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Olhar de menino
O ônibus prossegue pela rodovia. O sol castiga a terra. O sol e com o que vem junto: a sede.
Sorriso alargado, o menino se sente em uma aventura, um adulto! A mãe contava moedas como se contasse pérolas. E durante uma parada foi surpreendida pela pergunta:
- Mãe, me dá um sorvete? Parecia incondicional... mas ela foi tolerante, e o menino sentiu um refrigério, um manancial em seu interior árido.
O menino era tão simples e inocente que não enxergava as dificuldades vividas por ele e sua mãe. Talvez seja melhor assim.
Enxergava a vida com um olhar traquina. O filho olha para futuro a mãe olha para o presente.
- Mãe, cadê o seu sorvete? Com um semblante sereno ela respondeu:
- Assim que puder eu compro, meu filho. Porém o vendedor lhe disse:
- Não minha senhora. Eu faço questão de oferecer por conta da casa.
Caindo em si, o rapaz entendeu que moedas não compram momentos felizes.
Vida de professor
Portões abertos. Vozes ecoavam pelas salas de aula. A algazarra tomava conta da molecada.
O aluno pensava alto, sonhava ser médico. Esgotado, o professor estava para explodir... Como se explodir resolvesse a situação.
Com garganta rôca, o professor pediu silêncio para explicar a matéria.
- Essa é a fórmula para calcular essa questão. Alguém não entendeu? Perguntou com dor.
Levantando a mão, disse o aluno:
- Eu, professor!
Seria talvez um momento conveniente para explodir, ou birrar, ou ser adulto e professor.
Tocou o sinal, era para ser mais um dia comum de sua rotina, acompanhada de remédios. Quando não, veio uma surpresa na sala dos professores: era o seu aluno carregado de dúvidas.
Surpreso com o que viu, o aluno disse:
- Professor, seus remédios resolveram seus problemas até agora? Se não porque persiste em se desgastar?
Com essa pergunta, o professor percebeu que não podia viver para trabalhar, mas trabalhar para viver.
O WhatsApp responde
Não represento a igreja, nem a classe religiosa, junto a políticos. Sou apenas Um (1) - número inteiro que segue o zero, e apenas precede o dois, mas é apenas um; e nunca é numeral ordinal associado ao cardinal, tornando-se o primeiro, e que lidera uma sequencia de elementos, e sua representação - eleitor interessado em melhorias(por intermédio do voto secreto)para meu estado e para meu País. Não às reuniões representativas políticas.
A Religião mexe, empolga, emociona e convida à uma posição perante o “clamor da nação”, porém , mexe sobremaneira com os aproveitadores da fé, manipuladores de adoração (a Deus?). Os Seminários teológicos brasileiros fazem excelente trabalho na formação de grandes teólogos-pastores que revolucionam as igrejas realizando excelentes trabalhos eclesiásticos.
O “evangelho” se expande, empolga, e vira modo de vida, e vira “comunidade evangélica”, e elege-se representantes nas Casas Legislativas para “defender” os evangélicos ( de que mesmo? - 1 Joao cap.4 vers.4 . Maior é o que esta em nós do que o que esta no mundo”) e nascem pomposos “líderes” caçadores de homossexuais- não confundir com caçadores de marajás – ferrenhos defensores da “ moral” e promotores de mega eventos para mega igrejas. E surgem os “ sem papa na língua”, e surgem os “ vou melhorar um pouquinhos sua pergunta minha filha”, e surgem os “Defensores dos Direitos”(de que mesmo?), e os programas de TV de 2 milhões de Reais por mês ; e surgem os “curtidores-seguidores” do face, Twitter. Meu Deus! E surgem os convites para “reuniões do povo de Deus” da Bancada evangélica( da bala?) para ouvir e dar apoio a políticos interessados em união de Classes(corporativismos religioso?)
O Evangelho se torna parte do Terceiro Setor? Por falar em Setor, Carlos Montaño em seu livro Terceiro Setor e Questão Social(2010, p.53) não poupa críticas a ele quando se torna parte, e aliado do capitalismo,pois deste modo, suas ações contradizem as “boas intenções” camufladas.“
Ampliando nossa turva visão crítica teológica, deslumbraremos que não só os intelectuais “orgânicos, mas também os intelectuais “líderes” mal-intencionados(caçadores de pecadores ou de corruptos...) das pomposas igrejas “independentes”,tradicionais,apontam, com certeza,para os interesses das suas corporações.
