Sinto o Vento na Janela
Abre a Janela -
(Para Maria João Quadros)
Nunca mais sentirei o teu abraço nas noites de fado
nas vielas escondidas, nas travessas tortuosas,
nunca mais saberei do teu coração cansado
dando voz às guitarras virtuosas...
Para onde foi o timbre da tua voz?!
A suavidade com que me tocavas o rosto?!
Não ouves ... mas estou aqui ... a sós ...
ausente de mim, sem vontade nem razão, dentro do corpo.
Incapaz de voltar atrás ... a morte chegou ...
... sinto-me impotente ... cheio de frio e solidão!
Mas a vida é um ciclo, não pára nem parou
e em nós bate ainda o teu coração...
Teu rosto, teu perfil, tudo endureceu
alumiado à chama de uma vela,
não deixes quem te ama e não morreu
"meu amor abre a janela!"
(Na Basilica da Estrela em Lisboa.
À minha querida Maria João Quadros com todas as saudades possiveis e imaginárias tipicas de quando nos afastamos ... guardo-a no coração ... para sempre.)
INTIMIDADE
É manter a porta e a janela aberta, para quem desejas
Que tenha livremente, o acesso ao teu domicilio
Partilhar do melhor que conservas nas tuas prateleiras interiores
Apresentar cada detalhe especial e indiferente do mesmo
Dos móveis novos aos velhos, da grama às escovas de dentes
Permitir que se sentem no chão, cama, esteira e papeiem
Repartindo planos a curto, médio e longo prazos
Incluindo pastos e prantos
Intimidade
É algo pessoal ou alguém muito especial e, (in)transmissível
Cujo partilhas feelings, abertamente e com mente aberta
Colhidos do imo, ambos trajados com a sua natureza
Concordando que se dispam as almas, trocando nomes
Feios que naquele instante são lindos, porém, carinhosos
Rindo alto e falando baixo, diante do segredo dos segredos
Revelando o amor com sinais simples e vitais, sem esforço
Com direito ao PIN e ao PUK do que vos faz resguardar
A intimidade
É criar conversas curtas, longas e profundas pejadas de loucura
À vista de quem está de fora, sem proferir uma palavra sequer
Com troca de olhares, ao som de alguma melodia que algo vos diz
Ao olor de alguma fragrância, que algo vos faz rememorar
Depositando total confiança através de desafogos d’alma
Expressados pelo corpo, dirigidos a quem seleccionas à dedo
Sem temer que dali saia o que ali acontece, pois o que por ali passa
Por ali fica, na vossa inteira e plena intimidade.
Opoetadafogueira 🔥
Meus 28 anos
O tempo passa depressa agora
O sol que entra pela janela às 5:00
O despertar para mais um dia de trabalho
O contar das horas por mais um entardecer
A descida e subida das ladeiras
Os compromissos agendados
O desfazimento de alguns
O refazimento de outros
Ora estou cansada, ora repouso em minha beleza
Porém, em meio a tantos compromissos
Há algo que chama a atenção
Não é mais sobre o externo, é sobre o que vem de dentro.
O que vem de dentro tem importado muito.
"De repente paro, observo a janela e vejo um abismo sem fim, e quando saio vejo que simplesmente era o espelho."
A simplicidade das palavras é como uma janela aberta para o mundo, permitindo que entrem luz sombra e ar fresco.
Debruçar-se na janela da memória...
Esgueirar-se por entre as frestas do passado,
esse grande acumulador,
e mirar o olho mágico espreitando o tempo
para escrever a História!
Eis o ofício do Historiador!
Na beira de uma janela
Em frente a uma madrugada
Olhava para a o céu estrelado e perguntava
" porque isso está acontecendo?"
Mas nada se ouviu, apenas o silêncio da madrugada.
