Texto a Traga dia Paulo Coelho
Um dia você encontra uma pessoa...
é ver que apesar de tudo, vocês tem algo em comum.
É senti que deve conhecê-la, é resolve dar o primeiro passo difícil: a primeira palavra.
Dai surge a amizade, o primeiro nível de amor, momentos incríveis é conversas especiais, e sem você saber começa a gostar dessa pessoa.
É um pedido e um "sim", a amizade torna-se namoro, e depois muita coisa dar certo, é ai que o amor começa a evoluir de verdade.
É você vive momentos novos, é sempre bem acompanhado, é com esperanças de ser para sempre.
Desculpa se algum dia eu te fiz mal...
Desculpa se um dia eu te fiz chorar...
Desculpa se um dia eu gritei e me estressei ...
Desculpa se um dia eu fui egoísta...
Desculpa não ter sido aquilo que você esperava...
E agora me desculpo porque daqui a alguns instantes deixarei de pedir desculpas
Não chore por mim
Um dia todos tem quer ir
Não é?
Já pensou em como é além desse céu azul?
Milhares de estrelas brilhando
Se tornar uma delas seria algo fantástico?
A dor vai se esvaindo como um feixe de luz
Iluminando e acolhendo aquela alma que tanto sofria
Em um mundo que nunca foi seu
Não chore por mim
Isso não é um adeus
É apenas um até logo
Lembra das vezes que rimos juntos?
Esses dias foram perfeitos
Lembra daquele sol quentinho de fim de tarde?
Ele sera meu abraço agora
Lembra da brisa que tanto gostávamos?
Será meu jeito de dizer que vai ficar tudo bem e que eu amo você
Não chore por mim
Nada dura pra sempre e uma hora eu teria de ir
Um dia todos temos de ir.
Primeiro dia de inverno
A frieza aquece o coração de quem a abraça
Secando cada ferida de um passado de decepções
Soprando para longe lembranças que tive com você
Prometendo uma vida sem dor
Apenas um pouco sem sabor
Para nunca mais sentir o terror
De ver um mundo sem você
Um mundo completamente...
Sem cor...
dia de chuva na casa da vovó
to na varando vendo o mato se alegrar
até as flores tão cantando de alegria
e eu cantando para os males afastar
sigo sorrindo sem medo do amanha
em poucas palavras tento mostrar
que a paz só depende de você
basta querer crer para a paz ficar
as vezes eu me embolo e me perco
só as vezes consigo me concentrar
pra escrever algo de útil
e o mundo ajudar
levo a paz na palavra e na música
meu coração de amor vai transbordar
mesmo que eu chore será de alegria
basta querer crer para a paz ficar
06-02-15
13/07/2018
Bom dia com uma linda sexta 13,
Para os sensitivos de plantão
uma ótima oportunidade de desmistificação do emblema que envolve o tema"azar"
Na realidade não há interesse em desmistificar
ou acreditar em alguma energia oculta por trás do número simbolo.
Assim como outros emblemas de semelhantes significados e teores,
o que conta realmente é a crença de cada pessoa.
Se crês que pode voar... então voa!
Se crês que não pode andar... o corpo pesa e impede a caminhada!
A imensa luz e magia existente no ser está no poder da própria fé.
Alimente-a com o que encontrar de melhor para que a vida seja plena,
linda e maravilhosa que com certeza encontrarás sempre motivos para que isto se realize.
Ao passo que, reclamar, lamentar que a vida é uma tremenda blefe,
e que todos desejam o mau,
com certeza terá vida mais difícil e penosa,
"pessoa dura de se suportar e ser suportada".
"Não olhe o dia com desconfiança,
mas acolha-o sempre com o que possuir de melhor.
Assim estará semeando o que possuir de bem,
que com certeza retornarão com lindas e gratas surpresas para o coração e para a alma!"
