Sol
Ao amanhecer me deslumbro com os raios de luz a iluminar os céus, sol veemente ascendendo ao fundo, mas beleza também vejo ao anoitecer, contemplando no por do sol imagens tão lindas quanto, enquanto aos poucos a bela noiva toma conta destes céus, resplandecendo a luz do sol e me enchendo de esperanças na vinda, após o seu voar, de um novo belo dia.
O tempo traz à alma a oportunidade de amadurecimento, mas algumas em contradição ao natural tendem a se enrijecer, parecendo mais uma sólida estátua que o que deveriam ser, um ar fresco, brisa ao vento, orvalho indicando o nascer do sol ou a noite, mostrando assim a vida e não a falta desta. Como o peso, a leveza da alma é uma escolha e não o destino, pois cada um cuida da sua como bem quer.
Soneto ÁGUA NO SERTÃO
Quem foi que disse que não existe
Abundância d'água aqui no sertão
A seca braba aqui até que persiste
Com este sol arretado de quentão
Mas a água com toda força resiste
E se espalhando nesta imensidão
De céu azul e de gente que insiste
Luta, labuta e ama ver esse verdão
Que é verdade dura só alguns dias
Mas é sinal que há água no Sertão
De chuvas que ainda que erradias
Caíram no sertão formando bacias
Aguando a terra que alivia apertão
Trazendo esperança e vidas sadias
Durante o dia, não deixe que sua luz brilhe menos do que o sol. Durante a noite, não deixe que sua escuridão ofusque mais do que a lua.
Eu gosto de chuva, mas só quando estou em casa; gosto de sol, mas só quando estou na praia. Tudo na vida depende das circunstâncias.
Tô no sol, de repente entro na tempestade, passo pelo nublado, anoitece, volto pro sol de novo... a vida é louca.
Hoje acordei muito cedo, muito cedo.
Pude ver a quietude da madrugada e o nascer do sol.
O orvalho caindo das folhas da árvore e um casal de gatos namorando no telhado. Hoje acordei muito cedo, muito cedo.
Respirei o ar ainda puro, conversei com Deus e tomei um café reforçado.
As pessoas começaram a sair de suas casas para ir trabalhar.
Os cachorros também acordaram e começaram uma sinfonia de latidos.
Uma fileira de pequenas formigas subiu na parede e começou sua jornada diária. É cedo e posso ver todas essas coisas porque acordei cedo, muito cedo. Descobri que o tempo passa tão rápido que as pessoas que dormem demais não conseguem ver o dia passar.
Então eu quero te dar um conselho: levante cedo pelo menos uma vez e observe cada detalhe deste maravilhoso dia que se inicia.
PÔS-SE O SOL
Pôs-se o sol. Cá pras bandas do cerrado
da tarde o fulgor pouco a pouco esvaece
o encarnado entardecer, geme em prece
desmaiado o poente, num tom desafiado
E no horizonte, o luar obscuro reaparece
encapotado, embaciado. E desmantelado
o dia, tudo em silêncio está. Sombreado
rubro, taciturno, o escurecer resplandece
E no mistério das trevas, poético recanto
sinfonizando em uma melancólica sangria
faz-se noite, que vai cantando o seu canto
E ainda, ter toda a magia, faz-se a poesia
enchendo o sentimento de tanto encanto
assim, vem a noite, e amanhã é outro dia!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04/09/2024, 18’46” – cerrado goiano
TARDES DO CERRADO
É o entardecer no cerrado das tardes de todo dia
Solitário no silêncio, chega à noite e, o olhar tardia
Se tarde é, todavia, o tardar apressa a hora vazia
Enchendo de quimeras a noite que no céu sombria
E no breu do tal entardecer que a noite tão pedia
O sol no horizonte abrasa-se e o adormecer regia
Nos galhos tortos, recria, tal qual o poeta na poesia
Em um entardecer rubro, árido e de aspereza fria
Vem a tarde, chega à noite valsando em melancolia
