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COMPANHIA

Que meus versos que andam por aí
Um dia te encontrem
Te contem segredos
Levem a você um pouco de paz

Que as palavras que escondi em poemas
Sejam companhia depois que eu me for
Seja aqui ou distante
Breve ou eterno
Espero que meus versos te liguem a mim.

Inserida por elis_barroso

DE BARRO

Sou barro
Sem forma
Sem beleza
Barro sem serventia
Poderia ser pisado
Soprado pelo vento até não sobrar um grão sequer
Simplesmente virar pó

Sou barro
A espera que o Oleiro
Me coloque em suas mãos
E dê a forma que quiser.

Inserida por elis_barroso

JANELINHAS

Na madrugada
Quando vejo janelinhas acesas
Acho que ali moram corações partidos
Insones
Penso nas histórias de amor que poderiam virar poesia.

Inserida por elis_barroso

PERDI UM POEMA

Perdi um poema no caminho
Talvez seja semente
Ou quem sabe vire pedra
Era um poema pequenininho
Cabe na palma da mão
Se achar leve contigo
Quem sabe um dia floresça

Inserida por elis_barroso

RASCUNHOS
Se a vida desse direito a rascunhos
Em todos os riscos e rabiscos
Eu colocaria você.

Inserida por elis_barroso

QUASE ESCREVI

Quase escrevi um poema
Tinha gosto de bolo de vó
Cheiro de café passado na hora
O poema que quase escrevi tinha o aconchego de abraço apertado em dia frio
De barulho de chuva na janela
Que pena!
Quase escrevi um poema.

Inserida por elis_barroso

Pontuações

Interrogações nem sempre tem respostas
Vírgulas escondem suspiros
Reticências guardam infinitos

As pontuações me ensinam:
Às vezes é preciso silêncio.

Inserida por elis_barroso

DIA FRIO
Num dia frio
Enquanto a chuva fina brinca de escorrega nos telhados
De embaçar as vidraças
E fazer poças nas calçadas
Só quero uma xícara de café
Um pedaço de poesia
E você
Bem quente...

Inserida por elis_barroso

Quem sabe um dia a gente se esbarre
Numa encruzilhada qualquer nossos olhos se cruzem
Não tendo para onde fugir
Só assim
Parem de fingir.

Inserida por elis_barroso

O TEMPO

As horas ficaram para trás
Os dias se perderam no ontem
As estações mudaram
Os anos se foram
O tempo se perdeu no caminho
Quase tudo mudou
Só o que sinto por você é igual.

Inserida por elis_barroso

GALHO SECO

Num galho seco caído à beira do caminho
Vi pousar um alegre passarinho
Quebrou um galhinho com o bico
Voou dali para longe

Aquele galho seco caído no chão
Um dia foi verde
Deu flor
Agora tão frágil
Sem cor
Mesmo assim me ensinou:

Só gravetos secos podem ser ninho.

Inserida por elis_barroso

Robôs

Espero que não seja tarde
O dia em que a humanidade descobrir
Que máquinas não fazem flor
E robôs jamais escreverão poemas

Inserida por elis_barroso

POR AÍ

Hoje saí pelas ruas da cidade
Vi edifícios com mil janelinhas
Cada qual com uma história para contar
Vi gente apressada mesmo sem ter onde ir
Vi a moça fazendo bala de coco no tacho
O coco queimado no açúcar tinha cheiro de infância
Por alguns minutos fui criança outra vez

Senti cheiro de terra molhada ao passar por um jardim regado
Senti respingar na pele águas de um chafariz
Senti alegria ao ver o abraço entre duas crianças
Senti uma vontade danada de sentar numa calçada
E sentei

Hoje saí pelas ruas da cidade
Achei tantos tesouros
Que jamais poderia pagar.

Inserida por elis_barroso

Livros abertos

Quando menina gostava de livros abertos
Parecia que a qualquer instante bateriam asas, alçariam voo pela janela
Suas folhas me lembravam gaivotas
Aquelas que desenhávamos em nossos pores de sol no papel
Cresci!
Descobri que não era imaginação
Livros abertos sabem voar
Quando menina eu tinha razão.

Inserida por elis_barroso

MARÉ CHEIA

Em dia de maré cheia
Descubras como é ser embarcação
Se perderes o leme
Navegue à velas
Sejas um simples barquinho
Jamais sejas âncora no cais.

Inserida por elis_barroso

POÇAS D'ÁGUA

Em seus dias de poça d`água
Espere pelos raios de sol
E serás nuvem outra vez.

Inserida por elis_barroso

EM CONSTRUÇÃO

Sou resultado das minhas andanças
De pessoas que encontrei no caminho
Das que me ofertaram sorrisos
Me emprestaram o ombro
Das que me ensinaram a ouvir NÃO
Ou a rir de mim mesma

Sou resultado das muitas conversas
Das águas salgadas que lavaram meus olhos
Dos amigos que se foram deixando saudades
Dos que chegaram trazendo esperança
De cada um que deixou um pouco de si

Só assim construo quem sou.

Inserida por elis_barroso

ELA

O forte verão
O sábio outono
E até o mais rigoroso dos invernos
Conhecem a força dela
E sabem que a primavera não se pode deter.

Inserida por elis_barroso

SE UM DIA...

Se um dia te encontrares no olhar perdido de um menino de rua
Se deres a ele seu melhor sorriso
Se derrubares o muro
E enfim permitires um toque de peles
Descobrirás então o sentido da vida.

Inserida por elis_barroso

DUREZAS

Quando uma flor nasce na rua
Brota em uma fresta de muro
Ou germina entre o vão de uma telha

Acho que a natureza tem algo a dizer.

Inserida por elis_barroso

TRILHOS

Quando os trilhos me cansaram os pés
Limitaram-me a jornada
Prenderam-me ao destino

A poesia ensinou-me a abrir trilhas.

Inserida por elis_barroso

FOI UMA FLOR



A flor vive tão pouco

Algumas por dias

Outras apenas uma manhã

Logo murcha

Logo cai

A flor não se importa com o tempo

O quanto de vida terá

A flor aproveita o momento

Lhe dado para desabrochar



Foi uma flor que me ensinou

Que há vidas de pedra

E vidas de flor.

Inserida por elis_barroso

SEGREDO DAS FOLHAS EM BRANCO
Nas folhas em branco há sempre algo escondido
Parece até que guardam segredos
Uma poesia
Um conto
Uma prosa
Às vezes até uma carta de amor
Em outras uma despedia
Gosto das folhas em branco

Acho que elas imitam a vida.

Elis Barroso

Inserida por elis_barroso

CANETAS

Tentei escrever alguns versos
Alegres
Utópicos
Até sobre melancolia
Mas minha caneta teimosa hoje só quer fazer poemas de amor

Que loucura!
Nunca soube que canetas tinham coração.

Inserida por elis_barroso

DOCE DESPEDIDA

Hoje vou deixar nosso amor morrer com poesia

Escorrer dos olhos todo desmedido

Encontrar beleza no que me fez perdido

Transbordar do peito límpido e sereno

Toda essa agonia que me corrói por dentro.

Hoje sorrirei com tranquilidade

Pingando a saudade banhando os lençóis

Nessa terna beleza

De candura e singeleza

Derretendo a tristeza

Da tão atroz partida.

Hoje vou valsar bem leve

A inquietude que o momento pede

Cantarolar suave

Enquanto minh`alma se abre

Transformando em música toda essa dor.

Nessa leve despedida vou seguir a vida

Vazando a tristeza

Levando a certeza

Que é assim que se faz.

Inserida por elis_barroso