La casa de papel - O resumo
Um dia desses assistir
Um seriado diferente
Mexe com a cabeça da gente
Foi feito pra nos confundir
Uns cara com máscara do Dali
Fizeram um plano perfeito
Bem bolado e bem feito
E começaram a agir
O chefe do bando é inteligente
Preparado e competente
Em todo detalhe pensou
O cara era esforcado
Esperto e bem ajeitado
O chamavam de professor
Montou uma equipe de artistas
Cheia de especialistas
Pra não ter dificuldade
Cada um tinha nome de cidade
Veja só no que é que deu.
Tokio é quem narrava
Pelo Rio se apaixonou
Oslo, o primeiro que morreu
Tinha Denver, filho de Moscou
A mais tranquila era Nairobi
Entrou nessa por um filho
Berlin era fora do trilho
Frio e calculista
Tinha pinta de artista
Porém lhe faltava brilho
Helsinki o grandão
Era o mais diferente
Cuidadoso e sorridente
Era o gay da facção
Por Arturo Roman tinha uma queda
O refém que só pensava em fugir
Na série, ele quem tava a dirigir
A La casa da moeda.
O roubo bem planejado
Mexeu com o país inteiro
Nunca ninguem tinha pensado
Em fazer seu próprio dinheiro
Imprimiam e imprimiam
Sem dá se quer um bocejo
E colocavam nuns sacões
Ter mais de duzentos milhões
Era o seu maior desejo.
Itziar Itaño da série participou
Ela era a inspetora responsável pelo caso
Mulher linda, um arraso
Que o professor pegou.
Os caras tudo vestidos
Com uma roupa vermelha
Alison Parker, a ovelha
Chamada pelos badidos
Era uma bela flor
Linda como um jasmim
Foi refém até o fim
A filha do embaixador
O plano foi bem ousado
Porém êxito logrou
Foi muito bem arquitetado
Pelo grande professor
Que no final ficou de boa
Terminou com inspetora
E pro Caribe se mudou.
MATERNIDADE = FELICIDADE
O mundo de hoje em dia anda tão corrido
Que não prestamos atenção nos detalhes pequenos
Uma pena, porque olhando da minha sacada tudo parece florido
Em direção ao trabalho, esses detalhes parecem menos
Talvez eu não tenha totalmente percebido
Que nos detalhes é que nos enaltecemos
Mas falando em pequeno ( ou grande ) detalhe
Aproveito o ensejo para falar de uma virtude ou dom
Náo é para poucas pessoas, ainda que talvez ela falhe
Na vocação que vou falar tem que saber o tom
Porque carregar duas vidas em uma não há quem se atrapalhe
Mas Deus sabe o que faz e ele sempre quer ver o lado bom
Mas agora me direciono a você, mãe querida
Como seu amigo, sei, em parte das angústias que tens
Mas todo dia é uma nova oportunidade para nossa vida
Tenho certeza que vais fazer o teu melhor e o que tens
Para trazer ao mundo essa criança querida
Masmo que não ainda tenha nascido, já te digo... PARABÉNS !!!!
AMIZADE = FELICIDADE
Hoje é um dia diferente, bem diferente
Diferente como ? o que me vem em mente ?
Tem uma pessoal especial de aniversário...
Mas me faltam palavras no vocabulário
Amiga é uma palavra que a define
Ainda que longe, nossa amizade espero que nunca termine
Ela é uma pessoa do bem e iluminada
Como poucas que econtramos na estrada
Essa estrada que achamos que é eterna, nos enganamos
Hoje o dia termina, escurece, dormimos e acordamos
Amanhã Deus nos dará outro dia, se assim Ele o quiser
Para darmos o nosso melhor que em nós houver.
Mas como eu hoje me refiro a uma pessoa
Tenho que a definir, se ela é ou não tão boa.
Sim ela é, um coração, um doce, um esplendor
Uma pessoa cheia, repleta de muito amor
Mas como não ser doce em todo seu teor
Se ela representa tudo mais que se poderia supor.
Convivendo com o luto.
A dor da perda é insuportável!
Porém poucos pensam que todos nós um dia iremos perder alguém. Haverá para todos o dia da separação, será algo que todos temos em comum, mas de forma incondicional em todos.
