Tecido
Menina Moça.
A cama está coberta com um lençol marfim, pequenos desvios do tecido declinam para o chão. Toda a casa parece cinza como as nuvens que estão no céu, exceto os olhos da menina, castanhos.
A árvore lá fora inveja a cor da sua íris, mas sabe-se nos últimos dias, a árvore tem exibido mais vida que seus olhos.
A menina se aquieta junto ao urso de pelúcia que ganhara do homem da sua vida. Mas existe um outro homem atualmente a entristecendo.
Suas unhas estão pintadas de azul, semelhante com a cor do céu de ontem. E a menina se recorda do ontem, com toda a dor de hoje.
A felicidade era de ouro, mas o ouro foi roubado dela. Agora a menina usa adornos na cor prata, pois sente-se de segunda mão, segundo plano, segunda vida, última escolha.
O tempo é o tecido que costura nossas vidas, as escolhas são as agulhas que o manipulam, e a sabedoria é a linha que guia cada ponto.
COSTUREIRA
Carlos Alberto Pio
Com a máquina de costura, minha alegria é pura
E no ateliê a profissional é você
Atende com atenção, faz sua anotação
Tira a medida, faz experimento, mostra seu talento com o tecido no seu comprimento
A matéria prima é variada
A fazenda pode ser lisa ou estampada
E para fechar, tenho opção
Pode ser zíper, velcro ou botão
Não importa se é vestido ou terninho
Meu trabalho é feito com carinho
Não importa se é shorts ou bermuda
A qualidade nunca muda
Suas ideias são criativas
Com uma roupa nova, sua cliente é uma diva
As ideias estão contigo
Cria o novo, reforma o antigo
Estende o tecido, cria um novo vestido
Longo ou curto, se está na moda, parece um surto
A estampa pouco importa, vê se se comporta
Prefiro as alegres com cores ou estampada com flores
A roupa nova é um sonho
Deixa que o traje eu componho
Se a cliente foi bem atendida
Fica feliz da vida
No verão ou em uma noite fria
É claro que ela voltaria
Pois o que ela busca é alegria
A mulher moderna quer roupa exclusiva, pois é ativa
Quer desfilar na alameda, não importa o tecido
Pode ser até seda
Quando estou bem arrumada, eu fico calma
Alegra a minha alma, e as pessoas hão de bater palma
E eu que sou a costureira
Ei de vê-la
Verdadeira estrela
Você sabe que a vida é um tecido fino
Pois a qualquer momento pode se rasgar
Talvez não seja nada, seja só o destino
Era simplesmente a hora de tudo acabar
Quem sou eu
Um monte de células interligadas
um monte de tecido diferenciado
um cabelo loiro
e a pele maltratada
um corpo nada físico
uma alma reencarnada
quem sou eu?
sou tudo, sou nada
dê ao menos uma analisada!
Quando a morte começar a desfiar, e encontrar nesse tecido o fio de vida que me mantém, dê-me flores.
São essas pequeninas coisas bordadas com fios
de afetos no tecido áspero do cotidiano, que enfeitam
com gotinhas açucaradas a nossa alma.
Me conquistou pela espontaneidade, por ser a mancha em um tecido branco, pelo simples fato de estar ali no momento certo, eu não procurei e também não iria procurar, gosto do inesperado, vivo e sou assim.
Ninguém coloca remendo novo em roupa velha; porque o remendo força o tecido da roupa e o rasgo aumenta /Mateus 9:16
As vezes, queremos dar jeitinho pra tudo, mas o estrago é bem maior, tem certas coisas nas nossas vidas, que precisamos deixar para trás para vim o novo! Sair da zona de conforta, exige fé e força de vontade! Dependemos de Deus em tudo, mas em certas coisas ele espera a nossa atitude e reconhecimento da sua soberania para ele agir! As vezes acostumamos tanto com a dor, que vamos arrumando jeitinho ali e aqui, e a vida vai passando, Deus não tem isso pra nós, ele tem outros dias, outras oportunidades e só nós podemos escrever uma nova história! Precisamos viver e não sobreviver! Dessa Alyne
Limites
Minhas mãos deslizam sobre o tecido leve
De cetim, seda e poliéster
Na minha pele remendada
Se tais contornos que lembram a falha nas placas
Também é limite a minha alma vinda do Himalaia
Não pense que eu esqueci
Do seu riso detalhado
Agora que está marcado em mim
Toda a vasta natureza para ti
Suprema e delicada,
Todos os limites, cânions e vales são para ti
Águas quentes e vales verdes
Verdes piscinas e grutas douradas
Se banhe nessa água
Que para nós poetas foi dada
Lábios úmidos e suspiros
Beijos rápidos e gelados
Feitos de livres ventos e amassos
Dedos deslizam sobre o tecido
Do seu coração remendado
Em transe
COSTURA – Pareça ferir o tecido, mister da agulha do tempo conduzir a linha por diversos caminhos a coser histórias únicas de vida.
Se fosse diferente
Minha vida é um tecido roto
cerzido com memórias amargas
com sentimentos frágeis
e sonhos
Se fosse diferente
não careceria tanto assim
Minha vida é um tango argentino
compassado de paixões fortes
de emoções ardentes
e furor
Se fosse diferente
não sentiria tanto assim
Hoje o céu
está carregadinho de estrelas,
eu olho para ele como se fosse um tecido
bordado todo com lantejoulas
e agradeço por tudo
aos seres do infinito.
CIMENTO, TECIDO E CALÇADA
Jogado ao chão sem mera importância; afogado em si pela água; incomodado por ferramentas humanas; lançado de qualquer forma como filho do nada. A parede segue rebocada, enquanto o cimento constrói sua casa.
Furado em todas as partes; ligados a força bruta; arrochados injustamente; jogados ao corpo, e ainda assim são humilhados. O tecido segue vestindo, mesmo sendo sempre usado.
Pisado diariamente; sujado pelos outros; queimando-se no sol, molhado sem querer banho; sofrido é o tratamento do piso, rejuntado sem cimento, fortalecendo o caminho de todos, em pleno sofrimento. O paralelepípedo preenchia, enquanto a calçada era formada.
Natureza é sábia, injeta conexão através do tecido do universo, fazendo com que cada ser humano se liguem uns aos outros pela espiritual e pelos valores que carregam.
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