E nasce a utopia triunfalista de que o evangelho tomou conta do Brasil, de que o povo evangélico é poderoso em voto, e que não pode ser ignorado pelos pretensos políticos – caçadores de votos e estabilidade financeira...
E o evangelho é colocado no liquidificador na companhia de : “ buscadores de bênçãos”, de “abençoados” e nunca abençoadores, poder, dinheiro, substituto do Estado, Terceiro Setor, corporativismo, legalismo exacerbado( em substituição à graça de Deus, e a cruz de Jesus Cristo)e buscadores de fama. Os púlpitos estão emudecidos perante as peraltices dos emergentes “ pregadores-caçadores”. Por que? - Receio , do desafeto às ovelhas ( curtidoras dos “vou melhorar sua pergunta...”), do assumir posições pela minoria...?( Nem sempre a multidão trilha acertadamente).
O líder escolhido por Deus para liderar seu povo a lugares celestiais na intercessão do Espírito Santo, não representa a Igreja junto a setores políticos eleitoreiros. Ele representa sim, sua comunidade, na parceria com setores cooperativos de sua Associação , rumo a evangelização do povos daqui e de além mar. Ainda filosofamos, socializamos?
Estamos caminhando para um desfecho trágico nesse “enredo de retalhos”: Brasil de maioria evangélica,( a Igreja assumindo o poder absoluto?) partidos políticos evangélicos, de forjadores de opiniões tendenciosas; de gente confusa, indecisa, envoltas em chavões religiosos e amaciadores de ego; que lotam os “muros”( mas a quem pertence o muro?).Quem mesmo está “acima de todos” por aqui?
Estas indagações transfiro ao eclético “intelectual” e “respondedor”, WhatsApp( não me refiro ao ucraniano, naturalizado americano, Jan Koum) Ele não sabe dessas peraltices político-religioso daqui dessas bandas sul americanas.
O Sábado Qualquer
Numa noite quase sábado.
-Finalmente amanhã é um sábado.
-Você quis dizer “O” sábado?
-Não. Por quê?
-Ah achei que tivesse algum significado especial esse sábado.
-Ata. Não tem não. É um sábado como sempre.
-Pra mim é “O” sábado.
-Por quê? Vai passar o dia com família?
-Não.
-Vai ter alguma prova importante?
-Não.
-Vai sair com sua namorada?
-Que namorada?
-Calma. Isso foi de brincadeira.
-Sei.
-Vai ter algum evento?
-Não.
-Mas que coisa, você não aproveita o sábado não?
-Sei lá. Tá muito difícil pra você?
-Ah, eu não sou bom de adivinhar.
-Vai. tenta.
-Hmm… Preciso de uma dica.
-É uma coisa que existe e não existe ao mesmo tempo.
-Não entendi.
-Chuta.
-Não sei, fala logo.
-Não vai ter nada.
- (...).
Desligou o celular e foi dormir.
amanhã vai ser um sábado qualquer.
Esta é uma dor aguda. Vai se tornar crônica. (...) Não a sentirá a cada minuto, mas não passará muitos dias sem senti-la. E aprenderá alguns truques a fim de mitigá-la ou afastá-la, esforçando-se para não terminar destruindo o que, para ser alcançado, fez você se expor a ela.
– O SHERLOCK HOLMES DE MATO GROSSO –
Lá pelo início da década de 90, vários delegados estavam con¬cluindo o curso de formação na Academia de Polícia. Como é comum entre colegas de turmas, a maioria acaba recebendo um apelido, que muitas vezes coincide com o local de procedência do aluno; e assim, dentre os formandos estava o “Dr. Maringá”. Na distribuição das lotações das cidades Maringá saiu prejudicado e recebeu uma cidade de garimpo, violenta e de difícil acesso na regional de Alta Floresta. Lamurioso e inconsolado, seguia con¬versando com um e com outro, mas todos os diretores lhe diziam a mesma coisa: “você foi sortudo demais, foi lotado na cidade onde está o agente Golias, o melhor policial de Mato Gros¬so; qualquer crime que tiver, basta entregar na mão dele que será resolvido facinho!”
