Tenho um ser que Mora dentro de Mim

Cerca de 614198 frases e pensamentos: Tenho um ser que Mora dentro de Mim

SONETO DA RAZÃO

Na prepotência do querer ser altivo
Que arde na desavença em chama
E queima no ódio que não se ama
Acinzentando num desafeto cativo

É um tal sentimento insano, adjetivo
Que então contamina a alma na lama
Do egoísmo, que o zelo nunca clama
O acolher nos abraços, e ser passivo

Que devoto tanto, esse, que flama
A injustiça, num arbítrio explosivo
Tiranizando o viver em um drama

Onde há razão no ato opressivo?
Quando o Verbo, oferta proclama:
- Amar com amor para estar vivo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Poetar...

... não é só escrever
é mais que sonhar
é mais que ser
é o poeta chorar
rir, olhar

e viver...

É a extasia da rima certa
é o achado sem se ter...
Pois, a poesia não é do poeta
é de quem primeiro ler.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

pena

o bom é que seja leve,
se não poder ser, releve...
e em nossa vida seja breve.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TUDO MUDA (soneto)

Muda tudo, o tempo passa, quereres mudam
O ser mutante, metamorfosea a confiança
Virtudes, vontades compostas de vil dança
Tudo é variante, que as virtudes nos acudam

Nas novidades, sempre se tem esperança
Continuamente o moderno nos saúdam
A felicidade, se tiver, sempre nos ajudam
Pois, do danoso, pouco é a lembrança

Os desejos são de transparente manto
Nos cobrem de prazer e de bonança
Que comuta n'alma em choro e canto

E, no alterar-se o ter é ser abastança
Que se convertem em mor espanto
Se, não para o "ás", evite a mudança

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

feitiço

se te comparo a beleza de ser belo
és por certo de lindeza encantada
e aos olhos a formosura espalha
belezura neste ar tão singelo

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Canção para o cerrado

Não basta ser anunciado
é preciso dele perceber
o teu chão encantado
diversos no seu haver
misterioso e intrigado

Não basta cantar a aurora
sem a volúpia do vário
do belo que é sua flora
cerrado, velho santuário
peão do sertão, pandora

Não basta uma olhadela
é essencial o banquete
amor doido fado canela
se doar em ramalhete
tal uma virginal donzela

Pra apreciar o cerrado!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VERSOS ESCRITOS DAS MARGENS DO CERRADO (soneto)

Bem pode ser que o cerrado desmedido
Golfou uivos na minha poesia dolorosa
Craquento tal a um deserto ressequido
Escrevinhando saudades tão trabalhosa

E neste livro do destino assim esculpido
Em passos no sertão de tristura tortuosa
O choro e o riso do entardecer tão dorido
Na minha alma era de lembrança furiosa

Pode ser que, neste cenário fementido
De uma melancolia árida e tenebrosa
A lira da solidão tenha grifado gemido

E assim, num mistério em verso e prosa
O meu poetar se fez na quimera fundido
Entre espinhos, e flor singela e mimosa

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, outubro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Declaração

Tal como no cerrado
O pôr do sol é belo
Tal como ser ousado
O bom é ser singelo
Querido e arrebatado
Tal como noite de luar
Afeto tem de ser enleado
Assim também é aceitar
Sem tê-lo nada se tem
Pra ser tem que incidir
Não se é nada além
Sem alguém no existir
Para se amar, também!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2016 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO PARADOXAL

Como quisesse poeta ser, deixando
O estro romântico, espaço em fora
O amor, ao reconhecer sem demora
A seleta face, abriu o ser venerando

Encontros e desencontros, cortando
Caminhos e trilhas, percorri: e agora
Que nasce a poesia, o poema chora
E chora, a rima passada, recordando

Ó, estranha sensação despropositada
Tão saudosa como se fosse “In Glória”
Invade o poetar sem ter um comando

Assim por larga zanga aqui pousada
Me vejo perdido, triste nesta oratória
Quando poderia êxito estar versando

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04 de dezembro de 2019 – Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

TRAIÇÃO (soneto)

Sobre o meu ser, como sobre o poetar
Tirano fado, cai o senhor brutal engano
Como numa tarde de outono a desfolhar
Tomba a decepção num recital ao piano

Oh! dor do falto no silêncio a embalar
Solitário, tão sem sonho, no abandono
Minha trova, no pesar põe-se a chorar
A perfídia, acordando o inquieto sono

Oh! lastimar aqui neste meu ensejo
Que me vejo, nesta madrugada fria
Ter a alma como uma fé sem oração

Deixando a paixão sem amor e desejo
Tristonha, cabisbaixa, desiludida, vazia
Aos desmandos da desatinada traição...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 de janeiro de 2020, 04’55”
Cerrado goiano - Olavobilaquiando
- quem nunca!

Inserida por LucianoSpagnol

REGÊNCIA (soneto)

Como quisesse poeta ser, delirando
As poesias de amor, nas rimas afora
O beijo, o abraço que o desejo cora
A solidão assediou e trovou nefando

Vazios estros, de voo sem comando
Sombrios, que no papel assim espora
Os versos, sangrando e uivando, chora
Implora, num rimar sem ser brando...

