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A morte põe um olho no passado e outro no futuro e deixa a gente cego na hora, no encontro do que foi e do que será, na tortura do que poderia ter sido. Impõe o desespero do definitivo, trava os movimentos. Embrulha o estômago indigesta. Faz frio nos ossos. A morte é vida intensa demais para quem fica.

Carla Madeira
Tudo é rio. Rio de Janeiro: Record, 2021.

Você é tão jovem quanto as suas esperanças e tão velho quanto os seus desesperos. Saber enfrentar as adversidades é a arte dos sábios.

Se palavras descrevessem o estado da minha alma, talvez não passaria os dias em exílio,
nem afundaria na maré...
No entanto, é impossível descrever o quanto dói:
A dor de se viver aquilo que se é.

Sinto um vazio parece que a felicidade nunca é alcançada, pois não há cores, não há amores, não há valores.

Dormir? Como se os cacos de meu coração pressionam contra meu peito.

Após, o decimo sétimo aniversário, esperamos ansiosos para comemorar o próximo, depois de alguns anos, rezamos desesperadamente para que o tempo pare.

Seu sucesso em investimentos dependerá em parte de seu caráter e sua intuição, e em parte em sua habilidade de se dar conta no topo da euforia e no fundo do desespero de que isso também passará.

As diferentes formas de desespero são etapas distintas de um mesmo caminho

Hoje marquei a data da minha morte.
Por que?
Cansei de exigir atenção para aqueles que nem se importam com a minha presença.

Desconfiar de tudo é desespero, confiar cegamente é insanidade, pra tudo existe a medida certa, até o remédio que cura, em doses excessivas pode matar, em doses regradas não faz efeito algum.

A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero. Ao que, este mundo é muito misturado.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Tenho uma mente confusa, um tanto esquecida...
Passo da infelicidade à alegria, do desespero à tranquilidade.
Não sei bem o que é, deve ser coisa da idade.

(diálogo entre deuses):

Prometeu: “Graças a mim, os homens não mais desejam a morte”.

As ninfas: “Que remédio lhes deste contra o desespero?”

Prometeu: “Dei-lhes uma esperança infinita no futuro”.

As ninfas: “ Oh! Que dom valioso fizeste aos mortais!”

Prometeu: “Além disso, consegui que eles participem do fogo celeste”.

As ninfas: “O fogo!... Então os mortais já possuem esse tesouro?”

Prometeu: “Sim; e desse mestre aprenderão muitas ciências e artes”.

(Prometeu Acorrentado)

A oração salvou-me a vida.
Sem a oração teria ficado muito tempo sem fé.
Ela salvou-me do desespero.
Com o tempo a minha fé aumentou e a necessidade de orar tornou-se mais irresistível...
A minha paz muitas vezes causa inveja.
Ela vem-me da oração.
Eu sou um homem de oração.
Como o corpo se não for lavado fica sujo, assim a alma sem oração se torna impura.

E como num grito de desespero, eu despertei para dentro de mim. Num mergulho sem fim, incalculável e sem volta. Que assombra e que me solta, diante do mundo.
Pro fundo.
Profundo.
Pra dentro de mim, um pássaro que voa e ecoa numa lagoa e se ensaboa dos mais lindos sentimentos: amor, carinho e um pouco de desespero.
Sorrateiro, que chega na madrugada sem pedir licença, e invadi minha mente que mente para mim mesma.
Que tá tudo bem.
Que nada mudou.
Que tudo mudou.
Que algo mudou.
E eu me encaixo dentro do laço do desconhecido, do não saber do meu destino, do que a vida me guarda, e o que me aguarda. Sigo confiante diante da corda bamba que me foi colocada sem permissão. De ante-mão, seguro meu coração, fazendo pressão contra o meu peito. Que grita assustado, mas que ri disfarçando o dia inteiro.
E assim eu vou, para frente, para trás. Evoluindo e aprendendo, nesse jogo da vida ninguém sai vivo, quem ganha é o nosso espírito. Evoluído e sorrindo, diante do que nos for imposto, por algo que desconhecido, e assim mesmo, lindo.

Montanhas não se movem, nem rolam, nem andam, rochas sobre rochas, vidas sobre vidas, pessoas sobre pessoas, imoveis, inertes, paradas no tempo, no espaço e no caos cotidiano, de mãos atadas para o meu futuro, de braços amarrados para minha própria vida...
Dizem para ir até a montanha, mas como? Nem ao menos tenho braços pra me arrastar, pois, ataram-me de tudo, de todos, excluiram-me do mundo como uma pedra embaixo da montanha, dizer que os sustento é apenas reforçar uma mentira, me debatendo abaixo das rochas, gritando abaixo do mundo, asfixiando sobre a terra que cobre minha existencia...
Rezo para o terremoto, para que a montanha caia, para que aqueles que me cativam rolem para o lado, dai-nos espaço para ser algo, não apenas a pedra calada abaixo de todos e tudo...

Existe algo de poético e mórbido na vida de homens que se dedicam à violência. Mais ainda na daqueles que se isolam nela. Porque é preciso muita energia para um homem querer ser ruim o tempo inteiro; e dedicar a existência a isso. Porque a raiva corrói e o ódio cansa a mente inquieta; e, se um homem dedica seu tempo para ser um servo do caos de si próprio, é porque procurou respostas de enigmas pessoais dentro de si e se desesperou quando não as encontrou.

Amigos são pessoas à quem confiamos nossas qualidades e defeitos. Melhores amigos são pessoas que nos mostram qualidades que nem sabíamos que tínhamos quando em nós mesmos apenas enxergamos defeitos.

O falso interesse é o pior desprezo que alguém pode sentir. Estar por estar é onde o desespero se acerca de justificativas em vão.

⁠Os homens ainda não entenderam que o tempo das admirações superficiais passou, e que um grito de desespero é bem mais revelador do que a mais sutil das argúcias; que uma lágrima tem sempre fontes mais profundas do que um sorriso.

Emil Cioran
Nos Cumes do Desespero. São Paulo: Hedra, 2012.

⁠Não sabemos o que fazer, o que tá acontecendo ou quanto tempo podemos sobreviver. Mas ainda estamos vivos. Não podemos superar esse desespero, mas eu tenho certeza de que há um fim. E vamos resistir e lutar até o final.

Minhas lágrimas já caíram
Foram mares de desespero
Que afogaram meus inimigos
Agora tudo tranquilizou
Aquela nuvem negra passou
Aquele jovem negro vingou

Desespero é a matéria-prima de mudanças drásticas. Somente aqueles que podem deixar para trás tudo em que acreditaram podem esperar escapar.

William S. Burroughs
ELROD, Hal. O Milagre da Manhã. São Paulo: Editora BestSeller, 2016.

Enquanto a anarquia for sinônimo de caos e desespero, os anarquistas sempre serão sinônimo de vilania.

⁠Senhor, perdoa-me por qualquer dor que causei e cura os feridos. Deus, Tua bondade é infinita. Não deixemos o desespero dominar, mas busquemos a Ti em qualquer situação. A verdadeira fé se revela em nossas ações.Que nossa conduta mostre nosso compromisso com o bem, apesar do sofrimento.