, era essa
O tempo, em seu vagar garboso de aprumado
Não deu tempo de pensar, não pense
O tempo brumo, impiedoso
No final, te vence.
Edson Ricardo Paiva.
Num lugar que ainda existe
Onde nunca mais voltei
Onde eu acordo todo dia
Sem flecha apontada
Nem pra nós
Nem pela gente
Noites de fogueira
e festa e fada e bailarina
e sonhos
Todo dia era essa noite
Esse lugar havia
Mas a gente precisou buscar
Alguma coisa
Que não tinha nome
Que não tinha lá
Que estava num dia
Que não tinha nascido
Talvez fosse melhor assim
Muitas folhas vão morrer
Antes que o fruto de uma árvore
Também possa cair e apodrecer
Não por nós, nem pela gente
Faz parte de um outro ciclo
E de uma outra verdade
Não muito poética
Mas gera sementes
Numa duradoura espera
Por olhares de monge
Que não tinha nome
Que não estava lá
A procura de um tempo
Que ainda ia nascer
Que tivera de partir
de algum lugar pra onde
Nunca mais voltou, partiu pra longe
Mas pelo resto da vida
Trouxe uma velha paisagem no olhar
Onde, nela amanheceu
Até seu último dia.
Edson Ricardo Paiva.
Humildemente um novo dia.
Enquanto as águas fluem
E cada dia que amanhece
Se apresenta humildemente
Como um novo dia
Jamais como uma chance
Perceba; estás ainda no caminho
E as canções estão no ar
O controle sobre as nossas vidas
Nossas vidas sobre nós
Dance de alegria
Há dia, há vida, há luz ainda
Existe um outro lado
Insensível e atroz
Atento e calado
E te acompanha em todos os momentos
Influencia a tudo que está longe ainda
Como um encontro marcado
Castelos de areia
Pilares que ruem
Pedras no caminho
Um caleidoscópio de tropeços
E lugares certos pra firmar seus pés
Brincar de vida, igual jogar amarelinha
As canções estão no ar
As águas fluem e lágrimas desfolham
As buscas infelizes
Interpretações avessas
Enquanto isso, o tempo passa
E outros dias amanhecem
Humildemente, de verdade
Apenas nasce um novo dia
Jamais outra oportunidade.
Edson Ricardo Paiva.
Há quem se arraste pela vida morta.
Tem dia que amanhece antes de clarear
Coração se despe
e se despede de toda agonia
Pra que nosso espírito se apresse
Ditos se fazem não ditos
Olhos se comprazem olhar a rua
E não tem nada diferente
Coração bate apressado
Segura, d'álma nua as mãos aflitas
Ambos se entreolham
Compreendem, de repente
Quem mudou foi a gente
A vida fica mais bonita assim
Há quem creia isso desimportante
Meu compromisso é comigo
Olhos, almas, mãos, meu peito, abrigo
Há quem queira abreviar o fim
E há quem queira olhar a noite
Saber que o sol se levante
Quero só me despedir do mal que houver em mim
Tem vida que termina igual
Numa esquina de um momento
Um vento frio de agosto
Tem dia que começa igual
Luz do dia vem vazia de algum modo
e nada muda
Não tem sonho bom que nos acuda
Não existe ilusão que, por melhor que seja, iluda
Até que um dia alguma coisa...tudo
Há quem julgue que isso pouco importa
Vai, se arrasta pela vida e arrasta a vida morta
Sem o olhar que lhes convide a perceber
A vida abandonou-lhe um dia
Chão sem céu, sem luz de estrela-guia
Vida voa, vai no vento e corta e volta
Vem, se despe de tanta agonia
Então, depois se apresse
Tem dia que amanhece antes de clarear
Mesmo que pareça tudo igual eternamente
Alguma coisa não amanheceu
Isso torna tudo muito diferente.
Edson Ricardo Paiva.
Feridas.
De tanto viver em descompasso
O dia é sempre um dia e nada mais
Pensar no amanhã, jamais
Sem lugar pra voltar, sem abraço
De viver eternamente
O mesmo passo a passo
Era somente a vida e o estar vivo
Era ser pra sempre
A própria ferida
Todo dia o mesmo curativo
Transpondo as pedras que surgissem
Uma a uma, passo a passo
Uma hora, nem percebe, se acostuma
As gotas de chuva na cara
A vida segue...o coração não para
Se é que a gente de vez em quando
Para e olha
As gotas de chuva na cara
Tanto faz se molha
A paz se instala
Os olhos veem, o ouvido escuta
O coração fala menos comigo a cada dia
Sem lugar pra voltar, sem abrigo ou abraço
...e sem palavra arguta
Vou pra onde o vento me levar, não ligo
Não levo um sorriso e nem lágrimas
Nem meu coração não fala mais comigo
Tanto faz, nada faço
Cada dia é sempre o dia e nada mais
Um dia a paz, ela vem e se instala
Nesse descompasso
Minh'alma se cala também
Tem um Deus, também calado
Passo a passo desse dia a dia
Pensar no amanhã, jamais
Trago meu coração em silêncio
Na ferida da vida que eu vivo
Todo dia o mesmo curativo.