Estranho lampejo, assim compungido
Que dói o peito, sem nenhum carinho
Quando a prosa era para ser de paixão

Então, neste turbilhão me vejo perdido
Onde o prazer se faz tão pequenininho
Vão... e a desilusão é quem regi a mão!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

NARRATIVA (soneto)

Ah! quem nos dera diferente ser, porvir
Inda nos perdoasse! Ah! quem nos dera
Que inda juntos pudéssemos mais sorrir
Ver o pôr do sol e o florir da primavera

Vivíamos com a leveza do simples sentir
E os dias eram longos e felizes cada era
Narrávamos as horas no prazer de existir:
- os beijos, os olhares, restam na quimera

E, no coração, a lembrança que implora
E em cada suspiro a saudade que palpita
E de visita o teu cheiro na difícil memória

Ah! tão sem glória ver tudo isso ir embora
O querer chora, e o amor não mais acredita
Outrora contíguo... e agora, nossa história!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/03/2020, 04’49” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

O AMADOR (soneto)

Ser-se amante é ser-se abundante
(- ou mais do que generoso talvez)
É doar-se em lealdade tão gigante
E pôr-se ao total dispor na validez

É olhar com um afeto importante
Ciente de ser mais que uma vez
Ao qual cada beijo é sussurrante
E o amor, então, cheio de vividez

É saber que o ardor nos consome
A sede, do querer, saciada no bem
Rir, cantar, e ter o escolhido nome

É acertar no que não nos faz refém
Que nos detém! e ter do outro fome
Porque a gente ama, e quer ir além...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 14’01” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Humanizar

Dizem que o amor é pra sorte
Na vida, talvez!
Por isto que tento ser forte
E creio que todos têm a sua vez...
Quero encharcar o meu coração
Cada vez mais com solidez
E mais... e mais paixão
Tanto o pranto como a lucidez
Tem o seu sentido
Afinal, só terá validez
Se o afeto estiver contido

Ama e ame pela fome de amar
Por tudo que tem direito
Por todos que possa estar
E sentir a sensação no peito
Deixar ralar sem medo de chorar
Apenas sinta
E se ofereça para ficar
E precinta
Como é bom gostar!
Por emoção ou prazer...
Acredito no homem que sabe sonhar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/03/2020, 02’11” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Não quero só sonhar
nem quero ser sonhador
Não quero só amar
nem quero ser amador

nesta mixórdia:
- O que quero está ao alcance do olhar, simples, encantador. Misericórdia.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/04/2016
Paráfrase Manoel Bandeira

Inserida por LucianoSpagnol

O BEM (soneto)

Sim, no vaivém
de querer ser alguém
Sei de sobra
que a vida cobra...

Sei, que ir além
requer ser, também!
Ser, o que o jeito dobra
e ter mão a obra...

Sei, enfim, que
todo tem porque
e tem porém...

Contudo, a vida
se tem amor de partida
o propósito terá o bem.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/05/2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ARRÍTMICO (soneto)

Amar você foi coisa de espaço
A sofrência é mais que uma dor
Foi tão bom ser teu, o teu laço
Trançado ao teu querer, amor!

Aqui num silêncio, falta pedaço
Pouco me resta do que foi, calor
Também falta! Falta o compasso
Abraços, afagos teus, aquela flor!

E aqui neste poetar derramado
A morte é menos que a saudade
E pelos olhos o pesar é vazado...

E ao ver o teu cheiro na solidão
Então, vejo que sou só metade
E arrítmico o matuto coração...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10/07/2020, 14’35” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A QUARESMEIRA

Pra Quaresmeira ser louvada, não basta
No cerrado, trovar os dotes do encanto
Tem de ter na poesia, o instinto tanto
Da magia e sensação que o belo arrasta

De um esplendor e uma tal delicadeza
Nesse sertão de diversidade tão vasta
Seu destaque de flor preciosa e casta
Do lilás dos cachos, adorno da natureza

Exaltação aos olhos, de florada ligeira
Chama da paixão, graça, poesia acesa
A essência sedutora da quaresmeira

Na admiração, um trescalar misto:
De funesto fase, reflexão e beleza
Em cortejo do martírio de Cristo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/08/2020, 09’43” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DESEJO

Eu quis paixão, pelo amar pleno
sem ambição dum fatal amado
onde apenas valeria ser ameno
ou talvez aquele algo desejado

Quis me doar, sem ser pequeno
e desse amor não fosse deserdado
mas, senti na alma o acre veneno
do amor na futilidade ser banhado

E vejo que o amado é, na vida
aparte, ao que é o escolhido...
a este, tem, uma boa acolhida!

É. Se castigo ou sina, eu digo:
- que nunca quis ter perdido
Se perdi, é por não ter comigo!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2020, 19’28” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠À SOMBRA DUM SONETO

Penso no amor e fico, com receio
De ser uma lembrança rejeitada
Dessas que ao sentimento veio
E que na estória foi descartada

E nesta poética largado. Creio
Ser emoção na poesia pousada
E no haver o sentimento alheio
Passa, nas pegadas de ser nada

Choro, desejo, também há medo
De o meu versar tornar obsoleto
Ou me perceber vazio e quedo

Porém, não tenho algum amuleto
Confesso que nem algum segredo
Só espero, à sombra dum soneto!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp