So Nao Muda de Ideias que Nao as tem
Brasileiro
Já que a vida ta ai pra viver
E cá no Brasil eu cair pra sofrer
Que façam valer
Esse meu único direito
Enquanto é direito por aqui se viver
Já que eu corrir
E não posso alcançar
Que façam valer
Esse meu único direito
Enquanto é direito
Por aqui se acabar
Se isso é a minha sorte
Qual serar a minha sina?
Serar a morte
Em meio a uma chacina?
Ou um corte na veia
Como se fosse vacina?
Já que a vida ta ai pra viver
E cá no Brasil eu cair pra morrer
Que façam valer
Esse meu único direito
Enquanto é direito
Por aqui padecer
Enquanto em mim
Ainda existir um peito
Que sirva de álibi ao país
Quando tudo perder o respeito
E ser arrancado pela raiz
Mesmo que o rosto
Alguém pinta com giz
O que fará esse moço
Com essa cicatriz
Novela ele já não assiste mais
Com vergonha
Daquela atriz
Na mesa já não senta pra almoço
E esconde até as suas digitais
Com vergonha do que passou
E com medo do que vem depois
Pois quando quebraram
Os seus cristais
Quebraram também
Os sonhos de nós dois
E nem ilusão aqui mais restou.
A Minha Voz No Vento
Eu solto a minha voz no vento
E deixo ela ser levada pra longe
Pra que ela vá de encontro
Ao teu sofrimento
Isolados em terra de monge
Eu solto a minha voz no vento
Como quem solta por ai
Algum pensamento
Na ponta da lingua
Um amor ciumento
E de tanto ser assim
Muitas vezes até cai
Só não morre a míngua
Porque tem documento
E o amor não é assim
Um ser lazarento
Quando eu solto
A minha voz no vento
É como quem dar mil saltos
E perde a noção do tempo
Na pressa eu já calço
Os sapatos
Pra dar chute na cara
De alguns ratos
Quando insistirem
No meu encalço
E se mesmo assim
Eles resistirem
No seu pescoço
Eu faço um laço
Depois amarro e dou um nó
E faço isso com um cadarço
Pois quando eu solto
A minha voz no vento
Eu também me revolto
E brigo pelo movimento
Mas se tu é meu amigo
E tem sentimento
Eu te dou o meu abraço
Pra que faça dele o teu abrigo.
Casaco Marrom
Ainda lembro
Daquele casaco marrom
Todo em mosaico
E sujo de batom
E quando eu usava
Ficava parecendo um atum
Mas todo mundo me aturava
E achava aquilo
Tudo muito comum
Todo mundo queria me ver
Como antes nunca se quis
Todo mundo via o casaco
Como antes nunca se viu
Assim fazia essa essa gente
Sempre que me vestia
Aquele casaco marrom
E não queria nem saber
Se pra quem sorria tava bom
E se o tempo tava quente
Ou fazia muito frio
Se a estrada era aquela
Que já não levava a lugar nenhum.
Cabaré
Eu sentir um cheiro de cigarro
E vinha lá do cabaré
Ouvir também um escarro
E era de homem e mulher
Eu vi o seu fogo aceso
E era tanta fumaça
Que parecia uma chaminé
A sua boca parecia um vulcão
E o seu corpo derrubava
Como um furacão
Você era um perigo
A que se guardava
Um certo abrigo
Á sua perdição
Se ver uma mulher de capuz
E uma argola na orelha
Faça logo o teu sinal da cruz
E corra do mel dessa abelha
Se ela fala demais
Tape logo os seus ouvidos
E também as suas orelhas
Seja muito prevenido
E esconde até
As suas sobrancelhas
O cabaré é um canivete
Lugar onde se enfeitiça
E sai muito pivete
A mulher mascla sua língua
E o seu bolso também
Tudo isso ela faz
Sempre por um vintém
Como quem mascla um chiclete
E deixa morrer á mingua
O caberá é a navalha
E a mulher é a bebida
Chega o homem canalha
E a trata como mulher da vida
Ali corre sangue
E mesmo assim a mulher convida
Sempre em gangue
E quase não tem despedida
De corpo, alma e mente despida
Já quase enlouquecida
Não dispensa nem a gângster
E ainda banca a ensandecida
Á querer sempre mais
E nunca estar agradecida.
O Jogo Do Amor
O amor é um resto de mato
Que nasce, cresce e morre
Dentro da gente
Porque as vezes
Lhe falta quem rega
E até o olhar você se esconde
E pra ele você nega
O amor é um pouco de tudo
Guardado no fundo de um baú
As vezes ele parece que é mudo
E tem a cara pintada de cau
O amor parece cegueira
Visão perdida com a sua beleza
Quando caimos dentro desse fogo
Aceso com essa incerteza
E as regras que tem esse jogo
Queima mais do que a fogueira.
