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A Garota do Inverno
Ela não é triste
Apenas introspectiva
Percebe a vida como um passaporte, lenta
Segue sem ser notada
Timidamente passa
Seu olhar sério, disfarça
Intuitiva
Ela aguça o pensamento
Do menino que se ofereceu
A vir te encontrar
Junto ao frio tempo
Por ela se fazer encantar
Mas tijolo não revida
E ele tolo
Tão mal pensou
Achou que ela
Por ti se interessou
O seu desejo congelado
Em água se transformou
Acordou, não era o "tal"...
Por si só se convenceu
Que nem sempre tentar
É a melhor forma de conquistar
Mas quem sabe se deixar o inverno passar...
Versos de estação em estação
Janeiro... sol e calor
Veraneou a primavera.
Sol e sal...
à beira mar...
minha tez a queimar... a salgar.
Março... são as águas fechando o verão.
Inundam o mundo de melancolia.
Do outono que a nostalgia traz...
Arrastam restos de outra estação.
Desmorenar bem devagar.
Junho... invernou...
Profunda e fria solidão.
Um violão mal tocado
no canto da sala...
meu sono embala.
Do frio que hoje meu coração sente
a cada noite mais se ressente
minh’alma carente... só ...
só... e isso me apavora...
só queria que tudo passasse brabdamente...
sem ventanias, nem tempestades...
só invernasse suavemente.
Setembro... outra estação.
Descongelar.
Perfumar.
Quase a marear...
Jogar no mar...
... deixar a onda levar.
Recomeçar?
INVERNO QUENTE 🔥
Será que eles perderam-se
Ou se enganaram na estação?
Falaram que entraria o inverno
Mas na verdade, entrou o verão! 😓🌤
SONETO DE INVERNO
Frio, uma taça de vinho, face em rubor
No cerrado ivernado pouco se aquece
Um calor de momento, o vinho oferece
E a alma valesse neste desfrutar maior
Arrepio no corpo, do apego se apetece
Pra esquentar a noite, tornar-se ardor
Acalorando o alento do clima ofensor
Tal é perfeito, também, o afeto tece
E na estação de monocromática cor
De paixões, de misto sabor, aparece
Os mistérios, os desejos, os sentidos
Assim, embolados nas lareiras, o amor
Regado de vontades, no olhar floresce
Pra no solstício de novo serem acolhidos
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2016
Cerrado goiano
Inverno, você me perdoe mas eu não gosto de você.
Sei de sua importância e respeito. Mas é só.
Você traz frio e eu quero calor.
Você trás o recolhimento e eu quero a expansão.
Você me veste e eu quero nudez.
Friozinho gostoso pra ficar na cama, que nada, quero o sol na minha pele.
Passa logo, frio, eu quero calor!
Eu não tenho regra por aqui.
Para relaxar tenho muito repertório.
As vezes um livro, outras uma taça de vinho, uma #comédia no netflix, um desenho, um textão, cozinhar, criar novos modelos de japamala.
Andar descalça, olhar o céu, fotografar, pegar estrada me faz bem, me (re)alinha.
Eu odeio rotina porque fere meu valor de liberdade. Vira automático e perde o propósito.
Gosto mesmo é de fazer coisas diferentes , aprimorar a rotina e pôr meu toque de luz e amor.
Hoje a noite pede livro, vinho, e cobertor!
Quem é Ela?
Tem o abraço quente como o verão,
Para aquecer os corações em dias de inverno!
Ela veste as cores da primavera,
E seu sorriso, faz cair as folhas da inveja como no outono!
Vida é ciclo.
Cair, levantar, recomeçar...
cair, levantar, recomeçar... verão, outono, inverno, primavera, verão...
É esta a beleza da vida!
Que seu coração seja capaz de se aquecer apenas com um reflexo de luz nos dias frios e que sua alma se empodere com a chama divina que habita em você. E mesmo que seja outono ou inverno, desejo que sua essência seja florida nos matizes da esperança, no desabrochar do bálsamo da felicidade e de toda a riqueza que há no universo.
Presente
Os ipês apagam as tristezas do inverno.
Renovam suas cores ao vento.
Desmancham o cinza sem graça e lento
em tons que afagam a tardinha.
Os ipês esbanjam ternura.
Roubam os olhares de quem está triste à toa.
Porque tristeza não foi feita pra gente boa.
Tristeza não foi feita pra ninguém.
Dias nublados de inverno...
O coração parece ficar vazio...
As ruas ficam desertas...
Sem alma por elas...
A vida fica singela...
De poucas cores a aquarela...
Parece que tudo está quieto...
Tudo dormindo...
Sol cochilando...
As nuvens cinzentas completam...
O tempo vagaroso...
Passando...
Dias nublados tem a cor da minha saudade...
E navego em minhas lembranças...
No silêncio que se faz...
As canções dos pássaros não se calam...
Poucos trinados que duelam...
Nem todo silêncio é eterno...
Acredito que ainda tudo possa ser belo...
Dia nublado que parece não ter fim...
A nuvem vai passar...
A Noite vai chegar...
Nova aurora a surgir...
Sol resplandecer...
Tudo voltará a brilhar...
A saudade, em meu peito...
Terminará...
Deus continuará a sussurrar...
Nunca deixou de fazer...
Hoje o dia chora...
Amanhã será sorriso...
