Sonetos Pablo Neruda
[Ao analisar uma exposição de desenhos de crianças]
Quando eu tinha essa idade sabia desenhar como Rafael, mas, precisei de uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças.
Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Depois dum amargor tu afastaste-te,
e a princípio não percebi. Tu partiras
tal como chegaste uma tarde
para alentar meu coração mergulhado
na profundidade dum desencanto.
Depois perfumaste-te com meu pranto,
fiz-te doçura do meu coração,
agora tens aridez de nó,
um novo desencanto, árvore nua
que amanhã se tornará germinação.
A poesia é sempre um ato de paz.
O poeta nasce da paz como o pão nasce da farinha.
Como considerar uma pessoa Normal sendo que o conceito de Normal é tão distorcido pelas pessoas, a unica razão a qual chego é que ser Normal é a maior Loucura.
Não te julgues mais sabido que eu, pois, um escorpião não tece teias ou cria armadilhas, mas a sua astúcia é mortal.
Políticos nefastos
Que estrupam
O estado.
Deixam o peso
Do país ser carregado,
Por pobres coitados.
Enquanto esbanjam
Falta de caráter e honestidade,
Hoje são suas canetas
Que servem de chicote,
Para o povo
Que sobrevive
Como gado.
Impunidade com tons de mediocridade
Sociedade lasciva controlada por políticos Libertinos,
Entre goles de cachaças, bundas para por na vitrine,
Ha ainda quem ache algum tipo de graça!
Falhas de caráter que o dinheiro apaga
Falhas na sociedade que a tv disfarça.
Entre rodas de pessoas, boas?
A roleta da sorte só beneficia
Quem tem influencia, nome ou algo podre?
Com ajuda da mídia, da politica ou do medo,
Para poder ter um pedaço do paraíso
No brasil é preciso ter o dedo sujo,
Ou pagar os dez por cento!
Você sente
Disfarça, canta e encanta!
Esconde a tristeza
Corre da solidão,
E lamenta a falta
Da esperança.
Tenta se apaixonar
Jura não chorar,
Entrega seu coração
Mas foge da emoção.
Joga ciranda
Faz os olhos brilharem
Finge-se de forte,
Faz papel de ingênua.
Mas continua sendo
A saudade buscando
Um porto, um abrigo,
Para descansar o coração.
E poder se perder
Em largos sorrisos,
E alguns momentos
A razão.