Abutre
Você mentiu
E dissimulou
Nada você sentiu
E logo me condenou
Querendo cobrar em mim
Sempre um bom respeito
E logo eu percebi
Que isso era o fim
Porque há muito tempo você
Já havia perdido esse direito
De exigir o que nunca deu
E tentar ressuscitar em mim
Aquilo que nunca morreu
Você magoou o meu coração
E toda esperança que eu tinha
Fez eu perder a ilusão
E tudo que lá dentro continha
Amassou todos os meus sonhos
Como se eles fossem latinha
Você passou por cima de mim
Como se fosse um caminhão
Que recolhe detritos no jardim
Pra levar depois ao lixão.
Dias Melhores
Veio de lá pra cá
Como quem vai de cá pra lá
E quando vem a chuva
O vento forte quer decolar
Mas tem sempre
Aquele tempo bom
E cada pedaço ele quer colar
Veio de lá pra cá
Contando cada passo
Parecendo que vinha de longe
Mas não queria chegar
Não vinha sorrindo
E nem vinha cantando
Mas sua voz
A gente podia escutar
Como um rádio de pilha
Ligado o dia inteiro
Como se tivesse numa ilha
E esquecesse de trabalhar
A vida assim
Ia sempre levando
Não era um jogo
Mas vinha sempre ganhando
Sabia o que queria
Só não sabia como chegar
Mas nunca perdia a sua fé
E sabia sempre esperar
Jamais perdia a sua perseverança
E com dias melhores
Vivia sempre sonhando
Veio como quem vai
E ficou como se já fosse embora
Hoje é ele quem cai
E amanhã é você quem chora
Veio como se fosse bonito
Mas pra ser feio
Amanhã não demora
Pois beleza não tem infinito
Um dia essa feiura chega
E por inteira ela te devora.
O Nosso Nascimento
A luta começa
Desde o nosso nascimento
Quando ainda nem temos idade
E começa aquele sofrimento
Nos sofrendo pra nascer
Pra buscar felicidade
E lutando pra vencer
Pra ser feliz de verdade
Mas pra isso acontecer
Ainda há muito o que fazer
É preciso muito luta
Pra ver tudo florescer
Muita mãe ainda chora
Pra ver seu filho nascer
Algumas tão cedo vai embora
E não ver o seu filho crescer
A nossa luta começa tão cedo
E a nossa mãe a gente faz padecer
E sem querer a gente
Faz a ela tanto medo
Pois logo ela se desespera
Achando que seu filho
Não vai nascer.
O Frio Da Noite
Deixa eu tocar o meu tambor
Pra encantar o amor
E espantar essa dor
Que bole e remexe por dentro
Acompanhando
O tic, tac do despertador
Deixa eu tocar o meu tambor
Nessa noite fria
De coração gelado
Quero fazer do seu corpo
O meu cobertor
Como se a gente fosse namorado
Deixa eu tocar o meu tambor
Olhando dentro dos seus olhos
Pra te mostrar a batalha
Travada por um sofredor
De mão, braço
E perna amarrada
Congelado no breu
E no frio da madrugada.
O Velho Indio Sábio Do Rio
O velho índio sábio
Tantas vezes um homem sério
Hoje finalmente ele sorriu
Pois ele é quem guarda e conhece
Todos os segredos
E mistérios do rio
E como a palma da sua mão
Conhece também
O profundo vazio
Que cerca e invade
O seu coração
O teu sorriso vivia esquecido
Até que um dia ele se abriu
Foi como de novo ele ter nascido
E tudo que é anjo do jardim saiu
Muita história ele tem pra contar
Algumas até são de arrepiar
O indio sabia de tudo
Mas não queria falar
Por isso fingia de cego
E outras vezes de mudo
Pois tinha medo do abismo
E de ser jogado no fim do mundo
O indio sabia demais
De todos os Mistérios
E segredos do rio
Desde ali até o cais
E até dentro do navio
O indio conhecia
A alma de cada pescador
Como quem conhece a cara
Que silencia um pecador
Ele sabia onde o seu calo apertava
E quem te causava essa dor
Quem botava a lenha na fogueira
E acendia a chama do amor.
Idílio
Como é bom sentir o cheiro
Doce de terra molhada
Junto aquele aroma
Que vem do canteiro
Remetendo a mim
Á vida passada
Em tudo que um dia
Eu já fui o primeiro
Junto á aquela beleza
De um campo todo florido
Onde sempre eu tenho corrido
Atrás daquela primavera
Que sempre deixava cair
A mais linda rosa no chão
E como se fosse uma bola
Eu pegava e segurava com a mão
Como é bom acordar de manhã
Ouvindo o cantar dos passarinhos
Pra mim já não existe o amanhã
Nem outras vidas que mostre
Esse mesmo caminho
Com aquele aroma do café
Que exala sempre
Onde você estiver
Eu não troco essa vida por nada
Nem que eu tenha
Que beber de colher
Toda a água que vem da chuva
Em uma noite de invernada.