E assim foi que Maringá se apresentou em Alta Floresta para receber a portaria e seguir para o novo desafio. O chefe regional foi mais um dos que enalteceu as qualidades do agente Golias. Junto com a lotação Maringá recebeu algumas notícias: a cidade onde iria trabalhar estava enfrentando disputas de áreas entre garimpeiros e nos próximos meses só poderia con¬tar com o auxílio de dois investigadores novatos, pois o afamado Golias tinha acabado de requerer licença-prêmio.
Assumiu a delegacia, passou o primeiro, o segundo, o terceiro dia, e no quarto: pronto! Mataram o irmão do prefeito. Aque¬la anarquia, aquela confusão, todo mundo na porta da delega¬cia querendo solução: cadê o assassino? Por que é que ainda não prendeu? Queremos ele preso!
Foi tanta pressão que não teve jeito, Maringá determinou a um dos novatos que fosse atrás do Golias que estava pescando e o trouxesse com a urgência devida (urgência urgentíssima = uniforme dobrado, na gíria policial).
Logo depois do almoço chega o Golias todo sujo e prestativo dizendo que não se incomodava em interromper sua licença e que estava disposto a ajudar. Ufa!
Além da satisfação em conhecer aquela figura lendária, Ma¬ringá passou a observar passo a passo as atitudes de Golias para aprender os dotes daquele que seria o maior detetive das terras de Rondon. Golias pediu a chave da viatura e saiu em alta velocidade cantando pneus, e uns 10 minutos depois chegou ele conduzindo um rapagão de uns 2 metros de altura contido pelo colarinho e dizendo ao novo delegado: “aqui tá a solução!”
“Quando acontece alguma coisa nessa região é só prender o Zoião, porque ou foi ele ou ele sabe quem foi”.
E foi assim que Maringá descobriu os segredos investigati¬vos da “Lenda”, que muito se assemelhavam aos do Capitão Louis Renault, o chefe de polícia de Casablanca que diante de qualquer crime determinava: “prendam os suspeitos de sempre!”.
Melhor que a conversa só Ele
No dia 18 de janeiro de 2019, ele respondeu meu "Olá" com simpatia e simplicidade se alistando a minha missão de lidar e me libertar das conversas monótonas sem pé nem cabeça.
Intimado pelos meus pré requisitos, mostrou-me com sua diplomacia que tinha conteúdos inimagináveis, além de sua boa conversa desenrolada com diálogos de maturidade e vivência. Raridade na certa! O maior desafio já não era mostrar-me interessante, pois isso ele transparecia naturalmente! O desafio agora se dava por descobrir mais sobre aquele intrigante moço do sorriso encantador que me fazia perder noção das horas e aguardar um novo dia para o prosserguimos da prazerosa conversa. O que eu pensei que seria "Oi, me conte sobre você?" Repetitivo e alheio , Acabou sendo um inesperado "posso te contar um segredo?". Como chegamos nisso em menos de uma semana? eu não sei dizer. Mas que ele é especial assim como o reflexo do espelho incomum de nossos segredos , isso não me há dúvidas.
Quem diria que ainda existe conversas interessantes em tempos de indivíduos desinteressados, conversas reflexivas em tempos de inrracionalidade, e novas visões de mundo em tempos de crenças cegas. Ele foi a prova viva, que a vida nos surpreende e nos põe a prova até do que desacreditamos.
Tirou minha total atenção, na qual eu tanto bati no peito dizendo que não era coisa fácil. Além dela robou-me o tempo, a atenção, as boas ideias, os "bom dia", os elogios , o apresso, a vontade de ir a Ásia nadando euforicamente para tomar um chá as 16:00 em seu fuso-horario enquanto comemos um "yakimeshi safado" e esperamos nossa série favorita carregar.
18.520 km separando uma ótima companhia para passar uma tarde de Netflix e risadas.
Parece desespero, não é? Pois saiba que não! É saber valorizar em época de desvalores, é seguir o coração mesmo que ele nos leve para longe! É ouvir o instinto e as vontades porque nós sentimos bem sendo intensos, espontâneo e imprevisível. É ser recíproco em éra de egoísmo, é se fazer presente na presença de quem sentimos ser um grande presente do universo.
Foi no dia 18 de janeiro que eu dei "Olá" a quem hoje não cogito a hipótese de nunca dizer um "adeus".
Um "amor" só para chamar de meu
É Natural querer um amor para chamar de seu, dividir a vida, arquitetar os planos, fazer a vida valer a pena.
Triste quando o "chamar de nosso" não passa do chamar! Chamar atenção para as discordâncias, chamar a humilhação para uma pequena demonstração de importância e afeto. Chamar o sentimento não tão recíproco da parte dele e que ainda que você faça de tudo na relação, você saira como errada da história. Leva-se a culpa a mulher que se prende aos rótulos de casais por medo de ser rotulada a "solteira", e entra na dependência de um amor meia boca.
Chama-se de "nosso" apenas na teoria, por que na prática , o caráter deixa de funcionar. E os amigos e conhecidos sabem que ele chama as outras para sua cama na sua ausência.
Não confunda "liberal" com mal caratismo.
Ser liberal é uma escolha só sua, desde que seja transparente com os demais envolvidos. Mal catarismo é enganar e persuadir quem nos problemas enfrenta com você! Quem nas noites mal dormidas te acompanha, quem supera, cuida e ama.
Quem na sua ausência não faz festa.
O amor é inegável que existe, mais existe só dá outra parte que realmente acredita na sua fidelidade. Já o seu amor? É pelos próprios interesses e pela situação cômoda que você encontrou no amor dela, e no seu egoísmo. Aceita quem largou tudo por você de braços abertos e obriga ela aceitar a ser a enganada da história.
História essa que na cabeça dela enquanto idealiza ser um conto de fadas, na sua não passa de um enorme conto de falhas e vacilos jogados para debaixo do tapete.
Das brigas se cresce no drama, no drama se cresce na pena, na pena manipula, a ainda se vitimiza dando o benefício da dúvida a quem você tanto cobra certezas.
Percepção de amor baixo essa sua, em que faz ela se sentir insuficiente, usada, como um objeto quebrado e ainda sim se nega a descartar, por que na sua concepção você está certo e o seu único mal é o acúmulo.
Acumulação de sentimentos, de momentos, de presenças e de mulheres (só deixou de esclarecer a última opção )
Bate no peito pagando de pegador, e pra ela? Bate na bondade e amacia uma nova chance.
Acredita mesmo que o amor dela é gigante aponto de amar pelos dois. enquanto você ama três, quatro , cinco, inúmeras mulheres enquanto ela trabalha acreditando que com ela você está em boas mãos, e não que suas mãos estão em outras boas companhias.
Inescrupuloso seu conceito de amor! Acha mesmo que estar a ganhar com essa situação? Abre seu olho guri! Que você está prestes a perder tudo, inclusive ela.
Não arrisque tanto, você já perdeu os amigos por não concordarem com suas condutas, perdeu a razão, e aos poucos perderá ela! Porque a verdade uma hora vem. E sobre Caráter? Pode ficar despreocupado, esse você não perderá nunca. Até porque não se perde, aquilo que você nunca teve.
O óbvio também precisa ser dito
Trabalha com as entrelinhas, e acha que essa sua língua de sinais barata vai fazer ela entender que você já não quer mais nada? Você não é mudo colega! E mesmo que você fosse saberia informar claramente que ela já não é mais seu objeto de cobiça e desejo. Quando quis, usou até linguagem não verbal e soube espressar-se muito bem o quanto a queria, soube tirar proveito da sua incapacidade de explicação e esqueceu de dizer que só queria em sua cama e não em sua vida. Ah mais a culpa dessa narrativa é dela que é quem não soube interpretar né?
Sabe-se comunicar muito bem mesmo com essa sua gramática torta, vai lá e diga o que precisa ser dito.
Ficar online e não responder não significa "acabou aqui , não te quero e tchau", e sim que você pode estar simplesmente ocupado. Assim como sumir, não é convite de atenção as pessoas ao seu redor, e sim que as vezes só se quer dar um tempo pra si. Independente, vá lá o óbvio também precisa ser dito!
Ela não é boba, sabe que quando você não prossegue a conversa, é porque não está afim de papo. Mas, custa dizer que não quer papo especificamente com ela? apenas com as próximas investidas. Ela não tem bola de cristal! Não lê mentes, muito menos entende o porquê você esfriou de uma hora pra outra, e ainda sim gasta as forças tentando aquecer você, talvez por que o óbvio nunca foi dito entre vocês .
Acha que dar a desculpa de que não dá para vê-la por que a faculdade tá puxada, vai fazer ela sumir da sua vida? Assim como você costuma sumir quando rouba o prazer carnal dela sem ninguém precisar dizer nada, nem o óbvio.
