Tag pernas
Se consegues
passar pelos
espinhos
sem se machucar,
é porque Deus
te deu pernas
saudáveis para
pular.
Quantos não tem
o privilégio de usar.
Só agradeça!
É preferível - e mais divertido - não chegar a lugar algum andando com as próprias pernas, do que chegar a algum lugar em que o único descanso possível é sentado no colo de quem o conduziu.
Mantenha sempre abertas as portas do que for bom, porem use de todas as chaves que dispuser para trancar as que forem ruins
Então viva,
Mesmo sabendo que um erro te faça cair e chorar.
Porque nós temos duas pernas bem grandes,
Que sempre irão nos levantar.
Sessão coruja.
Livro de cabeceira+insomnia.
Um travesseiro entre as pernas que não é você.
Navego passados
e lembranças
Desde sempre fui muito atrapalhada. Sabe, era uma criança que toda hora caia no chão, raspava o joelho na parede áspera, batia a testa na porta, cortava a perna na quina da escada, enfim, vivia sempre machucada.
Tudo bem, criança é assim mesmo, precisa de toda essa adrenalina pra crescer. Só que além de ser travessa, eu era (ainda sou) teimosa. Ah, quantas vezes minha mãe falou: “menina não cutuca essa ferida, vai ficar marcado”, “para de arrancar as casquinhas”.
O problema era que eu não escutava a minha mãe e, confesso, adorava puxar a proteção que o meu organismo produzia para tapar a ferida. Eu ficava admirada e vivia me perguntando, como aquilo era possível.
O tempo foi passando (eu ainda continuei caindo), só que eu já não cutucava mais as casquinhas. Aquilo que a minha mãe dizia começou a fazer sentindo. Passei a ter vergonha das minhas pernas, pois estavam todas manchadas.
Uma vez fui para a escola de bermuda. As outras crianças começaram a zombar de mim. Lembro-me de escutar “Ah que pernas finas e perebentas”. Depois disso não usei mais vestidos, bermudas e condenei as saias. Só deixava as pernas respirarem dentro de casa.
Por conta deste aprisionamento poupei meus cambitos das tardes de sol. O resultado são duas pernas brancas.
Comecei a perceber que com o tempo, as cicatrizes que eu carregava nos braços foram desaparecendo por conta do sol, mesmo assim, não libertei os membros inferiores do corpo humano. Eu ainda tinha vergonha e continuava a preferir as calças.
Dias atrás eu refleti. Essas marcas são lembranças do que eu vivi, não são motivos para eu me envergonhar. Muitas delas vieram a partir das buscas de aventuras no quintal, outras foram produtos de coisas ruins, mas que eu superei e cicatrizaram. Enquanto eu não deixá-las “livres”, elas continuarão ali. Não que eu queira esquecer, mas tenho que começar a me alforriar deste trauma.
Sábado passado usei uma bermuda pela “primeira vez” depois de muito tempo, na frente de pessoas que não eram meus familiares. E sabe qual foi à sensação? De ter saído de uma masmorra, onde eu mesma me acorrentava.
Vem brandamente em grades usando janelas para me ver e na cópula sorri dos hunos entre minhas pernas.
As únicas loiras inteligentes que eu conheci foram as que me mantiveram perto do coração e longe das suas pernas.
Mãe Teresa.
Quando faltava luz,
Eu buscava tuas pernas,
Agarrando-me com força
Às tuas coxas grossas.
Com as velas acesas,
Deitava em teu colo,
Olhando estrelas e lua
Pela janela aberta.
Enquanto acariciava
Minhas sobrancelhas,
Cantava músicas antigas.
O breu clareava aos poucos,
Aceitando o momento.
Poucas vezes fui tão feliz,
Mesmo sob luz imensa.
Os corredores dos hospitais públicos continuam aplicando seus
“ótimos” tratamentos de habilitação de Pernas-fracas.
Se existe uma vantagem em ser cadeirante? não sei, mais sei que perdi a sensibilidade das pernas, mais aumentei a do coração.
Se nos jogarmos na cama
Bagunçar as gavetas
desmantelar o juízo
Sujar os lençóis
Se a gente cair na dança
Chamego
Idas, vindas...
Cair de boca nos olhos
Sincronizar as pernas
No rola rola
No vai e vem ?
07/04/2017