Tag cachorro
O cão é igual a uma criança, mas nunca se perde na ganância ou na arrogância, porque ele nunca envelhece.
Quarentena
Como é uma criança
Sem poder brincar?
Como é um cachorro
Sem poder latir?
Como é um gato
Sem poder miar?
Como é um herói
Sem poder salvar?
Como é um homem
Sem poder amar?
Como eu vivo
Sem poder te beijar?
A Folha
Aquela folha amarelada e já castigada por pragas não veio trazida pelo vento, foi o meu cão quem trouxe. Na face da folha já moribunda os buracos feitos pelas lagartas e a marca de ferrugem gravada em sua pele devido à ação do tempo. Sinal da vida se esvaindo por entre os dedos e da morte se aproximando e se fazendo perceber. Em minhas mãos a percepção da dor e do lamento na alma, por entender a importância daquela simples folha e às inúmeras fotossínteses a que ela se prestou ao longo de toda a sua vida. É mais uma estação que se encerra e mais uma folha que cai e ao sabor do vento é levada. Nos olhos do meu cão o pedido de socorro: Salve-a, por favor!
Ao Bethoven VI
A calmaria dos teus olhos negros que através deles já disse tanto sem dizer uma palavra.
Recebeu cada carinho como se fosse a primeira vez que nos vemos.
Acorda junto comigo prova que é meu fiel amigo pula, corre, late entre dias e noites noites e dias sei que do outro lado da porta vai estar sentado pronto para nós.
Pelos brancos apelidado de carneiro, orelhas caídas e o fato de arteiro, querido companheiro estará comigo para sempre.
Nas memórias farei delas doces lágrimas.
Pensa num cara que anda feliz
Pra cachorro
Mas pensa assim num cachorro
Pra lá de feliz
Desde que te vi, que o chão não
Tem fundo, que o céu não tem forro
Cantarolo e morro de rir
GRATIDÃO POR NOSSA CACHORRA
Pacotinho peludo,
Cor de chocolate.
Agita todos os cachorrinhos
Toda vez que late!
Enquanto dorme suspira,
Bufa, ronca e ressona.
Mas quando acorda, espreguiça
E aí encarna outra 'persona'.
Parece um azougue minha amiguinha.
Companheira, há mais de um ano.
Come tudo... bucha, formiguinha...
Que não bobeie nenhum pano!
Boo Cacau a chamamos.
Porte médio e colar de pelos brancos.
A ponta do rabo também leva a cor da neve.
Além das patas da frente e de seus dois flancos.
Mamãe Pitbull com Rotweiller.
Já papai, um simples vira-lata.
Mas isso lhe deu a força
E a esperteza de um pirata!
Ficou por um triz de ir-se embora.
Mas ganhou Johrei e Canalização.
O tétano quase a levou
Mas falou mais alto o coração
Daqueles que deram a ela
O amor, a ressurreição.
Renasceu das cinzas, nossa cachorra.
Hoje só temos gratidão.
Por mais que ela faça arte,
Quase nos derrube e só queira queijos...
Não tem problema: faz parte!
Agora só ganha beijos.
A oportunidade de amar um cachorro e tratá-lo com bondade é uma chance de redenção para um coração perdido e egoísta. Os cães são impotentes e inocentes, e é a forma como tratamos os mais humildes entre nós que certamente determina o destino de nossas almas.
Se quer evitar encrenca, agressões e intrigas banais, não mexa com o cachorro do John Wick nem comente política nas redes sociais.
Sou um defensor do livre-arbítrio. Se meu cachorro opta por odiar toda a raça humana, com exceção de mim, ele deve ter liberdade de fazê-lo.
O cachorro é extremamente leal e protetor, conhecido como o melhor amigo do homem. Mas se diante do perigo, ele balança o rabo pro inimigo, sua amizade vira ameaça. Isso não é sobre cachorros.
Enquanto escrevo tem um cachorro deitado ao lado do gabinete. Fiel e adorado. Estamos em paz. Isso é ter sucesso.
Hoje me deparei com alguém carregando um cachorro reborn — Platão talvez dissesse que estamos cada vez mais fascinados com as sombras, enquanto esquecemos a essência das coisas reais.
Uma história se faz,
quando os caminhos se encontram,
Uma fusão, que se faz presente.
A cada instante, uma energia crescente.
Sempre fiel à sua natureza,
Não poupa a sua beleza.
Tão pouco finge, e com todo amor se envolve,
Entregando a mais pura pureza.
Em um espaço conquistado,
Que aos poucos chegou,
Mostrando-me nele,
Quanto amor doou.
Aonde passa, marcas deixa,
Umas de Amor, outras de Fervor!
Seu olhar penetrava, e quando sentia,
Minha alma gritava.
Tão mais que seus grunhidos,
Era a chama que em mim queimava,
Presente em cada gesto,
Na lealdade que me abraçava.
O amor se encaminha,
Sem pensar, apenas toma seu lugar,
No céu, destinado ao firmamento,
Onde todos que olham lembram dos momentos.
"O cachorro vai para o céu? Mas é claro que vai.
Enquanto o homem carrega o peso dos seus próprios pecados, os cães vivem de maneira pura, inocente, sem malícia. Dizem que os cachorros não têm alma — mas quem diz isso é o próprio homem, esse ser complexo, tortuoso, repleto de falhas e contradições. Foi por causa do pecado humano que Cristo precisou morrer na cruz, numa tentativa divina de nos resgatar de nós mesmos.
Já os cachorros... eles não precisam de redenção. Não traem. Não mentem. Não matam por inveja. Não conspiram. Eles apenas amam — de maneira incondicional, fiel, silenciosa. São amigos leais até o fim, mesmo que esse fim chegue cedo demais. Não foi preciso um cachorro crucificado para que fossem dignos do céu: eles já são, por essência, aquilo que nós lutamos a vida inteira para ser.
O céu, se for mesmo um lugar de justiça e amor, seria incompleto sem os cães.
Eles chegam lá antes de nós — e talvez nos ensinem, do outro lado, aquilo que esquecemos aqui: a arte de amar sem reservas.
O homem complica. O cachorro entende.
Um cachorro é aquele amigo que fica feliz só porque você chegou.
Quando tudo parece desabar, ele está lá: firme, fiel e feliz só por estar ao seu lado.
Onde há um cachorro, há alegria, afeto e um lar mais feliz.
Brucy, o Guardião
No quintal, ao sol, lá está Brucy,
pastor fiel, de olhar atento e doce,
guardando seu lar com porte e nobreza,
e um coração que nunca se fosse.
De orelhas erguidas e olhos sagazes,
escuta o mundo como quem sabe
que a lealdade é dom de nascença,
e o afeto, sua maior habilidade.
Entre corridas e paus no gramado,
seu pelo brilha em cor e força,
é o amigo fiel, o guardião amado,
um laço que o tempo não solta.
Brucy, herói de quatro patas e alma,
é mais que um cão, é parte de nós.
Nos dias claros e nas noites calmas,
ele vigia com carinho e com voz.
PAPELÃO
Já era amanhã.
Logo pela manhã,
no asfalto molhado,
um papelão embolado
rolava com o vento.
Tão pouco desperto,
chegando mais perto,
vi que o tal papelão
não passava de um cão –
que triste lamento!
A criatura inocente,
um bom ser vivente,
pra sociedade doente,
é só um indigente
como lixo descartado –
mas que papelão!
(Guilherme Mossini Mendel)