Acredita mesmo que ignorar as ligações dela pela manhã , compensa com suas mensagens de noite de "Oi amor, me manda um nudes" porque sua atenção foi cedida.
Que jogos imaturo, que covardia juvenil! Seu medo em dar cara a tapa não se compara com o medo que ela se encontra em suas incertezas, seus joguinhos, seu desinteresse e ela ainda espera você dizer algo, qualquer coisa para ao menos aliviar a insegurança dela. Mas, seu egoísmo de não por um fim nisso vai do que todos já esperamos, vai do seu óbvio não dito.
Sentimentos não funcionam assim! Uma hora ligado outra hora não. Nem todos sabem viver de relações rasas, vidas vazias e camas cheias.
O óbvio também precisa ser dito, porque ninguém nasceu aprendendo a língua dos covardes, muito menos dos babacas. Seja mais homem e menos óbvio por favor!
E se eu te digo isso? É porque o óbvio também precisa ser dito....
Até quando, meu Deus?
Até quando, meu Deus? E tenho feito esta pergunta, desde quando eu nasci.
Vejo a vida como se ela fosse um filme ou uma novela. Tudo parece ser muito repetitivo ou cansativo.
Vejo as pessoas como se fossem personagens, passando por inúmeras fases... Vivem os seus dramas e vinganças, suas paixões, alegrias e tristezas, constantes ou não... Amores, idas e vindas, glórias e derrotas, realizações e frustrações.
Tudo o que um ser humano vive na própria pele, enquanto está encarnado. Me canso, ao assistir o meu próprio filme, novela ou teatro... Assim como me canso... ao assistir o filme da vida alheia também.
Mas, na simplicidade da vida, eu sempre encontro uma certa beleza, um certo encantamento... e isso me transmite paz.
Se não é complicado, difícil, se flui apenas... é algo belo, transcendental!
A besta humana, quando não complica a vida... faz brilhar a sua essência divina, assim como o sol faz, todos os dias... ao nascer...
Verdades dolorosas demais para se ler em 5 minutos
Olho no olho, uma dúvida sem incertezas uma química inexplicável...
Você sente o mesmo, e sabe que o "mesmo" te sente também. Porque sentimentos são reflexos involuntários.
Quando a gente realmente ama, faz-se o ato de amar. A saudade vira emergência, o olhar vira paisagem paradisíaca, a conversa vira coaching de auto estima, e a companhia vira vício. Sem essa de amor em banho Maria, responder depois de 3 dias uma conversa de WhatsApp, ou "não sou bom em puxar assuntos", "acho que não é a hora certa de conhecer sua família e amigos". Não existe justificativa certas para atitudes erradas, não existe amor....
Quando se ama , não se teme os vínculos, afinal deixa de ser motivo de preocupação alimentado pela incerteza , e se torna espontanidade criada com cuidados, alimentada pela lealdade , crescida e amada pela razão com ou sem rótulos ambos sabem respeitar ao outro.
O apresso transcende qualquer forma de compromisso, e o valor não se da pelas palavras e sim pelas atitudes .
Quando alguém realmente te quer não existe dúvidas, mesmo que as perguntas não sejam respondidas.
Quando você ama não se pede amor e não se cobra suas obrigações, porque o amor paga a conta e ainda sobra troco.
Quando se ama, do dia se faz noite, nos minutos se faz lembranças, dos sonhos se faz planos, dos planos se faz uma vida (nossa vida).
Quando se ama não se há chateação com a falta de interação! porque, quem ama arranja meios de participar da sua vida cada vez mais, e mesmo que com ou sem gostos incomuns na relação , cria-se uma nova personalidade em que ambos curtem e se curtem juntos.
Quando se ama o toque tem mais energia, o dia tem mais horas, o simples tem mais vida, e o complicado tem menos valor, pois é enterrado.
Quando se ama, a felicidade não esta em likes nas fotos, acompanhamento de storys , ou em uma foto mandada há seis dias atrás em que a pessoa comeu lasanha e lembrou que você gosta de lasanha... Afinal ela "lembrou" que você existe. Quando se ama a foto curtida é a que você está marcada, os storys são os da sua conta e a foto não existe! Porque você estava ocupada de mais devorando uma lasanha a dois a luz de velas na sua sala de estar.
