Teu Olhar me Tira do Serio
INSPIRAÇÃO
Há no amor um ato de explosão
“big bang” de corpos, olhar aflito
em um êxtase de pura inspiração
de duas almas em um único rito
Um conto de luz, força e surpresa
do desejo num vário suspiro aflito
escoando pelos beijos em pureza
onde do coração urge audaz grito
É o mistério dos devotos amantes
revelados nos versos em teimosia
o qual tem laços em cada abraço
De encontros e fidelidade soluçastes
que traz pra vida, sentido e harmonia
de elos da paixão, num passo a passo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Quando a Boca Cala
No silêncio a alma confessa
Quando a boca cala
O olhar não tem pressa
Quando a boca cala
Os gestos falam sem promessa
Quando a boca cala
Tudo no direito de ir e vir, quando se quer ficar
Onde o que importa é acolher, é abrigar
Sem a ditadura de querer mandar
A emoção encontrada clama
Quando a boca cala
A paixão partilhada chama
Quando a boca cala
O desejo lado a lado é poesia
Quando o corpo é harmonia
Ai mesmo quando a boca cala
O amor fala!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15/04/2013, 05’30”
Cerrado goiano
CATA DUM AMOR (soneto)
Na cata dum amor, amor busquei
Em cada olhar, um olhar de rogo
E na sorte de tê-lo, em ter afago
Se tudo preciso novamente farei
Então constatei, que não é jogo
Ele acontece, é destino, eu sei
E em cada dia sempre acreditei
Na chama, que na paixão é fogo
No ser um amor sem fim, estarei
Sempre de prontidão, no epílogo
No destinado. Pois por ele ideei
Na conquista o que vale é diálogo
O amor é mago, gesto, nele saudei
A vida, pois é essência no âmago...
Luciano Spagnol
03 de dezembro, 2016
Cerrado goiano
DE VOLTA, O MEU OLHAR
Aqui vai o meu olhar de volta, que brade
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
só distâncias e, pouca reciprocidade
Se me deu o melhor, em mim só doeu
ao deixar teu gosto na minha vontade
ao sentir que foi um amor na finidade
e que no teu amor, não tem mais o meu
Olha pra mim, só restou a imensidade
dum coração vazio, onde, eu sou réu
num dia de sol que virou tempestade
Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o teu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia dum plebeu.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
SONETO "à l'amour"
O céu do cerrado pode até desabar
O olhar se desviar para outro lado
O coração no silêncio estar calado
Pouco importa, a quem quer amar
Tudo pode, até pode ser denodado
E trilhar o infinito sem se encontrar
Sorrir pra vida ou até mesmo chorar
Se os dias forem só contigo, estado
Os problemas, ah! Não vão importar
Cada um por vez, na poesia poetado
Na solução, ânimo se tem para buscar
Amor, se me ama, me deixe amado
Pois Deus encontra cada um, seu par
Inundando de amor cada apaixonado
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
VIGÍLIA (soneto)
Não há graçola pelo cerrado tristonho
Distante é o olhar na sequidão erguida
Tanta melancolia, a felicidade suponho
Que contempla a relva tão adormecida
Corta o silêncio o vento na poeira trazida
Papoca secas folhas no sol enfadonho
Espalhadas no chão da irroração perdida
Ali, em craquelados plangeres enfronho
Então, vejo sozinho o deslizar das horas
Numa vigília as monocromáticas floras
Onde o tempo, lento, pousa no cansaço
E nesta vigília de quimeras fabuladoras
Tudo bordado a lantejoulas tataporas
Cravejam o céu de estrelas com lasso
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
ALMA (soneto)
Tenho idade de um tempo qualquer
Vivo menino, jovem ou sou senhor
Neste olhar, tenho o olhar do amor
Embalado, às vezes, no o que vier
Se não vem, tudo bem, sou o que for
Adiante, radiante, serei o que quiser
Depende de mim e de onde estiver
Então, posso ser razão ou sonhador
A idade em mim nunca será mister
É estado de sentimento, um exterior
Garoto ou velho, vai do que dispuser
Às vezes amador, noutras um jogador
Porém, o corpo, não é o que eu disser
Já a alma, estará ao meu total dispor...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Tenho idade de um tempo qualquer
Vivo menino, jovem ou sou senhor
Neste olhar, tenho o olhar do amor
Embalado, às vezes, no o que vier
Luciano Spagnol
cerrado goiano
SONETO NOTURNO
No olhar do entardecer silencioso
o dia adormece e se põe a sonhar
envolto no aroma, da noite, precioso
se vai derreado nos braços do luar
Se há choro, porque há fado danoso
também, há perfume de rosa pelo ar
se alguém soluça, há evento doloroso
pois, no amor, aquele não soube amar
E neste lusco fusco do tempo ditoso
vai-se o tempo no ininterrupto caminhar
pois, a vida no tempo é tempo vaporoso
Assim, vem o dia, logo a noite a tombar
num ciclo do destino um tanto misterioso
mas, que na existência, é um poetar...
