Solitude
Não é tão difícil assim
afastar a solidão:
assista a um bom filme,
ouça uma linda canção,
leia um conto de amor
de seu preferido autor,
ou faça uma oração.
No momento em que assenhoreia muitas pessoas ao seu dispor, não enaltece aquela que te venera sobre todas as outras. E quando vem a solitude, também vem em mente aquela pessoa que tanto te prezava e hoje, só lembranças e reconhecimento do que um dia foi um devaneio.
Finado
Tenho medo de acreditar no que dizem as vozes,
não que eu escute alguém,
só às vezes,
o tom que entoam os cem, me vem.
Medito, tentando assim achar a paz,
mas a sina, vem e corta,
a sede, vem e mata,
a fome, vem e come.
Resisto a vontade que insiste,
em tomar posse de mim,
ideias estouram no que consiste,
em fazer coisa ruim, para mim.
Grita, afirmando a voz da incerteza,
com razão,
já que eu não suporto ser,
e as vezes não.
Habita em mim a sorte,
do último suspiro,
vir com um leve e fino corte,
ou com o peso de um tiro.
I.S.S
#ALMAS
Há almas tais quais borboletas...
Que quebram suas asas sob forte vento...
Diante das intempéries dos sofrimentos...
Há almas cujos olhos muito procuram...
E em teias se entrelaçam...
Nas ilusões do mundo...
Em meio a um mundo de cegos...
Querendo muito, perdem-se por pouco...
Ah...malfadados egos...
Há almas tão vazias...
Apenas cheias de si mesmo...
Nos desalentos que vivem e anseiam...
Tanto buscam...
Apenas as coisas rasas...
Mas também há almas piedosas...
Que me atrai e me intimida...
Que amam completamente a vida...
Esquecendo como é sofrida...
Há almas corajosas...
Fortes e impávidas...
Que nos trazem alento...
Fazendo-nos seguir seus exemplos...
Há tantos tipos de almas...
Tais quais as estrelas...
A minha é sonhadora...
Na solitude que se avizinha...
Vive feliz...
E vive sozinha...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Falsa solidão
So▪︎li▪︎dão (substantivo feminino)
1. Estado de quem está só, retirado do mundo ou de quem se sente desta forma.
E as vezes nos sentimos mesmo solitários, como a última xícara de porcelana em um conjunto onde todas as outras já se despedaçaram.
Algumas noites parecem que adormecêssemos sobre cristais de gelo, presumimos o quão insignificantes somos ao vislumbrar tantas estrelas em um céu escuro, nos imaginando o último passarinho da ninhada que não aprendeu a voar.
Embora não estejamos verdadeiramente sozinhos, nunca foi sobre estar, mas sim sobre sentir, e cá entre nós, os nossos sentimentos são trapaceiros.
Quem sabe não sejamos tão solitários como pensamos ser, solidão é gelo que queima a pele, mas pode ser confundida com uma singela nevasca.
O problema é que estamos acostumados com gente demais ao nosso redor e nos esquecemos que algumas coisas devem ser feitas sozinho, e estar sozinho é essencial. Dizem que o bom sinal de uma amizade genuína é quando o silêncio entre as pessoas não é incômodo, então por que estar em silêncio consigo nos incomoda tanto?
Queremos a todo custo fugir da nossa companhia, sempre preenchendo o espaço vazio na agenda com festas, encontros com os amigos e saidinhas noturnas. Nos sentimos solitários porque somos os primeiros a nos abandonar.
Somos passíveis a confundir insatisfação com solidão, solidão mesmo é não se conformar que estamos sozinhos em nossas cabeças. Por fim, chego a conclusão de que a maioria de nós não somos solitários, só caprichosos demais e inconformados por não ser o centro das atenções.
Quarentena: dia 431
O recado do tempo é desacelerar: se a pademia tivesse durado apenas seis meses ou um ano eu teria retornado "ao normal" como se não houvesse amanhã, tirando o atraso do isolamento, talvez.
Fique Zen, adapte ao seu "né me quitte pas" ou se deixe raptar para uma cama boa.
Mas, o que fazer com as bactérias em formato humano que ficam mais evidentes e fazem par com o vírus pandêmico espalhando dissabores? escolha não associar-se a eles, modo soneca neles até que se autodestruam, fodam-se entre si, redundatemente, os maus darão sempre no próprio peito o último tiro. Paciência!
Não é sobre cessar fogo, é sobre nunca ter dado o primeiro ou segundo tiro e apenas desviar-se dos ataques.
A solitude é o azimute da vez e é preciso ficarmos bem de corpo, mente, consciência e alma consigo até que venha a nova era pós pandemia, com novas surpresas.
Só por hoje atraversiamo, acreditando na loucura da alegria e da paz, com ou sem voz!