Quando alguém te ama, você vai saber que é amor simplesmente porque amar não é um "alguém", amar é um "estado físico/ psíquico / emocional" por/para alguém e ele se encontra em todos os tipos de químicas... Aliás não só na química na física, matemática e até naquela aula de história que antes te entediava e hoje você ama ensinar e relembrar .
As vezes quem ama não te-diz amar, te mostra que és amado. Amor é atitude, não palavras de convencimento, garantia ou conforto.
Ei?!... Se tem dúvidas que alguém te ama, meu amor, confie que não há amor.
Rótulos podem até surgir algumas dúvidas (se você realmente é uma pessoa que liga pra eles) mas o amor afoga todas elas em um ponto que a única certeza é que só se quer amar.
CRÔNICA DO CAFÉ
Cliente I: café, por favor.
Atendente: puro ou com leite?
Cliente I: puro.
Atendente: com açúcar ou adoçante?
Cliente I: açúcar.
Atendente: eis o café.
Cliente I: obrigado.
Cliente II: café, por favor.
Atendente: puro ou com leite?
Cliente II: não posso tomar leite, tenho intolerância à lactose. É uma deficiência de uma enzima no organismo, chamada lactase. Dia desses, bebi um copo de leite, tive cólica abdominal e diarreia. Foi horrível! Você não sofre disso?
Atendente: não, senhor.
Cliente II: agradeça todos os dias.
Atendente: eis o café... puro!
Cliente II: não vai perguntar se quero com açúcar ou adoçante?
Atendente: deveria, mas estou com receio de o senhor sofrer de diabetes e dar outra aula.
CRÔNICA DO ESCRITOR
Um escritor e sua esposa discutem a relação.
Esposa: "Você não tem mais tempo para nós."
Escritor: "Como assim?"
Esposa: "Você só escreve!"
Escritor: "Não seja injusta."
Esposa: "Então me diz o que está fazendo agora?"
Vendo o lápis e o papel nas mãos, o escritor os larga e começam a namorar. O clima vai esquentando...
Esposa: "É tão sublime essa troca que poderia ser eterna."
Então, o escritor interrompe o ato e pega o lápis e o papel novamente.
Escritor: "Espera. Vou anotar isso."
CRÔNICA DO HIPOCONDRÍACO
Eduardo teve uma leve dor de cabeça naquela manhã de sábado. Correu até a caixa de remédios, tomou um analgésico, e pensou:
- "só pra garantir".
Após o almoço, foi cochilar, mas se sentiu um pouco esquentado. Correu até a caixa de remédios, tomou um antitérmico, e pensou:
- "só pra garantir".
À tarde, vendo Tv, tossiu por um momento. Correu até a caixa de remédios, tomou um xarope antitussígeno, e pensou:
- "só pra garantir".
À noite, foi se arrumar para um encontro com uma garota que conhecera num aplicativo de paquera. Correu até a caixa de remédios, tomou um viagra, e pensou:
- "só pra garantir".
CRÔNICA DO CURIOSO
Um homem discute pelo telefone celular em voz alta no ônibus.
- "Eu não fiz nada demais... Ela é uma amiga! Já falei mil vezes... Quê? E vou dormir onde?"
Um rapaz ao lado no ônibus pede licença.
- "Oi, você poderia colocar seu fone no viva-voz?"
- "Ué, por quê?"
- Porque estou curioso para ouvir o outro lado.
"...acolher não é somente dar boas vindas e depois não dar mais nem atenção. Um bom acolhimento acontece no cotidiano, na compreensão mútua das limitações, na preocupação com o outro, não nas coisas que faz, mas nas coisas que necessita, materiais e emocionais, enfim, tudo que se faça necessário para o viver melhor, para ser mais feliz ..." ( in: Acolhendo)
Levei meu sobrinho para passear comigo, há tempos ele vinha me pedindo, animado, seriamos só nós dois. Crianças abaixo de cinco anos nunca foram meus favoritos, só venho lidando com crianças de vinte dois anos ou mais.
Só que pensei ser uma boa oportunidade, saímos e eu descobri uma inveja dessa energia juvenil, a gente perde tanto quando cresce. Tudo bem, não digo perder, sacrificamos muito para conseguir zelar por nossa sobrevivência. E nesse exato momento, eu almejava um pouco dessa vitalidade que a vida me tirou. Mal me lembro da sensação de ver o mundo pela primeira vez.