Edson Ricardo Paiva.
Tem sempre alguma coisa.
Um dia
Mesmo o coração de olhar mais duro
Lança um olhar à estrada
Depois de muito ter partido
Porque nada a paisagem lhe diga
Quanto ao começo
Tem sempre um pedaço que fica
Esse é o preço da vida
Num mundo onde tudo é de graça
Passa tudo, passa o tempo
Passa toda e qualquer ilusão
Não mais me iludo
Mesmo o coração mais puro
Não foge a ter o olhar endurecido
Mesmo que a paisagem lhe diga tudo
Tem sempre alguma coisa que não fica
Porque nada é de graça
Um passo deixa sempre rastro
Um mastro ao longe, uma pegada
Mentira acreditada, conta que não fecha
A estrela errada que te orientou
Tem sempre alguma coisa a ser lembrada
No pouco que se traz ou deixa
Esse é o preço da vida.
Edson Ricardo Paiva
A flor.
Ficava ali, no chão do caminho
E todo dia eu passava por ela
Era apenas uma flor, sem cor definida
Entre outras tantas
Não sei dizer quantas
Pode ser, fossem centenas
E eu também era criança, igual a ela
Entre outras muitas, iguais a mim
Num mundo de tantas coisas sempre iguais
A simplicidade as faz diferentes
Não sei por quê
Meus olhos se acostumaram
Olhar pra ela, exatamente
Passado o tempo, é como estar ciente
De quanto a fantasia não se distancia do concreto
De fato, não tinhamos procurado
O ângulo correto para olhar
Mas tudo tem seu lugar
Precisamos encontrar o nosso:
Em muitos casos, que não seja perto
Creio que em tudo na vida
A gente continua sendo sempre assim
Uma casa com jardim, numa grande avenida
Um momento que parece assim; desimportante
Que se repete momentaneamente
Ao longo de toda uma jornada
Que, ao final, se tornará também desconhecida
Uma simples coisa, entre outras tantas
Algum caminho do passado
Onde ninguém jamais voltou
Nem voltará
Nenhum agosto e nem setembro serão eternos
Hoje, olhando esses momentos à distância
Compreendo perene, a inconstância
Mas, alguma coisa permanece
Ali, parada no chão do caminho
Como simples lembrança
A ser replantada, com o carinho da imaginação
Talvez, tornar de alguma forma
Um tantinho assim, mais leve
O caminho, a jornada
Que, ao final terá sido
Breve como flor.
Pode ser que o Criador
Com o amor de quem se recorda, nos replante
Num jardim gigante, onde seja permitido
A criança sair da fila, a caminho da sala de aula
E sentar-se à borda do jardim, pra dizer àquela flor
Que, pra mim, ela era importante
e seria pra sempre lembrada.
Edson Ricardo Paiva
Infância.
E se a gente pudesse
Voltar lá, praquele dia
O dia que caiu da árvore
O dia que pisou num prego
O dia que minha mãe falou
Que me batia
Pois não gosta de criança que desobedece
Se pudesse, juro que eu ia
Se voltasse aquele momento
Em que um vento carregou meus sonhos de criança
E que eu vi perdidas todas esperanças
Chorei, pois criança pode chorar, então ela chora
Se Deus me permitisse voltar lá, eu ia agora
Pro dia em que tirei o mais redondo zero
Levei bronca da professora, fui parar na diretoria
e minha mãe foi chamada na escola
Se você me perguntar agora, eu ainda respondo que quero.
Nem que eu fique meses de castigo
Se aquele tempo voltasse, eu queria
A viver somente a minha vida
O dia corrente...sem ter que pensar no amanhã
Pois o dia de amanhã, ainda nem nasceu
Se o tempo perguntasse quem
Eu diria que eu.
Edson Ricardo Paiva
Hoje eu queria. Ah, como eu gostaria!
