Sinto falta do meu Passado
Manifesto
Então soletre-me atentamente
Cada letra o som do meu olhar
Leia-me e guarde mentalmente
Estes versos que querem amar
Por eles os faço solenemente
Luciano Spagnol
VISÃO
No cerrado vi um peão a toda brida
Pelos cascalhados da árida estrada
Do meu sonho não entendia nada
Se eu estava na morte ou na vida
Entre folhas ressequidas, adormecida
Uma caliandra, sendo colhida por fada
Em cachos, no beiral da lua prateada
Numa tal tenra pálida beleza já vencida
E nesta ilusão a ele fiz uma chamada
Vós estás de chegada ou de partida?
O tal peão, O Tempo, de sua cruzada
Respondeu: não tenho alguma parada
Levo comigo o podão de toda a vida
A caliandra colhida, é tua infância perdida.
JUBILA CANÇÃO (soneto)
Bendito sejas o amor, ao coração meu
Que desnudou o breu da minha solidão
Em luz, das andas minhas na escuridão
Quando a sombra, me era o apogeu
Bendito amor, que me estendeu a mão
Como quem no amor oferta o amor teu
Sem distinção, pois, dele dor já sofreu
E então sabe aonde os vis passos dão
Bendito sejas, que no prazer plebeu
Trouxe amor à vida e, boa comunhão
Ao pobre pecante, dum âmago ateu
E então, neste renascer com gratidão
Que no peito uivou e angústias moeu
Do solitário pranto, fez jubila canção.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
SONETO "MEA CULPA"
Você que sempre foi especial, errei
Então, no meu erro, desculpa peço
É difícil perdoar! Sei! Árduo regresso
Eu confesso: -com remorso fiquei!
E nesta "mea culpa", algo lhe direi
Se o coração escuta, é progresso
Não é fácil arrepender sem acesso
Tão pouco indulto de quem o fazei
Então, com um afeto lhano modesto
No nada é impossível, o meu gesto
De contrição... Na minha incorreção
Nem tudo na vida nos é tão funesto
Pra que seja no amigo ato molesto
E neste soneto de amor: -Perdão!
Luciano Spagnol
27, agosto de 2016
Cerrado goiano
Não peça calma ao meu coração, pois pra ele tu és urgência. Tu és pedaço que ele precisa. Você nem percebes, mas ele bate mais por você do que por mim.
Que olhar!
Se derrama em mim. Me enxarca a alma de paixão. Me mata desejos incumbidos. Me tortura tão docemente. Olhar de bandido em entrelinhas com amor.
Voar. Sem saber pra onde. Se vou voar a toa no céu ou se vou repousar em teus braços. Não importa. Apenas voou. E vou.
Beijar o seu sorriso. Sorrindo.
Somos o rascunho de um amor que não prevaleceu.
Quando ele toca minha pele eu implodo por dentro, mas ele nem percebe, pois por fora eu sorrio e sou tormento.
Muda o curso. Vem me dizer bom dia das mil formas diferentes que só você sabe me ofertar.
Perde os freios comigo. Vamos bater de frente. Acidente de amor não precisa pagar multa depois.
Então, vem.
Só pra você saber. Pensei em você. Deixei flores internas em mim te florescer.
Desculpas esfarrapadas de amor, estou fora. Eu quero verdades de amor pra sentir além da pele. Eu quero é a vida pós amor. Eu quero é a felicidade que o outro faz brotar. Eu quero aquela sensação de medo do mundo acabar antes de amarmos além de nós.
Me suga pra dentro de você. Me mata mil vezes de amor. Me inspira forte. Me sufoca quente. Me abraça com medo de me perder. Me perca em você. Adoro me reencontrar em teus caminhos. E ser teus passos pra voce voltar pra mim, outra vez.
Adoro perder as letras pra compor palavras que realmente seriam desnecessárias. .
Boca com boca só com beijo.
Bom seria se ela brincasse de amor. Se ela fizesse jogo. Se ela dissesse, eu te ligo e não ligasse. Bom seria se ela te levasse ao cinema e pra jantar fora e depois uma noite no motel. Bom seria se ela nem te olhasse direito nos olhos no dia seguinte e te levasse pra casa ou lhe deixasse no ponto de ônibus e dissesse, você é legal e a gente se fala. Bom seria se ela tivesse coração de homem. Pedra. Pedregulhos. Espinhento. Alguns.
Bom seria se ela não te desse a mínima mesmo você sendo um completo cachorrinho pra ela. Bom seria
Que bom seria. Mas que bom que ela é mulher e se veste de força e recomeça. As vezes chora. Se lamenta. Se dói muito por dentro, mas ela sempre dá a volta por cima e espera, e te espera, homem de coração de sangue, banhado de amor e verdades.
'' Quando a noite escurece nas sombras do meu pensamento,eu olhos as estrelas firmemente e atento.