Voltei meus olhos para o meu sobrinho e ele pulava, sorria, caía e levantava sem muitas preocupações na vida. Tudo o que tinha era o presente e só isso bastava. Os frutos do futuro não lhe interessavam. Essas preocupações cabiam aos seus pais, este é único período da vida em que temos o direito de entregar nossos destinos nas mãos de outros, todavia, conheço adultos que ainda insistem em fazer isso. Tolos, não sabem que depender dos outros é um luxo que não podemos nos dar. Porque a vida maltrata com socos no estômago. Quando crescemos, o presente é invadido por possíveis futuros, a maioria deles irreais.
Somando todas as invejas que senti de meu pobre sobrinho, aquela foi uma das mais marcantes. Pensar na maneira como já tive o presente e perdi fez dessa a maior perda de uma vida. Agora mesmo, enquanto meu sobrinho brinca nos brinquedos do parquinho, eu checo meu celular pela quinta vez, procurando por pessoas que definitivamente não estavam ali. Preocupando-me com compromissos que ainda virão. Já não sei como recuperar o luxo do presente e só. A vida te pede para ficar.
Então voltamos para casa. Caminhamos por entre as pessoas, ele grudado no meu braço, e me puxando para que cessasse meus passos, como se toda a sua vida dependesse disso. Meu sobrinho queria voltar, pois algo lhe roubara sua atenção, algo no mundo era digno de seu afeto. Queria pegar uma tampinha de garrafa dourada no chão.
— é só uma tampinha de garrafa. — disse eu.
— eu nunca tinha visto uma dessa cor.
E foi aí que eu me dei conta que crescer é uma grande perda e me dói saber que meu sobrinho logo será um adulto como muitos outros, lamentando a perda de quem foi um dia.
A moldura da obra de arte era sempre a parede do quarto. Sempre não. Às vezes dividia espaço com o teto.
O quarto pequeno, com duas caminhas de solteiro e um guarda-roupas, dava espaço para o sol, todos os dias de manhã, quando ele entrava pelas frestas da janela sem cortinas e refletia na parede (e não muito raro, também no teto) o mundo lá fora.
Algumas vezes o colorido se fazia presente. Outras, só a sombra desenhava a pintura.
A planta encostada na parede de fora, a cachorra deitada no sol, e a mãe passando com o cesto de roupas sujas para pôr na máquina de lavar.
Raios de sol que entravam despretensiosamente pelos buraquinhos pequeninos da janela, faziam o dia daquela criança começar com mais imaginação.
O quarto pequeno ficava grande.
O sol era o pintor. A parede era a tela. A vida lá fora era a inspiração.
A criança que enrolava a sair do quarto para apreciar mais um pouquinho daquela pintura singular, feita sob medida na sua parede, se descobria, ainda pequena, amante da arte, mesmo sem imaginar que a arte poderia simplesmente, entrar pela sua janela enquanto ela dormia.
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(Eu sempre amei observar os desenhos que o sol faz dentro de casa. Hoje, deitada na cama e mais uma vez, apreciando a luz natural entrar pela minha janela, resolvi resgatar - e registrar aqui - a memória de quando eu comecei a admirar essas pinturas)
Já faz alguns dias que a brisa que entra pela fresta da janela deixa a casa toda gelada. As vezes não é brisa, é ventania. Em alguns momentos o vento vem tão forte que consegue abrir todas as caixas que estavam lacradas no sótão da minha memória.
Na maioria das vezes eu fecho tudo correndo pra não deixar o vento bagunçar a casa que eu levei tanto tempo pra arrumar. Confesso que outras vezes aproveito pra espiar as lembranças que ficam espalhadas pelo chão.
Enquanto tento organizar tudo de novo, me permito sentir o frio que preenche todo o ambiente, mas me protejo enrolada no cobertor e fecho as janelas na tentativa de me privar de mais um vendaval gelado.
Fecho com fita reforçada cada caixa que foi aberta. Faço um chá quentinho, me acolho no sofá e fico esperando o dia seguinte sem tentar adivinhar a previsão do tempo.
Vai que amanhã, no lugar da brisa gelada, entra o sol trazendo luz e calor pelo vão que eu deixei aberto. Se assim for, vou abrir todas as janelas e agradecer pelos dias frios, que me ensinaram que as estações não duram pra sempre, mas que se nossa mente é nosso lar, a gente precisa deixar nossa casa aconchegante para enfrentar qualquer temperatura, né?!
