Tag ex-namorada
Terra de medo
e de dor
e de sonho também…
Lá fora o vento que zumbe
e uiva
e fustiga ameaçador e célere passa…
o vento a quem tudo pergunto
e nada me diz
O vento que volve e revolve
e varre
as folhas secas das mangueiras
plantadas no terreiro
que serve ao quartel de parada
O vento que zumbe e uiva
tresloucado
no negrume da noite que dói e mata
O vento que fustiga e passa
as frágeis paredes da vida
dentro do arame farpado
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
À volta de mim, o terror e a morte…
olhares de medo
fixos na imensidão do vácuo
interrogam-se mudos
inquietos…
dolorosamente pensam na razão
de tal sofrer
Mas não choram porque o pranto
se esgotou há muito
neste inquieto viver
Ah! Se eu soubesse ao menos rezar…
Rezava por ti
ó homem verme, tirano e sádico
que por prazer destróis;
Rezava por ti
ó governante ganancioso e brutal
que o mais fraco aniquilas;
Rezava por ti
ó deus, que já nem sei se existes,
pela geração que criaste
e abandonaste
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Desperto…
minhas mãos frias
crispam os dedos inertes
no gatilho da espingarda
Debaixo de mira
numa linha reta que dificilmente erro,
o alvo
Um corpo negro,
meio nu…
Apenas o cobrem os restos daquilo que foi
um camuflado zambiano
Veste no rosto,
encimado por um chapéu também camuflado,
a raiva
Para ele nós somos o invasor,
o inimigo a abater que importa liquidar
ainda que connosco tenha aprendido
rimas de civilização
Nós somos o invasor que (ele) quer
expulsar
destruir
aniquilar
E ele, para mim, o inimigo de ontem
será o amigo de amanhã
a quem hei-de abraçar
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Há corpos espalhados pelo chão
à minha frente
Nos seus rostos lívidos
cor de cera
morreu a esperança com a chegada da morte
no frio gume da catana
Jazem à sombra das mangueiras…
a morte passou por ali
Corpos decepados
esventrados
violentados
num rio de sangue pelo chão…
Ali apenas as varejeiras têm vida e voz
no zunido e na cegueira de beber
Sugam famintas de sede
o sangue ainda quente dos cadáveres
Zunem de sofreguidão na disputa
do sangue vertido
dos corpos esquartejados
pelos golpes das catanas
Para lá da orla da mata ainda o eco
dos gritos de vitória e os risos satânicos
de alegria e morte no ar
numa mistura de feitiço e de liamba
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Perdi os poemas ébrios
de ritmo
feitos ao sol da manhã
Esse tantã longínquo que me acordava
manhã cedinho
antes de subir na minha bicicleta
reduzida ao mínimo para pedalar até ao liceu,
acordava-me como uma loa,
cântico virginal
puro…
ou como um ritmo escondido
no regaço da mais linda mulata
da sanzala
Um poema ébrio de ritmo
órfico
em dionisíaca celebração
um cântico mestiço
místico
pagão
negro soneto espúrio
de um povo híbrido de muitos deuses
e de mais irmãos ainda…
Hoje o meu poema já não é ébrio
de ritmo
nem o som do tantã tem o sol puro
erguido pela manhã
cedinho
O meu poema é de sangue
e dor
lavrado pelo frenesim dos tiros
O tantã que me acordava
manhã cedinho
e trazia no som o ritmo
dos beijos,
hoje
já não me acorda deste sono
que não durmo
sobressaltado
O tantã traz agora na sua voz longínqua
o som próximo
da metralha
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
No ar, o medo e o silêncio sepulcral
a invadir
os primeiros raios da manhã
Corações sobressaltados
em prece e oração…
muitos sem saberem sequer rezar
No trilho traiçoeiro
espreitava a morte a cada passo
que se desse em falso
na picada
Sem perder de vista o combatente
à nossa frente
perscrutávamos, no lusco fusco do alvorecer,
as sombras que se dissipavam
por entre as silhuetas das bissapas
Nas mãos doridas,
por matar,
o peso da G3 engatilhada
dos soldados
De repente o grito e a dor
pelo estrondo e pela morte trazida
no estilhado e no sopro da granada
As lágrimas morriam afogadas
pela raiva e ódio surdo
nos corpos amputados
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Entre os teus lábios
entreabertos
inchados pela morte
e gretados pelo calor que te calcinava
os ossos desfeitos
ainda antes de morreres,
passeava-se uma mosca varejeira
ufana de sua propriedade encontrada
No ar
adivinhava-se o som das palavras
que não chegaste a proferir…
Talvez uma oração…
ou uma prece ao teu deus de ti tão distraído
a quem imploraste a ajuda sem te socorrer
Ou à mulher distante
de quem não chegaste a conhecer
o filho que lhe deixaste no ventre
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
É que nós separamos o lixo orgânico, metal, papel, plástico e EX namorado, quando aprendemos a ter o que realmente importa ♥ #apertaoF5
Das pendências da minha vida, você é a que consegue me fazer ainda mais mulher, mais amada, sem precisar de muito.
Não existe nada mais desconfortável do que ouvir o "eu te amo" que era seu sendo dito pra outra pessoa.
Voltar com ex-namorado (a) é como comprar um cavalo que já foi teu. Vem com as mesmas baldas só que mais estropiado.
Eu não te substitui.Eu te esqueci.Eu não pus outra no "posto" de minha namorada!eu sofri,chorei,Mas aos poucos eu fui realmente vendo as coisas as claras sabe? como elas realmente são. E sabe aquela sensação de consciência limpa,sem culpa,rancor,exatamente assim me sinto limpa.
Na vida existem varias musicas:
Boas ou ruins...
Então por que insistir naquele disco arranhado?
Chega a hora na vida em que você não consegue mais ouvir sua canção preferida...
ENTÃO NÃO INSISTA NESSE DISCO!
Existem outras musicas a serem cantadas,
umas só pra dançar e outras pra sentir!
Sempre acreditei no Amor, amor de mãe, amor de pai e amor de irmãos..Esses amores nunca vão se transformar em ex-amor, porque não existe ex-mãe, ex-pai nem ex-irmão.. aconteça o que acontecer eles sempre estarão ao nosso lado.
Ex Amor!
Por onde anda você meu ex amor?
Gostaria de saber, o que a magoou
O meu coração é pura tristeza e dor
Lhe ofereci amor,e você me maltratou!
Ismael Santana Bastos
29/07/2014