Sobre a luz da lua eu me ponho a sonhar,com coisas grandiosas como o brilho do seu olhar.
Ponto a ponto eu marco as constelações e nelas coloquei os nomes do anciões.
Os mesmos que me disseram que meu destino me daria você,e a mim a ti.
Não busco nas estrelas um passatempo e nem uma forma de saber sobre tudo.
Apenas procuro no escuro um caminho para luz de tudo.
Sei que vou te encontrar algum dia,e farei o certo assim como se deve ser feito.
Um destino por um destino.Uma vida por uma vida. ''
DRAMA (soneto)
Quando é que o afeto meu terá encontrado
a sorte duma companhia pra se apresentar?
Quando é que na narração poderei conjugar
Assim, despertarei de então estar deslocado
Se sei ou não sei, só sei que eu sei atuar
E se eu estarei ou terei ou se está iletrado
É impossível de inspirar, o ato está calado
Pois, o silêncio discursa sem representar
O aplauso alheio pulsa, mas de que lado?
Na cena a ilusão é expulsa e, põe a chorar
Impossível imaginar atuar sem ser amado
E este drama sem teatro, e ator sem teu lar
De comédia trágica, no peito, então atuado
É amor e fado, no palco, querendo ser par!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
Aos pais ausentes.
Feliz Dia dos Pais, aos presentes.
A voz do meu pai.
A voz do meu pai, hoje é em tons de recordação
Aglutinadas na falta do eco de tua presença
Em suspiros de tua toada rija, suave fustão
Que acariciaram e fremiram em defensa
O quanto lidaram, e dos justos a tua razão
Velho pai, a tua voz jaze na lástima intensa
Nas lembranças agonia acridoce no coração
E, no entardecer do cerrado, a renascença
Pois havia na tua voz sim e também não
Que agora na vida nos dá a recompensa
Do teu jeito forte e para sempre lição
Tal contra o vento árido, a nostalgia prensa
A tua voz, levada como folhas da estação
E na saudade, uma eterna saudade imensa.
RETORNO (soneto)
De volta à minha vida de outrora
Há inquietude com o meu futuro
Tal, embora, o atual seja escuro
A intuição me diz pra ir embora
É assim, no raiar, uma nova aurora
Vai e vem, prevalece o afeto puro
Só na fé com compaixão é seguro
E na esperança que se faz a hora
Porém, se perde, também se ganha
Nas dores, se bate, também apanha
O próprio tempo que doutrina a gente
Pois no dever cumprido, vem o sentido
Da correlação, e ser mais agradecido
Hoje vou melhor, com amor mais ingente
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
copyright © Todos os direitos reservados
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
POEMA EM SILÊNCIO (soneto)
Meu verso está amordaçado
As palavras dentro da vidraça
Represadas e tão sem graça
Estou calado, o poetar calado
Inspiração diluída na fumaça
O vazio estridente e arestado
Ácido em um limo agargalado
Inebriando tal qual cachaça
Meu pensamento está suado
Ofertado como fel numa taça
E na solidão, então, enjaulado
O poema em silêncio, bagaça
Oh! Túrgido sossego enfado
Diz nada, só tira a mordaça...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
AMO-TE (soneto)
Amo-te no meu maior, largo e profundo
sentimento da alma, é amor, mais nada
Te uivo no peito em graça entressonhada
onde paz, calma, faz-se em cada segundo
Amo-te no ringir da noite por ti poetada
que verseja a paixão de que me inundo
deste afeto que é o maior do meu mundo
num regozijo duma felicidade estacada
E é tão puro e é tão feliz e é tão fecundo
que as lágrimas são preces transfigurada
de fé ingênua e fausta, neste amor rotundo
Amo-te na pequenez de minha morada
tão simples, mas cheia de zelo jucundo
Pois tu és rogo da vontade tão desejada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
PERDÃO (soneto)
Cá estou, meu Senhor, a pedir perdão
Tal o humano: muito errei no caminho
Se de tuas leis desviei, dá-me alinho
Tentei ser, do afim irmão, mais irmão
Se de meu olhar ausentou o carinho
Perdão! Aqui me tens em confissão
Me ensina rezar com Vosso coração
Na omissão, fui um ser mesquinho
Não matei, nem roubei, fui em vão?
Perdão! Me tira deste mal cantinho
Se declinei, pouca era minha razão
Compaixão por me achar sozinho
Se no amor não pude ser paixão
Perdão pela tua coroa de espinho!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
"Na liberdade de meus pensamentos, me aprisiono em meu silêncio a contemplar uma curva, na triste ilusão de lhe ver surgindo me procurando..."
Do livro: Vaga-lumes que choram...
- E o seu coração? Faz tempo que não falamos mais dele.
- Meu coração? Ele está curado… Desde que conheci você.
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