Seiscentos e Sessenta e seis
As pessoas intensas vibram cento e sessenta e quatro horas num dia, vivenciam trezentos e sessenta e cinco dias em seis meses, dormem mil quatrocentos e sessenta horas ao ano e relativamente ao Amor, são galácticas, falam a língua do Universo e das almas.
Te habito
Quem quer apoiar-se em mim antes saiba que sou espírito, que meu corpo de nada valeria se fosse como jarra vazia e que os sacrifícios que minha alma impõe ao corpo realizar intentam a eterna validade nos corações.
Saiba que se eu passasse apenas uma vez por tua vida, eu tentaria passar o melhor de mim. Eu arrisco sessenta anos de vida para fazer valer sessenta minutos. Então não se acostume com minha física presença, mas aceite quando eu disser que te amo e que isso quer dizer que eu posso te passar mais do que umas horas de momentos juntos, pois não estarei sempre ao seu lado, mas terei feito o máximo para deixar estampado o quanto de abrigo ainda tens no meu coração, e nas próprias provas e lembranças dessa paixão, peço, ressuscite-me.
Entenda que as interrupções, os obstáculos e as perturbações são necessários para despertarmo-nos e voltarmos a consciência e a atenção ao que estávamos fazendo automaticamente, sem sentir o valor dos gestos, sem encarnar o significado de um abraço no dia mais quente do ano.
Eu sou espírito, meu amor se apresenta na matéria, mas é energia. Meu corpo vai morrer, eu vou viver, eu sou espírito. Te habito.
Sessentona
É preciso humildade para aceitar as pelancas, rugas, olheiras profundas e amar esta cara que vai se tornando quase desconhecida.
E me encara sempre que olho no espelho...
“Quem almeja cem quilos de farinha, mas nivela sua necessidade em apenas metade disto, realizar-se-á, se conseguir sessenta quilos.”
Por mais que digam que a vida é breve e passageira teimamos em só acreditar quando passamos dos sessenta.
EI-LA
Ei-la:
Que corpo mais bem feito
Ao meu jeito,
Vestido da flacidez
Do alto dos sessenta anos;
Nos seios algo vergados
Pelo peso das pálpebras descaídas
Em choros de enganos,
Como rosas de botões mirrados
Por tantas secas sentidas.
Ei-la:
Posando no gerúndio
Em nu do verbo profundo,
Já sem aquela penugem
No frontispício que anuncia
A abertura da sagrada lascívia
Que já foi farta
E negra como cabelo de índia,
Rosada por dentro,
Em ânsias de fortes orgasmos,
Teimando agora em voltar a tê-los.
Ei-la:
Como vai gostosa
Aquela mulher digital,
De olhar quase fatal,
No seu biquíni airoso,
De mataco gostoso
Nas sua praia de provocar.
Só eu a posso parar,
Explodindo o poema meu,
Este que acabo de escrevinhar,
Sem sequer poder tirar
Uma fotografia à Sheila,
Que faz uma certa rima
Pelo que escrevi acima,
Ei-la: é rútila.
(Carlos De Castro, In Há Um Livro Triste Por Escrever, em 30-06-2024)
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