Anjo
Há um anjo em cada um de nós
Nos amando por dentro
E por fora também
Há um anjo segurando a sua mão
Quando o carro vem
E você tá na contramão
Tem anjo guardando o seu sono
E no sonho fazendo presente
Alertando de todo perigo
Que pode acontecer de repente
Há um anjo em tudo que eu vejo
Em tudo que eu penso ou desejo
Tem anjo até no telhado
Segurando vela
Durante o seu beijo
Tem anjo pelo pão de cada dia
E anjo segurando o vento
Quando a gente canta a melodia
E mexe com teu sentimento
Tem anjo até no perfume
Que faz eu lembrar de você
Mesmo com todo o tormento
Quando traz aquele ciúme
Tem anjo vagando no ar
E nos olhando dia e noite
Sem parar
Tem anjo voando no mar
E se afogando em nossa agonia
E com açoite ele sempre vem
Aqui prontos pra nos salvar.
O Barco Da Vida
O tempo passou
E eu ja nem lembro mais
Quem foi embora atracado ao cais
E na minha vida
Quem ficou pra trás
Sem dizer adeus
Ou até nunca mais
E quem atracou á minha alma
E não me abandonou jamais
Eu já nem lembro
Quem chorou mais
Quando o barco da vida sumiu
E o meu amor
Disse adeus e partiu
Com aqueles olhos
De quem sempre volta
Mas nas voltas que o mundo dar
Veio o asteroide e nos iludiu
E me deixou com o rosto
Todo amarrotado
Iludido de tanto esperar
Quando fechou o meu coração
Com tudo que ele tinha pra te dar.
Alvedrio
Hoje eu acordei
Querendo tocar o sol
E até duvidei que a minha alma
Era quem se escondia
Atrás daquele lençol
Com tanta calma que se perdia
A procura de um só farol
Que me service de guia
Hoje eu acordei
E dei de cara com meu passado
Foi tudo tão complicado
Mas confesso que não chorei
Guardei o que tinha sobrado
Pra mim nunca esquecer
Daquilo que um dia
Tem me feito chorar
E um dia por um triz
Quase me fez enlouquecer
E o giz por incrível que pareca
A nossa história
Ele também escreveu
E tudo tão bem guardado
Ficou lá no passado
Como se fosse um museu
Pra registrar o que passou
E mostrar o que se viveu.
Escachar
Ninguém é feliz aqui
Por muito tempo
Há sempre uma vida que junta
E outra que separa
Há sempre uma luz que acende
E outra que apaga
Ninguém é feliz aqui
Por muito tempo
Há sempre uma gente que rir
E outra gente que chora
Há sempre uma saudade a insistir
Quando alguém vai embora
Ninguém é feliz aqui
Por muito tempo
Há sempre uma estrada que abre
E outra que fecha
Há sempre quem joga uma pedra
Ou te atira uma flecha
Ninguém é feliz aqui
Por muito tempo
Há sempre quem faz tudo sozinho
E aquele que precisa de ajuda
Há sempre quem abre o caminho
Mas precisa se benzer com arruda.
O Brilho Da Lua
Eu vejo uma lua prateada
Tão cheia de vida
E bem animada
E quando ela brilha
Parecem dois faróis
Nos olhos da moça
Quando estar apaixonada
Eu vejo uma lua refletida na louça
E dois caracóis
Perdidos na trilha
Um se aquecendo
Com dois lençóis
E o outro em forma de colosso
Brilhando mais que o dente
Daquele cão
Quando morde o osso
O brilho da lua
Não conhece
Olhar tristonho
Ela brilha mais
Que sonho de moço
Quando ele vai pra rua
E o seu caminho ele tece
Dizendo querer sempre mais
E assim como um bom caminho
O seu brilho a gente merece.
Nunca compreendemos melhor a loucura de ser professor público do que quando libertados das fantasias academicistas.
Tempos..
Tempos de guerra!
Tempos de dor!
Tempos de revolução!
Tempos com menos amor!
Tempos bandidos!
Tempos ruins!
Tempos finais!
Ou tempos sem fim ?
Tempos de lamentações!
Tempos de brigas!
Tempos de indignações!
Tempos de partidas!
Tempo ao tempo..
E pouco temos pra pensar!
Quanto tempo sofrendo ?
Quanto tempo temos que caminhar?
Abstinência
Sinto a tua falta do lado da cama.
Saudade da tua voz dizendo que me ama.
O cheiro do perfume em meu travesseiro.
Dos toques e entrelaço de pernas e dedos.
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