De escrever um poema
Que entrasse na ordem do dia
Palavras que a ninguém ofendesse
mas que porém, confundisse
e quando finalmente você visse
Achasse que é poesia
um poema que vencesse
concurso de fotografia
poema que te pedisse
pra aparecer qualquer dia
Que agradasse a Ana Júlia
A Patrícia e a tia Luzia
Que fosse tão interessante
a ponto de ficar exposto
na sala, na sua estante
botasse um sorriso em seu rosto
se a letra fosse miúda
você fosse procurar a lupa
e te fizesse ficar muda
ao perceber o meu pedido de desculpas
uma mensagem subliminar
neste poema tão vulgar
mas eu já sei que não vai ler
então eu vou ficar assim distante
sem um poema em sua estante
e um cantinho em seu coração.
Um dia um amor existiu
como flor que ninguém nunca viu
uma flor por você, que partiu
E esse amor foi maior do que eu
uma flor que você não colheu
e que só por você insistiu
e que eu não dividi com ninguém
um amor que você não sentiu
uma flor que era sua também
um jardim que criei só pra nós
e esperei por você que não veio
pra poder dividir meio a meio
foi assim que deixei de cuidar
de um amor que você não sentia
uma flor que você não queria
um jardim que existiu e era seu
agora escrevi pra avisar
Que hoje essa flor morreu.
Outro dia eu estava triste
pensando nas coisas
que deixei de viver
ou abandonei pelo caminho
arrastando os pés, sempre sozinho
quando vi dez meninos brincando
Deslizavam sobre um muro
braços abertos
fingindo aviõezinhos
eu sorri com aquela esquadrilha
alvejando o coração deserto
deste velho menino passante
acordei num passado distante
aconteceu de as bombas
de contagiante alegria
me acertarem o coração
e então, naquele dia
e eu pude ser menino
por mais um instante
o homem seguiu adiante
chato que era
o menino subiu no muro
foi brincar de bombardeiro
na triste tarde de primavera
nem todo dia é possível um sorriso
mas há dias em que é preciso
irremediavelmente necessário
simular inexistente alegria
verdadeira, na tarde daquele dia
nas noites em que acordo assustado
e o eu-menino, que ainda vive do meu lado
levanta-se sem medo do escuro
e vai mais uma vez
ser o décimo-primeiro menino
a abrir as asas
e voar por sobre o muro
Por mais que leves sonhos
um dia chumbem
diante de tantos olhos
que um dia os viram
flutuar livres no espaço
por mais que o coração
fique aos pedaços
por desconhecer qual a razão
que todo tempo tem
de num determinado ciclo
a triste obrigação
de romper laços
mesmo assim
você vai encontrar
vontades que jamais sucumbem
por mais que o tempo tente
insistente
duros qual diamantes
longe anos e oceanos
contrariando todos os planos
que por mais que tenham sido
apenas breves
e por mais que parecessem
serem leves
quando existe e prospera
aquilo que se chama amor
não pode haver quimera
a implantar o dissabor
neste momento impera a vontade
não havendo vento frio
a apagar a chama
daquele coração que arde
e o medo da distância
e de se ver distantes
vem galvanizar os laços
com o mesmo frescor
de anos antes.
Eu me sinto meio que esquecido
a cada dia que se passa
mas não me sinto ressentido
na vida tudo tem um preço
talvez seja isso mesmo que eu mereça
enquanto caminho sozinho
com memórias cheias de ferrugem
eu me enxergo assim
incapaz de desenhar a vida
com as cores que agora exigem
sinto minhas mãos calejadas
os olhos cheios de fuligem
porém, caminho ainda
debaixo de um Sol escaldante
mas deixei de ser preponderante
já faz alguns invernos
momentos são sempre momentos
somente pensamentos são eternos
um dia a vida bate
e no outro a gente apanha
os dias de vitória vejo
cobertos por teias de aranha
a cada dia que passa
e descubro que na vida nunca tive
qualquer proeminência
e que junto com os sonhos
também há de naufragar
os dias que vivia na inocência
tem dias em que eu me sento
sob as sombras dos muros do inferno
mas Deus vem e diz que aquilo
que hoje é velho
amanhã será moderno
Teu coração não é só seu
um pedaço aí me pertence
muito mais que você pensa
no dia que nele eu adentrar
hei de reformar
tudo que já viveu
Um cantinho aí é meu
portanto trate de cuidar
dos teus batimentos cardíacos
mesmo que não saiba
pode haver por aí, um maníaco
esperando pra escrever
uma singela poesia
nas paredes do teu coração
te dar um dia de alegria
ou talvez o resto da vida
portanto, não seja atrevida
te confesso hoje, senhora
aqui já passou da hora
desde que você entrou
eu joguei as chaves fora.
