Tag crepúsculo
Realidade
Eu vou acontecer,
qualquer hora
destas!
Qualquer hora,
qualquer minuto,
qualquer segundo,
eu aconteço.
E eu acontecendo,
parem os relógios
e ponteiros...
Para que eu fique,
neste tempo,
eternamente,
acontecido!
A lua não surgiu
Luz macia.
A escuridão da noite parece não querer aparecer.
Esconde-se por detrás dos altos edifícios.
Ruas tumultuadas...
Tanta gente apressada.
Pressa que não leva a nada.
A lua não surgiu no céu do anoitecer.
Quer ela também brincar de se esconder.
Nuvens róseas e lilases...
O crepúsculo tarda.
O sol não está com pressa de se esconder...
Dourado... afáveis raios cobrem a terra.
Paz... a noite sua hora calmamente espera.
O nascer e o pôr do sol são dois espetáculos grandiosos para os quais todos estão convidados a participar.
CREPÚSCULO
No oriente brilha lua
No ocidente a luz recua
Mais uma noite se aproxima
Um sol laranjo se dizima
Que mistérios têm lá em cima?
No lusco-fusco nos ensina
Nem sempre é o brilho que fascina
Um acalanto pra retina
Em meio a tanta pantumima
Penumbra de paz repentina
Depois de mais uma rotina!
A Poesia é - da vida - a célula que nem todos percebem, ela está em tudo e basta ter senso de observação para vislumbrá-la. Nada passa despercebido a um poeta. Em simples ou refinados textos, singelas palavras ou eruditas linhas, há horizontes timbrados de amanheceres e crepúsculos, mostrando que a vida pode ser sempre mais. Divulgar levezas, enfeitar em letras suaves e coloridas o tempo de cada um, unindo a fantasia, a reflexão, e a realidade, mesclando a vida em tons marcantes ou não, como ela geralmente é. A poesia e o poeta são imprescindíveis.
Quisera roubar um pedaço do crepúsculo e assim tocar o infinito, pois ele sempre existiu e existirá. Sigo então à procura desse âmbar intocável em mais uma tarde que esmorece em direção à noite. Nesses momentos sou uma sombra, perco-me e preciso cantar para saber por onde anda meu coração, pois ao crepúsculo de cada dia - mais um pedaço se vai. Sou finita, jamais saberei as verdades todas. Quem toca-me é a mão de veludo desse entardecer. Junto a ele faço uma prece, agradecendo mais um dia, mesmo que não tenha sido tão bom, mesmo que a esperança tenha vacilado ou que a saudade tenha dado o ar da graça dentro do coração, mas este é forte e tem lugar para muito mais ainda.
Já abraçou aquela pessoa especial que está sempre em sua vida ?
Já disse que a ama ou, até mesmo, tirou um dia inteiro para curtir cada momento ao lado da mesma ?
E se hoje fosse o seu último dia ?
uma pergunta fácil para se responder quando se sabe o que vai acontecer mas, a morte é como sonhos e pesadelos : você não planeja, simplesmente acontece.
Não deixe para amar amanhã, beijar amanhã, abraçar amanhã.
A morte é apenas o princípio, então viva a dádiva que é estar vivo a cada dia, conhecido também como o agora, conhecido também como presente
Quando seus olhos castanhos são iluminados pela luz do crepúsculo ou pelo fogo de uma lareira, eles brilham vermelhos e cheios de vida.
O negro também é luz, mas para ver, é necessário enxergar com a visão interior que não esconde nenhum crepúsculo
Noturnas vidas vazias
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Noites monótonas que se vão
Vazias como minha vida vazia.
Vida vazia que noites devoram...
Noites que devoram minha vida vazia.
Vida vazia que nunca se completa...
Sombria vida vazia que sombrias noites devoram.
Madrugadas lerdas que vem e se vão
Ao som de galos que ao longe anunciam
Auroras furtivas e sem encantos.
Auroras que vem e se vão
Trazendo longos dias tediosos,
Dias que por fim crepusculam
Dando espaço a noites sem nenhum deslumbre.
Oh, vida vazia que me tortura
Dia após dia num incessante penar.
Existência sem graça e sem glamour...
O que me resta então, senão o odor?
Pois teu cheiro permanece em mim,
Lembrança perene que causa dor.
Memória serena que nutre
Tímida esperança de amor.
Sou a solidão
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Sou os dias longos, os crepúsculos desolados, as noites sem fim,
as madrugadas tediosas e as auroras sem glamour...
