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Se considerar que os poemas mais lindos e os contos mais românticos surgiram da nostalgia melancólica de inverno, o frio pode ser um bom companheiro, pois ele endurece as águas, mas amolece o mais duro dos corações.
CHUVA DE INVERNO VEM, HOJE É O SEU DIA,
CAI BEM DEVAGAR PARA REGAR AOS POUCOS O MEU PENSAMENTO,
ESFRIAR SEM MACHUCAR POR DENTRO O MEU SENTIMENTO,
FORTALECER AINDA MAIS O DESPERTAR, PARA AJUDAR A ACABAR COM A DOR DOS NOSSOS IRMÃOS QUE VIVEM NO RELENTO.
Antonio R FEDOSSI-escritor--editora interação.com.br
Básico são os outros
Básico é copo d'água sem gelo e uísque Cowboy sem emoção
é solidão abundante e tristeza falseada nas mesas dos bares
básico são os olhares chorosos das pessoas
escondidos por detrás de largos sorrisos de desespero
e o desesperado soluço engasgado no peito
na iminência de rasgar as entranhas de dentro para fora
e transbordar feito fazem os vulcões em cólera.
Básico é o levante furioso dos insetos
disputando os melhores lugares em sua parede favorita
carregando e entremeando os restos mortos de carne
que se encontram caídos no chão
levando-os para as fendas e buracos abertos pelos pregos sujos
que sustentam os engordurados quadros com propagandas
de conhaque, cerveja e cachaça.
Básico é uma pitada de raios dourados de meia lua na retina
e uma noite inteira cheia de estrelas num céu à sua escolha.
Básico é não querer ser o que não se é
e sendo, não ser o que se pode.
Básico é sentir a poesia entrando pelas narinas
queimando a pele, alterando a pulsação
feito o vento frio que maltrata o corpo em uma bucólica manhã de inverno.
Básico é não morrer de véspera, por antecipação
ou viver a vida numa pressa desmedida
embalado por um repetitivo e antiquado refrão.
Básico é embriaguez no mês de dezembro
- às vésperas do natal -
sem pessoas nos pontos de ônibus
cães ladrando pelas ruas
e larápios espreitando a melhor ocasião.
Básicos são os tombos que se cai no caminho de volta pra casa
com a gravata retorcida no colarinho da camisa
e a cara amassada de tanto sono.
Básico é a chave da porta da sala
que insiste em não abrir a fechadura do portão
e o movimento do lápis desembestado na folha
e o da borracha, desgovernada na contramão.
Básico são os outros, nós não.
A vida trouxe o fim de mais ciclo em seus dias, fim necessário, visto que você terá grandes recomeços em sua vida. Foram 365 dias, dias tristes, felizes, dias de pura rotina e aqueles dias que você mesma não consegue definir. Viva este recomeço, desabroche e floresça nas quatro estações do ano, na certeza de que quando o inverno passar a primavera será sempre mais bela.
Tão difícil controlar meus pensamentos quando se trata de você. Enclausurada numa enorme amargura, questionando a minha sanidade quando eu já nem sei mais quem sou. Olhar pela janela e não conseguir ver nada já se tornou um habito da minha rotina de viver de memórias. Tantos dias fiquei a sua espera, sempre olhando por essa mesma janela, e você nunca mais voltou... Paralisada nesse inverno permanente, adormecida no silencio desse ex amor. O barulho da tv ao fundo, o tic-tac do relógio e a esperança morta de te ver chegar. O dia passa lentamente, e minha mente, mente, quando pelo meu nome escuto você chamar. Tem sido assim por todos esses dias, a casa sempre vazia, completamente abandonada nessa solidão. Então eu choro, perdida entre meus remorsos e essa minha paixão. Sinto sua falta o tempo inteiro, ouço seu riso, sinto seu cheiro, viajo nessa escuridão. Meu Deus, como minha alma é pequena, ligada a um simples teorema, abandonada em outra dimensão. E cai em mim outra vez a realidade, talvez seja culpa da claridade do sol dessa manha... E enquanto tomo meu café eu ouço o barulho dos seus passos, você me envolve em seus braços e eu caio em pleno adormecer. Perdida e meio viva, nos meus olhos volto a me esconder.
Gosto do inverno...
do frio, da chuva,
do vento gelado na cara em dias de sol
de me enrolar nas mantas
de me aninhar num outro corpo quente
da lareira acesa... se a tivesse
A raiz, extrai a vida, para o tronco alimentar.