Eu queria voar todo dia
ao seu redor,
quando acordasse
Porém Deus não deu-me asas
poderia ser pior
Talvez minhas asas se cansassem
antes que meus olhos te vissem
Eu queria voltar pra casa todo dia
e te encontrar
Mas Deus não me deu uma casa
poderia ser pior
Talvez eu voltasse pra casa
e você tivesse se cansado
de me esperar
Eu queria saber escrever
poesia todo dia pra você
Mas Deus não me deu talento
pra satisfazer tua exigência
mas mesmo assim ainda tento
Juntando palavras
que ouço do vento
e o pouco de inteligência
que Deus me deu
Poderia ser melhor
Poderia acontecer
de o vento me trazer
o beijo misterioso
que trouxesse o alívio
de me levar para um lugar
aonde não existisse
qualquer lembrança
de você
Após um dia tão comprido
desperdiçando precioso tempo
que poderia ser melhor vivido
em tão curta vida
navegando sem certeza
se a faina diária
foi fielmente cumprida
apesar de ter mastigado
e engolido em seco
palavras invariavelmente
imperativas
proferidas por gente
normalmente desabrida
Eu queria só saber
quando haverá de chegar
a parte florida
desta vida escurecida
onde a gente vive
e sonha em caminhar
por uma estrada
que seja ao menos
levemente
colorida
Mas a cada vez
que olho o horizonte
parece mais próxima
a chegada
de uma estrada deserta
que me leva ao nada
e o final parece ser
o mesmo ponto de partida
aonde inicio-se
esta enlouquecida caminhada
talvez
as parcas flores
que eu não veja
sejam somente aquelas
que às vezes
as pessoas mandam
quando chega
o fim da vida
Espinhosa
Estrada florida
Um dia o menino acorda
e descobre não estar de acordo
com as cores que utilizaram
pra pintar o dia
Só usaram tintas tristes
economizaram na alegria
Quem foi que escolheu
a cor do dia
Quem será que escondeu
a alegria
Que a gente pretendia
viver hoje?
Pode ser num dia de chuva
tanto faz
Há dias cinzentos
Em que a gente encontra paz
E dias ensolarados
Em que paz não se enxerga não
As minhas vistas vêem
Mas são cegas
As cores que trazem harmonia
Não são aquelas que o Sol irradia
Mas as que apagam
As tristezas de ontem
Nas paredes do meu coração.
Nesta vida aonde entrei
e haverei de sair um dia
Cheio de dúvidas
Pergunto, retoricamente
O quê será que haverá
de haver
Depois da próxima curva
Além de mais uma
Triste e fingida gravura
A enfeitar de alegre
A triste vida
Com a qual deparamos
Dia a dia com quadros falsos
De imagens claras
Pintadas com cores escuras
Árvores mortas, carregadas
com podres frutas maduras
e dores a arremedarem
Inexistentes coragens
Voamos e navegamos
Fingimos sentir emoção
Nesta viagem
Tão sem graça
Que ao final
Mentimos bela
Mesmo sentindo a variação
da procela à calmaria
No período de menos de um dia
Não há quem faça
Eu achar graça
Nesta aventura
Sem alegria
Em que vejo brilharem no Céu
Estrelas que há muito
se apagaram.
Amores de pessoas
Cuja unica verdade
É que nunca gostaram da gente
Paixões que foram iguais
à frutas sem semente
Palavras para as quais
gesticularam, porém
Ninguém entendeu
Poemas que ninguém leu
Infindável estrada
de amáveis caras fingidas
aonde vivi
Cada dia desta vida.
Nem todo dia é triste
Nem todo dia é feliz
Nem todo dia
Tudo dá errado
A vida é um rio
Que não pode ser detido
Não consegui
Tudo que eu quis
E nem me agradeceram
Pelo trabalho que eu tive
Mas eu fiz
Nem todo dia se vive
Nem todo dia cinzento
É triste
Não há vida
Em que tudo se conquiste
Nem todo dia é poesia
Poema, Luz e Canção
Nem todo dia é Sim
Em minha vida
A Maioria dos dias
Foram feitos de Não
Nem todo dia Alma
Muito menos Coração
Nem todo dia há Guerra
Nem todo dia é dia
Nem todo dia há paz
Muito Menos trabalho
Nem todo dia se pode fazer
Aquilo
Que normalmente a gente faz
Não há Dia
Sem Noite
Nem todo Rio
Que não pode ser detido
Corre livremente
Eternamente
Um dia finalmente
Ele há de desaguar
No Mar
Aonde desaparecem
Todas as tristezas causadas
Pela indiferença daqueles
Que diariamente
Nos Esquecem
Um dia
As águas haverão de misturar-se
E não haverá mais nada
Tuas mágoas
Serão somente lembrança
E não poderão
Ser encontradas
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