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
FIM DA VOLTA (soneto)
E pelo cerrado eu fui, prosseguia
No coração só saudades e medo
No olhar lembranças em segredo
O vento pálido em prece reluzia
Longínquo o horizonte, romaria
Espesso e truncado o arvoredo
Rasteiro, estava mudo e quedo
Nenhum pio ao derredor ouvia
Parca aragem, alma em degredo
Ferindo-me no silêncio aí eu ia
No peito a dor velava o enredo
Fim da volta, para ti eu partia
As mãos tomando-me um aedo
Tive que aprender nova alegria...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO QUE TE DOU
Escute este soneto que te dou, cerrado
o fiz sob o céu com o olhar envolvido
o coração aturdido no pasmo prendido
versos os farei, pra ti, chão articulado
Se são poucos para lhe ser servido
hei de fazê-los pra te ser anunciado
poema dum sublime a ser mediado
de suas variações que aqui alarido
São sons repletos do vário, moldado
nos cascalhados e no vento corrido
entre arbusto de esgalho aveludado
Versos meus, os faço seus, provido
de admiração, dum sertão alumiado
onde o diverso no cotidiano é vivido
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
formas
formas na emoção
olhar fixo no infinito
universo em conspiração
a dor além do manuscrito
são feitios do coração
são áreas de um rito
que moldam a paixão
e faz do amor erudito
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
janeiro de 2016 - Cerrado goiano
Apanhador do cerrado
Uso o meu olhar para apanhar o cerrado
As palavras tortas compõem o mato crivado
De cascas grossas, cascalhos e céu estrelado
O chão na temporada de sequia, é maltratado
Os jatobás fatigados tão firmes como as perobas
Rodeiam os pequizeiros, tão "bãos" como as guarirobas
Cheiro forte sabor da terra, como as doces gabirobas
Entendo bem o sotaque é o povo deste chão
Sou daqui, tenho respeito a toda esta tradição
Povo das sucupiras, flores rasteiras e abelhas arapuá
Tudo aqui tem força, tem suor, é aqui, é acolá
Assim como a magia do canto da seriema e do sabia
Deste cerrado místico, torto, certo e errado, sempre a brotar
Que o tal desencanto encanta o poeta no poetar
Este quintal que é o maior do mundo, que faz sonhar
Me faz ser apanhador do cerrado, no meu versar.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/03/2016, 22'22" – Cerrado goiano
Outono no cerrado
Cerrado. Ao horizonte escancarado. Escancaro o olhar
Sob o céu acinzentado, admirado chão de cascalho calçado
O vento rodopiando, a poeira empoeirando a anuviar
O minguado frio sequioso outono dos planos do cerrado
As folhas bailam, rodam, caiem em seu leito ressequido
A chuva se esconde, onde o céu não pode chegar
Os sulcados arranham e ondulam o ar emurchecido
Do desconforto calado entre os cipós e galhos a uivar
Olho o céu purpúreo desenhar o frio chegando ao porto
Os arbustos rodeados de cascalhos num único flanco
Rangendo o outono no amarelado e árido cerrado torto
Num verdadeiro espetáculo de pluralidade saltimbanco
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28/04/2016, 14'25" – cerrado goiano
Canção
Não te cies do fado, nem do meu olhar
que o vento nos puxa pela alma sedenta
que as estrelas no céu se põem a poetar...
E nosso desejo se faz eternidade juventa.
Apressa-te, amor, que o tempo é de amar
que amanhã não importa, te quero agora!
Não demora tão longe, não me deixe estar
sozinho, num nácar de silêncio, janela a fora
o pensamento, se fores sonho, quero sonhar!
Seja já! Mesmo que a estória fale de outrora
o coração traça rotas que nunca pude tatear.
Apressa-te, amor, dispa está solidão, és abrigo
pegue na mão, me abrace, e assim vamos estar.
Se não te disse, com os meus versos te digo:
Como foi bom poder te encontrar!… e ficar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
05/04/2019
São Paulo
(um mês)
Num instante
Os anos passam, e se vai o encanto
Tal a rapidez nos muros o cipreste
O olhar de cada velho nos diz tanto
Que a velhice de ilusões se veste...
Espanto!
Mas as almas permanecem com odores
Não envelhecem, são cheias de quimeras
Se nas poesias as desventuras e dores
Também tem as perfumadas primaveras...
e os amores!
Assim, neste fugaz passado e presente
Os sonhos são de todas as realidades
Orvalhada com seu sabor ardente
De saudade! Lembranças... e saudades!
Vorazmente!
Uivam os relógios, o tempo brada
Agitam-se as horas no horizonte
Da vida... torna-se uma escalada
Em um implacável desmonte...
rumo a eterna morada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
17/07/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
De amor
Eu não tinha nada, ao vir para este mundo
Busquei em cada olhar um abrigo, um amigo
E nesta leitura me fiz mais profundo
No meu eu. Me vi rico, me vi mendigo
Cada tempo, cada minuto, cada segundo
Caminhei junto ou separado, calei e pude falar
Assim o corpo se tornou fecundo
E aprendi como é bom amar
Que na alma só ele vai fundo
E ao partir, nada terei, só o amor pra levar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
fevereiro de 2016 – Cerrado goiano
DE VOLTA
Aqui vai o meu olhar de volta, pro vazio
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
a distância e, a poesia ficou com fastio
Se tudo tem seu tempo, em mim doeu
ao deixar o seu gosto sem o seu feitio
ao sentir que já me esqueceu, arrepio
e que no seu amor, não tem mais o meu
Olha pra mim, só restou a minha metade
dum coração solitário, onde, eu sou réu
e neste cancioneiro, está triste fatuidade
Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o seu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia deste plebeu.
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019
sagitariano
novembro, ah essa gente
fogo que chamusca o olhar
engole a alma vorazmente
ah! tão difícil faz-se escapar
este polvo que nos contorna
nos tantos braços, abarca
e numa franqueza nos enforna
cálidos, que no corpo marca
(gente com tal certo amor diário
um ameno amorável... de Sagitário!)
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro
SONETO À ARAGUARI
Os pés da infância de te é distância
O olhar ainda em ti é de lembrança
Que veem e choram na sua fiança
Dentro do peito com significância
És cidade mãe, de minas a aliança
Em ti sou vinda, a mim és rutilância
De alusão, quimeras e substância
Desenhando e roteirizado herança
Vida que morre, é tal, a vida que vive
Caminhando comigo, assim, mantive
A minha história, que eu nunca perdi
Menor dos meus desejos, de te tive
Boas memórias, em ti sempre estive
És flor na lapela: altaneira Araguari!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2016
Cerrado goiano
128 anos de Araguari (MG)
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