Som
Belo som despedaçado
Eu tenho dedos
Nem sempre uma alma
Mas geralmente, dedos
E eu gosto de tocar você
Polegar e saboneteiras
As pontas em arrasto
Minha larga mão como arado a entrar pelas raízes do teu cabelo
Gerando lábios escuros
Olhos férteis
Levedando uma alma
Mas não a minha
Esta se pendurou em algum cabide enquanto trocava de roupa
Mas você tem uma alma
Eu sei disso através dos eternos mesmos pares
De lábios
De olhos
Tão diferentes dos meus
Abissais
Meus pares são outonais
Nosso assemelho limita-se aos dedos
Somente porque você os tem
Talvez também possas me apertar
Sou seco e caibo na tua mão
Sou folha seca que nunca foi ao chão
Apenas desejo te mostrar o único belo som que faço
Quando enfiado entre teus dedos me findo despedaçado
Quem nasceu?
ILUSÃO
Em instantes o som se fez silêncio
A luz se fez sombras
O riso se fez lágrimas
O amor...
Tinha tudo ao meu alcance
Tinha tudo ao meu lado
Seu amor em minha vida
Mas...
Logo a dor já era intensa
Motivos não haviam mais
As palavras cortantes haviam sido mencionadas
O vazio tomou conta
Lembranças e saudades
Sempre juntas
Como éramos antes
Como éramos...
Passado que não volta
Presente que não existe
O tempo parou
Parei de viver
Esse é o preço que eu pago
Tudo por me apegar a isso
A essa ilusão
Onde nada é o que parece ser
O silêncio é bom. Gosto de ouvir o som do meu interior. É com o silêncio que consigo seguir o rumo de meus pensamentos.
Então eis que ele olha para o ceu e percebe que não e mais preto, olha para as estrelas e vê que somente uma sobrou aquela tão forte que queima sua pele e ofusca sua visão. ele para na sua grande introspecção e diz mentalmente a seus eus interiores : "não havia notado mas o mundo girou".
E ela ficou em silêncio
Ao som do vento...
Que se revelava um menino serelepe
Despenteando tudo a sua volta
Sapateando descalço
Entre delicado e arredio
Deixava nesgas de esperança nos passos
Ela podia sentir sua gargalhada
Espalhando no ar um cheiro de flor quando sorri
E em redemoinho coloria todo o quintal do mundo
Movimentando nuvens mágicas pelo céu
Com as cores que eram sós dela...
Um estampado céu de borboletas.
É nesse instante que ela agradece
E abre os braços para uma prece.
Numa serena felicidade distraída
Deixou-se embalar na ternura do momento
Pois esses dias não são frequentes,
Acontecem muito raramente!
Dias assim tem sabor
E deixam na alma um suave gosto de mel.
E então, o vento tocou de leve sua face
Num suave beijo de despedida.
Beijo assim... É feito de algodão doce!
Ela tocou a face com as mãos
E deixou-se ir...
Estava na hora de voltar para seu refúgio
E o vento prosseguiu em seu giro pelo mundo.
Entretanto,
Já não tinha mais jeito de menino serelepe!
Deixou atrás de si os devaneios,
Ganhou outros aromas, outros movimentos,
Deslocando-se agitado.
(Nada é pequeno quando se prova a ternura do vento)
"Ninguém consegue gritar mais alto do que o som do silêncio porque não existe nada que consiga fazer barulho maior do que a própria consciência."
Na calma e na solidão, sinto seu rosto em minha mão, ao som dos meus gritos, sufocados pelos meus risos; eu sinto sua presença pulsante, e seu beijo constante.
Africa Minha
Vou a Africa.
vou ouvir o som das timbilax
ver o verde das selvas Misturar-me no colorido dos povos
vou visitar africa meu continente lembrar africa terra quente deixar africa na minha mente.
eu sou africamente mocambicano.
vá ou deixe que um dia
eu vá embora desse nosso verão
que acaba ao som de recomeçar
Mas é assim como tem que serão
Antes que nossas lembranças
Desmoronem sobre nossos atos e retratos
Me ajuda
Porque agora, não há outra saída
Para nos, não a como continuar porque
Ao teu lado eu não cantar
Entenda eu pedi você e dias de chuva
Mas agora isso é tudo que eu quero esquecer
Levo comigo o que você sonhou e o meu melhor
Não me digo que pra ser feliz
Os truques do destino tem que ser
Sempre assim, sem parar, sem fim
E essa breve historia
Sempre será
Sobre eu e você, mas agora eu tenho que dizer
Bey Bey.