Sem perceber eu já havia começado a separar tudo o que gostaria de levar na viagem. Fui me desfazendo aos poucos do que não caberia na bagagem. Deixei com certas pessoas coisas preciosas. Guardei com cuidado retalhos de algumas histórias. Foi difícil jogar fora tudo que não me cabia mais. Escondi no fundo da mala algumas lembranças que não ocupavam mais tanto espaço. Embrulhei com cuidado todos os cheiros, sabores e sensações que eu já tive. Deixei a mala de mão vazia, pronta para colher novas lembranças ao longo do caminho.
Conforme vou seguindo sem mapa, aprendo a contemplar cada passo que dou, cada tropeço, cada experiência e cada um que passa por mim. Quanto mais longe eu vou, menos pressa eu tenho de chegar no destino. O desequilíbrio de andar sempre com mais perguntas do que respostas, não me incomoda.
Vez ou outra eu paro, respiro, deixo alguns pensamentos antigos no meio do caminho para seguir com a bagagem mais leve, escolho uma nova estrada e recomeço. Não sei ao certo quando essa viagem vai ter fim, mas me contento em saber que sou eu que escolho a rota, a companhia e o peso que levo comigo durante todo o trajeto.
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(Do bloco de notas pra cá. Coisa muito rara de acontecer, mas hoje deu vontade)
O nó que você desfez de nós
Tão rápido como quando se amarrou em mim, antes que eu pudesse perceber, você afrouxou o laço e desfez o nó.
Não me deu tempo para te ensinar um jeito novo de amarrar. Você alegou que aquele nó, que você mesmo fez, te sufocava.
O erro foi desfazer o nó de nós, quando na verdade, deveria ter desfeito o nó da garganta.
A corda ficava na verdade, no pescoço. Nas palavras não ditas, engolidas a seco.
Mas a opção foi sua. Deixou a corda na garganta e desfez o nó da pele, da mente, do coração.
O nó de nós não existe mais.
Não existe.
Não há mais laço que nos mantenha presos um ao outro. Não há nó que sangre a pele.
Tão rápido como quando o pai ensina o filho a amarrar os sapatos de um jeito firme, o filho puxa o cadarço com uma única mão e desfaz o laço que criou.
O laço que você me ensinou a fazer. O nó que você desfez de nós.
Corpos Promovidos
De que vale a promoção? Do corpo a validação? Livros de rostos, mas não livres de restos. Corpos desnudados. Egos inundados. Números sem donos e bocas mundanas. Poderia listar os múltiplos benefícios, mas vale um copo vazio tal ofício? Da novidade ao momento propício? Momentos estes que, tão precipitados nasce um resquício? De atenção ao clichê fictício? Tudo por um prazer orifício? Trocaram a conquista pela praticidade, e muito se engana quem não confunde o casual com banalidade. Ela deu no primeiro encontro. Ele a comeu, se vestiu e pronto. Daria um belo conto, mas não houve emoção, por isso nem te conto. Ela foi esquecida com outra após o segundo encontro. Ele havia sido mais um entre tantos, por isso largou o amor no canto. Conheceu numa festa que dividiu a boca com mais dez e você sequer lembra o que fez. Bebeu, encheu a cara e deu. Teceu um comentário numa roda de amigos o que fez e como a fodeu. Tudo em prol da tal liberdade. O problema é que ninguém nota que esta se disfarça de libertinagem. A mesma que quando afetada culpam a sociedade. Conheceu, passou pro próximo e esqueceu. Usou, se apegou e cedeu. Juliana não fazia o tipo de André, mas André só queria se esvaziar, e Poliana pra esquecer o ex, deitou-se com o primeiro para se saciar. A vantagem é que ninguém tem o que o cobrar, mas daqui há dez anos o que vai sobrar? Prazer rima com lazer. O problema é que lazer custa caro, e no final, até você precisará de amparo. A arte de “Beber, que amar está difícil” gerou uma criança carente de vícios - Que apoia-se as coisas pequenas para suprir o vazio, mesmo sendo elas amenas feito um pavio. Mas cá entre nós... Nesta geração de corpos promovidos, é um legado que até eu viveria embriagado.