Sandro Paschoal Nogueira
Bolero de inverno no cerrado
No cerrado, seco, o sol da manhã
Nos tortos galhos, o ipê, a cortesã
De um inverno, em uma festa pagã
Desperta o capricho do deus tupã
Degustando a aurora tal um leviatã
E numa angústia, o orvalho, num afã
Do céu azul, num infinito, de malsã
Craquela o dia no seu tão árido divã
Do duro fado, tão pouco gentleman
E tão árido, tal uma agridoce romã
E vem o alvor, com o frígido de hortelã
Bafejando poeira cheia de balangandã
Tintando a flora em um rubro poncã
Zunindo o vento tal um som de tantã
Num bolero ávido por um outro amanhã...
São gemidos, uivos, sofreguidão
Correndo pelo sulco do cascalhado chão
Emergindo desse pântano, ressequida solidão.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 27 julho 2018
Brasília, DF
No verão não reclame do sol, dizendo que está muito quente. No inverno não reclame da chuva achando ruim esta tudo molhado. Agradeça, pois necessitamos tanto do sol como da chuva.
O inverno passou...a prumavera chegou.
Que com ela chegue o renovo e a firme esperança em Cristo jamais se aparte de nossos corações.
Em meio às dificuldades, lembrwmo-nos que em todo o tempo, o Senhor é bom e está no controle de tudo.
Andréa NS Tavares -Dreca
Minha alma é um galho seco, de tempos em tempos se renova, revive, revigora, e eu? eu trago em mim todas as dores que ninguém pode enxergar, as cores que só eu conheço e as lembranças que cada estação deixa nesses meus galhos.
Flor de pessegueiro
E lá está ela, altaneira, teimosa, colorida e viçosa; é um ser anômalo, destoante no meio do concreto e do cimento; solitária, imperturbável, florescendo prematuramente devido ao calor fora de época; que importa se é inverno ou primavera, teu brilho e teu colorido se sobressaem na paisagem acinzentada das ruas mortas de tédio e de rotina.
Por um momento minha visão do mundo, normalmente em preto e branco, vislumbrou aquela árvore vestida de rosa, destoando do acinzentado da rua e da minha vida. Por um momento, e só por um momento eu tive a ilusão de voltar a ver as cores, o brilho e a alegria da vida. Mas eras única, impotente e insuficiente para preencher de cores e de vida uma alma grisalha e envelhecida.
Talvez no campo, onde o barulho das ruas não me alcance, onde eu possa ouvir o chacoalhar das folhas das árvores numa golfada de vento, o cantar solitário de um pássaro; onde o horizonte não se esconda atrás de prédios feios e frios; talvez lá eu encontre cor e luz suficiente para trocar minhas vestes cinzentas pelo verde dos campos ou pelo colorido das flores e minha tristeza seja engolida pela alegria pueril das aves, pelo coro melancólico das cigarras ou pelo silêncio cúmplice de uma noite estrelada.
"E esses olhos de verão em pleno inverno? O calor dos nossos corpos muda qualquer estação, faz florescer os sentimentos mais instintivos."
BEM VINDO
"Copas e folhas caindo.
Último adeus do Outono,
Em reverência ao Inverno
Que vem (bem) vindo."
Nas linhas incertas da vida eu voo como pássaro durante o verão, procurando lugar seguro para saciar minha sede. Se encontrar abrigo, ali me alojarei. Construirei meu castelo com galhos e folhas retiradas do chão, onde das árvores caem, no outono. No inverno fugirei do frio e na primavera voarei livre outra vez.
Quando este grande inverno chegar, todos de Westeros devem se posicionar. E se o mundo dos homens sobreviver, uma Targaryen deverá estar sentada no Trono de Ferro. Um rei ou uma rainha forte o suficiente para unir o Reino contra o frio e a escuridão.
ponto de transição
da minha janela
observo uma árvore
e por ela sigo as estações.
não pelo Sol
ou pelos casacos.
é a árvore
que entrega todo o seu corpo
ao tempo
sem receio
segura de que a vida
é movimento.
Eu sou um botão de flor
E carrego comigo o amor
E para onde eu for
Colorirei, serei cor
Eu sou um botão de flor
E estou prestes a sentir
E, ao desabrochar, com fervor
Florescerei, ao me permitir
Eu sou um botão de flor
Ainda, pois não conheço o tempo do florir
Será ao nascer do sol, no calor?
Eu sou um botão de flor
Florescerei, pétalas por pétalas
E se eu me colocar em direção ao sol
Brilharei como nunca
Os raios do sol me darão vida por onde eu for
Eu sou um botão de flor
E sendo flor, mesmo que em botão
Consigo sentir o florir, mesmo que distante
Eu sou um botão de flor
Não me pergunte qual flor
Posso ser o girassol ao acompanhar o sol
Posso ser o lírio para ladrilhar meus caminhos
Posso ser o dente de leão, para mostrar a minha força de que eu aguento mais um inverno
Posso ser uma rosa e, sendo rosa, me aproximo de você
Posso ser um cravo e, sendo um cravo, posso cravar o meu melhor em você
Eu posso ser tantas flores...
Mas escolho ser um jardim
Assim posso escolher ser a melhor flor já semeada
E, como botão de flor,
Eu posso florir
Eu posso sentir
Eu posso ser o jardim
E aguardo o beija flor
Para sentir o licor
Do meu amor em forma de flor
