Sem Sentido
Ofereceram-me uma flor e os meus olhos abriram-se para ela quando ela abriu as suas pétalas e sorriu para mim.
Amo os momentos vividos entre o sério e o riso, o sabor de um café fumegante, amendoins e carinho, abraços espontâneos que se dão e corações imensos que vibram com a vida e com o mundo.
Toda vez que tento imaginar o real sentido da vida, acabo pensando em tantas hipóteses, que me perco imaginando que estava pensando algo que fizesse algum sentido.
Nada faz sentido
Nada tenho contra os empolgados, até porque sou uma delas, busco o melhor para mim, luto pela vida (sem fazer exames de rotina), faço exercícios que não me deixa frustrada, tenho conflitos profissionais como todo qualquer ser humano.
É como estar numa gangorra onde em cima eu tenho tudo e embaixo não tenho nada. Sonhei ser psicóloga por anos, busco uma profissão na qual vejo a possibilidade de ser feliz auxiliando o próximo.
Às vezes me pergunto qual é o maior desejo da minha vida, sem dúvida seria a realização pessoal no trabalho, a felicidade no trabalho, vai muito além do que faço e sim do que sinto.
O que eu faço para ter o meu sonho realizado? Por enquanto leio bastante, me fascina tudo que representa a área de psicologia, dar luz em meio ao caos, transformar vidas agitadas em tranquilas, não é varinha mágica é entender, compreender e ajudar o outro, quem se prepara para a mudança é cada um buscando o melhor para si.
Por várias vezes já tive a sensação que nada adiantava, que era normal ser fria e distante, que eu podia viver de reclamações, adaptar-me a uma vida mais ou menos, conhecer histórias piores do que a minha para me conformar.
Desperdicei muito tempo da minha preciosa vida pensando assim, foi massacrante, viver uma vida sem intervalos de felicidades, eu precisava de um alvará com urgência.
Não cabia a mim questionar porque as coisas aconteciam daquela maneira, o fardo às vezes era amenizado, existia cordialidade nem sempre recíproca com quem estava perto de mim, às vezes eu tinha educação, bom humor, alegria, respeitava pontos de vistas e era leal. Sempre gostei da palavra lealdade, sempre curti .
Eu tinha medo de pessoas desconhecidas, eu tinha medo até de pessoas boas que cruzavam o meu caminho, eu tratava de forma amável, mas com muita desconfiança.
Eu tinha medo da solidão, eu tinha uma rotina solitária, no entanto, com muitas designações importantes, eu curtia minha própria companhia, curtia meus livros, meus filmes, minha cama e até aquele restaurante com mesa para uma pessoa, aquilo era totalmente natural para mim e o meu medo consistia em um dia não ver prazer em tudo isso.
Com o tempo passei a perceber que estava cercada de pessoas desleais, colegas de trabalho indiferentes, problemas familiares, temor, angústia e ansiedade, eu supunha que só eu não era feliz, que só eu não tinha uma justificativa para viver, que só eu não tinha um objetivo a alcançar.
Seria tão bom se eu pudesse antever que tudo isso ia passar, que eu ia me sentir confiante, que eu ia me apaixonar novamente pela minha profissão, que eu ia criar uma autoimagem positiva, que eu ia adquirir fama de equilibrada.
Eu me sentia fraca, mas algo me fortalecia, eu queria obter respostas, mas o choro me tranquilizava, eu buscava soluções no invisível, na teimosia em dormir quinze horas, numa vida monótona e cheia de decisões.
A solução vem no dia a dia, as coisas inesperadas vão dando lugar a outras, a gente esquece os problemas ou aprende a viver com eles, a gente divide o tempo, passa a se interessar por cinema, literatura, põe humor em tudo, inclusive na carreira.
Daí a gente resolve enxugar as lágrimas, preparar-se pro que passou, avalia direito a situação, incentiva os demais, perde o ritmo, ganha o ritmo, aprende que todos aqui ou ali vivemos situações de dificuldades e aprendemos a ser nossos líderes.
Para um futuro incerto, vazio, não há plano perfeito que o preencha.Que é planejamento, se a vida é sem sentido?
Ode ao mundo que virá
Suspendeu-se o tempo. A vida passara a pulsar tão só por momentos. Não se sabe em que tempo as pessoas viviam. Elas não mais se preocupavam em contar dias, dinheiro ou vantagem. A utopia se tornara realidade, como já preconizaram os filósofos mais otimistas (por muitos, até então, considerados loucos).
Teria a vida ganhado sentido? Ou teria mesmo era o sentido largado da vida? Viviam como plantas e animais: sem questionar. No universo de e das possibilidades, questionar é, mesmo, um jogo sem fim. Afinal, é assim que tem que ser, não?
Medo e dor ainda davam suas caras. Mas todas eram tomadas como lições. Eram os famosos trampolins: deparando-se com um deles, sabia-se que era hora de ganhar algumas estrelas no rol de experiências.
Pessoas eram conhecidas tão só por seus atos de coragem da vidacotidiana. Sem glórias, sem orgulhos. Eram todos normais e aprendizes da vida. Todos gratos por partilharem da mesma sorte: abrir os olhos, todos os dias. Abrir os olhos fisicamente e no sentido da essência do viver, como bem despertara o saudoso Saramago.
Não havia espaço para a vaidade. Fingir ser o que não era causava uma baita confusão, porque ninguém conseguia, primeiro, entender o porquê de se fazer isso. E, se por alguma causa do além, alguém conseguisse, todos logo percebiam e ficavam confusos com aquela contradição entre gestos e palavras.
Aliás, falava-se pouco. O corpo, que tanto nos expressa, passou a dizer. Era comum uma leve curvatura da coluna, numa postura que muito remetia ao respeito àquele que com você cruzava. E a gratidão por qualquer gesto recebido, ainda que um olhar.
Não se apossavam de gestos, de pessoas e do amor. Tudo era fluido, sem ser banalizado. Era fluido no sentido dos rios e da vida. Momentos eram vivenciados e, quando a hora chegasse...gratidão e adeus. O bens eram poucos e o coração era tão farto!
Se, por uma ventura da vida se encontrasse com qualquer dos soulmates (todos partilhavam a alma)desse belo mundo, diriam eles não ter medo da morte. Atingiram um nirvana na vida. Por que não o encontrariam na morte? Entendera-se, finalmente, que o sofrimento é criação. Não reside em nós; não reside no mundo. E, no multiverso de possibilidades, criar felicidade era a opção daqueles que, cansados do apego que é, também, o sofrimento, entregaram seus caminhos à confiança no bem.
Pode-se falar em crença. Pode-se falar em utopia. Até se pode dizer que foi tudo obra da imaginação.
Pode-se, sobretudo, acreditar que todos temos parte disso pulsandoem nossos corações.
O SENTIDO DAS PALAVRAS
Marcial Salaverry
É preciso saber sentir
o sentido das palavras,
para não deixar ninguém sentido...
Algo dito com sentido,
e sendo consentido,
não serão palavras ao léu jogadas,
e não serão mal julgadas...
Mas, se são palavras ao acaso jogadas,
serão meras palavras cruzadas...
Sendo cruzadas com sentimento,
e tendo total consentimento,
haverá um fiel cruzamento,
entre o dito e o entendimento...
Antes de algo falar,
será bom bem pensar...
Não se apresse em julgar,
para não magoar...
Compreender, valorizar e ajudar pessoas, é grande parte do sentido e razão da vida. A outra parte (a maior) é conhecer, amar e servir a Deus sobre de todas as coisas e pessoas.
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