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Nessa longa estrada
Sigo assim
Dona de mim.

ESTAÇÕES, DIAS E CORES

Quero ser sábado
E gostar de ser uma quarta-feira
Um dia qualquer
Ser ensolarada
Também saber chover
Gotejar quando quiser
Quero ser azul infinito
E achar bonito me acinzentar

Quero ser cada dia da semana
Todas as estações
Saber ser todas as cores

Só não quero ser a mesma
Quando acordar amanhã.

Se você é remédio ou veneno ainda não sei
Só sei que vou beber até a última gota.

Eles são manipulados a esse ponto, de brigar pelo interesse do patrão. Eu não vou brigar pelo interesse do qual eu recebo 10% de 90%. Quem tá com os 90% que vá lá brigar. Consciência de classe muito pouca gente tem.

DIVAGAÇÕES

Divagando em minha teia de pensamentos
Enquanto tecia memórias
Quis saber qual palavra mais causa tormentos
Morte, dor, desprezo, escória...
Entre tantas mazelas
Lá estava ela
QUASE
Quase é a palavra
Palavra que mais maltrata

Quase passou no concurso
Quase chegou a tempo
Quase conseguiu o aumento
Um quase beijo
Quase amor
Quase se libertou
Quase foi escolhida
Quase ganhou a corrida
Quase, é a mais doída
Quase, jamais gera vida

Quase, é a palavra daquele que não alcançou
De quem não ficou e nem chegou
De quem se perdeu no caminho

Ainda em minha divagação, pensei
A água quase quente não serve pro café
Ah!! Uma vida sem café não dá...
Nem tem discussão. Né?!

DESCOBRI

Um dia cresci
Descobri que o barulho na concha
Não era o som do mar
Que pai e mãe também erram
Que a cada dia sei menos das coisas
Descobri que verdadeiros amigos se conta nos dedos
Que ganhar colo é bom em qualquer idade
E que sempre vou querer raspar a vasilha de bolo

Um dia cresci
Descobri que o para sempre
Às vezes tem fim
Que nem sempre o sim é melhor que o não

E o melhor de tudo
Descobri que os grandes abismos
Podiam ser pulados feito poças d’água.

EU QUERIA SABER

Quanto tempo o tempo leva
Pra água esculpir a pedra
O tolo parar de bancar o juiz
Perceber que ser aprendiz é melhor

Quanto tempo o tempo leva
Pra eu descobrir quem sou
Se sou uma ou se sou várias
Se a dor é minha ou do poema

Quanto tempo o tempo leva
Pra engavetar uma teimosa paixão
A violenta saudade domar
Uma ferida virar cicatriz
A ausência parar de doer
Leva, Tempo?
Leva!

⁠Já levei muita porrada da vida e sei que vou levar muitas outras. Mas estou aí, firme, porque o irremediável é a morte.

ENTRE OS LENÇÓIS

Nossos pés se procuram entre os lençóis
Num roçar suave se acariciam
Confidenciam em silêncio
Fazem juras sem palavras

Nossos pés entre os lençóis
Sussurram segredos que meros humanos jamais vão saber.

Inserida por elis_barroso

COMPANHIA

Que meus versos que andam por aí
Um dia te encontrem
Te contem segredos
Levem a você um pouco de paz

Que as palavras que escondi em poemas
Sejam companhia depois que eu me for
Seja aqui ou distante
Breve ou eterno
Espero que meus versos te liguem a mim.

Inserida por elis_barroso

DE BARRO

Sou barro
Sem forma
Sem beleza
Barro sem serventia
Poderia ser pisado
Soprado pelo vento até não sobrar um grão sequer
Simplesmente virar pó

Sou barro
A espera que o Oleiro
Me coloque em suas mãos
E dê a forma que quiser.

Inserida por elis_barroso

Robôs

Espero que não seja tarde
O dia em que a humanidade descobrir
Que máquinas não fazem flor
E robôs jamais escreverão poemas

Inserida por elis_barroso

POR AÍ

Hoje saí pelas ruas da cidade
Vi edifícios com mil janelinhas
Cada qual com uma história para contar
Vi gente apressada mesmo sem ter onde ir
Vi a moça fazendo bala de coco no tacho
O coco queimado no açúcar tinha cheiro de infância
Por alguns minutos fui criança outra vez

Senti cheiro de terra molhada ao passar por um jardim regado
Senti respingar na pele águas de um chafariz
Senti alegria ao ver o abraço entre duas crianças
Senti uma vontade danada de sentar numa calçada
E sentei

Hoje saí pelas ruas da cidade
Achei tantos tesouros
Que jamais poderia pagar.