Agora acho que entendo o porquê de certas pessoas encontrarem preferência em bichos de estimação e hobbies do que em romances e relações interpessoais: a frustração é menor.
o meu amor por mim dorme e acorda comigo. não faz barulho, nem alarde, aceita as pessoas como elas são. não espera dos outros nada além de si mesmo, bem como não necessita ser aceito para se sentir imenso. aprendeu com o silêncio da própria presença que, tão urgente quanto a calmaria ao final do dia, é cercar-se somente de quem acrescenta a sua energia. ele sabe onde esteve e sabe onde quer estar, e por isso, não permite que sopro vazio qualquer apague sua chama-se consigo não souberem queimar. ele por si só se basta e por si só se faz.
Se você não consegue encontrar felicidade em sua própria companhia, é inútil esperar que a encontre quando acompanhado.
A onde você deveria procurar a felicidade, você não a procura. A onde você não deveria procurar, você procurar. Mas só quando você encontrar a verdadeira felicidade, não dependerá mais de relações humanas, mas desejará compartilhar a sua abundante felicidade com os outros.
O homem comum é um homem morto, é apenas um cadáver do homem propriamente dito, pôs é incerto da verdadeira virilidade masculina que provem do espirito.
Hoje eu senti a necessidade de escrever, de transbordar em palavras aquilo que sinto. Ontem, permiti-me vazar, escoar as emoções que estavam represadas. Recordei-me de Viviane Mosé, que em seus poemas presos nos lembra da importância de dar vazão aos sentimentos. E foi isso que fiz: deixei que eles fluíssem.
Encontrei duas amigas queridas, com quem compartilho um amor de 12 anos. Ambas trilharam caminhos distintos, mas agora se reencontram. Apesar das marcas do tempo e dos desafios enfrentados, o elo entre elas permaneceu. É fascinante perceber como a vida, com seus fluxos e refluxos, separa e une as pessoas, quase sempre com um propósito maior do que conseguimos entender. Talvez o destino as coloque juntas novamente para que uma seja o reflexo e a transbordação da outra, preenchendo os vazios que cada uma carrega.
Ao observá-las, senti-me atravessado por suas histórias e pela beleza contida no reencontro. A essência de cada uma continuava intacta, mas transformada pelas experiências vividas. Nesse encontro, enxerguei a potência do amor que resiste, que sobrevive às dores e floresce em formas inesperadas.
É difícil para mim escrever sobre isso. Desde que desci da estação, construí um escudo protetor contra as dores do amor. Ainda assim, não posso negar: a estação continua linda. Cada amanhecer me encontra em paz, leve, livre. Mas essa liberdade é paradoxal – enquanto posso ir e vir, sinto-me, por vezes, sem saber o que fazer com tamanha vastidão. Ainda assim, é uma sensação boa, reconfortante.
Ao reler o que escrevi sobre solidão, percebo agora que a solitude começa a tomar forma. Talvez a vida nos ensine, incessantemente, que estamos aqui para curar e sermos curados. Cada despedida e cada reencontro trazem consigo lições veladas. A partida da estação me fez perceber quais trens não quero mais tomar. E, apesar de ainda nutrir certa descrença no amor genuíno, descobri que sou capaz de amar.
Reconheço o amor que passou, ou talvez ainda passe, por minha vida. Ele foi lindo – e isso basta. Ontem, durante a parada na estação, reafirmei para mim mesmo que o amor, mesmo atravessado pela dor, é belo. A dor, passageira como é, tem a estranha capacidade de nos iluminar, de nos fazer compreender nosso lugar no mundo.
Quando o amor floresce, ainda que sob a penumbra do sofrimento, ele deixa de ser dor para se transformar em calmaria. É como se, em meio ao desequilíbrio do coração, uma paz silenciosa se instaurasse. Assim, compreendo que o amor é, antes de tudo, uma experiência humana sublime: é a transformação da dor em beleza, é o reconhecimento da nossa própria vulnerabilidade e grandeza.
E assim, como as amigas que se reencontram e se completam, percebo que cada história, cada encontro, cada despedida, desenha um ciclo que nos convida a viver plenamente. O amor é, no fim, o que nos une a nós mesmos e aos outros, transbordando para além do tempo e do espaço. E na estação da vida, onde chego e de onde parto, carrego comigo a certeza de que o amor, mesmo atravessado pela dor, continua sendo o ponto de encontro mais bonito.
Explosão de mim
Eu fico na penumbra de meu quarto,
em minha cama grande e fria.
Entre meus gatos, busco calor.
Distanciamento e divórcio
tudo ao mesmo tempo.
Fecho me em meu mundo,
vivendo de utopias e devaneios,
escrevendo poesias,
ouvindo Rock n’roll
viajando, nas letras e nos sons
á busca de almas poéticas
porque me sinto sozinha,
e vejo as pessoas tão vazias
perambulando com seus olhares perdidos
procurando se preencher,
enquanto eu, transbordo.
Ela por muito tempo procurou nos outros o que estava dentro dela:
A sua paz.
Ela agora só quer viver a sua solitude.
E o que fazer, quando já não há o que fazer.
Escrever?
As mais belas escritas são todas produzidas em momentos assim, quando não se tem uma ideia do fim.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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