É impossível não sofrer pela morte, mas imprescindível nos permitir esquecer que está em nós sofrer pela vida, e não apenas se prender ao sofrimento, mas se abrir e que caiba em nossas emoções diárias a luta e a gratidão exatamente pelo simples fato de estarmos aqui.
Cabe a cada um como iremos encarar as perdas, as mudanças.
Pensar em tudo isso dói, mais dói tanto que desejamos não pensar, nos condicionando a uma farsa imaginária onde tudo não acontecerá, a dor não vira, as perdas não aconteceram e talvez quem sabe as coisas sejam diferentes. Mas isso não é um filme de romance com uma bela história no final. Aqui raramente os finais são felizes, e o tal “ Felizes para sempre” jamais deveria ser dito, pois o para sempre pode ser agora, exatamente entre piscar de olhos, tudo pode e muda realmente instantaneamente.
E quando você aprende o que é respirar é no exato momento onde já quando se dói tanto que não se pode respirar.... alguns os mais fortes neste instante duela com a dor e sobrevive.
Enquanto você está lendo este texto tenha certeza que alguém estará lutando, clamando, chorando, e tendo consciência que o seu maior pesadelo se tornou realidade.
Porém como sobreviver a uma dor continua?
Existe algum tempo para o luto?
Eu particularmente considero que não pois só quem convive com a ausência possui a capacidade de olhar para o tempo e viver em seu tempo a sua dor.
Podemos fazer algo? Absolutamente não!
Então o melhor é termos a honestidade de sermos verdadeiros com nossos próprios fantasmas!
Pois não temos o controle, não temos a chave , então é se permitir sentir toda dor e ir aprendendo dia após dia como suporta-la, tendo a certeza que quando você achar que tudo passou, tudo foi superado ela voltará e poderá vir a doer muito e tudo de novo.
Mas uma única coisa é certa em qualquer circunstância o luto em cada um de nós trará estágios distintos, que caberá a cada um discernir e se enxergar, serão eles a negação, irá, a infame mas veraz tentativa de barganha, a depressão e a aceitação.
Tudo isso fará parte de seus dias e noites.
Tudo mudará constantemente em você e verá que os cinco estágios poderão estar dentro de ti em instantes, por dias, alguns permaneceram por um longo e indeterminado tempo.
Re Pinheiro
Texto e imagem: Re Pinheiro (Copyright©) -
Texto protegido pela Lei do Direito Autoral nº 9.610/98 - Por favor, reposte com o crédito! Imensamente grata
MEUS ERROS
Ao despertar hoje cedo para mais um dia de trabalho
Me peguei pensando em como nossos erros
Interferem no nosso destino
Interferem em nossos caminhos, e as escolhas
Que havíamos feito anteriormente
Muitas vezes já caíram por terra,
Porque tudo muda muito rapidamente
O que era essencial já não é mais
E num piscar de olhos as pioridades
Mudaram radicalmente em níveis estratosféricos.
Isso vale e muito nos relacionamentos,
Namorados, casais...Inclusive no trabalho.
Mas afinal, somos humanos,
Temos o direito de errar !
E quem ama perdoa.....
Mas quantas vezes e até quando ?
A questão é que erramos contando
Sempre com o perdão permanente
E nos enganamos achando que
Seremos eternamente perdoados
Seguindo a cometer os mesmos erros...
Suscessivamente
Aprendi da maneira mais difícil
Que que ama, sim, perdoa.
Mas há um limite.
As suscessão de erros vai minando a relação.
Mas devemos perdoar a nós mesmos primeiramente
E perdoa à quem não conseguiu mais fazer a reciprocidade
Como humanos, todos temos um limite
A confiança inabalável já começa a ficar carcomida
E a confiança que é um dos pilares
De uma relação saudável fica abalada
Como já falei, quem ama, sim perdoa.
Mas quem ama, precisa confiar.