Da terra, mãe-alimento, vendo a árvore vicejar.
Sorri em fruto, num aceno, num meneio
Mostrando ao mundo a que veio.
Seca!
Diz o inverno: deixe de resistir!
Resisto!
Diz a arvore: é meu destino EXISTIR!
Outono da minha vida
Adentrando ao outono da minha vida,
Um paradoxal inverno quente me anima.
E a primavera, florida, faceira e sorridente
Reflete a esperança de um dezembro caloroso,
Com o verão pulsando caloroso em minhas veias.
Com certeza um natal muito feliz
Entre familiares e amigos.
Um “adeus ano velho” ruidoso
Com prazerosos brindes, fortes abraços,
Estalados beijos e furtivas lágrimas.
Mais um Ano Novo repleto de promessas.
Que aventuras viverei em janeiro?
Viagens, estradas, novas paragens.
Fevereiro de olhares, sorrisos e afagos.
Conquistas merecidas, achados fortuitos,
Quiçá novos amores, explosivas paixões,
Prazeres incontáveis, noitadas inesquecíveis.
Assim a vida se renova, até a hora da partida.
Março trará corações dilacerados,
Almas partidas, bilhetes rasgados,
Pulseiras, anéis e colares jogados.
Roupas rotas, tênis gastos,
Revistas dobradas, livros esquecidos.
Enfim, páginas viradas, vidas passando.
Os passos antes largos, agora lentos,
Os olhos lassos, as nuvens altas,
Prolongados suspiros, ais, sussurros.
O tempo escoando entre dedos e frestas,
As ondas do mar lavando lamentos,
Na areia desenhando imagens funestas...
(J.M. Jardim, setembro/2013)
Hoje vou me abraçar com meu melhor sorriso e cantarolar o dia todo...
A tristeza fica pequena, quando Deus fala baixinho no seu ouvido, que você tem forças para lutar.
Só hoje, amanhã e depois de todos os dias, preciso algemar qualquer dor; tenho pressa em aninhar meus melhores sentimentos e fazer casulo quando o inverno de emoções chegar. Agora, só a primavera pra pensar, ela me ressuscita e me enfeita com uma coleção de flores pra sonhar!
Simone Resende
A palidez do dia é levemente dourada.
O sol de Inverno faz luzir como orvalho as curvas
Dos troncos de ramos secos.
O frio leve treme.
"Não posso levar o mundo nos ombros se mal suporto o peso do meu casaco de inverno."
(Esta frase pertence a uma carta que Kafka escreveu a Milena no fim da vida, expressando o desejo de recuperar seu passado judeu. Ele justificava assim sua incapacidade de levar a cabo um projeto que nunca concluiu.)
Delicadeza é uma qualidade contemplativa. Envolve-nos como um manto e nos aquece em dias de rigoroso inverno interno.
Passam rápidas as horas,
nos dias que seguem as estações,
todos levam de nós um pedaço
marcando saudade no coração...
Todo dia é uma esperança de amor.
Abrir os olhos tornou-se uma canção
Em noites quentes de inverno frio
Porque você é a luz que eu preciso,
É a voz que não se cala,
É a cortina que se abre.
Porque você é tudo...
Tudo que o amor me faz viver.
Um dia você me disse
Que eu era sua primavera
Com minhas cores e cheiros
O verão chegou
E nós passamos por um calor intenso
Passamos pelo outono
As cores já não tinham muito brilho e o perfume já não era tão forte
Mas você disse que passariamos por essas e outras com sorte
E então chegou o inverno
O tempo esfriou, as cores já não eram vivas
E você já não podia cumprir o que prometeu.
Você foi embora.
O inverno qual você disse que ficaria acabara de chegar
E você, você se foi
Talvez procurar outro lugar
Um mais quente
Pois esse, esse já não te agradava mais
Você reencontrou alguém
Alguém que no passado foi o seu inverno drástico
De forma que eu nunca seria
Você preferiu abrir mão de quem estava aqui
Esperando passar pelo inverno pois sabia que uma linda primavera chegaria
Você preferiu se reaproximar do inverno que te machucou
Que fingiu ser verão, que pulou uma estação
E te derrubou com uma enorme bola de neve
Eu espero que não te ocorra novamente
Eu, esperançosa e colorida primavera
Espero que você perceba a imensidão de qualidades que eu, também inverno, posso ter
Só não demore para perceber
Que está vivendo na estação errada
Pois com as mudanças das estações
Borboletas novas procuram as flores mais coloridas
Turistas novos visitam as praias
Pessoas novas saem e apreciam as folhas secas caindo para que novas folhas apareçam
Animais novos procuram um cantinho bom para hibernar
Não deixe que eles
Tomem o seu lugar.
