Sobreviver
Parece que por mais que você não deseje surtar...é inevitável, ou pra sobreviver, ou pra viver algo que nunca esperaria viver
Uma coisa de cada vez: primeiro acordar, depois sobreviver. Tudo vai tomando o rumo certo, voltando às suas posições indigestas e insatisfeitas, e isso não vem me cortando os pulsos mais, porque, quando a verdade se expõe o desejo de se livrar dos sentimentos ruins torna-se a única razão para manter a respiração ofegante. Caí sim, e me levantei sem suas mãos ou um olhar condescendente, sua crueldade não é perceptível ou palpável, mas a reflexão em algum momento se fará necessária. A chuva desce, a terra se encharca de fé e colherei os frutos de uma simplicidade essencial. Talvez eu não seja mais o mesmo, e certamente o amor me mostrou seu lado negro, sua face límpida e indecente. Quero a distância do passado, mudar de cidade, ler novos livros, comer diferentes doces, assistir filmes tristes e trabalhar em algo que faça sorrir. Sigo à procura do "eu" que ficou perdido no chão da sala de jantar, quando você disse a melhor coisa que eu pudesse ouvir: adeus!
Algumas horas do meu dia eu passo em outro mundo, um que inventei pra sobreviver nesse mundo real. E é de lá que eu trago todos esses pensamentos.
Essa era a chave para sobreviver na pós-graduação. Você podia fazer qualquer coisa se fosse iludido.
A aniquilação pessoal segue o rastro da tentativa de sobreviver no grupo social que dita as regras — uma morte simbólica do eu.
Escrevo por lazer
Com prazer.
Escrevo também, para sobreviver
Sem perecer
Nessa vida fútil
Assim me sinto útil.
Sobre crescer e sobreviver
Se desejamos crescer, é preciso romper barreiras.
Não há como florescer na inércia.
Não se cresce abraçado ao vitimismo, nem ancorado na conformidade.
E, sobretudo, não se cresce com medo.
Medo de desagradar, de falhar, de ser mal interpretado —
o medo de não caber na expectativa alheia é uma prisão disfarçada de prudência.
Li, certa vez, que especialistas recomendam um exercício simples, mas profundo:
escrever o que se pensa.
Colocar no papel a imagem de quem queremos nos tornar.
Construir-se em tempo real, com palavras como tijolos e sangue como argamassa.
Eu fiz isso. A vida inteira.
Construi um império de sonho.
Mais de 40 livros.
Cada um deles foi uma escada plantada no escuro.
Sem eles, talvez eu fosse um anônimo completo —
um homem comum, apagado por dentro.
Mas é importante dizer: isso, por si só, não significa sucesso.
Não falo de vitórias públicas.
Falo de sobrevivência.
Escrever foi meu modo de não desaparecer.
Foi minha maneira de resistir ao apagamento interior que ameaça todos os que sentem demais.
Transformei em palavra aquilo que o mundo tentava silenciar em mim.
E isso, por mais que não me tenha dado aplausos ou riqueza, me deu algo ainda mais raro:
consistência.
Se uma barata pode sobreviver até uma semana sem a cabeça, por que eu não poderia suportar anos de críticas vindas de uma sociedade falsa, hipócrita e doente?
A solidão enlouquece meus pensamentos, porém me fortalece pra sobreviver nesse hospício chamado mundo!
