Soneto da Espera
Não me chame de 'seu'
Pego no colo
Coloco os na cama
Acendo abajures celestial
Cometas ilumina o infinito
Cadentes saltitando
Mirra penetra a narina
Arpa dos anjos
Soneto uma canção
Sussurro as escrituras
De uma a dez
Cravejo em ti o saber
Nino até adormecer
Querubins ao derredor
Velo o sono
Sopro de ventilador
Graveteio a lareira
Aquece o coração
Alvejo sua alma
Esquadrinho seu sonho
Redesenho o caminho
Ânimo te dou
O dia começa
Eterna seja ela
Não te abandonarei
Não te esqueças
Não me chame de 'seu'
Sou teu Deus
Meu filho
SERÁ QUE IMPORTA
Minha sina é estar
Não importa onde
Não interessa fazendo o quê
Não queria existir
Só queria morrer
Seria de mais me concederem essa regalia?
Morrer cedo e não estragar a vida de ninguém
Mas será que morrer daria certo?
Seria minha solução?
Acho que não
Ou sê-lo-ia, talvez!
Pode até ser
Como eu não sei
Sei lá, então!
QUANDO O SONHO...
Quando o sonho que sonhei na mocidade
de mudança deste mundo em desatino,
for sonhado pelo campo e a cidade
cumprirá aqui na terra o seu destino.
Quando o sonho que sonhei de liberdade
for sonhado pelo o povo nordestino,
então meu sonho será realidade...
- u'a bandeira de vitória, um novo hino!
Muito embora alguns digam - "que quimera!
esse sonho que é sonhado nesta era,
não será concretizado um segundo!"...
O que importa se alguns pensam assim?
Se esse sonho que nasceu dentro de mim
se multiplica a cada dia p'lo mundo!...
Três Fantasmas
Três fantasmas que não me deixam esquecer,
A única amada de meu coração.
Consternam-me o intelecto e toda razão.
E vejo em meus sonhos o primeiro aparecer.
Esse é o qual me faz sempre sonhar.
Lembrar mesmo inconsciente o maldito beijo.
Maior-pior que a razão é esse desejo.
Mesmo sem consciência não cesso de lembrar.
O último me vem estando eu desperto.
Melhor ao ser humano é não te-lo por perto.
E novamente me vem com surreal dança.
Três fantasmas que não me deixam esquecer.
O nome dos três pra que possas crer,
O sonho, o desejo e a maldita esperança.
Doce Quimera
Tens olhos como que de anjo.
De ano caído que causa tormento.
Diante de teus olhos se torna excremento,
Toda a beleza de qualquer arcanjo.
Basta-me ver-te e minha mente se dobra.
Minhas vontades transmutam-se em brasas.
Não podes ser anjo, falta-lhe asas.
Disseram que deus não dá asas à cobra.
Teu belo sorriso nem parece de quimera,
Tens um encanto que, no entanto, dilacera.
Que faz alucinar até os mais sábios.
No último terceto um conselho te deixo,
Disfarçadamente limpa o teu queixo,
Tens veneno escorrendo dos lábios.
Lição de um cão putrefato
Certo dia a caminhar e pensar minha'mada,
Conjecturando se o amor me abatera pela beleza.
Não foi por serdes bela, esta foi minha certeza,
Após estudar um cão putrefato na estrada.
Parei à estudar aquela coisa torta.
Outrora criatura, agora poço de verme.
Transmutaram em piscina a antiga epiderme.
A vida surgindo da vida já morta.
É estado da mente a beleza encantada.
Muito aprendi em pouca caminhada.
Aprendi a lição e nisto sou grato.
Não sei se por justiça natural ou ironia,
Mas sei que tua beleza, querida, algum dia
Será semelhante à do cão putrefato.
Da família dos Anjos
Tudo o que tento se torna excremento.
Constato por fim que não posso esquecer.
Lembranças que me tornam um triste ser.
