Coleção pessoal de xaviercotrim

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a vida é um eterno aprendizado.
Sabe, eu vinha cambaleando de cansaço esgotado e agoniado pelas ruas e de cabeça baixa e na minha distração, o horror foi eu ter tropicado em uma jovem sem visão. Olhei para ela, aquele corpo formoso, formado como a imagem de um violão bem esculpido e um rosto bem delineado como se fosse desenhada por algum artista em noite de lua cheia, uma beleza de estética singular. Quando o rosto dela eu fitei, me vi ali, sem direção. Ela, caminhando de cabeça erguida e na linha reta, me perguntou como chegar à escada que leva ao metrô.
Parei, pensei... E quase lacrimejei. E a ela direcionei.
Voltando para o meu caminho, meio tonto e sem rumo, fui me reerguendo, algumas gotículas de lágrimas fizeram as pálpebras piscar e lavaram-me a alma; naquele instante sagrado quebrei o espelho que me apontava os olhos vermelhos. Reescrevi meus pensamentos que a alegria verdadeira eu buscava cambaleando e cheio de inquietações, e ela, em paz refletida num rosto sereno, andava com alegria e segurança.
Os olhos dela me apontavam que o importante é viver com alegria e distante da vaidade que desgoverna na ansiedade.
Agradeci aos arcanjos e querubins por terem tido dó de mim e me mostrado outro espelho, mais claro, que foi aquela jovem ao meu lado; ouvi, sem querer, a voz dos anjos a dizer que os problemas são apenas no peso do sagrado. Ao olhar lá dentro de mim, vi os meus olhos enxergando Deus naqueles meus olhos embotados. (irineu)
“Ainda quando eu andar pelo vale onde a morte está à espreita, não temerei mal nenhum; a tua vara e o teu cajado me defendem e consolam” Salmo 23.

⁠A minha timidez na infância, me fez, uma criança boca fechada, depois um adulto quieto e inquieto, introvertido de poucas conversas, talvez o que explique o estar sempre a me escutar, e a escrever, quando estou a sós porque é no silencio que compreendemos a nossa consciência e é lá onde mora Deus.

⁠Quando a alma chora o corpo agoniza!

A nossa elite é uma das mais opulentas, antissociais, conservadoras e com raízes escravocratas. Enquanto a classe trabalhadora é uma das mais pobres, sofridas e humilhadas é uma desigualdade brutal.
Se não tenho trabalhado, não posso ganhar dinheiro.
Sem dinheiro, não posso comprar comida para minha família.
Se o filho não tem alimentação adequada, ficará desnutrido.
Desnutrido não poderá estudar. Se não estudar, não terá emprego.
Se não tiver emprego, não ganhará dinheiro.
Aí, o círculo recomeça... A MISÉRIA é o inferno para todos, inclusive para os milicianos que terá mais Mortes no currículo.
A população economicamente ativa no Brasil é em torno de 72 milhões. Mas somente 22 milhões tem emprego formal. 50 milhões sem carteira de trabalho, vivendo de atividades informais. Trabalho informal é empregado, desempregado.
Hoje ele tem salário, amanhã não terá. Sem direitos sociais.
O desemprego não é somente uma realidade atual é também o que o futuro aponta. As máquinas substituindo o humano.
O desemprego cresce, sem piedade! a miséria aumenta os deserdados pela exploração de classe!
Tudo que aprendi, perdi.
Ando de mãos vazias pela avenida a procura do nada, eu e o meu único amigo um perdido cão! Vou criando caminhos a cada passo e nunca sei o fim de caminho nenhum.
Inútil fugir ao meu destino.
Sinto o vento, não sei se vem de longe ou vem de perto para me acariciar. A vida só tem sentido se for sentida e se nela houver empatia entre homem e mulher na mesma sintonia. Se não existimos juntos, num tempo só, então estamos sós.
Não tenho nada para comer e nada para levar.
Enquanto os exploradores de classe têm tudo até para esbanjar, mas também nada vai levarão. Quando todos lá chegar no único lugar onde é pura democracia, todos devorados na igualdade sem nenhuma distinção pelo tribunal das bactérias.

O mundo precisa de pessoas simples e transparentes, que possam se orgulhar dos pais que lutam para transformar seus projetos de vida com o trabalho e não para impressionar os outros, ostentando riquezas. O que deveria ser valorizado e seguido como exemplo são os casos de famílias que lutam com dignidade para transformar suas vidas de dificuldades em situações melhores.

Nossa sociedade ensina a competição desde pequeninos os programas ditos infantis, os filmes tudo leva este mar de lamas que enclausuram o ser no verbo ter e crescemos acreditando nos valores enclausurados na nossa alma como verdades entre elas; que para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma empresa, ter carros importados, apartamentos e casa no campo e na praia, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Os outros; é uma multidão de fracassados. Quando olham a própria vida, a maioria se convence de que não valeu à pena porque não conseguiu TER.

Suas mãos tremulavam cheias do presente no passado amassado, que há muitos, acalentou e alimentara e hoje, fracas de tanto amassar a massa, cozinhar o pão, tricotar o algodão, alimentar o sonho e dizer-me muitas vezes: abraço! E abraçado me sentia, acalentando, acalentado no pulsar do coração!

O medo é o medonho atormentando dentro de nós que vagueia no desconhecido inquietando o nosso porvir, afugenta o sonho e mata a esperança.

Fiquei paralisado, sem entender onde eu andava, ou se perdido estava esfuziado ou abetumado são lados opostos de uma mesma caminhada; de um lado campos floridos, pássaros ao vento, cantando melodias esvoaçando cores beija flores contemplando flores. Do outro lado, mata queimada, meneada, acinzentada, urubus voando, pousando esfuziantes, e eu abetumado, me perguntava como? E não conseguia compreender a sombria confusão que estava à espiritualidade apontava como o único caminho velejando; a transitoriedade da vida é o que eu meditava. Fiquei tão chuvoso e sombrio, mas com fortes raios de sol faiscando por todos os lados do meu ser.

Que estas minhas palavras sejam uma oblação que faço aos querubins pela nossa devoção.
O tempo nos mapeia e nos desnorteia a todo o momento, vamos perdendo alguns sentidos, alguns ouvidos, alguns ruídos, e vamos ficando abióticos, os pensamentos às vezes fogem ao entendimento, já nem encontro mais os olhos meus junto aos olhos seus!

Rezemos para que todos os problemas não nos desgastem a paciência, e nos eleve na esperança, não nos deixe lacerar pelas dores do mundo. Me inquieto e fico debilitado de amargor, mas lembro do estar perto de algum caminhante com uma cruz bem mais pesada que a minha cruz, e peço que alivie a minha com a mesma complacência para que possamos manter a força e a sabedoria para derrotar os maus presságios, os tropeços em nosso caminhar.

Quando você passa, mesmo que seja de mãos dadas pela estrada com outra pessoa, e olhem no mesmo instante, no mesmo momento, na mesma direção e juntos para a mesma paisagem, ela a paisagem não é a mesma para cada um, mesmo sendo.

A dor é minha, a dor é sua, a dor também é uma postura, a dor nossa leve ou pesada, a intensidade só quem a sente sabe que tem na dimensão e no tamanho da própria dor.

Aquele que não consegue perdoar os outros destrói a ponte por onde irá passar.

Uma noite de lua cheia, sinto o vento.
Ouvi uma batida na porta.
É o tempo.
Abri a porta e de repente um beijo suave no rosto, recordo um amor que perdi, e o tempo ri.
Eu chorei.
Os amores terminam em alguns becos sozinhos e ressurgem em algum sonho.
É a vida.
Eu ainda criança. Apresentei para todos na sala, era meu pai.
Que alegria de fazer a apresentação.
Acordei.
Olhei no espelho e não me vi.
O tempo passa, sem eu ver.
Também passa para você.
E você ainda, não vê!

Envelhecer

Envelhecer é o único meio de viver muito tempo.
A idade madura é aquela na qual ainda se é jovem, porém com muito mais esforço.
O que mais me atormenta em relação às tolices de minha juventude não é havê-las cometido... e sim não poder voltar a cometê-las.
Envelhecer é passar da paixão para a compaixão.
Muitas pessoas não chegam aos oitenta porque perdem muito tempo tentando ficar nos quarenta.
Aos vinte anos reina o desejo, aos trinta reina a razão, aos quarenta o juízo.
O que não é belo aos vinte, forte aos trinta, rico aos quarenta, nem sábio aos cinquenta, nunca será nem belo, nem forte, nem rico, nem sábio...
Quando se passa dos sessenta, são poucas as coisas que nos parecem absurdas.
Os jovens pensam que os velhos são bobos; os velhos sabem que os jovens o são.
A maturidade do homem é voltar a encontrar a serenidade como aquela que se usufruía quando se era menino.
Nada passa mais depressa que os anos.
Quando era jovem dizia:
“Verás quando tiver cinquenta anos”.
Tenho cinquenta anos e não estou vendo nada.
Nos olhos dos jovens arde a chama, nos olhos dos velhos brilha a luz.
A iniciativa da juventude vale tanto a experiência dos velhos.
Sempre há um menino em todos os homens.
A cada idade lhe cai bem uma conduta diferente.
Os jovens andam em grupo, os adultos em pares e os velhos andam sós.
Feliz é quem foi jovem em sua juventude e feliz é quem foi sábio em sua velhice.
Todos desejamos chegar à velhice e todos negamos que tenhamos chegado.
Não entendo isso dos anos: que, todavia, é bom vivê-los, mas não tê-los.

Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também

Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também

Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também

Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois.

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu

A ira gera o ódio, e do ódio nascem a dor e o medo.

O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

A vingança nos torna igual ao inimigo;
O perdão nos torna superiores a ele.