Inserida por elis_barroso

Livros abertos

Quando menina gostava de livros abertos
Parecia que a qualquer instante bateriam asas, alçariam voo pela janela
Suas folhas me lembravam gaivotas
Aquelas que desenhávamos em nossos pores de sol no papel
Cresci!
Descobri que não era imaginação
Livros abertos sabem voar
Quando menina eu tinha razão.

Inserida por elis_barroso

MARÉ CHEIA

Em dia de maré cheia
Descubras como é ser embarcação
Se perderes o leme
Navegue à velas
Sejas um simples barquinho
Jamais sejas âncora no cais.

Inserida por elis_barroso

POÇAS D'ÁGUA

Em seus dias de poça d`água
Espere pelos raios de sol
E serás nuvem outra vez.

Inserida por elis_barroso

EM CONSTRUÇÃO

Sou resultado das minhas andanças
De pessoas que encontrei no caminho
Das que me ofertaram sorrisos
Me emprestaram o ombro
Das que me ensinaram a ouvir NÃO
Ou a rir de mim mesma

Sou resultado das muitas conversas
Das águas salgadas que lavaram meus olhos
Dos amigos que se foram deixando saudades
Dos que chegaram trazendo esperança
De cada um que deixou um pouco de si

Só assim construo quem sou.

Inserida por elis_barroso

ELA

O forte verão
O sábio outono
E até o mais rigoroso dos invernos
Conhecem a força dela
E sabem que a primavera não se pode deter.

Inserida por elis_barroso

SE UM DIA...

Se um dia te encontrares no olhar perdido de um menino de rua
Se deres a ele seu melhor sorriso
Se derrubares o muro
E enfim permitires um toque de peles
Descobrirás então o sentido da vida.

Inserida por elis_barroso

DUREZAS

Quando uma flor nasce na rua
Brota em uma fresta de muro
Ou germina entre o vão de uma telha

Acho que a natureza tem algo a dizer.

Inserida por elis_barroso

TRILHOS

Quando os trilhos me cansaram os pés
Limitaram-me a jornada
Prenderam-me ao destino

A poesia ensinou-me a abrir trilhas.

Inserida por elis_barroso

FOI UMA FLOR



A flor vive tão pouco

Algumas por dias

Outras apenas uma manhã

Logo murcha

Logo cai

A flor não se importa com o tempo

O quanto de vida terá

A flor aproveita o momento

Lhe dado para desabrochar



Foi uma flor que me ensinou

Que há vidas de pedra

E vidas de flor.

Inserida por elis_barroso

SEGREDO DAS FOLHAS EM BRANCO
Nas folhas em branco há sempre algo escondido
Parece até que guardam segredos
Uma poesia
Um conto
Uma prosa
Às vezes até uma carta de amor
Em outras uma despedia
Gosto das folhas em branco

Acho que elas imitam a vida.

Elis Barroso

Inserida por elis_barroso

CANETAS

Tentei escrever alguns versos
Alegres
Utópicos
Até sobre melancolia
Mas minha caneta teimosa hoje só quer fazer poemas de amor

Que loucura!
Nunca soube que canetas tinham coração.

Inserida por elis_barroso

DOCE DESPEDIDA

Hoje vou deixar nosso amor morrer com poesia

Escorrer dos olhos todo desmedido

Encontrar beleza no que me fez perdido

Transbordar do peito límpido e sereno

Toda essa agonia que me corrói por dentro.

Hoje sorrirei com tranquilidade

Pingando a saudade banhando os lençóis

Nessa terna beleza

De candura e singeleza

Derretendo a tristeza

Da tão atroz partida.

Hoje vou valsar bem leve

A inquietude que o momento pede

Cantarolar suave

Enquanto minh`alma se abre

Transformando em música toda essa dor.

Nessa leve despedida vou seguir a vida

Vazando a tristeza

Levando a certeza

Que é assim que se faz.

Inserida por elis_barroso