So Nao Muda de Ideias que Nao as tem

Jogando confetes
para o alto
porque palavras
são impossíveis
de serem recolhidas!

Neste carnaval
vestirei minhas fantasias
mais sensuais
as sexuais
e as mais abomináveis!

trago flores
para que Deus conforte
os corações doídos
dilacerados
machucados
pela perda
pelo sofrimento
pelo desamor
peço força e fé
carinho e atenção
muita prece e oração
beijos na alma!!!

Se "educação vem de berço"
humildade
caridade
e demais virtudes
vêm da manjedoura!

Estou vendendo:
saúde e beleza
porque se for dado
ninguem dá valor!

sambarei entre
serpentes e serpentinas
com alegria e a felicidade
estampada no rosto!

Jogando fora
um travesseiro
com marcas de:
suor do meu esforço
lágrimas de sangue
e sonhos perdidos!

no carnaval
vou desfilar de corpo
alma e coracao desmascarado...
fantasia: dona da minha vida!

Vendo ventila-DOR
pra refrescar as dores
e os ânimos
apesar da falta
de calor humano!

Neste carnaval
máscaras vão rolar face abaixo
junto com as lágrimas
de arrependimento!

a vida me faz sentir na pele
o cheiro de flor
e na consciência
uma coroa de espinhos!

pra quem está no fundo do poço:
é lá que se encontra
a fonte de água limpa...
e água é vida!

Quando minh'alma excita...
eu escrevo
quando eu leio...
deliro de emoção!

Vendo pérolas
de ótima qualidade
produzidas por mim
todas às vezes
que me passaram raiva!

Vendo kit com pente-fino
peneira e funil
pra selecionar
quem fica
e quem vaza da sua vida!

Vendo abadá
dos blocos de carnaval:
Deixando de ser trouxa
e Porque Fui Ser Feliz!

Quantas vezes, quando criança ficava à olhar as nuvens no céu, e às comparava com figuras.
E as vezes que ficava admirando as estrelas, sonhando em um dia alcança-las, mesmo tendo medo de altura.
Inocência de criança!
Naquele tempo nem tinha idéia o quanto a vida seria dura.

Nós somos assim...

Nascemos para a liberdade...

Nós acreditamos nas mudanças da lua ...

Nascemos para ir e vir...

Ninguém pode nos impedir

Nós somos filhas de um novo amanhecer...

Nossas mentes e almas são livres ...

Blessed-be

(Aline de Alencar Rosa)

Eu sou negra, a fome é amarela e dói muito.

No dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual: a fome!