Sinto a tua Dor
Fevereiro
Quem vê pensa que eu não sinto,
mas eu sinto.
Sinto saudade, sinto coragem e medo ao mesmo tempo.
Quem olha para mim não sabe o que dói,
e esses dias doeu muito.
Sabe aquela dor latejante que parece que vai explodir,
expor o que está por dentro,
por dentro de tudo que sou?
Doeu assim, se é que ainda não dói.
Fevereiro chegou e ainda não é carnaval.
Ainda não é alegria, é dor.
Nildinha Freitas
Eu me sinto livre dos rótulos, dos estereótipos, dos conceitos e preceitos alheios.
Hoje, nem mesmo eu permito julgamento de mim.
Vou revendo meus passos, perdoando-me pelos percalços, "errando", reconhecendo, "acertando" e recomeçando.
Viver nada mais é do que caminhar.
Nildinha Freitas
Eu me recuso a ser vencida, por isso eu sinto a vida em todas as suas nuances, pois não existe nada, além do instante presente, do agora, e por hora, a beberei até a última dose.
Nildinha Freitas
— O que é o Amor?
— Amor é: a minha mortalidade humana unificada à imortalidade do que sinto por ti.
Quando te beijo sinto que o Mundo pára infinitamente e nesse longo ósculo momento: o meu coração pulsa ao ritmo do Universo.
Sinto este apocalíptico amor
cerzido em carne viva
no tecido transparente do osso
submetido a formas anatómicas
irremediavelmente inviolável.
Fiel Solidão
Sinto as retinas repletas
de ilustrações vivas,
que pulam na minha carne.
Deslocam-se subitamente
nas minhas veias
ao sabor das visões da memória.
Fiz-me refém
neste ponto de tempo.
Sequestrado pela sombra do silêncio
abandonado por mim,
desvalido e requisitado
pela irreversível circunstância.
Agradeço-te fiel solidão.
Quando todos partiram,
tu nunca me abandonaste.
Sinto-te
Sinto-te nos meus poros,
nas minhas insónias,
nos meus poemas,
nos gritos dos meus silêncios,
nas minhas húmidas palavras,
nos meus lábios, nas minhas veias,
nos meus dedos quando escrevo .
Sinto-te no amor que respiro.
A saudade que sinto por ti não é instantânea. É uma saudade que quero devolver-te com a minha boca a escorrer poemas.
Hoje acordei
sob um ataque severo
de melancolia.
Sinto que o tempo
não se mobiliza em mim.
Ouço a amputação das horas
a crepitar neste tácito sentimento.
Esta intensa e indefinida vontade de existir.
