Sede

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Sede

Quero uma poesia que penetre em minh’alma,
E me faça por entre lágrimas
Sentir o gosto do riso:
– Nada foi perdido!
Quero mais que uma poesia,
De amor, – não quero poesia
Sem lâmina, sem sabor,
Sem cheiro, sem sangue,
Sem o pulsar de coração,
Sem elementos de vida,
De esperança. (Quem sabe apenas
Um ponto – o silêncio,
Menos suspiro e reticência
– ataque fulminante).
Quero mais do que palavras,
Quero o abraço que faça-me
Perder o fôlego, me sentir ofegante.
Quero licença poética,
E quebrar a censura, e ser livre
Para poder mandar alguém
Para onde eu quiser,
E também ser mandado
Ao bel prazer.
Quero o “vá ser livre”,
E “vamos sermos livres juntos”
(E que a liberdade não nos separe),
Quero a vírgula fora do lugar,
Só para confundir
E ser confundido.
Quero poder falar na forma
Que eu quero e bem entender,
E dizer que a gramática
Não me contaminou
Por inteiro,
– Quero ser critico
Da minha própria pessoa!
Quero uma poesia
Que sinta a minha dor,
E chore comigo,
Como se hoje fosse
O último dia,
– Hoje já passou…
Amanhã quero um conhaque,
Um cigarro qualquer,
E uma mulher,
Que não viva me fazendo
Juras de amor,
E minta todos os dias
Me amar.
Quero sentir o perigo da rua,
Da curva da poesia,
E da amada.
Embriagado, quero
Mais que poesia,
Muito mais do que poesia.
– Hoje vamos nos divertir!
– Até chegar no espaço!
– Fecha os olhos.
– Esquece esse mundo.
Palavras soltas,
Sem dono,
Em busca de serem encontradas.

Valter Bitencourt Júnior
Você Pode: Antologia, 2018

Covardia é plantar amor num coração, deixar morrer de sede e depois pensar em colher um jardim.

O cristão é alguém cuja alma tem sede de Deus, do Deus vivo e, por isso, anseia estar em Sua presença.

Minha motivação é o impossível, minha sede é por desafio e como o meu desejo é ser forte a minha fé tornou-se inabalável.

O sol estava ardente, ambos ficaram com sede e pediram de beber. A serva procurou o que lhes trazer e achou o frasco confiado a Brangien pela mãe de Isolda. "Achei vinho!", disse-lhes ela. Mas não era vinho: era paixão, era a cruel alegria e a angústia sem fim, era a morte.

Nós estudantes vivemos em busca da sabedoria, portanto devemos ter a sede do saber!

⁠Se a carga dessa caneta não é bastante pro meu ódio
E minha sede de vingança não vale o tamanho do pódio
Quando eu não vejo saída, me pego a rimar
Foi o jeito que esse pecador encontrou pra rezar

A felicidade está no olhar de quem enxerga mais longe, e busca o improvável com a sede de torná-lo possível..."

Ninguém morrerá de sede, só de conhecimento, se você pensa o oposto, então amaldiçoe seu deus e morra, antes de contaminar a muitos!

⁠A criança em sua sede de aprender pergunta incessantemente, em sua inocência responde com Convicção.

Desde tempos imemoriais a curiosidade e a sede do saber sempre constituíram forças capazes de estimular o homem a viver em permanente pesquisa. As duas perguntas “Por que ocorre algo?” e “Como ocorre?” em todos os tempos foram propulsoras da evolução e do progresso.

⁠ela é feito uma dose de uísque que permeia num dia cinzento. minha sede matou por fora, fez me vivo por dentro

⁠ de vinhos e de amores
dispenso amadores
traga-me um bem encorpado
para saciar minha sede
me deixar suado
encha meu copo
beija meu corpo
deixa-me aquentado
com teu sabor amargo
beijando minha boca
até deixar-me
embriagado

Existir é beber sem estar com sede.

Annie Ernaux
Os anos. São Paulo: Fósforo, 2021.

⁠Boi com sede no sertão,
É de partir o coração,

Ver os quarto arriar,
Sem um pingo de água pra dar,

Ver o bicho chorar,
E não ter como consolar,

Ver tanto lugar com água a fartar,
E tanta gente a desperdiçar..

⁠Nas linhas incertas da vida eu voo como pássaro durante o verão, procurando lugar seguro para saciar minha sede. Se encontrar abrigo, ali me alojarei. Construirei meu castelo com galhos e folhas retiradas do chão, onde das árvores caem, no outono. No inverno fugirei do frio e na primavera voarei livre outra vez.

⁠Antes que venha a sede, descubra onde nasce a água.

⁠A motivação é como água,quanto mais você sente sede mais você quer beber!

quando tudo era sede, fogo e ternura e o sonho a fonte, nossos corpos eram de vôo pousando como pássaros ardentes nas ondas do centeio...

Na ponta da língua

Estava na ponta da língua
A palavra que iria te intitular
Mas um pensamento indecente
Apossou-se de mim ferozmente
E a este nome fez mudar.

Estava na ponta da língua
Toda minha fome de beber
Toda minha sede de comer
Mas um pequeno gesto teu
Tudo mudou e todo meu corpo ascendeu

Estava na ponta da língua
O resgate para o desperdício de sabor
Mas já com o corpo fervendo
As palavras foram se perdendo
Apenas entre os dentes a língua ficou.

Enide santos 31/07/15

Inserida por EnideSantos