Sou seu Quase Amor Odeio meio Termos
Como se tornar pai ou mãe
Sem ter tido uma gestação?
Como engravidar, na verdade
Com o coração?
Aprender a ampliar laços e amar ainda mais
Somente com a adoção para ter o prazer de serem pais.
Sabe aquele "depois" que vem na ponta da língua ?
Depois passo lá.
Depois ligo.
Depois visito
Depois digo que amo
Depois abraço
Depois, depois , depois
São tantos depois que chego à perder a conta!
Tanta coisa para fazer !
O trabalho que excede o tempo
Tenho que levar o menino na escola....
Depois vou
Já não resta mais tempo....
Pluft! Acabou o dia....
e mais uma vez ficou para depois aquele abraço
Aquele, eu te amo....
Aquele, você faz falta
Aquele, melhore logo para voltar para casa
Aquela, palavra amiga
Aquela presença ....
Não deixe para depois
pois o depois
Aquele depois
Pode ser tarde
Sou comedora compulsiva
Não consigo parar de pensar em comida, acabo de almoçar e já estou pensando na janta, fico de olho em todo mundo que está comendo delícias, já passei várias vergonhas, eu não sei mastigar, eu engulo os alimentos então por milhares de vezes eu fui a última a me servir e a primeira a acabar de comer, todo mundo nota, no início ficava bem constrangida, depois ia logo explicando a minha mania de comer rápido.
No trabalho sou a pedinchona, aquela que não poder ver ninguém comendo que pede um pouco, aquela que tem fome de comidas específicas, aquela até que vai pegando comida do colega sem pedir, acha que tudo é compartilhado por todos assim como ela faz.
Foi superdifícil me assumir assim, saber que eu estava doente e que a comida me controlava e me levava a obesidade inúmeras vezes num processo sanfona de vai e volta.
Quando compro um bolo, como ele a cada cinco minutos e só descanso depois que acaba, isso acontece com tudo, como até acabar, como mesmo satisfeita, como mesmo com a barriga para explodir, sei que é uma doença, mas tenho certeza de uma coisa: a comida me domina.
Todo mundo repara no meu jeito de comer, como com pressa, sem foco, sem intervalos, sem conversar com ninguém, sirvo a sobremesa bem antes que todo mundo com medo de acabar.
Fico constrangida com tudo isso, sou tão estabanada que quase sempre me sujo, sujo as roupas e deixo comidas pelo chão da casa, tudo isso me deprime, principalmente o fato de nunca guardar comida para ninguém, eu só penso em mim quando o assunto é comer.
Ainda não cheguei na fase de comer escondido, mas já escondi comida para que ninguém da minha casa comece as minhas guloseimas prediletas.
Hoje eu me reconheço doente, não frequento psicólogos ou grupos de apoio, não me sinto satisfeita com esse diagnóstico, mas estar consciente é um belo e grande caminho para recuperação.
Não sei a quem atribuir essa culpa, já fui magra e me sentia gorda, já tive nojo de comidas, já fiz regimes sem precisar, estando no meu peso ideal, já misturei e ainda misturo fome com emoções.
Se estou triste como, se estou alegre como, se estou entediada como, se estou chateada como também, nunca sinto fome pois estou sempre mastigando e engolindo alguma coisa.
Quase sempre chego a passar mal, sinto como se fosse explodir, sinto como se tivesse comido por anos, mas não me controlo.
- Quem é Quem -
Quem é você? quem é você?
Porque vou perder meu tempo
Pensando em quem você é
Quando nem sei ao menos
Quem eu sou?
Então mudo essa pergunta,
Quem sou eu? quem sou eu?
Porque vou ficar pensando em mim
Quando meu sonho é encontrar você
E mudar totalmente meu jeito de ser?
Quem nós somos? quem nós somos?
Existe realmente um nós?
Ou talvez nós nunca nos encontremos
e isso não passa de um sonho?
Quem são eles? quem são eles?
São apenas perguntas bobas
de um bobo que nem ao menos sabe
Responder quem é o que?
Quem são quem?
Bem, Eu não sei
Então é melhor começar logo a procurar saber.
Quem sou eu?
Eu sou eu,
E você?
Entre eus e outros.
Viver é dilemático: se muito me doou, fico sem mim, se nada me doou fico sem o outro.
Entre mim e o outro buscarei a afinação, à semelhança, um algo que acho saber sobre mim.
Entre mim e eu, uma estranheza, um mal-entendido, um algo mais a descobrir.
E nestes dilemas falo do que sou e do que não sou, falo do outro, e do outro em mim. E mesmo que nem tudo possa ser dito, vou falando, falando, falando, até que alguém escute e faça o eu ecoar em mim.
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Sou feita de idas e partidas
De dores e tempestades
De cinzas
De barro
De pó
De chão
De feridas...
Sou feita de esperas e de saudades
De dores e de inquietudes
De silêncios e de vontades.
Sou feita de passado e de lembranças.
De longitudes e de desertos
De vagos e de andanças.
Sou feita de vendavais e de becos
De maresias e de ilusões
De corredores e de recomeços.
Sou feita de cansaços e de redemoinhos
De rabiscos e de obstáculos
De miragens e de vazios.
Sou feita de ontens e de memória
De solidão e de lágrimas
De velas e de histórias.
Mas inda que o meu barco
navegue por entre vendavais e
correntezas...
Eu já tenho essa certeza:
Nasci fortaleza!
E assim...
Vou remando com
meus pés, inda que
exaustos...
Mas em busca
dos meus sonhos.
Não sou dessas que corre para um abraço, sou orgulhosa demais, quieta demais, a verdade é que eu nem abraço… não qualquer um, melhor, só abraço umas duas pessoas das dezenas que conheço. Sou dessas que depois de não te ver por 2 meses chega ao teu pé devagar, põe um sorriso tímido no rosto e fala uma merda qualquer, sou dessas que nunca corre para o abraço por medo mas sempre abre os braços para quem corre na minha direção.
... Estou muito cheio de segredos, que nem ninguém capaz será de disvendar-me, se não tanto estudares! Prestes atenção na insignificação de tudo... Me encontrarás.
<<Meu heterônimo: Fernando Pessoa desde 2010>>
Sou um livro velho de capa bela e sofisticada.
De folhas amareladas e manchadas pelo tempo,
de leitura surpreendente.
Sou romance, poesia. Sou ação, comédia.
Sou drama, ficção e fantasia, livro velho e empoeirado,
largado na estante da vida,
Velho, mas de linguagem compreensível.