A ventania e a escuridão se fez presente
Então uma lágrima correu pelo meu rosto
Sem motivos para chorar
Mas com a angústia me tomando naquele lugar
Dentro do meu quarto uma luz eu vi
E não conseguia olhar de tão forte que era a luz
Mas eu sabia que era um anjo
Vindo me abraçar
Olhei para o teto do quarto e vi aquela luz tão forte vindo em minha direção
Às 3:33 da madrugada um anjo me abraçou, uma presença divina me tomou
E a angústia me abandonou
“Um claro raio de luar visgou da janela adormecida o descortinado amor. Num reflexo sem juízo, adormeceu a partida e correu todos os riscos. Apaixonou-se pela luz acesa na casa do vizinho.” Para Vinícius de Morais
Hoje ao acordar
Abri as cortinas da janela
Vi e ouvi a chuva
Perguntei a Deus
Se estava chorando
Pela minha dor
Talvez...!!!
E agradeci a Ele
Por secar minhas lágrimas
Com as suas.
Veja da janela o mundo que criamos, pobre garoto. As flores do jardim estão mais vívidas como nunca. Foram regadas com sangue inocente, sangue velho e jovem. Elas alucinam nossas mentes com um perfume belo e mortal; são a representação do nosso egoísmo e escolhas vazias, que tanto feriram ao mundo e a nós mesmos. Vê, pequeno, minúsculo garoto?
Sentindo a Vida
A vida nos trás uma janela.
Olhar cada momento, é difícil, para quem não tem poesia no coração.
Cada imagem que nossos sentidos captam, é único, pessoal e, indivisível.
Podemos tentar colocar em escritas o que sentimos e pensamos.
Porém, só será uma escrita, em um livro.
ELE nos fez, cada um de nós, únicos.
Que beleza a diversidade do olhar, do sentir, do poetizar ou desprezar, a suavidade e a beleza de cada momento que vivemos.
Abro meu coração e percepção, para entender quem está ao meu redor.
Faço um exercício enorme para não julgar, ou criticar.
Posso até torcer pensamentos de análise, mais nunca recriminar.
Cada ser tem a estrada própria, e por ela vai responder.
Eu olho para janela
Do universo infinito
E não tenho medo dela
Porque tudo é tão bonito
Não tem fim nem tem começo
Como posso entender
Perfeição que nao tem preço
Sem correntes pra prender
Na infinita viajem
Eu faço um tour demorado
Eu olho pro meu futuro
Respeitando meu passado
Pois tudo é só um pensamento
Com eterna sintonia
Tudo vibra num momento
Momento de alegria
Abro uma janela social e sou levado por um turbilhão. Como joaninha perdida na ventania, assim sou lançado numa ânsia coletiva pela visibilidade e validação.(Walter Sasso)
A janela
"Je laisse la vie, comme les fleurs laissent la mort!
Les fleurs laissent la mort jolie,
La décoration des fleurs est unique,
Qui fait la mort jolie? sinon les fleurs?
Les fleurs embellissent, ensorcellent!
Elles sont la beauté de l'enterrement.”
Ao som das estações, fabricam-se ossos e costumes,
Estátuas e revestimentos culturais.
Há dias tenho tido lembranças de outras lembranças,
Tenho conjurado sonhos irreais em pesadelos,
E tenho tido pesadelos conjurando sonhos.
Possuo dois cérebros: Passíveis,
Conjurados um contrário ao outro.
Pela plenitude fictícia de nunca estar certo,
Tendo por prazer real, nunca se saber quando é que se está louco.
Com alguns retratos, eu escondo partes de uma parede despojada,
Expondo pequenos espaços a serem preenchidos pela imaginação.
Ah, esse pequeno mundo que arquiteto debruçado na janela.
Eu vivo em paredes que só existem dentro de mim.
Observo distante, esses quadros anacarados a vela,
Passo as horas tal qual um relógio velho; atirado-me ao chão.
Sob a escuridão de mim, oculto-me neste escárnio quarto,
Fico imutável na depravação imaginária dos pensamentos.
Escrevo sobre tudo, sem ter nunca conhecido nada.
