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Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Dies irae.

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Não devemos mostrar a nossa cólera ou o nosso ódio senão por meio de atos. Os animais de sangue frio são os únicos que têm veneno.

Arthur Schopenhauer
SCHOPENHAEUR, A., Aforismos sobre a Sabedoria da Vida

A cólera é um cavalo fogoso; se lhe largamos o freio, o seu ardor exagerado em breve a deixa esgotada.

Atroz contradição a da cólera; nasce do amor e mata o amor.

Pode-se estar apaixonado por várias pessoas ao mesmo tempo, por todas com a mesma dor, sem trair nenhuma. Solitário entre a multidão do cais, dissera a si mesmo com um toque de raiva: o coração tem mais quartos que uma pensão de putas.
(...)
Mas era ainda jovem demais para saber que a memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas e que graças a esse artifício conseguimos suportar o passado.

Gabriel García Márquez
O Amor nos Tempos de Cólera

A cólera prejudica o sossego da vida e a saúde do corpo, ofusca o julgamento e cega a razão.

Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida é responder uma questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, vem depois. Trata-se de jogos; é preciso primeiro responder. E se é verdade, como quer Nietzsche, que um filósofo, para ser estimado, deve pregar com o seu exemplo, percebe-se a importância dessa reposta, porque ela vai anteceder o gesto definitivo. São evidências sensíveis ao coração, mas é preciso ir mais fundo até torná-las claras para o espírito. Se eu me pergunto por que julgo que tal questão é mais premente que tal outra, respondo que é pelas ações a que ela se compromete. Nunca vi ninguém morrer por causa do argumento ontológico. Galileu, que sustentava uma verdade científica importante, abjurou dela com a maior tranqüilidade assim que viu sua vida em perigo. Em certo sentido, fez bem. Essa verdade não valia o risco da fogueira. Qual deles, a Terra ou o Sol gira em redor do outro, é-nos profundamente indiferente.

A cólera começa com loucura e termina com pesar.

A cólera começa em loucura e acaba em arrependimento.

O homem dominado pela cólera não sabe raciocinar.

Oceano para Prometeu:
“Abafa, ó infeliz, tua cólera impotente; procura alcançar o perdão... Talvez este conselho te pareça de um velho; mas tu sabes que males pode atrair um discurso insolente”.

(Prometeu Acorrentado)

Devemos temer quem odeia a si próprio, pois seremos vítimas de sua cólera e de sua vingança. Cuidemos, então, de seduzi-lo para o amor a si mesmo!

Dito sentimento de cólera, chegaste a mim novamente. Chegaste com teu sorriso estridente, tirando a paz da minha mente.
E eu como ser humano falho que sou, deixei-te apoderar de meu versar, deixei-te estrangular a minha paz, deixei que me matasse um pouco mais.

Lhe parecia aquilo que era: uma armadilha da felicidade que o entediava e atraía ao mesmo tempo, mas da qual era impossível escapar.

Sobre o Mal e a Cólera...

“Devemos Expurgar de Nossas Mentes toda e qualquer Manifestação de Cólera, por ser sem exceção um Sentimento Insano...
Só com Amor tratamos a Ira!...”

Em nossos momentos de cólera só vamos lembrar quem somos após todo o estresse passar e ver o estrago que causamos aos outros e a nós mesmos

É verdade que a cólera dos imbecis inunda o mundo todo. Podem rir, se quiserem, ela não poupará ninguém, nada, ninguém, é incapaz de perdoar. Evidentemente, os doutrinários de direita ou de esquerda, cujo ofício é esse, continuarão a classificar os imbecis, enumerarão suas espécies e gêneros, definirão cada grupo segundo as paixões e os interesses dos indivíduos que o compõem, sua ideologia particular.
(Os Grandes Cemitérios Sob a Lua)

“Ignoras por acaso, ó Prometeu, que um discurso pode minorar a mais terrível cólera?”

(Oceano)
(Prometeu Acorrentado)

… mas sentirás remorso quando tua cólera se extinguir. Um caráter como o teu é uma fonte de dissabores. (Creonte)

(Édipo Rei)

⁠O cólera do mundo é o dinheiro . Os puros de coração se tornam ímpios. Até os sábios cristãos , ou de qualquer crença, concorrem e almejam sempre o melhor: 
O melhor para eles, o melhor para famílias deles, o melhor para seus amigos. para seus oponentes? 
Desejam sim o melhor. Todos se lascando bem distantes e infinitamente!

⁠Desconfie de pessoas que fingem te abraçar com um sorriso, mas que na verdade mancham de cólera a tua alma 

A cólera é o sintoma nocivo e contagiosa que contaminam a nós e a quem esteja no alcance de nosso olhar

Inserida por Jaderamadi

Irônica flor de primavera

Dentre a corpulenta e cinerícia atmosfera,
faz-se o fôlego mais ignóbil, o de mais valia,
sob o único aspecto malsão que se há na primavera
e sob o que se penetra às narinas a instigar hipocondria

E penetra lesta sob a cerne do botão
mais grácil e terno destas insípidas terras,
crescerá à cizânia, como a um lupanar loução;
não queimarias, despontas apenas cadavéricas

Orlas matinais, que à teu mais anacrônico
e pérfido olhar, vistes fecunda terra;
mas como farias para suplantar teu estado antagônico,
se fostes em vida, o malsão desde outrora?

Ah, compreendo mais que tudo, compreendo
este suplício pelo que há de apurado e cristalino,
mas se não há esmorecer,então como não há ânimo?
Tua vida imortal fora tua morte,e o bendito néctar, meando.

Ah, era numa abrasiva estia de primavera,
onde todo o baque aos corpos e pedregulhos
franziam os sinais do mal e teus debulhos;
pranto insólito e vil de tua quimera

Que sorria ao sarcasmo da primavera.
Mas seria a era dos algozes despejados,
que sob os prantos execrados,
dilaceravam as flores da quimera.

Mas nada se esvanecia da vil flor de primavera,
que escarrava e debelava qualquer utopia,
e cada vez mais tua ironia se ascendia
ao pranto que se há na primavera

Gabriel Silva Corrêa Lima

Inserida por GabrielSIlvaLima

Que remédio - o amor?


Os poemas estão duros
o amor desapareceu dos versos
a tinta que antes coloria as linhas
agora, apenas mancha o papel
Falta sinceridade aos romances.

Aos poemas falta amor
aos versos, poesia
aos casais falta romance sincero, melodia
Falta o pulsar no coração dos poetas
Falta retomar o passado com nostalgia.

Falta morrer de amor, ao meio dia
com o peito apertado
após longa noite de desespero
e luzes acesas
e cama vazia.

O amor, aos versos sinceros
aguarda retornar um dia
Almeja transformá-los em poemas inteiros
e a partir do zero
enchê-los com o desespero contido em suas agonias.

Não há remédio para tal mal
há que se amar feito os poetas de antes
e apaixonar-se pela vida todos os dias
Há que se deixar levar pelas curvas do amor
mesmo delirando de febre, encolerizado, cheio de dor.

Inserida por JotaW

Vida do homem medíocre se resume à contentamentos com pequenas alegrias misturados à dias de cólera.

Inserida por lgilberd