Levem-se anos para adquirir confiança
E segundos para perdê-la
Então fica a dica de quem tentou sempre fazer o melhor
Mas não foi honesto o suficiente
No intuito de proteger, ocultou fatos
Fez coisas sem dividir opiniões.
Relacionamento, Comprometimento, Confiança, Segurança, Amor
Nunca fiz nada para mal de ninguém
Mas sim meu relacionamento chegou ao fim
Mas tudo na verdade o que eu sempre quis
FOI DAR.... DAR O MELHOR DE MIM !!!
O que eu te desejo.
Te desejo o amor, te desejo alegria, desejo alguém com quem seja feliz um dia.
Te desejo a paz, te desejo o carinho, te desejo que o amor da sua vida cruze seu caminho.
Te desejo a felicidade, te desejo a paixã, te desejo alguém pra guardar no coração.
Te desejo o futuro, te desejo os bons passados, mas te desejo um presente com alguém ao seu lado.
Te desejo o que sempre sonhou, te desejo o que sempre quis ter, e te desejo as coisas que não pude fazer.
Te desejo a sorte no amor, te desejo a sorte pra não sentir dor, te desejo que seja feliz como for.
Te desejo os lindos dias, te desejo as mais belas poesias, te desejo que viva sua vida.
Te desejo o respeito, te desejo a simplicidade e te desejo que nunca falte a verdade.
Te desejo um bom recomeço, te desejo que se lembre da pessoa certa, mas enquanto eu te amar, minha sempre será bela..
Carta-22
vagando pela rua faz da noite o seu dia
acompanhado do seu cão a procura de alegria
leva sempre com ele uma rosa branca
decepções da vida e os desejos de criança
carrega inocência e também a ousadia
intuitivo e romântico com sonhos e fantasias
sabe se esquiva da fumaça da neblina
gosta de liberdade e um pouco de adrenalina
anda distraído vendo os pássaros voar
a beira do precipício sem caminho a encontrar
nunca perde a esperança que seu dia vai chegar
e no fim do arcos íris muito ouro encontra
usa sua sabedoria para achar um mundo novo
por onde ele passa muitos o chamam de louco
loucura e tentar explica para você
aquilo que não estar preparado pra saber
17/07/2018
Bom dia
Abra um largo sorriso e exale simpatia pra valer!
Dê um alô, um oi ou um até breve,
mas por amor... me deixe também o calor do seu sorriso.
Amar é bom, viver é exageradamente bem, sorrir então é magia!
Igual a exalar:
perfume que envolve,
um monte de faíscas mágicas que agracia e acolhe.
despejar alegria por onde passa
Uma maneira especial de abraçar com o que se tem de melhor.
Sorrir é enigmático,
tem poder de cura
de levantar astral em dúvida,
mas... olhalá heim, o médico recomenda:
Sorrir é altamente contagioso,
depois que começa se alastra como fogo,
dói muito na barriga, se perde o controle e sabe-se lá o que mais pode causar, né
Sorria pra ver, ou melhor... "Sorria pra valer"!
É de graça, não paga nada, mas vale muito e muito se ganha.
Bom dia anjo de amor é luz, seu sorriso acolhe e ilumina,
Seja doce, seja luz, seja imagem e semelhança do seu lindo sorrir, que faz surgir a magia deste lindo amanhecer!
Mais um dia
Que brilhe intensamente a luz do sol
Iluminando o teu sorriso.
Deixe que eu desperte com encanto
A menina adormecida de teus olhos...
Colhamos flores nos jardins da vida,
Mas a flor mais bela a ser colhida é você.
Deixa que a vida nos encontre sempre juntos
De um dia ao raiar do outro dia...
Não me diga nada,
Apenas leia nos meus olhos
Tudo o que o meu coração te diria...
Encontre sempre neste amor o lugar para mais um dia.
Edney Valentim Araújo
Cada dia recebemos mais uma chance para correr atrás dos nossos sonhos.. aprender.. ensinar.. reconhecer um erro mudar de ideia. Para ser grato.. para olhar para nós mesmos com generosidade e ter mais empatia com os outros. Para fazer escolhas, para seguir em frente. Enfim o futuro amanhece todos os dias.. Gratos por essa dádiva em nossos dias.. em nossas vidas. Amém.
— By MaryJo
Tinha domingo que era dia de receber visita. E elas chegavam logo cedo. Parece que a mãe da gente tinha algum pressentimento nesse dia. Levanta que vai chegar gente! Ela falava enquanto preparava a massa para os beijus de tapioca. Acordava todo mundo logo cedo, dava café da manhã, ariava as vasilhas na pia, colocava naqueles suporte de ferro de pendurar panela e dava rapidinho aquele trato caprichado na casa. A mãe mandava o pai na feira comprar umas coisinhas, enquanto a gente arrumava as camas e dava uma "barrida" no terreiro. Era tiro e queda, não sei como ela acertava. Não tínhamos telefone, nem o fixo nem nada, e mesmo assim, ela parecia que tinha recebido um e-mail ou zap zap informando que fulano ia lá.
Umas 10h e pouco a gente ouvia o bater de palmas lá no portão. Chegavam entrando, assim, sem protocolo nem nada. Ô de casa! Eram o tio dela, ou primo do meu pai, ou irmão de alguém ou ex-vizinho... era alguém conhecido que chegava com a família pra passar o dia. À pés mesmo, nada de chegar de carro, desciam do ônibus em alguma parada próxima e iam cruzando a poeira solta, preocupados em chegar limpos. Chegavam cedo que era pra dar tempo de ajeitar um melhorado pro almoço. Põe água no feijão! Alguém já gritava lá do portão afora. A gente, menino do mato, ficava observando aqueles abraços e recomendações lá da janela, de butuca, igual bicho, morrendo de vergonha de depois ter que ir na sala pedir a benção. Era regra: Menino, pede bênção pra fulano. A gente estendia a mão ganhava a benção e uma bagunçada caprichada no cabelo, ia de brinde. Quando vinham outras crianças que a gente não tinha intimidade, era pior ainda. Mais bicho do mato a gente ficava. As mulheres se apressavam e já iam na cozinha ajeitar um cafezinho e uma água gelada pro povo e os homens ficavam na área da frente falando dos parentes distantes e ouvindo meu pai falar das futuras reformas que queria fazer na casa. Quase sempre, quem visitava levava uma "lembrancinha" que trouxera de algum lugar. Uma lata de farofa, uma rapadura, um queijo, um docinho de leite, uma linguiça caipira, um pedaço de carne de caça ou até mesmo uma carta de um parente distante...Essas coisas que a gente que é da roça dá valor.
Domingo era dia de visita. A casa ficava alegre com tanta gente. A gente ficava de ouvido ligado nas conversas e fofocas dos adultos se atualizando das novidades familiares. A gente podia até "assuntar" os assuntos, mas ai de nós se intrometesse na conversa, já ganhava aquele olhar de reprovação do pai. A mãe com a visita na cozinha já providenciava a tal "água no feijão". Era dia de almoço gostoso, com toda certeza. Os adultos falavam do dia-a-dia na lida da vida, ouviam umas modas no radinho, falavam de sonhos futuros, falavam mal do governo e iam emendando prosa atrás de prosa. A meninada ficava por ali na área da frente, jogando uma bola ou inventando alguma brincadeira em que todos pudessem participar. Apesar da "bichodomatice" a gente se introsava e fazia amizade bem rápido. Quando o cheiro de comida boa começava o tomar de conta, o pai ou, geralmente, a visita tirava uns trocados da carteira e mandava a gente ir comprar umas barés ali na padaria da esquina. Aí sim eu via vantagem. Almoço servido, conversa animada, panelas cheias. A gente era muito feliz com bem pouco. Não era raro o dia de duas visitas no mesmo dia, a casa enchia mais ainda. Onde comem dois, comem três e põe mais água no feijão. Nos dias de sorte, o senhor que vendia quebra-queixo ou o do algodão-doce passava gritando em frente às casas, meninada eufórica, adultos felizes, sobremesa garantida. Era baratinho, umas moedinhas e aquele doce que faz criança sorrir estava em nossas mãos. Acho que visitas só iam na casa dos outros em dias de pagamento, pois eram bem generosos.
Meio de tarde, tinha café coado, biscoito de polvilho frito, conversas, dominó, lembranças, uma foto na máquina "love" (que a gente só veria um mês depois) e por fim as despedidas. Desejavam boa semana uns aos outros. Agradeciam a Deus pela recepção. Agradeciam a Deus pela visita. Agradeciam a partilha do pouco que tinham, que se tornara fartura à mesa. Agradeciam pelos momentos de alegria. Com meu pai e minha mãe, aprendi a agradecer por tudo, pois era assim que eles faziam. Final de visita, pede benção pra se despedir, cabelo bagunçado de novo, alma abençoada novamente. Família feliz. Era o domingo da gente. Amém. Dia de domingo era dia de visita. Pães multiplicados, laços familiares ressuscitados. Tudo era bênção. Acho até que Deus nos visitava também.
Põe mais água no feijão minha gente!
```A cada dia que se passa, ficar difícil compreender•
Tanta violência, tanta maldade, juro não sei que faze•
Lá no fundo apenas queria compreender•
Para quê, tudo isso o porquê?
Para que serve tanto orgulho, para que tanta ambição•
Esse mundo não passa de uma ilusão•
Sem resposta, sem explicação•```
E se...
E se o dia nunca mais escurecer,
E todo instante fosse como acordar,
Com cheiro de café,
E barulho de mar...
E se ver o sol brilhar,
E sentir o perfume de flores,
E pela janela a brisa entrar
For o suficiente para apagar as dores...
E se tudo voltar a fazer sentido
Ao ouvir aquela música tocar,
E sentir o toque da areia sob os pés
Trouxer de volta tudo que se tinha esquecido...
E se o choro der lugar ao riso
Ao ver o céu com várias cores
E nada mais incomodar,
E até o fim dos dias só isso importar...
E lá estava eu, enrolado nos afazeres do dia-a-dia, entregando-me às promessas dos deuses que guardam os segredos do amanhã, deixando que os dias passem por mim sem que eu passe por eles, adorava a automaticidade a que havia chegado, tornava as coisas bem mais tênues e livres de complicações.
Afinal não existia nada de tão inovador em minha vida que me propusesse qualquer perspectiva diferente, mas pensava em muitas, e quase o tempo todo, embora nunca tivesse iniciativa para me propor jornadas tão ao horizonte líquido de possibilidades do desconhecido.
Isso é sempre algo que requer insensatez, intrepidez, para não dizer estupidez. Coisas que não habitam em mim há sabe-se quanto tempo, costumo me convencer de que sou naturalmente inclinado à condutas que traçam linhas retas, sem desvios; retas ao que me prescrevo como razoável.
Mas este não é o ponto a que quero chegar.
Aconteceu que, de repente, algo começou a me incomodar o pescoço, como se alguma coisa tivesse me picado, passei a mão e me comprometi a olhar no espelho, quando chegasse em casa, tornando-me novamente aos afazeres mecânicos do que a sociedade chama de profissão.
Com certeza a dor é algo que incomoda, assim como o caos à ordem. Quando sentimos dor, o incômodo acaba com a nossa concentração e transforma a si mesmo no palco para onde vertemos os holofotes da nossa atenção.
Eu não estava acostumado à incômodos, sempre tinha tudo em ordem, estava completamente habituado ao ritmo sólido e constante com que as coisas vibravam. Mas, hoje, mal podia fazer atividades medíocres, que vinha fazendo há anos à fio.
É bem verdade que essa rotina me transformou em alguém de pouco humor, sempre mordaz com as pessoas, dono de um ceticismo intragável, às vezes, nem mesmo eu suportava conviver comigo mesmo, mas o tinha de ser, se pode fugir de tudo na vida exceto de si mesmo. Esta é uma responsabilidade de natureza perene, que cada um tem para consigo mesmo, a de arcar com aquilo que fizeste de si: ‘criaste-te, agora, suporta-te’ — pensei.
Entretanto, não posso negar, situei-me por tanto tempo fora do espaço comum, que habituei-me a minha individualidade, meu espaço sem estrangeiros, com seus sotaques de ideias, suas religiões de valores, havia muito tempo que não me metia em conflitos, era só eu e eu mesmo.
Chegando em casa, fui logo ao quarto e me dispus a olhar-me no espelho, ali, bem no sítio em que me doía insuportavelmente. Para minha surpresa, não havia nada. Exatamente, nada. Nem mesmo um único vergão, marca, bolha ou ferida. Mas doía como se o incômodo viesse da picada de um escorpião. Dizem que é uma das peçonhas mais doloridas e incômodas. Nunca fui picado, li em algum lugar. Diferente de nada, nada não podia doer tanto.
Era violenta e invasiva, a dor. Não parava de latejar, sentia-a pulsar pelo meu corpo todo, mas se concentrava ali, no pescoço. Malditos calafrios.
Todo este arrebatamento, talvez se devesse a isto estar tirando-me do comum. Deveria ter passado no supermercado depois das vinte horas, que é quando paro no trabalho, e ter comprado algo para entreter meu estômago. Isso, entreter e não alimentar, pois é isso que acontece nas sextas à noite. Mas com toda essa situação me afligindo, mal lembro se desliguei a luz quando saí.
Só consigo pensar nisso, em resolver este incômodo, que parece estar tomando o controle da minha vida. E inimaginavelmente, como pode fazer sofrer tanto algo que começou há menos de doze horas.
Reclamei tanto comigo mesmo, fiz a dor acima de todos os meus sentidos.
O que mais me incomodava talvez fosse a confissão que devia a mim mesmo. E o diabo sabe como machucar. Azucrina com o que de mais importante guardamos no fundo do obscuro baú execrável de nossas almas, mas não podemos mentir a nós mesmos eternamente. Uma hora a verdade nos consome, e o que fazíamos oculto aparece. É como mágica, fingir bem é a chave. Fingir tão bem ao ponto de que todos acreditem. E a mágica só tem poder quando nós mesmos acreditamos nela. É assim que o truque funciona.
No fundo, eu sabia de uma coisa, que quis esconder de mim mesmo, o motivo real da minha falta de controle sobre a situação, com todos esses rodeios mentais. Algo que era comum, ao menos para mim. Rodeios mentais.
Sempre tento argumentar comigo mesmo, como se existissem dois lados em disputa, um dizendo algo e o outro tentando impor suas ideias, seus anseios, em via contrária.
A dor no pescoço, todo este incômodo, esta agonia, sinto-me tirado de mim mesmo, para fora, para longe do confortável buraco onde havia me enfiado desde a pré-história da minha vida, para o horizonte líquido e detestável de possibilidades, como eu o via, mas devo admitir, que ainda sinto os lábios dela marcarem suavemente um beijo de despedida no meu pescoço.
A cada dia percebo que as pessoas estão mais carentes, e a necessidade de estar com alguém, é maior que o sentimento (carinho, amor, respeito, etc.), e talvez este esse seja o erro, por isso observamos tantos desabafos, desafetos, tantas indiretas, tantas reclamações de amor.
É tão mais interessante, se amar, se respeitar, fortalecido com esses sentimentos para consigo, evitaríamos sofrimentos desnecessários. Parto do pressuposto que devemos nos permitir, mas daí, passar a ficar, manter certos relacionamentos por carência, por status (ser ou estar), acho desleal consigo.
Então, porque não adquirir essa capacidade e fortalecimento do amor próprio, não vejo isso como egoísmo, vejo como a forma mais sensata de evitar tantas lamúrias, que por vezes cansa de tantas citações a respeito. Porque não seguir independente, defenda seus princípios e suas verdades, se ame, seja feliz independentemente de encontros e desencontros, a vida é bem mais que isso.
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