Aqui redijo! – Como quem compõe e nada espera,
Como quem acende um charuto e não o traga,
Apenas saboreia-o por mera desocupação.
Escrevo, porque ao escrever: – Eu não me explico!
Como quem escreve, não para si, não para os outros,
Escreve; porque tem que escrever.
Transcrevo em definições um antinomismo de mim mesmo,
Depois, faço algaravias conscientes da imperícia consciência.
Nada é mais fétido do que a minha ignorância erudita.
Há três horas; – Sinto diferentes sensações,
Vivo a par disto e daquilo; – E sempre a par de nada,
Estou repleto de preocupações que não me preocupam.
Calmamente, inclino-me para o mundo de fronte à janela,
Observo que por pouco observar, eu tenho a visão da praça,
Diante dela, tenho também a visão de um pedinte violinista.
Inclino-me para dentro de mim e tenho a visão de um homem,
Que hora é homem e hora são as minhas sensações,
De que tenho sido um homem.
O meu mundo é o que posso criar da janela do meu quarto,
Esse coveiro desempregado da minha senil consciência,
Um túmulo escavado por falsas descobertas arqueológicas,
A terra anciã é o amparo às minhas espáduas sonhadoras,
Preceitos juvenis? – Todos mortos! E hoje são somente terra,
Mas estou cansado; acendo outro charuto e me afasto da janela.
O silêncio dos meus passos conforta o meu coração,
A fumaça traz lembranças que me fazem sentir,
Ainda que eu não saiba exatamente o quê.
Sou indiferente aos lugares que frequento,
Tenho sido visto por muitos, mas tenho visto tão poucos.
Ah, ninguém me define melhor do que eu mesmo.
Caminho de fronte ao espelho: A tentar definir-me,
Certeiro de que ao derradeiro fim, não terei definição alguma.
Exceto, a falsa definição de que me fizeram os tolos.
De volta à janela,
Vejo a esperança exposta em uma caneca e um violino.
As mãos que sustentam a caneca, cansam antes das cordas.
Os homens passam e rejeitam ajudar com um mísero centavo.
Ah, cordas que valem menos do que o som que proporcionam,
Ouço-o e por ouvi-lo, eu observo os espíritos desprezíveis,
O meu cansaço distorce as melodias que essa alma compôs.
Diferencio-me e jogo-lhe alguns centavos:
Ah, uma esperança surge nos ombros cansados.
O violinista volta a executar melodias nas cordas senis,
A pobre rabeca se torna um estradivário valioso.
Eu sou um escritor, mas, não sou ninguém.
Agora esse violinista; talvez seja alguém.
Talvez escreva melodias que muitos ouvirão,
Ou que ninguém, talvez!
Dentro de um raciocínio lógico eu o defino ao definir-me.
Ele é a esfera do infortúnio. – Eu sou a pirâmide do êxtase.
Intercalamos entre o que está por vir e o que está presente.
Reacendo o charuto, fecho os olhos e ouço a melodia,
Desta janela vivo sendo outro, para evitar ser eu mesmo.
Eu poderia sentar a praça e observar, de perto, o violinista;
Tudo que vejo da janela me deixa com os olhos em lágrimas.
Aqui de cima o mundo é admirável, mas não consigo explicar-me.
Que faço eu? – Que faço eu ainda aqui, debruçado na janela?
RENASCER
De João Batista do Lago
Ao abrir a janela
o velho jardineiro desfaleceu:
o jardim fora assaltado
as flores e as rosas eram murchas,
sem vida e esquálidas.
Os olhos do velho jardineiro,
cansados, choraram a dor do mundo:
nenhuma flor, sequer uma rosa
para beijar; nem mesmo um só buquê para dar.
O cheiro da rosa, e da flor, ficaram apenas na memória.
[…]
Antes que o dia finde,
o velho jardineiro tornará à luta;
e mesmo com olhos marejados
e com mãos calejadas
renascerá flores e rosas: toda vida sorrirá.
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