Enfim, sou a solidão.
CREPÚSCULO
Vê-se no silêncio, e vê, pela janela
O cerrado, eclodindo pra vespertina
Melancólico, perece o sol, e mofina
Outro fim de tarde, e a noite vela...
E ai! termina mais um dia, e revela
As horas, que a viveza se amotina
De sua rapidez, pérfida e assassina
Tão sem troco... - um atributo dela!
A melancolia no horizonte, é saudade
As sobras das lembranças, é desgosto
E o que se resta agora é outra idade...
Olhos rasos d’água narram o sol posto
Lúrido, duma emoção em calamidade
- de o crepúsculo do tempo no rosto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2026, 17'00" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Você
...foi mais ou menos isso:
um susto louco
ao dobre do crepúsculo,
como se meu corpo
fosse todo-olvidos.
MOMENTOS IDEAIS PARA ORAÇÕES, MEDITAÇÃO: Às 06:00hs e às 18:00hs.
Poucos aplaudem o grande espetáculo, a dádiva da vida. A "civilização" nos treinou para sobreviver, recuar, avançar, guerrear, trabalhar em equipe, vencer a qualquer custo, defender espaços, transpor diariamente obstáculos, para podermos prover nossas famílias e auxiliar os amigos queridos. Paradoxalmente, essa entrega total compromete a própria existência. O que fazer? Como "equilibrar" trabalho, família, escola, saúde, religião, convívio social, esportes, entretenimento?
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
O crepúsculo fechou a porta do dia e com um sopro cintilante de luz acendeu o candeeiro da noite, pintou a lua de prata e purpurinou o céu de estrelas.
#CREPÚSCULO
Tarde vem...
Céu escurece...
Cai...
Sol escondendo...
Frio chegando...
Alguém passando...
Lua diz que virá...
Quer na noite brilhar...
Mas somente depois...
Que a primeira estrela se apresentar...
Não tem seresta...
Não tem serenata...
Tempo estranho...
De paixões mal contadas...
As pessoas se recolhem...
Trancam-se em suas casas...
Na rua quem caminha...
É o vazio...
O nada...
Será uma cólera divina ?
Fado...
Triste sina...
Me recuso a aceitar...
Quero ser como a lua...
Pelo menos por essa noite...
Brilhar...
Sandro Paschoal Nogueira
SONETO NO CREPÚSCULO
Morre o dia. Aqui no cerrado goiano
Dizemos-nos adeus silenciosamente
À meia luz do entardecer confidente
O sol no horizonte desfalece profano
Em um purpureado lôbrego poente
O céu é degustado pelo breu ufano
Num longo abraço de um cotidiano
Do sol e a terra num valsar ardente
Da vidraça, o crepúsculo soberano
Invade o quarto numa luz pendente
Vindo do luar voluptuoso e fontano
E, como uma orquestração silente
A noite se prostra num olhar arcano
Embalando o dia misteriosamente...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2016, novembro
Cerrado goiano
CREPÚSCULO DO TEMPO (soneto)
Vê-se no espelho, e vê, pelo tempo fugaz
Uma desconhecida face que ali se ilumina
Decaída, expira a mocidade, e aí! termina
A juventude mais pasmada, que agora jaz
Outra ruína mais funda se revela... sagaz
As marcas do andamento... uma heroína?
Não... Furtou-me a idade, pérfida chacina
Mais que ter beleza, foi-se o ânimo audaz
Os fios brancos, e o amarrotado desgosto
Abarrotado de opaco, o intrépido se ver
Pondo no olhar, o luzidio de um sol posto
Chora, o dispor, que não faz então esquecer
Trêmulo no viver, de lágrima triste no rosto
Põe a confidenciar... que estou a envelhecer.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Amiúde
No crepúsculo, ela aparecia amiúde para ele cheia de felicidade com seus cabelos longos, descalça e com vestido branco quase transparente,
No entanto, a miragem ou talvez o encantamento se perdia no cair da noite e isso se repetia como penitência dolorosa por longos dias,
até que, numa certa noite simplesmente a escuridão foi bombardeada por uma chuva de meteoro Lírida e essa claridade desceu como confetes trazendo perfeição naquilo que estava acorrentado as ilusões,
e então, após uma porção de limão caviar e com a dopamina em alta o mundo real começou a ganhar vida novamente,
Nós dois contra o mundo, a torre de Babel foi derrubada.
