Sou Complexa Definir

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Mas o que sou eu então? Uma coisa que pensa. E o que é uma coisa que pensa?

Sou uma mistura de caras e bocas, sorrisos e olhares, atitudes e palavras, estilos e comportamentos. Mas personalidade eu só tenho uma, diferente de muitas pessoas por aí!

Já não me importo

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de poema do livro "Novas poesias inéditas", de Fernando Pessoa.

Eu sou apenas a garota angustiada, de cabeça metralhadora, de tremedeira na existência, de maxilares travados de tanto que dói gostar tanto de tudo. Eu sou apenas a garota que tenta ser amada. E sou profundamente amada por alguns meses, até o garoto segurar firme a minha mão e dizer "nós somos inseguros e queremos uma garota normal". E então eu me pergunto se não deveria lobotomizar meu cérebro pra pensar menos, lobotomizar meu coração pra sentir menos.

Não confunda fragilidade com inocência. Sou frágil, não idiota.

Nunca precisei fingir que sou uma pessoa boa. Nunca precisei fingir que eu não to nem aí quando eu to mais aí do que aqui. Não faz meu tipo. Me esforço às vezes pra ser romântica, pra acreditar nos planos. Pra acreditar nas pessoas. Nunca chorei pra convencer. Talvez porque não faço questão de convencer. Ou, como você mesmo diz, sou direta. Fria. Seca. É. Nada disso é novidade pra ninguém. É só o meu jeito.

Escrevo muito simples e muito nu. Por isso fere. Sou uma paisagem cinzenta e azul. Elevo-me na fonte seca e na luz fria.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Minhas palavras cuidadas incomodam. Se não explico, pareço louca. Se explico, sou louca.

Não sou contra o casamento. Mas, muito mais do que representar ou escrever, ele exige dom.

Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo. Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e sinceramente chora…

Eu me apaixono mesmo, eu sou intensa mesmo, eu me ferro mesmo, às vezes eu ferro as pessoas mesmo. Tudo é bom, tudo é vazio, tudo é bom de novo. Viver é um absurdo e não dá pra passar por isso tão ileso.

Não choro minhas perdas, nem temo a inveja e o olho gordo que me rodeiam. Sou de Deus, quem não é que se cuide!

Atrapalhado é pouco. Tudo que pego estrago. Sou a prova viva de que é impossível manter a seriedade por muito tempo. Gosto de morder as pessoas e ouvi-las reclamar depois. Tenho uma certa obsessão por sorrisos. Sou tão idiota a ponto de rir de mim mesmo. Explicar algo sem risadas, não funciona. Eu vejo graça em absolutamente tudo que não tem. Eu choro, mas consigo compensar isso depois. E é o suficiente.

O fato de que sou escritora: uma mulher escritora, não uma dona-de-casa que escreve, mas alguém cuja existência, em sua totalidade, é comandada pelo ato de escrever.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser erroneamente atribuído a Clarice Lispector.

Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor.

Eu sou quase uma psicóloga para as pessoas. Dou minha opinião sobre o que acho que elas deveriam fazer, dou conselhos, sugestões. Mas com você eu não consigo. Talvez porque tudo o que eu queira te falar é “me abraça, vem pro meu lado, fica comigo porque eu nunca teria coragem de te machucar”.

Conheço uma tristeza com cheiro de abacaxi, sou menos triste,sou mais docemente triste"

Sou um homem quieto, o que eu gosto é ficar num banco sentado, entre moitas, calado, anoitecendo devagar, meio triste, lembrando umas coisas, umas coisas que nem valiam a pena lembrar.

Rubem Braga
BRAGA, R., Um Cartão de Paris, 1997

Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: Como sou misteriosa. Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a inocência.
Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundo a gente se vê como a um objeto a ser olhado. A isto se chama talvez de narcisismo, mas eu chamaria de: alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: ah, então é verdade que eu não me imaginei, eu existo.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Crônica A surpresa.

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