Onde o vento entre as secas folhas no tardar rodopia
E o tempo e saudades no peito se fazem em sinfonia
Pra haver outra tarde, outra noite, haver outro dia
Sem saber se é pranto, choro ou remia que prazia
Adentro no entardecer do cerrado que a noite espia
Com seu luar gigante, reluzente que o denso lumia
Vai-se a tarde, num lusco e fusco, e a coruja pia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março, 2017, 18'00"
Cerrado goiano
A TARDE CAI (soneto)
A tarde fria, ressequida, no cerrado poente
Escorrega no horizonte escarlate de junho
Em brumas desmaiadas e tão lentamente
Deixando os suspiros como testemunho
Manso, e de uma realidade inteiramente
O entardecer tão árido e sem rascunho
Vai descendo pela noite tão impaciente
Silenciosamente na escureza antrelunho
E a tarde vai caindo, pelo céu vai fugindo
Presa na imensidão do anoitecer infindo
Esvaindo o sertão indolente e acetinado
Nesta tarde fugidia, as estrelas já luzindo
Cobrindo de melancolia, o sossego vindo
É a tarde que cai, lânguida, pelo cerrado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
a diarista
já o lusco fusco chegando
com sua casca ressequida
o céu do sertão apagando
e as maritacas de partida
pela janela vai adentrando
silenciosa, está tal rapariga
espanando num desmando
sombreando, cheio de giga
tece a noite, vai-se o dia
finca estaca na imensidão
o canto da cigarra anuncia
o tardar, tolda a escuridão
o cerrado a noite cria
a melancolia recordação
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
segunda, outubro, 2019
Cerrado goiano
FEVEREIRO...
... majestade
verão, folia
fantasia a divindade
mês de alegria
confete e serpentina
batucada na esquina, simpatia
é CARNAVAL, saia da rotina...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
fevereiro 2018
Cerrado goiano
“Eu aprendi a resolver as coisas indo embora, e isso sempre funcionou para mim, ficar talvez poderia funcionar, mas nem sempre dependeu só de mim.”
"AMOR OPOSTO"
Eu fui o Sol, tão quente quanto o amor em seu coração
Você foi a Lua, frio e distante, como as noites que ela traz
Apesar de haver outras mil luas no sistema, o Sol se apaixonara justamente por aquela. Aquela distante que foge ao vê-lo chegar
Mas a Lua tinha seus motivos, não pudera amar o Sol, eram opostos, um era frio e o outro calor. O Sol não esfriaria por ela e ela não pudera aquecer por ele
O Sol tentou, mas só a iluminou, o que a deixara mais linda. E a Lua sentiu o amor do Sol brilhar em sua face, então chegaram a uma conclusão
“Vamos nos amar” – Disse a Lua
“De tempos em tempos” – Continuou o Sol
“Assim você não esfria e eu não aqueço” – Completou a Lua
“E mesmo assim eu posso sentir seu beijo” – Brincou o Sol
Desde então, os opostos se juntaram
E um lindo Eclipse nasceu
A Lua e o Sol se amaram
E com esse final ninguém sofreu
Que paz seja sempre interior; espiritual. Que o amor seja sempre essencial; da alma.Que a mente sempre se eleve a Deus. Que a saúde esteja sempre na mente para o corpo. Que a riqueza seja sempre em abundância para o bem. Que a vida prospere na fé infinita e inabalável. Que todo amanhecer seja purificado com a luz do sol e a noite com o brilho do luar. Que ninguém se esconda na sombra e possa se revelar na luz.
Para conviver comigo é preciso compreender das minhas tempestades. Não tenho previsão climática, vivo o sentir sem me importar com o que as águas lavam e levam. E você mesmo diante os trovões faz o sol acender e refletir nas águas. É por isso que mesmo seguindo o fluxo, contornando os obstáculos, as águas sempre se renovam em sua nascente. Fluindo!