São correntes que, de fraco, não as arrebento.
Parece que sinto teu cheiro no vento.
Tamanho é esse meu desejo.
E quando te revejo me vem num lampejo,
Novamente todo esse meu sentimento.
Não pude esquece-la nem à custo,
Vendo-me criado, homem, marmanjo,
Creditei que havia algo mais em teu busto.
Em teus olhos haviam divinos arranjos,
Sei que não és da família de Augusto,
Mas certamente és da família dos Anjos.
O amor abortado
E viu com repúdio o que foi-lhe abortado.
E viu o parasita que lhe domara as entranhas.
Utopias antigas agora tão estranhas,
Sem os olhos do puro amor derrotado.
E viu encarnado em si mesmo este sol.
Sol este repleto de chamas valentes.
Valentes chamas tais quais mil serpentes.
Serpentes que dançam no próprio cheol.
E viu com repúdio o verme falante.
Bípede animal repleto de mal.
Abortara o amor e foi despertado.
"Não me impressiona um verme que cante "
Sem o parasita se viu racional,
E escarrou com repúdio o amor abortado.
Um certo verme
Há um certo verme impregnando-me a mente,
Com devaneios e sonhos embebidos em veneno,
Tornando-me impuro com muito que condeno.
Há um certo verme com beleza reluzente.
Há um certo verme escarrando-me esta dor.
Vomitando versos de longuíssimo sermão.
Andando num caminho e sonhando a contra-mão,
Na loucura controversa de quem vive o amor.
Há um certo verme que me faz desvairar,
Que mesmo não querendo vem me visitar,
Como anjo iluminado pra causar-me espanto.
Há um certo verme que me faz enlouquecer.
Querer não querendo e querendo sem querer.
Há um certo verme numa casca de encanto.
A luz que emana desses lindos olhos, cega ao mais forte coração e traz realeza a mais pobre alma, que se encontra em plena devastação
Quem é esse? Que segura a noite na palma da sua mão, e que em seu sorriso, se encontra a mais bela estrela de toda uma constelação?
Diga-me meu anjo, porque mostras tua grandeza a uma mera mortal?
E porque a carrega junto a suas asas sem a deixar cair? Sem a abandonar?
Pois juro, tão certo como a certeza de que todos um dia iremos partir,é a certeza do amor que essa imperfeita tem por ti
Acredite meu amor, não ha lugar mais seguro pra ti, do que aqui, no meu coração, e aqui eu te protejo da dor, do ódio e da solidão.
O cansaço que me invade,
O sono que me abraça,
Logo, logo, pregarei os olhos.
Será, então, para morte,o descanso eterno,
Ou, para mais um dia de tédio ?
AS LÁGRIMAS DA ALMA
Ontem despertei de madrugada
Com as lágrimas caindo dentro de mim
Era a minh’alma que em meu corpo chorava calada
Porque meu Deus eu tenho de sofrer tanto assim?
Quando eu despertei perplexo e sem saber de nada
Com uma tristeza maciça e sem fim
Senti a minha alma vazia e abandonada
Debruçando-se numa mesa de marfim
Ás vezes saio a esmo contemplando o vago
E deparo-me contigo tentando acender as chamas que apago
Sem razões para sorri peço socorro imploro...
Pois as tristes lágrimas que choro
Continuam perturbando a minha calma
Continuam inundando a minha alma.
À minha mulher.
Apaixono-me dia após dia
pelo odor da sua ruminância,
pelo sabor do líquido que expelia,
pelo tato da sua carne em putrefância.
Expeli em mim, mostra-me
todo o seu resto de humanidade,
tudo o que tens de semelhante
com os animais, decomponha-me.
Se a podridão da morte vive
em teu fim, é onde sentir,
sentirei, serei quem convive
com o afago do enxofre
que ao meu cerébro a de subir,
fazendo meu último dia, hoje.
