Sim nós dois

A felicidade e a infelicidade vêm de nós próprios.

Em cada um de nós existe um pouco de nós todos.

Consideramo-nos puros enquanto desprezarmos aquilo que não desejamos.

Parece, na verdade, que nós nos servimos das nossas orações como de um jargão e como aqueles que empregam as palavras santas e divinas em feitiçarias e em efeitos de magia.

Na mesma noção de corpos em arte
Nós somos um símbolo
Mistério de ser.

Nunca devemos regozijar-nos com o nosso dia antes de havermos posto a touca de dormir.

Os oradores dão-nos em comprimento aquilo que lhes falta em profundidade.

O nosso orgulho eleva-nos para que nos precipitemos de mais alto.

Tudo em nós é vaidade, fora a sincera confissão que fazemos perante Deus das nossas vaidades.

A felicidade consiste principalmente em acomodar-nos com a nossa sorte.

É muito mais fácil arrependermo-nos dos pecados que cometemos do que daqueles que pretendemos cometer.

Todos nós temos a força suficiente para suportar os males dos outros.

É mais fácil cumprir certos deveres, que buscar razões para justificar-nos de o não ter feito.

Há tantos vícios com origem naquilo que não estimamos o suficiente em nós, como no que estimamos mais.

Mais vale agir na disposição de nos arrependermos do que arrependermo-nos de nada termos feito.

Consolamo-nos facilmente das desgraças dos nossos amigos quando estas servem para manifestarmos a nossa ternura por eles.

Onde poderemos nós alguma vez encontrar alguém que tenha recebido seja de quem for mais benefícios do que aqueles que os filhos receberam dos pais.

Acredito ter achado o elo perdido entre o animal e o homem civilizado: somos nós.

A principal prudência consiste em desconfiarmos de nós próprios mais do que dos outros.

Nenhum de nós sabe qual o peso que consegue suportar, e qual o peso que nos partirá as costas.