Teu Olhar me Tira do Serio
Os tribais, em qualquer tempo têm necessidade premente de ouvir tambores e ditirrambos. Os refinados pelo tempo, pela música da experiência, preferem sinfonias de pardais e sonatas de Mozart e Beethoven.
Uma mente livre de todas as formas de prisão, é um farol para este mundo de trevas de ignorância. Apenas na arte é possível reconhecer a alma plena do artista, pois toda arte e criação é a síntese do seu criador.
Minha vida é um elo frágil
Que liga princípio meio e fim
De onde venho, para onde vou?
Resposta que não encontro em mim.
Eu quero você, como eu quero!
E não espero que você seja outro alguém...
Entendo que você estando perto, tudo está certo, está tudo bem!
Eu quero você desse jeito...
Tão imperfeito...para o meu bem!
No fundo o que importa é ser assim...você em mim...eu em você...
E o mundo além...!
Eu quero você com certeza!
Sinto firmeza, você também!
Eu quero você do meu lado
Estou cansado...sem um futuro, sem um passado...
Quero o presente...
Que é você, meu bem!
LATINO AMERICANO
Sou latino-americano,
filho de paraibano...
Fui criado no Nordeste,
mas logo corri da peste...
Da peste de passa fome...
Fui embora muito cedo...
Com coragem e pouco medo
fui morar com tio baiano...
Na Bahia percebi, duramente descobri
qual seria o meu destino...
Não seria como os outros
Filho errante, natimorto...
Eu queria ser urbano.
Num impulso fui ao alto
de carona pro Planalto
pra seguir a minha sina
no Distrito Federal.
Em Brasília fui pra noite
pra cantar sob os açoites
dos donos da Capital...
Mas foi boa a experiência
descobri logo a ciência
não queria ser cantor!
E o tempo foi passando
E a plateia foi cansando
Não queria mais me ouvir...
Entre copos de cerveja
mesas de melancolia
eu colhi o suprassumo
de onde faço a poesia...
Entre tanto vaivém
Sem notar eu encontrei
A morena de olhos negros
Meu maior e eterno bem!
FORA A METAFÍSICA
Nenhuma ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Eu queria ser humilde
Ter a mente de Platão
Para crer noutra tolice
que se chama encarnação.
Morre o homem, fica a sombra
como chama imperecível
onde continua vivo
num espaço invisível.
Só que ninguém pode lhe ver
já não fala e nada pensa
nem por obra de outra crença
poderá nos socorrer.
Que ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Deus não morre, nunca sofre
lá do alto, da amplidão
contempla o homem errante
em busca de salvação.
Uns ainda querem o céu
brilhante de ilusão
fazem guerras pra provar
se apegam à discussão,
Persistindo indefinido
um combate sem noção
para onde vai o homem
depois que voltar ao chão.?
Nenhuma ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Talvez Pessoa está certo
quando rejeita esta crença
já sabemos como ele
que este mito é uma ofensa.
Nesses dias tão difíceis de viver, é sempre nos teus braços que eu procuro adormecer...
Tatuei seu nome em minha alma...você é o vinho doce que me acalma!
Eu sempre te escuto, "meu amor tome cuidado..."
Por mais que o tempo ingrato nos empurre para o chão...por mais que o mundo diga que viver é complicado
Tatuei você em minha alma...
Você é o vinho doce que me acalma!
Perdidos nunca estamos, se o amor nos faz ser três...
Não há uma disputa pra saber qual é a vez...
Estamos sempre unidos procurando um voo alto...
Sair dessa mesmice, da tolice do asfalto...
Do pensamento simples que o amor sempre condena...
Você é a razão pura do amor que vale a pena...
Por mais que o tempo ingrato nos empurre para o chão...
Você diz, "confiança" ao pegar em minha mão...
Você é a lógica exata de que o amor sempre vale a pena...
Que o amor valha a pena!
TRÁGICA COMÉDIA
Numa corda feito um laço
Como rede de arrasto
Atraídos pelo pasto
Pra comer um pão dormido
Pelo verme preterido
Na mesa de um ser nefasto
Como gado na campina
Ora em baixo ora em cima
O povo sempre é ferrado
Recebe a marca da fera
Da pantera insaciável
Mas se tem pão,
Se tem circo
A formar o mesmo ciclo
Em torno do antigo mito
Que outrora já morreu
O povo segue encantado
Sobre a mesa enfeitiçado
Bebe vinho adulterado
Se embriaga e vai pro céu.
Mas se tem pão,
Se tem circo
Ou auxílio estatal
A barriga satisfeita
De esquerda ou de direita
Não importa a desfeita
Deste monstro colossal.
Eu sou poeta e não minto
E neste verso sucinto
Digo de fato quem sou
Sou avesso à ideologia
De qualquer forma ou valia
Sou anônimo cantador
Quero que tudo se exploda
Nesta luta imbecil
Não sou branco
Nem vermelho
Amarelo ou azul anil.
Passa o homem e fica a terra
Onde sempre se enterra
Todo louco varonil
Revolucionários tolos
Nero's incendiários,
Napoleões sedentários
Todos vão para o funil.
Eu sou poeta e descordo
De tudo que ora vejo
Não sou desta vil seara
Tenho sempre outro desejo
Que a paz um dia chegue
Não por obra de doutores
De filósofos pensadores
Ou políticos estrangeiros
Mas a paz é uma utopia
Que o homem insiste em ver
Lá na frente, no horizonte
Lá na serra, atrás do monte
Um arco-íris a crescer.
Como boi atrás do pasto
Numa corda, por um laço
Atraídos ao nefasto
Detentor deste poder.
Eu queria sim de fato
Ensinar para o meu neto
Que sempre vence o afeto
Mas o mundo diz que não.
Sempre vence a vilania
Ou a cruel covardia
E a pureza sadia não cresce no coração.
Morre o homem, morre o pato
Morre até o cão amigo
Esta vida é um perigo
E a paz é uma ilusão.
Morre até homem valente
Morre o soldado e o tenente
Morre até o capitão.
Morrem sem ver o futuro
Que almejamos pelo muro
Desta infeliz geração.
O sistema que criamos
Neste toma-lá-dá-cá
Nesta via de mão dupla
Nunca pode prosperar.
O homem sempre é o rato
Nesta peça de teatro
Sob nova direção
O diretor é o gato
Mas sempre quem paga o pato
É o miserável cão.
Saiu de casa,
ainda escuro,
fechou sua porta,
saltou um muro
partiu para a lida,
cuidar de porcos
ossos do ofício
coisas da vida
cena impressionista,
natureza morta
sina do artista.
NORDESTINO DEU O TROCO
Este povo não se rende
Não se curva, nem se ofende
Com os proclames lá do Sul.
Que fala tanta besteira
Que é gente interesseira
Como xepa em fim de feira
Que se compra com angu
Basta lhes dar pão e bebida
Um unguento pra ferida
Que eles fazem a adoração.
São devotos do divino
São beatos peregrinos
Vivem a soltar rojão.
Que são tolos, pequeninos
Homens fracos, são meninos
Encantados por canção
Mas são eles quem de fato
Pegam a cobra lá no mato
Cortam a cabeça no tato
E da calda fazem um prato
Pra comer na procissão.
Mas se chega alguém sabido
Pelo estado promovido
Para lhes dar algum quinhão
Logo surge a pergunta
O que vão querer em troca
Nossos votos na eleição?
Não aceitam o logro fácil
Nem fingem que são de aço
Choram e têm um coração
Mas são nobres desvalidos
Pelos ricos oprimidos
Que nunca serão vencidos
Não importa o sofrimento
A altura do lamento
Ameaça ou opressão.
Nordestino não se vende
Nordestino só se ofende
Com quem não lhe compreende
E não lhe chama de irmão
Com quem se acha importante
Que pensa que pode tudo
Senhores donos do mundo
quando lhe faz distinção.
Entre branco, sul e norte
Nordestino é cabra forte
Que não se ganha por sorte
Luta e vence até morte
E dá o troco na eleição.
ÓPERA DA VIDA
Vi uma mulher chorando
Nos cantos do mundo
Nos becos da vida.
Tão desvalida, desprotegida.
Desesperada, ela chorava
E perguntava se eu podia entender.
Qual a razão do sofrimento, e eu não podia responder
Se sou um homem que lhe consome
O seu direito de viver.
Se sou o homem que interrompe seu direito de crescer?
Vi uma mulher chorando
Nos cantos do mundo
Nos becos da vida.
Estava grávida, soturna e pálida a ponto de desfalecer
Tão desvalida e corrompida pelo homem
que lhe consome, e que lhe suga com prazer
A seiva viva, e interrompe o direito de nascer.
Vi uma mulher chorando
Nos cantos do mundo
Nos becos da vida.
Tão desvalida, desprotegida
Trazia ao colo uma criança quase morta
E me dizia, o que importa?
É só mais um que vai morrer.
Meu verbo é sujeito
do pretérito imperfeito
que por ora se cala.
Quem hoje me vale
é o sábio silêncio
se penso não digo
se quero ignoro
Se a dor não me larga
se a rua não cabe
as ideias eu enterro
se perco o amigo
Se a fome ameaça
e o preço da bala
é mais baixo
que o trigo.
Não se muda a natureza das coisas
Dizer para um ser humano que ele não deve falar o que pensa, que não deve desenvolver sua autocrítica ou que ele não deve protestar contra o que lhe oprime, é o mesmo que esperar raciocínio lógico de um animal ou querer transformar a natureza das coisas, e esperar que uma pedra fale, ou que um burro cante, toque um instrumento, coisas desse tipo.
Portanto, lutar contra a natureza do homem é impedir que ele seja de fato um ser pensante e livre. Mas o que querem as ideologias, crenças e costumes? É justamente isso, enquadrar todos os homens em um molde ideal. E são tantas as formas de limitar o pensamento: Por meio de crenças, especialmente os sistemas universais, que têm como base a dicotomia entre bem e mal ─ assim, por força tentam impedir o pensamento livre, fora do padrão estabelecido, por lei ou código moral. Parece-me uma grande tolice insistir nisso, pois não se muda a natureza do homem, assim como não se muda a natureza das pedras, pedras são pedras e homens são homens.
Mesmo que ocorra algum evento coletivo, aparentemente bem- sucedido, e isso é comum, sobretudo nas religiões, onde parece que todos pensam igual, porém a realidade é bem diferente. Há uma minoria que resiste ao cabresto, e mesmo que seja de forma discreta emite suas próprias ideias e impressões de mundo.
Mas, com que objetivo escrevo isso? É especialmente para relatar o que tenho observado por anos. Com as vivências que tive, pude fazer um estudo pessoal sobre pessoas bem próximas de mim, além do fato de que analisando minha conduta neste contexto, posso afirmar que nunca nenhum sistema aos quais me expus foram bem-sucedidos em mudar meu modo de viver, de olhar e entender as coisas. Não abro e nem abrirei mão do que sou, sou livre para pensar, viver e dizer muito do que sei a respeito do homem. Como pensador ou não todos têm direito à fala. Penso que o respeito pelo outro envolve deixar que ele se expresse, que diga o que sente, não importa se concordamos ou não.
Cuidado com o fascismo invertido, uma alma realmente nobre não ri da desgraça alheia. Por isso não consigo me atrair ao espírito político de qualquer ideologia..
Sobre política e religião, uns ditos safos tentam combinar esta vil receita, mas não funciona, ou gera o fascismo atual, ou a inquisição para os infiéis contrários, tolos teocratas modernos.
Por mais que a abelha explique à mosca que o néctar da flor produz algo melhor que o chorume, ela nunca vai compreender, pois cada
um compra a verdade que
lhepreenche a alma.
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