"A verdadeira amiga vai saber pelo som da sua voz, pelo olhar em seu rosto, pelo jeito de andar, pelas coisas que você faz, exatamente que tipo de dia que você está tendo..."
A certeza que temos sobre tudo é a única prova de que a indução psicológica funcionou bem e hoje somos barro ou macacos, e não pessoas.
Faz-se necessário riscar o vinil para se produzir som,
machucar os joelhos também se faz necessário para conseguir vitória
Música
O som da alma.
O Silencio da vida.
O amor que vem do canto.
A pessoa amada.
A beleza da lua.
O orvalho, a sombra, a paz...
O mundo admira.
A troca.
É lento, não é rápido...
Eu não sei você sabe?
Eu só sei que é simples.
ONDE ESTÁ O CULPADO?
Sentada em minha velha poltrona ao som de sonhos vis, embriagada por um perfume barato, imagino a vida correndo lá fora, e discorro do que tento imaginar sobre o que seja... Não vejo o oxigênio, mas imagino o que ele consegue ser, através do que faz, enchendo os meus pulmões de vida, enquanto os poluo com a fumaça acinzentada que me persegue em momentos de solidão, tão parecido ao que imagino ver, pessoas franzinas andando por entre cubículos estreitos de uma viela que as levará para algum lugar, e se não levar, deitam-se por entre seus cacos e cantam alguma música cafona enquanto observam o céu, esperando ansiosamente pela noite...
Às vezes, também passo o dia esperando pela noite, somente para ver no céu, a brilhantina cabal de estrelas com olhos curiosos, enquanto imagino-me olhando-as, são as taizinhas que lá estão sempre no mesmo lugar e horário a observar o mundo sob os seus pés.
As estrelas curiosas olham estupefatas as ignorâncias mórbidas a saltarem em timbres reluzentes das valetas humanas... O ódio fede a roupa mofada no obsoleto gesto inútil do falso abraço por conveniência. Conveniência política, comercial nos passos da globalização... Uma palavra bonita, mas que possui o significado tão mesquinho ao cobrir a beleza natural daquilo que o homem não criou e sempre esteve lá, para ser apreciado, ou destruído pela fumaça imunda de meu cigarro, ou gases soltos no ar das infernais máquinas industriais de um submundo qualquer de se ganhar dinheiro.
Ah... Não tenho culpa por morrer entregue ao desleixo... Sou franzina, fraca e medíocre aos olhos do mundo... Não posso me levantar de minha velha poltrona e mudar nem mesmo o que existe dentro de mim... A ganância fétida de um dia atrás do outro... Os dias passam... Passarão a vida toda... Vou olhar para o lado para achar o culpado, ele deve estar em algum lugar... Dentro de mim, não iria se esconder, sou impotente, já pronunciei-me réu confesso com as mãos presas à corrente da cegueira, não posso mover sem perder o descanso que traz o cochilo após descarregar a lavagem de consciência... Já disse, o problema não está em mim. Já estou fazendo a minha parte tentando achar o culpado e entregá-lo à humanidade sedente de justiça com os seus dedos apontados como as armas no morro da roçinha tentando achar o culpado.
Quem quiser seguir, este rumo, pode seguir, fazendo-o com os olhos fechados, na busca do culpado das mazelas que soltam pus de um mundo pachorrento habitado tão somente por designados inocentes como a mim.
A esta altura, abraço-me às almofadas e tento me esconder para não verem em minha face sem vergonha as veredas da hipocrisia, até que meu desassossego enverga o som tímido que sai quase insignificante de minha voz... Digo – sim... Talvez eu possa ter tido alguma parcela de culpa em algum aspecto de minha vida, mesmo que mínima... Escondo-me novamente, olhando pela espreita da almofada o feixe de luz que causa fobia a minha visão turva.
Grite! Uma falta de paz inunda a arapuca armada dentro da consciência. Obedeço – Sim! Sou culpada, pronto! Pronto? Levanta daí... Faça o que pode fazer e não faz porque quer escrevinhar poesias... Escreva, vamos! Assine seu atestado de culpa, gritando em letras... Se não chegar aos becos e vielas fedidas, chegará a algum lugar que se há alfabetização... Olhos que aprenderam a ler e não crescerão ridicularizados por sua própria ação em ler o mundo entre as almofadas do meu sofá. Eles lerão, não somente o que eu queira escrever, mas saberão que nas entrelinhas existe alguém que se acovarda diante de sua oportunidade de ser melhor, diante de um mundo que poderia se tornar melhor, se ao menos eu, começasse por mim, a fazer a minha parte.
As palavras que mais tocam o coração provém dos momentos em que o som do amor nos fazem lembrar daquela nossa velha banda de garagem.
