Sou uma Filha da Natureza
Aos que Virão: V
A Terra não é herança, é empréstimo. Nossas mãos a rasgaram, envenenaram rios, sufocaram o ar com fumaça de ambição. Construímos desertos onde havia florestas; trocamos o canto dos pássaros pelo ronco de máquinas. Em nome do “progresso”, escrevemos o obituário de espécies inteiras.
Cuidado com a mentira de que destruir é desenvolver. Quem vende a natureza em pedaços não traz riqueza, traz dívida e vocês pagarão o preço. Os oceanos engasgam de plástico, o clima enlouquece, e o solo, exausto, já não nos sustenta e tudo isso enquanto aplaudíamos contas bancárias inchadas e corações vazios.
Não repitam nosso erro: a ganância veste terno, assina contratos, mas seu fim é canibal, ela devora montanhas, seca nascentes, envenena o amanhã.
Se ainda restar verde em seus olhos, protejam-no. A resistência começa quando se enxerga a vida como sagrado, não como recurso, plantem árvores onde deixamos cinzas; resgatem os rios que aprisionamos em concreto.
A natureza não pede perdão ela devolve, com juros, cada ferida. Salvem-se salvando-a. O futuro não é uma linha reta; é um círculo quebrado. Refazê-lo ou enterrá-lo: a escolha, agora, é de vocês.
Para os que Virão: Parte VII
Não permitam que a infância seja engolida por retângulos de luz, pois, as telas são um veneno doce, que adormece mãos curiosas e aprisiona olhos que deveriam decifrar o mundo. Exijam que as crianças caiam no chão, risquem os joelhos, sintam a terra úmida escorrer entre os dedos. A lama não é sujeira: é tinta, é mapa, é o primeiro diálogo com a vida real.
Há uma conspiração silenciosa para substituir o cheiro de grama molhada por notificações, o susto de uma minhoca por likes. Resistam. Brincar na terra não é nostalgia é treino para ser humano, é ali que se aprende a criar com o que existe, a frustrar-se com as formigas que invadem o castelo, a celebrar a tempestade que arrasa tudo. A tela ensina a consumir; a terra, a transformar.
Não tenham medo do tédio, do barro nas unhas, do silêncio que parece vazio. É nele que a imaginação cresce raízes. Seu futuro não será salvo por algoritmos, mas por mãos que sabem semear.
Desliguem. Cavem. Existam.
Quando as encarou de frente
O que as árvores e teus medos te disseram?
Quais são as verdades que o vento te sussurrou?
Quais murmúrios dos riachos você ouviu?
Quantos quilômetros contigo mesmo você caminhou?
Talvez o que tenhas ouvido não tenhas conseguido decifrar
Ou nem tudo lhe foi desvendado
Quem sabe achaste aquilo que nem ao menos procurou
E procurou aquilo que não se pode encontrar
Segue com Fé pelo Caminho
Assim, quando as tuas respostas chegarem
E tuas dúvidas se esvaírem num brisa
Te olhando de frente estarei aqui
Com os ouvidos e coração aberto
Para poder te escutar
E caminharmos juntos uma vez mais
E se o vento ainda soprar perguntas sem respostas
E os passos ainda ecoarem incertezas na trilha
Que a jornada te ensine a abraçar o desconhecido
Pois nem sempre é preciso entender
Às vezes é necessário apenas sentir
E saber que nunca nesta vida
Se caminha realmente só.
Obra de Deus...!!!
(Nilo Ribeiro)
Universo de encantos divinos,
criado pelas mãos do Senhor,
universo dos nossos destinos,
criado com todo amor
Deus fez a Sua parte,
fez tudo sem nada pedir,
uma verdadeira obra de arte,
o homem tratou de destruir
Deus nos deu a Terra,
nos deu um paraíso,
o homem criou a guerra,
criou também o castigo
o mundo perdeu a beleza,
perdeu a suavidade,
destruíram a natureza,
criou-se a maldade
“Jesus, venha, nos socorra,
antes que a Terra morra”...!!!
Amém...!!!
O instinto selvagem se alimenta da inocência dos que são puros e sem maldades, a inocência é alimento para os que são selvagens, a natureza do selvagem é capaz de eliminar qualquer ser que não tenha o mesmo instinto.
O céu de Tupã
já não é mais o mesmo.
Morrem as florestas...
Olhamos a esmo,
Estragos causados
Por devastação.
Adeus, ,passarinhos,
Adeus, fauna e flora!
Toda a natureza
Emudece... Chora!
Preço muito alto,
O da evolução.
A ciência é a mais bela arte da criatividade humana e a mais fascinante poesia da realidade (Natureza).
© Ana Cachide
Não culpe os ventos; são eles que possibilitam a contínua dança das flores. A chuva, além de lavar o ar e reviver o chão, é água que conta história. O escoamento das águas, sempre ignorado, é como o leito de um rio que sonha. E o luar, esse é o poeta dos mares, que escreve versos nas marés e determina suas próprias beiras e bordas. A natureza é fúria e afeto, início e fim. Importante para nós é aprender a viver em harmonia com os segredos das árvores e das pedras, pois quando o assunto é o meio ambiente, a única opção além de coexistir é desaparecer.
Sei que vem outubro
Flores, fruto de seiva
romperão no mundo
(Trabalho duro:
sugar de pedras
rasgar os caules
colher ar puro)
Ficar pensando ou ruminando sem sentido na vida é, na verdade, deixar de viver. Racionalização nunca foi sinônimo de meditação.
Meditação é viver e, ao mesmo tempo, contemplar o que a natureza ou a espiritualidade tem a dizer sobre a vida.
O vento não sopra em duas direções ao mesmo tempo, simultaneamente; pode até mudar de direção, de acordo com a força da natureza; assim, posso até mudar minha posição acerca do ecossistema social, mas meus valores éticos e morais têm a essência da imutabilidade.
Muitas pessoas já desejaram ser como os pássaros que voam livres, mas elas não conseguem pois vivem presas na gaiola do julgamento dos outros.
Libertem-se dos pensamentos alheios e permitam-se viver o próprio voo.
PATOLOGIA COLETIVA (Abr/1984)
Quando já não se acredita,
Quando já não se busca,
Revelamos nossa condição,
De mortos, que a vida ofusca!
Por que não dar lugar a esta chama?
Que certamente existe em teu ser?
Por que não libertar-se das quimeras?
Deixando os sonhos perecerem?
Por que não libertar do íntimo,
Aquela gostosa sensação?
De que a paz é tão possível,
Mesmo diante de tanta confusão?!
Ah, como me sinto!
Em nome de tamanha incerteza...
Que vontade de gritar ao mundo,
Que a solução está na natureza!
Só que temo bastante,
A hora em que ele perceber.
Será normal a Terra não aceitar.
Mais árvores para nascer!
Quando ocorrer em sua vida,
Imagine a primavera.
Creia na conversão de sonhos!
Trabalhe por uma nova era.