O frio está para ausência de calor, assim como o medo e a ira está para o amor. No inverno, ainda que sem alguém para ser seu cobertor, se tem amor próprio, investirá certo seu valor.
Frio cortante que bate
Inverno que vem
O som da rua é o cachorro que late
pedindo ajuda aos que mais tem
Parafraseando Elke Lubitz...
"O sol é prosa
a lua, poesia."
O verão é energia
o inverno, aconchego.
A primavera é esperança
o outono descarrego.
O jovem é afoito, fogoso
O idoso, experiente
é prudente, carinhoso.
O mar é solidão.
O céu imensidão
a terra, criação
a musa, paixão.
Juares de Marcos Jardim - Santo André - São Paulo-SP
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
TEMPO QUE PASSA...
Malhando em maio
sem perceber "outonei".
Encolhido, assustado,
Adentrei ao inverno da minha vida.
Hibernei, busquei forças
esperançoso pela primavera
florida, rejuvenescedora,
de amores alentadora.
Anseio e vislumbro o verão
a cada amanhecer enevoado
direciono o velho timão
rumo ao Norte, ensolarado.
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Ei... Sei que faz tempo que a gente não se vê
Faz tempo que a gente se fala
Eu sinto falta de você
Eu sinto vontade de fazer uma mala
E ir embora
Ir por aí a te procurar
Mas nem sei onde você mora
Nem onde você trabalha
Sinto falta da sua risada
Tomando conta da sala, da casa, da cidade
Do meu coração...
Sinto falta da ingenuidade
Que eu tinha quando tinha a sensação de te ter por perto
Sinto falta do meu sorriso aberto
Do nosso futuro que parecia certo
Mas não foi...
Acabou como o pôr do sol no inverno
Eu esperei pra te ver
Mas você nunca apareceu
As imensas e escuras nuvens te esconderam do meu olhar
Te levaram embora e nem vieram me avisar...
Perdi você
Apesar de nunca te ter...
Quatro Estações
Primavera em minha vida foste.
O frescor de tua pele, o sorriso,
os olhos vivos e alegres eram
borboletas à minha volta.
O amor cresce com os dias, e o nosso
foi quente e ardente.
Eras a chama que aquecia meu coração,
e juntos éramos chamas de um verão.
Passam-se os anos a vida continua,
nós vivíamos o nosso amor eterno.
Tínhamos a calma dos anos,a paciência
de quem já vivera o moderno, vivíamos
agora o nosso outono.
O luar da vida, passou para os cabelos.
A ligeireza e a volúpia foram-se,
foi-se também o teu frescor.
Restou apenas um ser, que respira e vive
desse amor, que até o meu fim será eterno.
Só eu acabei vivendo o inverno.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Se ninguém te quiser… eu quero
Se ninguém mais te quiser, eu quero.
Quero dizer-te que o verdadeiro amor é descomplicado,
Não acusa, nem revolta e sempre está por perto,
É amigo, companheiro e não austero.
Se ninguém mais te quiser, eu quero.
Quero ficar bem quietinho contigo e repensar
Junto, os teus momentos ruins e ser sincero,
Somente o bem vou lhe desejar.
Se ninguém mais te quiser, eu quero.
Quero falar-te com o calor do meu corpo em movimentos,
Repetir muitas vezes o meu abraço, que se eterno,
Aquecerá a todos os teus momentos.
Se ninguém mais te quiser, eu quero.
Quero beijá-la de uma maneira especial
E com muito carinho e esmero,
Dizer-te que para mim é a mulher ideal.
Se ninguém mais te quiser, eu quero.
Quero ser a tua sombra no verão,
O teu aquecer no inverno
E se não for pedir muito, o pulsar do teu coração.
Assim, se um dia ninguém te quiser, eu que quero!
Quero ser dos teus sonhos o luar
E se a tua vida enfim se complicar,
Se ninguém mais te quiser... eu quero.
