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“Comportamo-nos como se as pessoas de quem gostamos fossem durar para sempre. Em vida não fazemos nunca o esforço consciente de olhar para elas como quem se prepara para lembrá-las. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue. Para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida.
Devemos tentar aprender de cor quem amamos.
Tentar fixar.
Armazená-las para o dia em que nos fizerem falta.
São pobres as maneiras que temos para o fazer, é tão fraca a memória, que todo o esforço é pouco.
Guardá-las é tão difícil.
Eu tenho um pequeno truque.
Quando estou com quem amo, quando tenho a sorte de estar à frente de quem adivinho a saudade de nunca mais a ver, faço de conta que ela morreu, mas voltou mais um único dia, para me dar uma última oportunidade de a rever, olhar de cima a baixo, fazer as perguntas que faltou fazer, reparar em tudo o que não vi; uma última oportunidade de a resguardar e de a reter.
Funciona.”

Miguel Esteves Cardoso, in As Minhas Aventuras na República Portuguesa

Os inimigos guardo na memória;
Os amigos, no coração.

As paisagens da infância estão coloridas pela memória!

Saudades são pérolas de momentos e sentimentos, que o tempo e a memória encarregam-se de não deixá-las embaçar"

Mais cedo ou mais tarde, todos nós temos que largar nosso passado.

As folhas secas cobrem em abundância o caminho das recordações.

Brasileiro não tem memórias. Pensa que a vida é uma festa.
Torce para ter bastante comida e bebida e vive de lembrancinhas.

⁠⁠Não há reminiscência quando a culpa é maior que a saudade.

A vida começou a parecer uma grande chance de transformar cada momento em uma memória.

Áureos tempos aqueles
quando na manhãzinha goiaba
colhíamos no cerrado gabirobas
ainda vestidas de orvalho.
Pés e patas competiam no capim
pródigo de carrapichos.
Gestos elásticos ultra-rápidos
assustávamos insetos e aves.
Um séquito de suaves súditos
nos seguia em semi-adoração
nós, os príncipes daquele feudo.
Depois, o asfalto rasgou o campo.
Cogumelos de concreto brotaram.
Cresceram as crianças e a cidade.
Anãs ficaram as árvores aos pés
de edifícios colossais. Sumiram
pássaros gabirobas araçás.
Fim de passeios e piqueniques.
Só ficou a fome funda das frutas
no vão sem remissão das bocas .

Pesado é o coração
do escombro de teus sonhos
e dos mortos que em teus ombros
repousam imortais.
O amor de ontem
é cinza feita chumbo.
Cicatrizes e rugas
lavram a tua carne
de aflições temperada
e a vazante das veias
irriga-se
de subterrâneas lágrimas antigas.

A memória como inversão do tempo histórico é a essência da interioridade.

Às vezes a memória deixada por um livro é mais importante do que o próprio livro.

Este é o problema da história: gostamos de pensar que ela é um livro – que podemos virar a página e seguir em frente com a porra da vida. Mas a história não é o papel em que está impressa. É a memória, e a memória é o tempo, as emoções e a música. A história é o que fica com você.

O que fica em nossa memória é o que encanta nossos olhos e o que toca nosso coração.

LINHA DO TEMPO

Nossa linha do tempo está cheia deles,
Grandes marcos registrados como...

Momentos com Deus,
Momentos em família,
Momentos com amigos,
Momentos a dois.

Um sorriso marcante,
Um beijo desesperado;
E então, o encaixe perfeito!

Dos ardores
Dos sentidos,
Dos impulsos,
Dos frutos e desfrutos,
Laços e deslaço.

Quando você é jovem, acha que tudo que faz é descartável. Você se move de agora para agora, amassando o tempo em suas mãos, jogando-o fora. Você é seu próprio carro em alta velocidade. Você acha que pode se livrar das coisas e das pessoas também, deixá-las para trás. Você ainda não sabe sobre o hábito que elas têm de voltar. O tempo está congelado nos sonhos. Você nunca pode fugir de onde esteve.

Seu coração dançava com os movimentos dela tal qual uma boia na maré. Ele ouvia o que os olhos dela lhe diziam lá de sob o capuz e sabia que em algum obscuro passado, se na vida ou num sonho, ele tinha ouvido esta estória antes.

indiferente ao crepúsculo do dia, vou-me transformando num deserto sem memória, a ver-me de mim mesmo, a perder-me...

Se havia uma coisa que eu tinha aprendido era que o tempo era capaz de distorcer e retalhar a verdade como se fosse uma folha de papel esquecida e acabada ao vento. Agora eu tinha que juntar os pedaços rasgados novamente.

Em memória de Ploc:

Mesmo sem te ver
Sem te conhecer
Amo você.

Pra quê a pressa?
Faço a promessa
Aqui tu sempre irá viver.

Há um pouco de ti no que eu sou
O nó na garganta é a saudade que restou
Saiu sem avisar ou se algum dia voltaria
Quando fecho os olhos e rezo, sinto sua companhia.

Há muito o que pensar
Em qual estrela você foi morar?

Eu sempre acreditei em saborear os momentos. No final, eles são as únicas coisas que teremos.

A censura nunca acaba para aqueles que vivenciaram a experiência. É uma marca no imaginário que afeta o indivíduo que sofreu. É para sempre.

Nadine Gordimer
Censorship and its aftermath (1990).

Nota: Trecho de discurso dado em 2 de junho de 1990, pelo Dia Internacional do Escritor International Writers' Day, para a PEN International.

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Às vezes, não é bom ter uma boa memória, principalmente se for a memória do coração...

Saudades são lembranças boas
que ficaram guardadas na
memória da gente