Não vou nem perguntar se tu me amas,
pra não ouvir um papo muito antigo,
como "te quero so como amigo",
ou "com amigo não se vai pra cama".
Dificil de entender (eu nao consigo)
se nada falo, tu depois reclamas,
e se te digo, é aquele drama,
não queres nunca mais falar comigo.
Melhor, entao, tornar-me um sonetista
e ser romântico ou parnasiano,
deixando o amor para a perder de vista.
Nas tuas regras entro pelo cano,
acreditando em tuas falsas pistas,
e com meus versos eu mesmo me engano.
"Estou sentado ao lado,
Me sinto em pé de frente,
Respirando o Oxigênio, ficando denso
Ou Oxigênio nos respira lento.
Veja se há explicações para o ato
Interromper a historia a ser lida,
Onde está os deveres e direitos
De uma pobre e indefesa vida.
A historia para alguns já lida
A moral de toda fabula,
É a morte que substitui a vida.
Ser-humano é de longe, errado
Lembre-se, por você mesmo,
Pare de ser manipulado.
Cortesia de fast-food, hoje experimente,
Um Problema espiritual ou material?
O Magnifico Vento Artificial"
Não quero ser essa pessoa
Demostrar pensamentos vazios,
Vindos de uma negligente mente
Construída para ser vazia.
Ler as desvantagens das ações
Interpretar os privilégios do verbo,
Buscar sua própria perspectiva
Hipócritas! Disse ele.
Ouvir ruído, achar a música
Comprar e guardar, guardar e comprar,
Comer por estar saciado.
Perguntar, esperar respostas
Responder, gerando outras perguntas,
Aprender para esquecer.
Ontem a cura, ante-ontem bomba
O velho mais novo
Inevitável ciclo da Ignorância.
Primeiro amor
Em tempos de tão profunda escuridão
Ainda acho no teu coração,a pureza de um amor belo ao qual se deve contemplar..
Um amor que inebria aos lirios do campo
E desperta o desejo, que nos olhos dos santos, se matem abarcado
Se mantém puro em meio a maldade
Uma tentação doce, sem vaidade
Que se devora noperjúrio dos amantes
Um pouco instavel, porem nunca incostante.
Que não se limita a unico ser
Um segredo bem guardado, ao qual poucos iram conhecer
Um tesouro perdido, que conseguir
Encontrar em vc.
A Maria, jardineira das flores do próprio túmulo.
Co'a lata na cabeça parte a moça,
(na estrada triste e torta ela se some)
que tem ela, Maria, senão força?
que tem ela, Maria se não nome?
A lata bate forte e se encerra
Um tambor ruge vulto no estombo
Mal se difere a moça e a terra.
Se entortece Maria e o seu lombo.
Enquanto pinga gota da lata
e gota até do corpo dela,
No chão vasto pisado nascem flores
Quando a noite cai co'a lua prata
E a morte desce rude em sentinela
morrem latas, Marias e amores.
O nome é vida
O sol que não me pertence
A lua que nunca foi minha
As estrelas que observo
E a terra na qual eu vivo.
O mundo onde há a minha água
O solo onde eu fertilizo
Os animais que eu cuido
E os caminhos que eu crio.
O fogo que me machuca
A escuridão que me sufoca
A depressão que me enfraquece
Sou frágil e sou suportável
Temo o meu oposto, a morte
Chamo-me vida, prazer em fazer você existir.
Tribunal do outono
Não sou frio, nem quente.
Sou um meio termo, uma sensação.
Não sou exato, não sou gente.
Sou o júri que não escuta a emoção.
Sou justo, mas posso me alterar.
Quem me dera saber dos fatos
Assim poderia julgar sem pensar.
Sou o juiz que ouve os mais calados.
Sou a chama alaranjada
Que toca às árvores com a minha vontade
O servo da justiça com a mente afiada.
A sentença em uma única estação,
O vento que assopra a verdade
Sou o outono de um tribunal sem coração.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp